segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A política é a arte de engolir sapos


Vi o saudoso Leonel Brizola utilizar essa frase por muitas vezes, a principal delas em 1989 quando apoiou Lula no 2º turno da eleição, após ter perdido a oportunidade de disputá-lo com Collor por uma diferença de menos de 1% dos votos.

Este ano, após mais de 10 anos afastado da política, resolvi optar por uma nova filiação partidária e o partido escolhido foi o PSB – Partido Socialista Brasileiro. A escolha preenchia uma série de expectativas pessoais, o meu espírito socialista, a vontade de construir um caminho, o fato de estar cansado de brigas políticas e baixarias e minha admiração e respeito pelo Deputado Beto Albuquerque.

Ao que me parecia, o PSB era um partido mais unido, fraterno. Pois seja bem vindo ao mundo real, mundo cão, mundo do engole sapo. Hoje leio no Correio do Povo uma matéria sobre a disputa no diretório estadual do PSB e a formação de um grupo composto por alguns deputados. Até aí tudo bem, na democracia é fundamental o contraditório, o debate no campo das idéias. Quem me conhece sabe que até gosto de um bom debate, gosto até um pouco acima da média, eu adoro.

Sou cristão novo no PSB, ainda nem conheço direito as pessoas, e fica muito difícil opinar. Estou me ambientando ao partido, me identificando com as pessoas e talvez, por isso, tenha um pouco de legitimidade para fazer as observações que farei logo a seguir.

Quem me conhece sabe que não sou de ficar em cima do muro, e mesmo que não tenha sido chamado na briga eu me meto, hoje mesmo quando vinha para o trabalho eu vi um homem dar uma bofetada na cara de uma mulher por causa de uma batida no trânsito, parei e me ofereci para testemunhar contra ele, é da minha natureza. Não gosto de injustiças e covardia. Por isso não gostei do tom que o Deputado Heitor Schuch deu às suas críticas, elas fogem do campo das idéias e partem para o campo pessoal, da baixaria, leva para um campo incompatível com o bom nível.

Sou novo de idade, mas já faço política há bastante tempo e conheço o Deputado Beto Albuquerque há pelo menos uns 15 anos e, por exemplo, sempre vi a Beti trabalhando com ele. Na verdade, a Beti é filiada ao PSB há 25 anos e trabalha há 20 com o Beto. Portanto acho uma covardia utilizar a condição de esposa do Caleb como argumento ou exemplo. Aonde quer chegar o deputado com esse argumento? Dizer que o Caleb nomeou a esposa no gabinete da SEINFRA? Convenhamos, não sei quanto tempo eles são casados, mas convivi muito tempo com ela sem saber que ela era sua esposa, e pelo que sei quando eles se conheceram ela já trabalhava com o Beto.

Acho um golpe baixo usar o nome dela, é covarde, é preconceituoso, por isso resolvi falar, pois da mesma forma que me ofereci para depor contra o homem que agrediu uma mulher em plena via pública, também resolvi meter minha colher nesta encrenca. Não gostei do ataque que do Dep. Schuch fez a uma companheira do partido que considero uma pessoa valorosa. Não gosto de homem que bate em mulher, seja físicamente ou moralmente.  Nunca tive a oportunidade de conversar com o deputado, só o via no tempo que trabalhava na Assembléia, porém acho que por aí não acrescenta nada, rebaixa a discussão e envergonha a todos nós, pois confirma que por interesse político as pessoas deixam de lado a ética.

Não tenho motivos para me meter nesta disputa. Tô chegando agora, mas desde cedo sei de que lado estou, e estou sempre contra a baixaria e a covardia. Por aí não, Dep. Schuch, aí não constrói. Vamos aumentar o nível dessa prosa e podíamos começar com um pedido de desculpas. Seja um bom menino! Humildade e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.
Se a política é arte de engolir sapos, os engolirei, porém, não sem protestar.


sábado, 15 de outubro de 2011

No último sábado (08.10.2001) participei da missa em comemoração aos 50 anos de vida religiosa de minha tia, Irmã Maria Diumira, da Congregação irmãs de São José. Ela é a irmã mais velha de meu pai, de uma família de 9 irmãos.

Quase toda a família, que é grande, estava lá, foi um momento de grande emoção, principalmente para ela, pois a opção pela vida religiosa fez com que deixasse de acompanhar muitos dos momentos de família, uma vez que optou por servir a Deus e aos mais necessitados. Para cumprir a sua missão ela morou em vários lugares, conviveu com comunidades carentes, teve de fazer as malas por inúmeras vezes e principalmente, não ser dona do próprio nariz. Sim por que irmã não se governa e tem de respeitar as determinações de sua congregação, os seus rendimentos, oriundos da aposentadoria, por exemplo, heranças e tudo mais, são integralmente da congregação a que pertencem.
Tia Diumira entrou na Igreja Sagrada Família, onde ocorreu a cerimônia (Minha família freqüenta a paróquia há décadas) passando por um corredor formado pelos sobrinhos-netos, que seguravam rosas vermelhas, colocadas ao pé da imagem de Nª Senhora, durante a cerimônia.
Eu me pergunto: Quem hoje está disposto a tanta renuncia? Quem, hoje, está disposto a servir a Deus e a comunidade, acima de todas as coisas? 

As irmãs, assim como os padres, não são pessoas perfeitas, possuem defeitos como todos nós, mas há de se respeitar sua opção por algo que a maioria de nós não seria capaz, tanto isso é verdade, que a cada dia está mais difícil as congregações substituírem seus membros, que deixam as atividades por doença ou morte. Sim, pois a missão é para a vida toda e só se encerra quando já não é mais possível exercer a atividade.

Celebrar esse momento com minha tia foi motivo de muito orgulho para mim, estavam presentes minhas filhas e meu neto, que faz parte da 5ª geração de minha família. Foi um emocionante encontro de gerações e deve ser motivo de orgulho para toda família, ter um membro capaz de tamanha renúncia.
Momento de emoção diante da imagem de Nª Senhora

Homenageio minha tia Diumira, pelo conjunto de sua obra, pelos anos de dedicação e oração, pelo exercício do magistério, pelo atendimento as comunidades carentes e principalmente por mais de 50 anos de Fé.  
Parabéns Tia Diumira! Obrigado por nos dar um exemplo de FÉ!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Túnel do Tempo – “Estudante Paga Meia”

 A Câmara dos Deputados aprovou, ontem, a criação do Estatuto da Juventude. O projeto de lei 4529/04 institui princípios e diretrizes para o Poder Público criar e organizar políticas para esse segmento, considerada pelo texto como a faixa de 15 a 29 anos. A matéria, aprovada na forma de substitutivo, será enviada para o Senado. As informações são da Agência Câmara.
 A autoria do projeto é da comissão especial de políticas públicas para a juventude. A relatora do projeto foi a Deputada Manuela d’Ávila (PCdoB-RS).

Entre as medidas, o texto garante a jovens estudantes o direito à meia-entrada em eventos artísticos e de entretenimento e lazer em todo o território nacional. Hoje, a meia-entrada é regulamentada por legislações estaduais.
Esta foto é de 1989, muro do Estádio Olímpico. Ela fala por si só. O autor da “arte” sou eu mesmo (Sempre adorei fazer isso e nessa época o pessoal já sabia a autoria pela característica da letra. Olhavam e diziam: “Essa pichação foi o Serginho que fez”). Perdi a conta de quantas vezes fui conduzido a uma delegacia por utilizar os muros da cidade para manifestar nossas lutas.
Está notícia me remete a década de 80 onde começamos as lutas por benefícios aos estudantes, após a ditadura militar. Foi nesta década que conquistamos a passagem escolar, utilizada até hoje pelos estudantes e professores. Nesta época também iniciamos uma caminhada para conseguir a meia-entrada no cinema, como forma de proporcionar acesso dos estudantes a cultura. Essa luta proporcionou a elaboração de diversas legislações estaduais que, mais de 20 anos depois, serão substituídas pelo Estatuto da Juventude.

Tenho orgulho de fazer parte da geração que participou ativamente destas conquistas atuando com dirigente da UMESPA e participando dos Congressos da UBES e UGES.

Esse era o meu muro preferido, do Pão dos Pobres, o problema é que era perto da delegacia e quando era pego, nem precisavam me conduzir de carro, ia caminhando mesmo. Teve uma época que o pessoal da delegacia já dizia: “Oi Serginho!”. Tenho tantas histórias de delegacia para contar por causa desta época.  
Inauguro com esta postagem o “Túnel do Tempo” onde colocarei fatos passados que foram marcantes em minha vida e da qual guardo boas recordações.