segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Eu conheço Joseph Climber!


O personagem Joseph Climber, do Grupo “Os melhores do mundo”, é famoso no Brasil inteiro e a primeira vez que vi, no programa do Jô Soares, eu ri tanto que cheguei a passar mal e senti falta de ar (Sou asmático e isso não é nada difícil), com o passar do tempo refleti sobre a mensagem principal do quadro e mais do que isso, descobri que eu conhecia o Joseph Climber, e ele era um ídolo para mim.


Eu o conheci na UMESPA na década de 80, ele havia presidido a entidade 10 anos antes do meu mandato, e desde lá ele seguiu acompanhando as gerações que o sucederam, acompanhando a evolução da entidade e ajudando as novas lideranças com sua experiência. Na minha gestão foi assim, ele estava lá para nos ajudar a tocar a passagem escolar.

Tínhamos algumas coisas em comum e que nos aproximou, uma delas era o saudoso “Véio Zé” que era o zelador do Colégio Nações Unidas, onde estudei e iniciei minha militância estudantil, e que participava das competições esportivas da UMESPA e da qual ouvi muitas histórias. Mas o que mais nos aproximou foi mesmo os ideais e a identidade filosófica.

Foto antiga da década de 80: O "Véio Zé" é o senhor de bigode olhando para a câmera (Fez parte de minha história, também da UMESPA e deixou saudades). Ao lado dele a direita Dody Sirena, hoje um dos maiores empresários da música brasileira, sócio da DCSET e empresário do Roberto Carlos. Na mesa, o companheiro Skippy, que nos deixou esse ano, e de quem temos imensa saudade.
Esse amigo fez muitas coisas na vida, sempre lutando, líder estudantil, líder comunitário, no seu bairro, Cefer I e Conselheiro Tutelar, foi um dos primeiros Conselheiros Tutelares de Porto alegre, muito respeitado por seu trabalho.

Mas como dizem: “A vida é uma caixinha de surpresas”. Em Dezembro de 2000 Ele sofreu um AVC que limitou seus movimentos, paralisando parcialmente o lado direito de seu corpo, e quando todos imaginavam que ele iria parar com sua militância e se dedicar ao tratamento de saúde, ele fez exatamente o contrário. Depois do AVC, baseado nas dificuldades encontradas para sua reabilitação, passou a defender as melhorias das condições da estrutura de reabilitação de Porto Alegre.
Olhem o meu amigo aí no tempo de UMESPA (adivinhe quem ele é)
Resumindo: O cara, mesmo com as suas limitações, desenvolve mais atividades sociais do que a maior parte, senão a totalidade das pessoas que estão lendo essa postagem agora. Só para terem uma idéia, atualmente ele exerce as seguintes atividades: É presidente da Associação dos Moradores da Cefer I, Editor do Jornal Reabilitação, Membro do Conselho da Fadem, participa de aulas nas Faculdades de Educação Física e, Fisioterapia da UFRGS além de visitas a entidades que atendem PCDs discorrendo sobre seus direitos e, as responsabilidades dos gestores públicos, além de ter lutado e conquistado uma Lei Municipal que alterasse o Código Municipal de Saúde criando na forma de lei ações que fazem interface as necessidades das Pessoas com Deficiência. E há 10 anos luta por um Centro de Referência que atenda situações de Média e, Alta Complexidade.

Valtinho na Câmara de Vereadores defendendo melhores condições para as pessoas com necessidades especiais.
Além disto, ele é responsável pelos encontros anuais do Ex-Umespa, que tem o objetivo de proporcionar que possamos nos reencontrar anualmente e onde podemos rever os antigos companheiros de luta estudantil. É nosso elo, é nossa referência.

"Há homens que lutam um dia e são bons,
Há outros que lutam um ano e são melhores,
Há aqueles que lutam muitos anos e são muito bons.
Porém há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis"
(Bertold Brecht)

Eu sou um fã dele, sou um seguidor, admirador do ser humano que ele é, e por isso eu tenha a honra de dizer que conheço Joseph Climber. Aqui ele não responde por este nome, aqui o nome dele é Valter Castilhos, o Valtinho, um de meus ídolos, um exemplo, um ícone. Ele representa muito bem a frase de Brecht, pois ele é IMPRESCINDÍVEL.

Obrigado amigo Valtinho! Obrigado pelo exemplo e por existir em nossas vidas!

Homenageando-te, homenageio á todos aqueles brasileiros que não desistem nunca e que nos dão lições de vida, todos os dias.


Essa foto é de um momento muito especial em minha vida, a comemoração dos meus 40 anos, e pude contar com a honra de receber o Valtinho e o Skippy que me brindaram com suas presenças.
O Valtinho é esse guerreiro que relatei em minha postagem, foi presidente da UMESPA assim como eu.
O Skippy, assim como eu e o Valtinho, também presidiu a UMESPA e foi uma pessoa especial para o Valtinho, principalmente após o seu AVC, pois o Skippy passou a ser companheiro inseparável, e estava ao seu lado em todas as oportunidades. Porém o Skippy nos deixou este ano, em uma dessas peças que a vida nos prega, Levou o fiel escudeiro, companheiro, parceiro de luta do Valtinho, mais um motivo para desanimar, desistir.
Sei o quanto ele faz falta para a sua família, aos amigos e principalmente para o Valtinho, mas sei que em seu nome o nosso "guerreiro" segue a luta, nos ensinando, dando exemplo e nos orgulhando.
Com essa foto, tirada pelo amigo Digo Adams, encerro essa homenagem, lembrando o amigo Skippy e reverenciando meu companheiro e amigo Valtinho 

terça-feira, 15 de novembro de 2011

O que é mais difícil: Ter opinião, manifestar a opinião, manter ou mudar de opinião?

Ontem sai para comemorar os meus 17 anos de união com a Márcia, pegamos a Renata na rodoviária, após passar uns dias em Canela com as amigas, e fomos jantar. Dizem que comer muito a noite faz a gente ter pesadelo. Que engorda eu sei, hehehe, muitos destes meus kg a mais se devem a minhas comilanças noturnas. Porém passei a noite inteira tendo pensamentos, espécie de “sonhos” ou “pesadelos” sobre o título desta postagem.

           "Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser,mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las."
(Voltaire)

Programei uma arrumação das minhas coisas para hoje, mas minha mente não sossega enquanto não escrevo essas minhas viagens. Tenho mais de uma dezena de postagens para serem publicadas, opiniões e mais opiniões sobre os mais diversos assuntos, porém meu perfeccionismo não deixa publicá-las enquanto não estão de acordo com o nível mínimo que exijo para serem lidas, portanto, dá um trabalho danado escrever uma postagem, ainda mais para mim que não tenho poder de síntese.  Porém se não escrever essa e publicar parece que terei uma semana de pesadelos pela frente. Êta mente doentia.

"Eu não me envergonho de corrigir os meus erros e mudar de opinião, porque não me envergonho de raciocinar e aprender."
(Alexandre Herculano)

Sempre fui uma pessoa de opinião, e fiz questão de expor elas. Minha avó, lá do Alegrete, quando vinha nos visitar, ás vezes ficava um pouco incomodada com a mania que eu tinha de me meter na conversa dos adultos e dar opinião. Ela achava aquilo uma falta de educação, criança dando palpite na conversa de adultos.
Foram inúmeras as vezes que arranjei encrencas ou passei por momentos embaraçosos, não por ter opinião, porque enquanto ela está apenas em sua mente, dificilmente causa problemas, mas quando ela resolve sair, aí começam os embaraços. Principalmente quando contrariam a opinião do teu interlocutor. Talvez por isso, a maioria das pessoas tenha opinião, mas prefira guardar para si, ou comentar apenas depois em Off.

"Uma coleção de baionetas ou de guilhotinas é tão incapaz de deter uma opinião como uma coleção de moedas de ouo é incapaz de deter a gota"
(Sthendhal)

Nos grupos em que interagi, não raro ganhei o título de polêmico por expor a minha opinião. Algumas vezes, sabedores desta postura, “esqueciam” de me convidar para conversar sobre determinado assunto, principalmente quando alguém gostaria que se fizesse algo sem muito questionamento.
Para poder defender minhas opiniões, tive que desenvolver a habilidade da argumentação, fazendo um demorado exercício de alto conhecimento do porque de tomar essa ou aquela decisão, ou de concordar com isso ou aquilo. Isso acontece principalmente quando tenho uma opinião fora do padrão, ou seja, diferente do que pensa a maioria das pessoas.

Imagine-se nesta situação: Você refletiu, pensou, estudou, elaborou e firmou convicção de sua posição, porém, uma grande parte dos demais pensa diferente, e aí você precisa ter uma gama de argumentos gigantesca, pois, mesmo que eles tenham a mesma opinião entre si, os motivos porque chegaram àquela conclusão não são os mesmo, uns são mais elaborados, outros são mais superficiais, e não raro, alguns nem sabem por que defendem aquela opinião. Aí fica o “louco” lá no meio tomando um monte de porrada por “esticar” a conversa. Mesmo assim sempre preferi expor minha opinião que me omitir.

"O fato de uma opinião ser amplamente compartilhada não é nenhuma evidência de que não seja completamente absurda; de fato, tendo-se em vista a maioria da humanidade, é mais provável que uma opinião difundida seja tola do que sensata."
( Bertrand Russell )

E a lógica? Imagine que você use a lógica para formar uma opinião, aí a coisa complica mesmo, pois vivemos em um país gigante, com múltiplas culturas, etnias e hábitos, desenvolvidos a partir das peculiaridades locais de um país continental com diferentes países dentro de um só, e aquilo que para mim é normal, pode não ser para quem mora lá no interior, na Amazônia ou no sertão nordestino. Sem falar no “jeitinho brasileiro” que é a nossa cultura nacional de interpretar o “certo” ou “errado”.
Não somos obrigados a ter opinião. Às vezes não pensamos sobre o assunto e, portanto não firmamos posição sobre ele. Isso é muito comum, a vida é muito dinâmica e todos os dias nos deparamos com situações cotidianas, mais ou menos importantes, que são debatidas nos nossos grupos sociais, família, escola, trabalho e que alguém olha para você e pergunta: Qual sua opinião sobre isso? São as cotas raciais, a invasão da USP, demissão do ministro, contratação do Ronaldinho, invasão do Iraque, morte do Kadafi, o teste do bafômetro, enfim, uma série de assuntos e nem sempre temos todos os instrumentos para formar opinião, e principalmente um deles, informação e conhecimento. Nestes casos eu sempre procuro pensar melhor antes de opinar, ou digo: Olha, levando em consideração as informações que tenho, minha opinião é essa, porém posso mudar amanhã ou após uma analise mais aprofundada.

Eu jamais iria para a fogueira por uma opinião minha, afinal, não tenho certeza alguma. Porém, eu iria pelo direito de ter e mudar de opinião, quantas vezes eu quisesse."
( Friedrich Nietzsche )


Mudar de opinião. Se for dizer o que foi mais difícil de aprender, sem dúvida foi a mudar de opinião, pois depois de firmar convicção, defender essas convicções com todas as suas forças, chegar a conclusão de que não estava certo, ou que havia falhas em sua forma de pensar é algo muito difícil, pois temos que fazer todo o processo de novo, refletir, pensar, estudar, elaborar, firmar convicção e depois reconhecer. Como admitir que estava errado? Aí reside a grande questão, pois para firmar posição usamos algumas características pessoais mais fáceis de utilizarmos, como inteligência, coragem, orgulho, porém para reconhecermos que estávamos errados, precisamos utilizar a humildade e essa é uma característica muito mais difícil de exercitar.
É duro reconhecer que estava errado, porém, se queremos ter nossas opiniões respeitadas, e ter credibilidade para opinar, precisamos ter altivez na hora de reconhecer que também erramos e que nem sempre nossas opiniões estão certas.

"Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo"
(Raul Seixas)




domingo, 6 de novembro de 2011

Como é jogar em um time com craque

Comecei muito cedo na política, era adolescente, e conheci muitos craques da política, o que considero um grande privilégio. Pois política é semelhante ao futebol, os partidos são agremiações, assim como os clubes de futebol, os parlamentares e dirigentes são os times e a torcida são os filiados que optam por militar em um partido político, e assim, como no futebol, existem uns mais apaixonados do que os outros.
No início de minha militância, no MR8, hoje o recém criado PPL – Partido da Pátria Livre, éramos poucos, mas aguerridos militantes, era uma organização de quadros, e não tínhamos nenhum parlamentar no Rio Grande do Sul, o que fazia de nossa militância, ainda mais sacrificada, pois não tinha cargos para dividir, militávamos pelo espírito revolucionário, tendo o líder Argentino Che Guevara como inspiração. Hoje, já sou avô e a imagem de Che continua decorando a sala de minha casa (Fotografia que recebi dos amigos Cibele e Régis como presente de aniversário) e seus ideais revolucionários ainda inspiram minha conduta pessoal e minha filosofia de vida.
Ganhei essa foto dos Amigos Regis e Cibele, ela foi adquirida por eles em uma viagem a CUBA e me foi presenteada no dia de meu aniversário. Mantenho ela na estante de minha sala com todo o carinho. Detalhe: Che com uma máquina fotográfica
Na década de 90 ingressei no PDT do também revolucionário Leonel Brizola, uma pessoa que ocupa, com toda a certeza, o Olimpo da política. Brizola era um fora de série, um homem adiante do seu tempo, Brizola era um gênio da política. O PDT um partido de massas, herdeiro legítimo do trabalhismo de Getúlio Vargas, outro ícone da política. Brizola era mais que um craque, era um Pelé, e quando ele acertava levava o PDT, seu time, as alturas. Quando ele não decidia a partida, o time passava por dificuldades. No PDT pude conviver com pessoas que passaram uma vida inteira militando em um único partido, do velho PTB ao PDT, ou seja, sempre torceram pelo mesmo time. Também conheci no PDT, os Brizolistas, fiéis seguidores dos ideais e do próprio Brizola. Eu mesmo me tornei um deles.
Um dia deixei a política partidária e só voltei e me filiar em um partido político após mais de 10 anos, e a escolha foi o PSB, o segundo partido mais antigo do País, fundado em 1947. As convicções socialistas me direcionaram para esta escolha, mas também a afinidade com uma das principais lideranças do PSB, o Deputado Federal Beto Albuquerque, atual secretário da Infraestrutura do Estado do RS.
“As palavras convencem,
 mas os exemplos arrastam!”
Impressionante como acabamos nos motivando mais com as pessoas do que com os manifestos. Às vezes fico imaginando quantos dos filiados do PSB nunca leram o manifesto do partido, onde consta a filosofia e os ideais partidários, e assim acontece com todos os milhares de filiados de todos os partidos, imagino até, que muitos sequer se filiariam aos seus partidos caso tivesse que ler e seguir o ideário partidário. (Para conhecimento, segue aí o Manifesto do PSB, tenho certeza de que se lerem, muitos irão se identificar  http://www.psbnacional.org.br/fixa.asp?det=1 ), talvez o que explique esse fenômeno seja a mensagem contida em uma frase que utilizo muito em minha vida que diz o seguinte: “As palavras convencem, mas os exemplos arrastam!” e por isso acabamos seguindo aqueles que nos transmitem bons exemplos.
No futebol, a torcida cresce à medida que o time ganha. Nas décadas de 80 e 90 o Grêmio conquistou importantes títulos e isso fez com que a sua torcida crescesse tanto, a ponto de superar a colorada, até então a maior torcida gaúcha, após uma década de 70 memorável. Todos nós, torcedores, devemos ter em nossa memória algum ídolo, um craque, que de tamanha empatia com o torcedor, enchia os estádios e ajudava a ampliar a torcida. Poderia citar Falcão, Figueroa, Dada, Gabiru (hehehe) e Fernandão no inter, Anchieta, Everaldo, Lara, Renato, Adilson, Darlei e tantos outros no Grêmio, além de Pelé, Zico, Garrincha, Romário, Kaká, por esse Brasil a fora. Com esses craques, seus times alcançaram vitórias, títulos, e fizeram crescer suas torcidas.
É assim na política, quando o PDT tinha Brizola, Darci Ribeiro e tantos outros, crescia sem parar. No meu novo partido é assim também, é um partido que cresce no Brasil inteiro, e foi o partido que mais cresceu na última eleição, elegendo 6 governadores, tendo a frente o Governador de Pernambuco,  Eduardo Campos, presidente nacional do PSB. Aqui no Rio Grande do Sul, também, elegendo o Vice-governador, Beto Grill, 3 deputados Estaduais e 3 Federais, dentre eles o Deputado Beto Albuquerque o segundo deputado mais votado do estado, eleito com mais de 200.000 votos (Não por coincidência Manuela – PC do B e Beto - PSB, juntos, fizeram mais de 700.000 votos).
Brizola, um Pelé da política, um gênio, um homem adiante de seu tempo, e Beto Albuqerque, uma jovem e promissora liderança política. Porto Alegre - 23/03/1998
Nesta mesa estavam ainda: Milton Zuanazzi, Wilson Muller, Sereno Chaise e Dilma Rousseff 
Já admirava o Beto antes de ingressar no PSB, e essa admiração só cresceu a partir de ser teu companheiro e poder trabalhar ao seu lado. Pude consolidar essa admiração, vendo a seriedade e a grande dedicação com que ele executa suas funções públicas. Ele é um militante dedicado do PSB, quase todas as lideranças do partido têm uma história para contar de seu companheirismo, de sua parceria.
Em uma reunião partidária, pude escutar o Vice-governador, Beto Grill, relatar como pode contar com o Beto quando foi candidato a governador em 2006. Dizia ele: “Quando somos convidados para missões como a minha candidatura a governador em 2006, candidatura com poucas chances, porém importante para o crescimento partidário, ás vezes nos sentimos sozinhos, campanha com muitas dificuldades, e quando estávamos lá no interior, cidade pequena, falando para um pequeno grupo,  era uma felicidade quando o Beto chegava, pois ele nos motivava. O partido me concedeu a missão e ele estava lá, sempre ao nosso lado, apoiando, incentivando, comparecendo e ajudando a construir essa caminhada de sucesso que o PSB vem construindo”.
Beto é um craque, com ele o PSB vence, e fez crescer sua torcida, seus filiados; A cada ano, pessoas como eu, ingressam no PSB, motivados e acolhidos pela liderança de Beto. Acho que nenhuma liderança do PSB ingressou no partido, sem antes ter sido convidado ou acolhido por ele. E isso é natural, pois pessoas como ele, assim como no futebol, nascem com um talento, um dom, e com inteligência e oportunidade, vão desenvolvendo com o tempo e ficando cada vez melhores.

Minha admiração pelo Beto só aumentou quando passei a ser seu companheiro de partido e de trabalho, embora possa parecer lógico, geralmente o que ocorre é o contrário, pois, ao se aproximar das pessoas, seus defeitos ficam mais visíveis aos nossos olhos.
Beto é uma pessoa diferenciada e faz valer na prática uma frase que ele profere com freqüência:
”A política só vale a pena, quando melhora a vida das pessoas”
Mas os craques são inquestionáveis? Claro que não! Por melhor que ele seja, sempre haverão contestações, e na política, às vezes ocorre o inverso, quanto mais crescerem, quanto mais melhorarem, aí é que serão criticados, serão atacados. A política tem essa peculiaridade, o crescimento acirra a competição, a vitória incomoda os demais, e tenho presenciado isso com ele. Parece que quanto mais ele melhora, quanto mais se dedica, quanto mais cresce e é respeitado, mais começa a ser criticado, ou questionado.
Embora me indigne com essa prática de certa forma eu me acostumei com isso, pois como Brizolista, vi ele ser questionado, atacado, caluniado e difamado, cada vez que crescia, não foi atoa que ele teve seus atos políticos cassados no auge de sua vida política, e foi perseguido incansavelmente, pela Rede Globo durante toda a sua vida, após retornar do exílio, o que impediu que o povo o elegesse para presidir o Brasil.  (A militância política da imprensa é um capítulo a parte, existem grupos de comunicação que são verdadeiros partidos políticos disfarçados de empresas de comunicação, não é coincidência Collor, Sarney,  ACM, e tantos outros políticos serem proprietários de redes de rádio, TV e Jornal, e não menos coincidência a RBS eleger seus representantes, em todas as eleições)
Por mais capacitado que seja o craque, o político, por trás da imagem pública está o homem, o ser humano, que têm suas fragilidades, eu vi o Brizola errar, muitas vezes, como também vi ele acertar, mas parecer estar errado, fruto da interpretação equivocada que davam de seu posicionamento. Eu mesmo questionei a postura dele algumas vezes.

Beto Albuquerque é um político sério e que têm o reconhecimento da população. Sempre que falo nele ouço palavras de admiração e respeito pela trajetória política que ele vem construindo
Nem sempre os craques acertam, nem sempre eles decidem a partida, ás vezes são bem marcados, ás vezes não são tão brilhantes, ás vezes sofrem injustiças dos juízes, mas um campeonato é a síntese de várias partidas, entre vitórias e derrotas, e às vezes quem vence não é o que mais acerta, mas o que menos erra. Nas guerras são assim também, é a síntese de várias batalhas. Mas os campeonatos e as guerras se vencem com o conjunto da obra, com todo o time, com todo o exército, e é muito bom ter o atirador de elite, como é bom ter um craque no time, alguém capaz de decidir a partida com um lance genial.
Nas últimas semanas, nosso time vem passando por alguns problemas, e nosso craque, têm enfrentado dificuldades, e com isso toda a equipe sofre. De dentro temos outra visão do que àqueles que assistem de fora, conhecemos o homem por trás do político, conhecemos os valores pessoais e sua conduta, porém qualquer opinião proferida acaba sendo desqualificada pela proximidade.
Cabe nestas ocasiões, que sejamos solidários e unidos, que exercitemos a compreensão e a gratidão, pois é muito bom jogar em um time que têm um craque, pois a proximidade gera aprendizado e crescimento.
Por tudo isso, me sinto muito feliz e privilegiado em estar militando no PSB, pois o partido têm um bom programa, têm um bom time e uma qualificada torcida, mas têm também um craque, têm Beto Albuquerque.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A política é a arte de engolir sapos


Vi o saudoso Leonel Brizola utilizar essa frase por muitas vezes, a principal delas em 1989 quando apoiou Lula no 2º turno da eleição, após ter perdido a oportunidade de disputá-lo com Collor por uma diferença de menos de 1% dos votos.

Este ano, após mais de 10 anos afastado da política, resolvi optar por uma nova filiação partidária e o partido escolhido foi o PSB – Partido Socialista Brasileiro. A escolha preenchia uma série de expectativas pessoais, o meu espírito socialista, a vontade de construir um caminho, o fato de estar cansado de brigas políticas e baixarias e minha admiração e respeito pelo Deputado Beto Albuquerque.

Ao que me parecia, o PSB era um partido mais unido, fraterno. Pois seja bem vindo ao mundo real, mundo cão, mundo do engole sapo. Hoje leio no Correio do Povo uma matéria sobre a disputa no diretório estadual do PSB e a formação de um grupo composto por alguns deputados. Até aí tudo bem, na democracia é fundamental o contraditório, o debate no campo das idéias. Quem me conhece sabe que até gosto de um bom debate, gosto até um pouco acima da média, eu adoro.

Sou cristão novo no PSB, ainda nem conheço direito as pessoas, e fica muito difícil opinar. Estou me ambientando ao partido, me identificando com as pessoas e talvez, por isso, tenha um pouco de legitimidade para fazer as observações que farei logo a seguir.

Quem me conhece sabe que não sou de ficar em cima do muro, e mesmo que não tenha sido chamado na briga eu me meto, hoje mesmo quando vinha para o trabalho eu vi um homem dar uma bofetada na cara de uma mulher por causa de uma batida no trânsito, parei e me ofereci para testemunhar contra ele, é da minha natureza. Não gosto de injustiças e covardia. Por isso não gostei do tom que o Deputado Heitor Schuch deu às suas críticas, elas fogem do campo das idéias e partem para o campo pessoal, da baixaria, leva para um campo incompatível com o bom nível.

Sou novo de idade, mas já faço política há bastante tempo e conheço o Deputado Beto Albuquerque há pelo menos uns 15 anos e, por exemplo, sempre vi a Beti trabalhando com ele. Na verdade, a Beti é filiada ao PSB há 25 anos e trabalha há 20 com o Beto. Portanto acho uma covardia utilizar a condição de esposa do Caleb como argumento ou exemplo. Aonde quer chegar o deputado com esse argumento? Dizer que o Caleb nomeou a esposa no gabinete da SEINFRA? Convenhamos, não sei quanto tempo eles são casados, mas convivi muito tempo com ela sem saber que ela era sua esposa, e pelo que sei quando eles se conheceram ela já trabalhava com o Beto.

Acho um golpe baixo usar o nome dela, é covarde, é preconceituoso, por isso resolvi falar, pois da mesma forma que me ofereci para depor contra o homem que agrediu uma mulher em plena via pública, também resolvi meter minha colher nesta encrenca. Não gostei do ataque que do Dep. Schuch fez a uma companheira do partido que considero uma pessoa valorosa. Não gosto de homem que bate em mulher, seja físicamente ou moralmente.  Nunca tive a oportunidade de conversar com o deputado, só o via no tempo que trabalhava na Assembléia, porém acho que por aí não acrescenta nada, rebaixa a discussão e envergonha a todos nós, pois confirma que por interesse político as pessoas deixam de lado a ética.

Não tenho motivos para me meter nesta disputa. Tô chegando agora, mas desde cedo sei de que lado estou, e estou sempre contra a baixaria e a covardia. Por aí não, Dep. Schuch, aí não constrói. Vamos aumentar o nível dessa prosa e podíamos começar com um pedido de desculpas. Seja um bom menino! Humildade e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.
Se a política é arte de engolir sapos, os engolirei, porém, não sem protestar.


sábado, 15 de outubro de 2011

No último sábado (08.10.2001) participei da missa em comemoração aos 50 anos de vida religiosa de minha tia, Irmã Maria Diumira, da Congregação irmãs de São José. Ela é a irmã mais velha de meu pai, de uma família de 9 irmãos.

Quase toda a família, que é grande, estava lá, foi um momento de grande emoção, principalmente para ela, pois a opção pela vida religiosa fez com que deixasse de acompanhar muitos dos momentos de família, uma vez que optou por servir a Deus e aos mais necessitados. Para cumprir a sua missão ela morou em vários lugares, conviveu com comunidades carentes, teve de fazer as malas por inúmeras vezes e principalmente, não ser dona do próprio nariz. Sim por que irmã não se governa e tem de respeitar as determinações de sua congregação, os seus rendimentos, oriundos da aposentadoria, por exemplo, heranças e tudo mais, são integralmente da congregação a que pertencem.
Tia Diumira entrou na Igreja Sagrada Família, onde ocorreu a cerimônia (Minha família freqüenta a paróquia há décadas) passando por um corredor formado pelos sobrinhos-netos, que seguravam rosas vermelhas, colocadas ao pé da imagem de Nª Senhora, durante a cerimônia.
Eu me pergunto: Quem hoje está disposto a tanta renuncia? Quem, hoje, está disposto a servir a Deus e a comunidade, acima de todas as coisas? 

As irmãs, assim como os padres, não são pessoas perfeitas, possuem defeitos como todos nós, mas há de se respeitar sua opção por algo que a maioria de nós não seria capaz, tanto isso é verdade, que a cada dia está mais difícil as congregações substituírem seus membros, que deixam as atividades por doença ou morte. Sim, pois a missão é para a vida toda e só se encerra quando já não é mais possível exercer a atividade.

Celebrar esse momento com minha tia foi motivo de muito orgulho para mim, estavam presentes minhas filhas e meu neto, que faz parte da 5ª geração de minha família. Foi um emocionante encontro de gerações e deve ser motivo de orgulho para toda família, ter um membro capaz de tamanha renúncia.
Momento de emoção diante da imagem de Nª Senhora

Homenageio minha tia Diumira, pelo conjunto de sua obra, pelos anos de dedicação e oração, pelo exercício do magistério, pelo atendimento as comunidades carentes e principalmente por mais de 50 anos de Fé.  
Parabéns Tia Diumira! Obrigado por nos dar um exemplo de FÉ!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Túnel do Tempo – “Estudante Paga Meia”

 A Câmara dos Deputados aprovou, ontem, a criação do Estatuto da Juventude. O projeto de lei 4529/04 institui princípios e diretrizes para o Poder Público criar e organizar políticas para esse segmento, considerada pelo texto como a faixa de 15 a 29 anos. A matéria, aprovada na forma de substitutivo, será enviada para o Senado. As informações são da Agência Câmara.
 A autoria do projeto é da comissão especial de políticas públicas para a juventude. A relatora do projeto foi a Deputada Manuela d’Ávila (PCdoB-RS).

Entre as medidas, o texto garante a jovens estudantes o direito à meia-entrada em eventos artísticos e de entretenimento e lazer em todo o território nacional. Hoje, a meia-entrada é regulamentada por legislações estaduais.
Esta foto é de 1989, muro do Estádio Olímpico. Ela fala por si só. O autor da “arte” sou eu mesmo (Sempre adorei fazer isso e nessa época o pessoal já sabia a autoria pela característica da letra. Olhavam e diziam: “Essa pichação foi o Serginho que fez”). Perdi a conta de quantas vezes fui conduzido a uma delegacia por utilizar os muros da cidade para manifestar nossas lutas.
Está notícia me remete a década de 80 onde começamos as lutas por benefícios aos estudantes, após a ditadura militar. Foi nesta década que conquistamos a passagem escolar, utilizada até hoje pelos estudantes e professores. Nesta época também iniciamos uma caminhada para conseguir a meia-entrada no cinema, como forma de proporcionar acesso dos estudantes a cultura. Essa luta proporcionou a elaboração de diversas legislações estaduais que, mais de 20 anos depois, serão substituídas pelo Estatuto da Juventude.

Tenho orgulho de fazer parte da geração que participou ativamente destas conquistas atuando com dirigente da UMESPA e participando dos Congressos da UBES e UGES.

Esse era o meu muro preferido, do Pão dos Pobres, o problema é que era perto da delegacia e quando era pego, nem precisavam me conduzir de carro, ia caminhando mesmo. Teve uma época que o pessoal da delegacia já dizia: “Oi Serginho!”. Tenho tantas histórias de delegacia para contar por causa desta época.  
Inauguro com esta postagem o “Túnel do Tempo” onde colocarei fatos passados que foram marcantes em minha vida e da qual guardo boas recordações. 

sábado, 24 de setembro de 2011

Eu e meu Brizolismo

Existem coisas na vida que temos muito orgulho de contar, coisas que nos fazem sentir especiais. Ter conhecido e acompanhado Leonel Brizola como fotógrafo, por alguns anos, é uma destas honras da qual não tenho palavras para expressar em toda a sua magnitude. Brizola foi um político incomum, diferenciado, fora de série. Hoje, com certeza, ocupa um lugar no Olimpo dos Deuses da política.
É impressionante como o Brizola está em minha Vida. Foi a pessoa que mais fotografei. Em minha casa armazeno um gigantesco arquivo de fotos suas. Estive em tantos lugares o acompanhando e presenciei inúmeros encontros dele com pessoas, tanto anônimas como conhecidas. Participei de momentos da política gaúcha e ouvi Brizola discursar por um incontável número de vezes que não poderia ser outra coisa senão um Brizolista.
Meu primeiro encontro com Brizola - Impossível esquecer!
Fiz política grande parte da minha Vida e teve uma época que pensei que sabia fazer isso, e mais, achava que fazia bem. Em 2001 acompanhei um grupo de militantes que deixou o PDT por discordar dos rumos que o partido tomava e principalmente por não ver que através do PDT pudéssemos fazer as transformações que sempre sonhamos. Foi uma decisão muito difícil que doeu em todos nós Brizolistas.
É preciso registrar, que ser um militante político não é uma forma de ganhar a vida fácil, muito pelo contrário, exige renúncia e muita dedicação. Pelo menos era assim.
Nunca fiz política por dinheiro e embora as pessoas possam considerar ridículo, do alto dos meus 42 anos, declaro que sempre acreditei que podia “mudar o mundo” e por um tempo achei que a militância política era o melhor lugar para as pessoas que pensavam como eu estarem. Em 2001 deixei de acreditar nisso, e me desfiliei do PDT, de Leonel Brizola, a quem sempre admirei e respeitei, acompanhando um grupo de militantes com quem tinha afinidade ideológica. Entre estes militantes estava a atual presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, além de Sereno Chaise, Marcos Klasmann, Milton Zuanazzi, e muitas outras figuras importantes do PDT.  Todos esses militantes ingressaram no PT e eu resolvi tomar outros rumos na minha Vida, fui levar minha crença e minhas verdades para onde achava que seria mais útil.
Quem me conhece sabe que sou um “guevarista” e que acredito que “quem não vive para servir, não serve para viver” e embora a frase pareça radical e um tanto forte, é assim que sou e por este motivo deixei de acreditar nos políticos que, de um modo geral, com raras exceções, estão aí mais para se servir do que para servir.
Nos últimos quase 10 anos, me dediquei ao Terceiro Setor, exercendo com toda a minha dedicação, amor e crença em um mundo melhor, a função de Diretor Executivo da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga, e pensei que nunca mais iria participar da política. Sempre achei um retrocesso me envolver com política novamente, pois estava sendo muito mais útil a sociedade me dedicando a Fundação, e a política era coisa do passado.
Mas não temos como prever o futuro, e após deixar minhas funções na Fundação e me conceder um período sabático, participei da campanha de minha querida amiga Juliana Brizola, em busca de uma cadeira na Assembléia Legislativa, conquistada com uma expressiva votação, e após relutar muito aceitei o convite para assessorá-la na Assembléia Legislativa, onde ingressei em fevereiro deste ano.
Na Assembléia permaneci por exatos seis meses, mas que foram tão intensamente vividos, que valeram por anos, e proporcionaram o surgimento de um sentimento em mim que estava adormecido. O gosto pela política.
Netos de Leonel Brizola: Deputado Federal Carlos Brizola (Brizola Neto), Deputada Juliana Brizola, a quem tive a honra de servir na Assembléia Legislativa, e Leonel Brizola Neto, vereador do Rio de Janeiro. Amigos queridos! 
Acompanhando a luta desta jovem aguerrida e impressionantemente inteligente em busca de reconhecimento e espaço dentro do partido que seu avô criou, e da qual foi à grande e insubstituível liderança, só fez crescer a minha admiração e o respeito por ela. Nestes seis meses que estive ao seu lado de Juliana Brizola, vi uma liderança diferenciada, representante de uma nova geração de políticos, mais moderna, menos dona da verdade, e o mais importante, uma mulher, mãe, com um filho pequeno e que tenta conciliar a vida pública sem renunciar a família, como fazem a maior parte dos políticos, e até por isso é bastante incompreendida. Orgulho-me muito de ter servido a Leonel Brizola da mesma forma a sua neta Juliana Brizola.
Mas, se por um lado eu pude ver nascer uma promissora liderança, e conviver com uma política sensível, que sempre tratou a todos com respeito, pois durante os seis meses que a acompanhei, jamais a vi ser imprópria com um colaborador ou qualquer outra pessoa, sempre soube escutar de forma humilde, tratando a todos com cortesia e educação. Por outro lado a vi sofrer um massacre vindo do próprio partido. Tudo o que vivi nestes seis meses me fizeram recuperar o amor pela política e a vontade de fazer a diferença, porém me deram a certeza de que a escolha que tinha feito em 2001 estava correta em deixar o PDT.
Não vou utilizar esse espaço para criticar o PDT e suas lideranças, pelo respeito a história do partido e pelos inúmeros amigos que tenho no PDT, pessoas que foram e são importantes para mim. A decisão de não voltar a me filiar e optar por retomar minha caminhada política em outra sigla foi muito difícil, pois por questões éticas, tive também que deixar de estar ao lado da Juliana e seus irmãos Leonel e Carlito nesta cruzada pela reconstrução da sigla. Sempre me senti em casa dentro do PDT e tenho muitos laços afetivos com as pessoas e com o Brizolismo, mas o PDT parece não estar aberto a novas formas de pensar, a novas lideranças, ele está fechado. Para mim não dava, talvez não seja o PDT que não sirva para mim, mas eu que não sirva para o PDT.
"Há homens que lutam um dia, e são bons;
Há homens que lutam por um ano, e são melhores;
Há homens que lutam por vários anos, e são muito bons;
Há outros que lutam durante toda a vida, esses são imprescindíveis."
(Bertolt Brecht)

Mas, se pudesse deixar um conselho, diria a meus amigos do PDT, que o recado que eles passam para a sociedade é muito ruim. Parece que no PDT não têm espaço para novas formas de pensamento, que os ideais vêm e segundo plano e o que importa é conquistar cargos e mais cargos, e que se alguém se insurgir contra isso, será perseguido, independente de quem seja. Se fazem isso com os legítimos herdeiros de Leonel Brizola, o que farão com os “Zés”.
Posso até estar errado, mas lutei uma vida inteira para construir um mundo melhor para todos nós, meus filhos e netos sempre pagaram com ausências e poucas riquezas por minha escolha idealista, mas espero que quando me for, meus amigos e aqueles que gostaram de mim, estendam a mão a meus descendentes, caso eles precisem, e não peço favorecimentos, mas  conselhos, apoio, compreensão e o que vi nestes últimos meses, foram pessoas que muito se beneficiaram da imagem de Brizola, perseguirem seus descendentes. Para mim, assim não dá.
Assim, meu Brizolismo está aceso dentro de mim, ainda mais após comemorarmos os 50 anos da Legalidade e a convivência com os netos de Brizola, com quem construí uma amizade que pretendo levar por toda a minha vida. Da mesma forma que carrego minhas convicções socialistas e meu Guevarismo por onde vou, também sempre levarei o meu Brizolismo aonde estiver.
Brizola Vive!
Saudosos Leonel Brizola e Darcy Ribeiro - Seus ideais permanecem!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Retornando a escrever

“... Eu faço da dificuldade
A minha motivação
A volta por cima
Vem na continuação
O que se leva dessa vida
É o que se vive
É o que se faz
Saber muito é muito pouco
"Stay Will" esteja em paz..

Pontes Indestrutíveis - Charlie Brown Jr.

 

Estou a semanas pensando em escrever novamente para o Blog, mas não conseguia achar nada apropriado e nem por onde começar, já que muitas coisas aconteceram desde o último post.
Quando enveredamos para este campo dividimos muitos sentimentos: Por um lado escrevemos para nós mesmos, como forma de reflexão em voz alta, como diário de uma vida que vai passar e que a memória um dia trairá. A fotografia tem esse papel, de fazer acender nossa memória, assim como os escritos, mas outro lado de nós gostaria que aquilo que escrevemos fosse lido por alguém, melhor ainda se for comentado ou cause uma reflexão; Muito melhor ainda se servir para a evolução de alguém.
Nesse mundo virtual, é infinito o número de pessoas talentosas que abastecem a internet com textos bem escritos, reflexões profundas e conteúdos úteis, portanto, para poder conquistar alguns leitores, precisamos ter competência, produzir algo relevante e não ficar tanto tempo sem escrever. Fora isso contamos com a generosidade de amigos e parentes que nos prestigiam por solidariedade.
A última vez que postei algo aqui, falava sobre o Vida Urgente Espírito Santo, e de lá para cá, tantas coisas aconteceram que se for tentar atualizar terei que fazer mais de uma dezena de posts. Passei uns dias no Espírito Santo revendo meus amigos capixabas, matei um pouco da saudade; Minha filha caçula, Renata, completou 15 anos; Minha filha mais velha, Jenifer, ingressou na Faculdade de Administração da PUC, como bolsista do ProUni, o que me deixou muito orgulhoso; Mudei de local de trabalho; Voltei a me filiar em um partido político, após ter deixado de militar por mais de 10 anos; O Vida Urgente voltou a atuar no Espírito Santo; A Dilma fez uma faxina nos ministérios; Os EUA anunciaram a morte de Osama Bin Laden; Nossa!
Tanta coisa aconteceu e eu não publiquei nenhum post. Assim não dá! Não tenho como conquistar leitores fiéis com tamanha omissão diante de acontecimentos de grande importância.
Isso tudo quer dizer que não tinha nada a dizer? Não! Pelo contrário tinha tanto a dizer e não sabia por onde começar, pois vivi em uma montanha russa de emoções nos últimos meses, que só agora estou começando a colocar o pé novamente no chão. Foram momentos de importantes e difíceis escolhas.
Agora estou aqui, ensaiando um novo começo, um retorno ao blog, o retorno a escrever, e faço isso por considerar importante.
Minha lucidez, ou minha insanidade, acredita que tenho algo a dividir e que esta é uma forma de fazer isso, talvez como parte de um testamento, ou como auxílio para a memória, que já não é mais a mesma. Pelo menos meus netos poderão ler quando crescerem, e eu poderei me encontrar comigo mesmo no futuro, lendo aquilo que pensava e vivia no passado.
Agradeço àqueles que, de forma generosa, dispensam um pouco de tempo para ler o que aqui está escrito.

sábado, 23 de abril de 2011

...pra quem tem pensamento forte o IMPOSSÍVEL é só questão de opinião

Durante a última semana os voluntários do Vida Urgente Espírito Santo, utilizaram deste trecho da música “Só os loucos Sabem” do Charlie Brown Jr, na campanha #FicaVidaUrgenteES nas redes sociais.
Quando eles utilizaram isso, acreditavam em uma espécie de “milagre” que fizesse o governo do estado reverter a sua decisão de não renovar o contrato que mantinha, desde 2008, para a manutenção do Programa Vida Urgente em terras capixabas.
O “milagre” não aconteceu, pelo menos como esperavam os voluntários e a equipe do ES. O que eles têm é a “promessa” de que nos próximos três meses equipes do governo e da Fundação estudarão um novo formato que proporcione a continuidade do Vida Urgente Espírito Santo. Enquanto isso a sede será desocupada, os funcionários demitidos e os voluntários desmobilizados, até que os representantes das partes cheguem a um acordo.
Mas não quero usar este espaço para falar desta parte triste, eu quero falar daquilo que vi, como Testemunha Ocular, e parte ativa do verdadeiro “milagre” que aconteceu no Espírito Santo. O “Impossível” já aconteceu!      
Em 2007 realizamos o primeiro capacitação de voluntários, era o embrião para aquela que seria a inesquecível experiência em terras capixabas.

Essa foi a primeira turma de voluntários capacitados no Espírito Santo a turma do turno da Manhã
Essa galera foi fundamental para essa história maravilhosa.
Minha memória não é muito boa, mas acho que consigo identificar a maior parte deles na foto (peço desculpas aos que eu não lembrar)
Conto com os voluntários para completar os nomes que faltam, postando comentários
Bem a frente Margô Devos - Detran/ES
Primeira fila: Esquerda para direita: Maria do Socorro,Sheila, Fábio, Aline, Luciene Becacici (Detran/ES), Diza Gonzaga, Claudinha, Edcarlos, Larissa e Bruno Albuquerque
Segunda fila: ?,  Dani Nunes, Joice, Saionara, Pascoal, Osvaldino e Tiago Moraes
Atrás: ?, Maria Amália, Bento, Jota, Sarah, Paulo, Herivelton, Samir, Fabrício, André, Saulo, Jorginho e Alex

51 voluntários capacitados em duas turmas muito heterogêneas, a diversidade do grupo era impressionante, pois tinha desde o Jota, Saulo, Mayara, Menara, Joice, Naiara, André, que era uma gurizada jovem, muito nova, passando pelo Fabrício, Tiago Moraes, Larissa, Sarah, Samir, Bruno, Fábio, Edcarlos, João Vitor, Patrick, Maria Amália,  Claudinha, Bento, até chegar a Marlene e o seu Osvaldino uma pessoa já bem mais madura que tinha 64 anos na época  e uma vitalidade de dar inveja.
O Espírito Santo não tinha tradição de trabalho voluntário, principalmente entre os jovens e tudo parecia tão novo para todos. Os motivos que os levavam até o Vida Urgente eram os mais diversos.
Confesso que as expectativas não eram as melhores, e mais de uma pessoa me comentou que acreditava que isso não vingaria no Espírito Santo, que o povo capixaba era diferente do povo do Sul, que não tinham muito esse sentimento social, de voluntariado e etc. Que não acreditariam que o pessoal poderia trabalhar sem ganhar dinheiro em troca, e que esse discurso idealista, sonhador que proferia, parecia algo distante deles.
Essa foi a segunda turma de voluntários capacitados no Espírito Santo, a turma da tarde
Continuo contando com o apoio para lembrar os nomes
Agachados: Leo, Madalena, Patrick e Ana Luisa
Em pé sem órdem: Fabiana, Maiara, Menara, Naiara, Rodrigo, Marlene, Sheila, Rosangela, João Vítor, Hingrid e Mariza
Mas como diz o trecho da música do Charlie Brown Junior muito utilizado durante a campanha do #FicaVidaUrgenteES, titulo desta postagem, digo que "pra quem tem pensamento forte o IMPOSSIVEL é só questão de opinião" e seguimos com toda a fé no trabalho.
Quando retornamos para Porto Alegre, já levava a fé em um grupo de voluntários que se destacavam e que já haviam sido contagiados pelo espírito do Vida Urgente.
Os percalços foram grandes, pois como envolvia o serviço público as coisas não aconteceram inicialmente como esperávamos. Os voluntários realizaram, sozinhos, a primeira ação, que foi uma participação na Mini Maratona Espírito Santo Vida Urgente no final de 2007.
No Rio Grande do Sul, aguardávamos a concretização da parceria, através da formalização do contrato e que levou mais tempo do que o esperado. Isso criou uma dúvida se conseguiríamos mesmo concretizar o nosso desejo.
No dia 08 de Janeiro de 2008 recebemos um telefonema da Luciene Becacici, então presidente do Detran/ES e uma das grandes incentivadoras do projeto, pedindo que fossemos ao Espírito Santo para dar início as ações. Embarcamos 2 dias depois, para Vitória, eu, a Natacha, o Jorginho e a Maitê. O Detran/ES se propôs a colocar uma equipe de apoio, e alguns promotores contratados, para garantir a realização das ações, marcadas para iniciar no dia 12 de janeiro, para o caso dos voluntários não comparecerem.
Tínhamos só um dia e meio para organizar tudo e marcamos uma reunião para a Sexta-feira, 11 de janeiro, um dia antes da ação. Chegamos na quinta-feira a noite e na sexta aguardamos os voluntários.
A expectativa era grande: Será que eles atenderiam nosso chamado, mesmo assim tão em cima do horário? Será que a galera não dispersou após este tempo sem algo concreto? Será que deixaram de acreditar?  Tínhamos muita fé, mas também muita expectativa. Na hora marcada a galera começou a chegar e foi uma alegria rever grande parte dos voluntários, que a esta altura já considerávamos amigos, alguns deles traziam colegas e amigos para reforçar o grupo.
No Sábado estávamos todos lá, iniciando nossas atividades na Bacutia em Guarapari, atendendo ao desejo do Thiago em “voltar a Guarapari” e o IMPOSSÍVEL passou a ACONTECER.

Essa é a foto das pessoas que estavam presentes na primeira ação do Salva Vida Urgente Espírito Santo na Bacutia em Guarapari no dia 12 de Janeiro de 2008

Nestes anos que se seguiram, o Vida Urgente Espírito Santo ensinou tanto a todos nós. Fez tanto pela sociedade capixaba. Formou tantas lideranças e foi motivo de imensas alegrias. Eu participei de momentos inesquecíveis no Espírito Santo, e conheci gente tão especial, que em meu coração existe uma verdadeira colônia de amigos capixabas. Minha vida está ligada para sempre a essa experiência maravilhosa e a essa terra abençoada por Deus.
Manifesto aqui minha solidariedade aqueles que fizeram o Impossível acontecer, e peço que se mantenham mobilizados, a sociedade precisa da energia de vocês, e só a juventude pode fazer as mudanças que precisamos, são as mentes juvenis e revolucionárias que empurram a sociedade para o futuro.
Existem tantas causas a serem defendidas: A busca por uma educação libertadora e de qualidade, a questão ambiental e a preservação da Vida em toda a sua plenitude, que não vai ser uma questão burocrática ou de interesse político que vai calar a voz de uma galera tão especial como vocês, que foram capazes de acreditar no sonho e torná-lo realidade. Esse período da história capixaba jamais será esquecido e todos sempre lembrarão de vocês.
De minha parte eu gostaria de retribuir tudo que vivi aí com um trecho de uma música que recebi do Jota, quando fui ao Espírito Santo, pela última vez, quando parti para outras caminhadas. “Só enquanto eu respirar, Vou lembrar de vocês, só enquanto eu respirar”

O ANJO MAIS VELHO

"O dia mente a cor da noite
E o diamante a cor dos olhos
Os olhos mentem dia e noite a dor da gente"
Enquanto houver você do outro lado
Aqui do outro eu consigo me orientar
A cena repete a cena se inverte
Enchendo a minh'alma d'aquilo que outrora eu
deixei de acreditar
Tua palavra, tua história
Tua verdade fazendo escola
E tua ausência fazendo silêncio em todo lugar
Metade de mim
Agora é assim
De um lado a poesia, o verbo, a saudade
Do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim
E o fim é belo incerto... depende de como você vê
O novo, o credo, a fé que você deposita em você e só
Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você
Só enquanto eu respirar

Gosto muito desta foto dos voluntários na Bacutia em Guarapari - 12/01/2008
Nesta foto a primeira equipe a fazer a esquete: Jota - Fabrício (baiano) - Larissa e Edilaine (Dih) 12.01.2008
Essa é uma das minhas fotos preferidas, além do simbologismo que ela têm, estão nela o Fabrício (Baiano) e a Edilaine (Dih) pessoas que foram muito importantes para o Vida Urgente Espírito Santo
A primeira ação dos voluntários do Vida Urgente Espírito Santo: Mini Maratona Espírito Santo Vida Urgente.
Como esquecer essa galera?
A esses três dedico uma lembrança especial: Natacha, Jorginho e Maitê.
Embarcaram comigo para o Espírito Santo e permaneceram por 2 meses junto com os voluntários participando das ações.
A Natacha ainda morou por um tempo em Vitória até o Vida Urgente Espírito Santo se solidificar.
Com certeza eles deixaram importantes lembranças nos voluntários capixabas.
A primeira vez a gente nunca esquece: Nossa estréia no Sambão do povo.
Foi um momento muito especial para todos os que lá estavam. 25.01.2008
Os meus irmãos da Chimarruts fizeram um show inesquecível na inauguração do Espaço Vida Urgente Espírito Santo. Eles interromperam uma turnê por São Paulo e Minas Gerais e foram até Vitória voluntariamente para abrilhantar o evento. Foi o primeiro show que eles fizeram em terras capixabas. 20.05.2008
Chimarruts e os voluntários do Vida Urgente Espírito Santo após o show realizado na inauguração do Espaço Vida Urgente. Momento Inesquecível - 20.05.2008
Estréia do espetáculo "Exército de Sonhos" no dia 21 de maio de 2008. No elenco Valéria, Eric, Edilaine e Vinicius.
Eles fizeram história no Vida Urgente Espírito Santo e a Valéria veio a se tornar a produtora do Vida Urgente no Palco.
Nesta foto algumas pessoas que também foram importantes na história do Vida Urgente Espírito Santo:
Thiago, Rosane, Amada e Luciene Becacici
Natacha, Jota e Saulo. O que dizer destes três? Em meu coração reservo um lugar todo especial para eles.
Essa foto representa a alegria com que eles sempre se dedicaram ao Vida Urgente Espírito Santo e foi com essa verdade que eles contagiaram centenas de jovens. Saudades! 
A turma desta foto tem história: Eduardo, Claudinha, André, Fabrício, Daniel, Luciene, Amada e Ana
Ao Daniel dedico um registro especial, pois o levei no lançamento do Vida Urgente em 20.05.1996, enquanto ainda se recuperava de um acidente de trânsito onde morreram dois de seus amigos.
Desde lá o Daniel sempre participou do Vida Urgente, cumprindo uma série de tarefas, tanto como voluntário, dirigente, ou como membro da equipe, mas sem dúvida nenhuma a maior tarefa que lhe foi confiada, foi a de deixar a nossa Porto Alegre e se mudar, com sua companheira, Ana, para Vitória e coordenar o Vida Urgente Espírito Santo.
Daniel se transformou em um verdadeiro gauchaba, para cumprir essa tarefa que lhe foi confiada.
São pessoas capazes de gestos como este que fazem do Vida Urgente um programa de sucesso.  
Vocês podem acreditar que nós comemos um churrasco assado pelo Jorginho?
Pois foi no dia 17 de Janeiro de 2008 na churrasqueira do prédio do Tiago Moraes
Na foto: Maitê, Amada, Claudinha e Natacha. O Jorginho é o gaiato ali atrás.
As "vítimas" do Jorginho são estes aí da foto
Queridos amigos, não tenho como esquecer os momentos que passamos juntos
Momento importante: Após o primeiro final de semana em Guarapari, ficamos confiantes e marcamos as ações do próximo final de semana em Vitória e dissemos para o Detran que faríamos só com os voluntários.
Pois neste dia fizemos o Salva Vida Urgente com mais de 50 voluntários.
Foi uma grande demonstração de força e união - 19.01.2008
Dia em que recebemos as chaves do prédio onde seria instalado o Espaço Vida Urgente Espírito Santo - 03.04.2008
Neste dia convidamos os voluntários para irem conosco visitar o lugar pela primeira vez
Durante 3 anos este foi o lar do Vida Urgente Espírito Santo
São tantas as recordações deste lugar mágico. Vai deixar saudades!
Gravação para o comercial do Vida Urgente Espírito Santo
Dia 22 de maio de 2008, dois dias após a inauguração de nossa sede
Nossa galera estava muito feliz neste dia.