quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Cassação Deputado Natan Donadon: Quem é culpado?


Qualquer que seja a frase bonita que o ilusionista venha a falar, É uma rede na beira do abismo pra quem não tem onde se segurar.”

Aceitei a provocação de um amigo, que comentou uma postagem minha no Twitter, sobre o caso da não cassação do Deputado Natan Donadon, então achei que deveria fazer um post sobre minha opinião.

A frase acima é uma das minhas preferidas, e faz parte da letra da música MEDO, da Banda Mercado Público (Quem quiser curte a música aí, que vale muito a pena,  http://letras.mus.br/mercado-publico/1970935/ ) acredito que ela sirva para ilustrar minha opinião sobre esse assunto.

Na noite de ontem o Congresso Nacional cometeu mais um de seus “Crimes”: Não cassou o Deputado Donadon (O deputado está preso em Brasília desde 8 de junho, dia em que foi condenado em última instância pelo STF, a 13 anos de prisão, pelo desvio de R$ 8,4 milhões da Assembleia de Rondônia, quando era diretor financeiro da instituição).

O resultado da votação foi o seguinte: 233 votos a favor, 131 contra e 41 abstenções. Mesmo que a maioria tenha votado a favor, para a cassação do mandato eram necessários 257 votos. Portanto faltaram exatos 24 votos para cassar o mandato do Deputado Donadon (PMDB-RO).



Ontem mesmo, aqui no RS, alguns jornalistas, entre eles o Eduardo Matos da Rádio Gaúcha, começaram a criticar os 14 Deputados gaúchos que não estavam presentes na câmara no momento da votação, chegando a uma patética cena (Minha opinião) do início do Programa atualidade de hoje ser uma chamada onde iam sendo proferidos os nomes de cada edputado gaúcho, e a Rosane Oliveira respondia presente, em nome de quem estava lá, e a Carolina Bahia, ausente, para quem não estava. Em resumo, a imprensa, mais uma vez, tenta induzir a opinião pública a encontrar culpados para o que aconteceu ontem a noite na Câmara. Como o voto é secreto, e não se sabe quem votou em quem, a única forma de dar “nome aos bois” era de quem não compareceu, o que, em minha opinião, é Ridículo! Explico por que:

- 131 Deputados votaram contra a cassação, o que é um VERDADEIRO absurdo! Como alguém pode votar a favor de um Deputado condenado, em última instância, por desvio de dinheiro público?

- 41 Deputados votaram abstenção, que quer dizer: Fugiram da raia, estavam presentes, mas optaram por não votar nem a favor e nem contra.

- Portanto, são 172 deputados que estavam presentes e que não forneceram os 24 votos que faltaram. Isso sim é uma sacanagem! Porém, eles estão escondidos pelo voto secreto, portanto, podem ser qualquer um dos deputados presentes, mesmo aqueles que disseram que votaram contra. Não há como saber, sem quebrar o sigilo da votação, quem realmente votou a favor da cassação ou não! Esse é o verdadeiro problema, e não os ausentes, pois não temos como saber se quem não compareceu votaria a favor da cassação. Mesmo os que dizem, hoje, que votariam pela cassação, poderiam não votar e ninguém saberia. (Para esse problema ser resolvido, só o fim do voto secreto na Câmara dos Deputados, proposta defendida pelo PSB).

A imprensa adora criar factoides, e este é mais um. Como eles não podem colocar a lista dos que votaram contra a cassação e dos que se abstiveram, pois, não sabem quem é quem, e assim não teriam quem colocar no “paredão” para serem apedrejados pela população, resolveram o problema jogando os deputados ausentes “aos Leões” e assim alimentam suas polêmicas e ocupam suas páginas.

Como culpar quem não estava presente pelo crime cometido por aqueles que estavam presentes?

Vou trazer o exemplo para o futebol (isso acontece com muita frequência): O time joga, perde o jogo, e colocam a culpa na derrota em um jogador que não estava em campo, dizendo coisas do tipo: Se fulano estivesse jogando, o resultado seria outro! Costumam dizer “os entendidos” quando algum jogador importante não jogou, por lesão, por suspensão ou etc.. Agora eu pergunto: Quem disse que se fulano estivesse em campo, o resultado seria outro? Como podemos afirmar isso?

No caso do Deputado é a mesma coisa. NINGUÉM pode afirmar que a presença dos deputados ausentes mudaria o resultado. A MUDANÇA de postura dos PRESENTES sim!

Mais uma vez, o que não me admira, pois já vi isso acontecer muitas vezes, a imprensa induz a população, sedenta por “sangue” (com razão, na minha humilde opinião) a se voltar contra quem ELA QUER atingir e não a QUEM DEVE ser atingido. E por isso, “Qualquer que seja a frase bonita que o ilusionista venha a falar, É uma rede na beira do abismo pra quem não tem onde se segurar.”



PS: Por traz de tudo isso há uma manobra política entre os principais partidos (que não incluí o PSB) para evitar a cassação dos Deputados condenados no caso do Mensalão, mas isto é assunto para outro post.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Médicos Cubanos

"Nós somos médicos por vocação, não por dinheiro, não nos interessa o salário, fazemos o trabalho por amor."A afirmação é do médico cubano Nelson Rodriguez, 45 anos, que chegou neste sábado (24), ao Recife, e logo foi questionado sobre o salário que receberá pela atuação no Brasil através do programa Mais Médicos.

Será que foi por causa desta declaração que eles foram hostilizados desta maneira?


O Poder de uma foto! Esta imagem, muito bem captada pelo fotógrafo JARBAS OLIVEIRA que em um lance rápido, como podemos verificar no vídeo acima, gerou profunda indignação e comoção na sociedade, se transformou em um símbolo do conflito que vivemos em nosso país.
A imagem de duas Jovens proferindo xingamentos aos médicos Cubanos me causou revolta e muita indignação, me tirou da zona de conforto em que me encontrava, pois, simplesmente não queria entrar nesta polêmica para não me confrontar com amigos queridos e com um problema social que muito me incomoda. Literalmente fugi da raia, porém, assim como no caso dos peladões da câmara, essa imagem soltou a fera que reside dentro de mim. Chega de mentiras e manipulações! Chega de preconceito!

Primeiro agradeço e enalteço o trabalho do fotógrafo Jarbas Oliveira, que em um lance rápido (confira no vídeo), conseguiu captar, de forma única, essa imagem.

Esse acontecimento está trazendo a tona toda a sujeira de nossa sociedade. A luta de classes, o sofrimento dos mais pobres.

Minhas opiniões sobre o assunto dariam páginas e páginas, porém, com muito mais capacidade, e poder de síntese, algumas pessoas estão conseguindo produzir importantes colaborações para o debate, então resolvi reproduzi-las, organizando em um local só diversas informações para que possamos refletir sobre o assunto e formar nossa própria opinião, pois acredito que cada um deva se posicionar conforme seus valores.

Junto das reproduções tecerei meus comentários. Boa leitura!

O Jornalista Juremir Machado, em um artigo publicado ontém dá importante contribuição para o debate. Vale a pena ler!

Corporativismo e ideologia: os médicos comunistas

Postado por Juremir em 27 de agosto de 2013 - Uncategorized
A rejeição à vinda de médicos estrangeiros para o Brasil é, em boa parte, corporativa. A rejeição à vinda de médicos cubanos é ideológica. Será ideologia contra ideologia? Tem muita gente acusando o governo brasileiro de querer trazer médicos cubanos somente para ajudar o parceiro socialista que vive à beira da miséria. Pode ser. Como duvidar dessa simpatia histórica? Há até quem, num surto de teoria conspiratória, entenda que é uma forma de preparar a revolução comunista no Brasil.
As críticas aos médicos cubanos dizem respeito, sobretudo, à capacitação.
Um país pobre como Cuba só poderia formar médicos de qualidade duvidosa. Os hiper-ideológicos, adversários do “ideologismo” petista favorável à vinda dos cubanos, não acreditam em competência de médico comunista, ainda mais de comunista cucaracha e cubano.
Alguns indicadores complicam essa leitura ideológica. Cuba, no IDH saúde, aparece em segundo lugar (0,94), atrás somente do Canadá (0,96). A expectativa de vida em Cuba é 79,3 anos, contra 81,1 no Canadá, 78,7 nos Estados Unidos e 73,8 no Brasil. No item mortalidade infantil, Cuba ganha de todo mundo, inclusive dos Estados Unidos, com menos de seis mortes por mil habitantes/ano. Cuba não é o paraíso. Liberdade não é o forte da ilha dos irmãos Castro. Está longe de ser o lugar ideal para quem gosta de polêmica ou de divergir do governo. Também não é um bom lugar para “minorias” como homossexuais. Há prisioneiros políticos e controle social. Cuba é uma ditadura.
Mas isso não torna seus médicos incompetentes.
Uma matéria da BBC Brasil, publicada no conservador “estadão.com.br”, dizia: “Os principais êxitos do regime implantado pela Revolução Cubana de 1959 estão na área social, onde a ilha apresenta indicadores superiores à maioria dos países do continente, incluindo aí os mais ricos”. A reportagem elogiava as escolas cubanas: “É nestas escolas que se reúnem dois dos maiores sucessos da revolução cubana: a educação e a saúde pública”. O “coronel” Ronaldo Caiado, deputado do DEM, que ficou famoso como patrão de uma associação de extrema-direita, afirma que “esses quatro mil cubanos que estão sendo contrabandeados serão cabos eleitorais do PT no interior”. Fala-se em trabalho escravo. Nos confins do Brasil, no mundo de certos coronéis políticos, trabalho escravo não falta.
Sem necessidade de médicos e cuidados.
Cuba investe 10% do PIB em saúde. Dá para entender que médicos brasileiros não queiram ir para alguns lugares para falta de infraestrutura, de bons salários e de condições adequadas de trabalho. Mas não dá para entender que se ideologize a questão da entrada de médicos cubanos no país. Tem gente que continua na Guerra Fria com discurso macartista e gosto pela caça às bruxas. Articulistas lacerdinhas recorrem a um argumento escatológico: falta até papel higiênico em Cuba. No interior do Brasil tem gente que ainda usa jornal, folhas de árvores e até sabugo de milho para se limpar. Tem quem não queira pediatra cubano com medo de que comunista coma criancinha.
Nossos médicos brilhantes, que são muitos, riem disso tudo.
Num ponto os médicos brasileiros têm razão: todos os formados no exterior, brasileiros ou não, deveriam ser submetidos ao Revalida. Mas já no governo FHC houve um convênio com Cuba que dispensava a revalidação pelos critérios e métodos da época. Países europeus contratam médicos estrangeiros por tempo determinado sem a exigência de exame de revalidação.
Há para todos os gostos.
O governo cubano ficará com grande parte do salário dos médicos que virão ao Brasil?
Isso pode ser entendido como uma apropriação indébita ou como um imposto pesado.
Essa preocupação tão intensa é só uma maneira de tentar desqualificar ainda mais o acordo.
Nessa guerra, todos os golpes são permitidos.


Entrevista concedida por médicos Cubanos em sua chegada ao Brasil, reproduzida abaixo, delimitaram, ainda mais, o abismo que existe em sua forma de pensar e a da maioria dos médicos brasileiros. Talvez esse pensamento, que confronta diretamente com o nosso modo capitalista de pensar seja o motivo que mais revolte àqueles que justificam o "ganhar dinheiro" como o "início, o fim e o meio" de suas existências pessoais e profissionais.

24/08/2013 17h40 - Atualizado em 24/08/2013 19h59

'Não interessa o salário, trabalhamos por amor', diz médico cubano em PE

Repasse da remuneração para governo caribenho é ponto polêmico.
Dos 206 profissionais que chegaram ao Brasil, 30 ficaram no Recife.

Luna MarkmanDo G1 PE

Chegada de médicos cubanos no Recife (Foto: Luna Markman / G1)Recepção a médicos cubanos no Recife foi calorosa (Foto: Luna Markman / G1)
"Nós somos médicos por vocação, não por dinheiro, não nos interessa o salário, fazemos o trabalho por amor." A afirmação é do médico cubano Nelson Rodriguez, 45 anos, que chegou neste sábado (24), ao Recife, e logo foi questionado sobre o salário que receberá pela atuação no Brasil através do programa Mais Médicos. A polêmica é que os profissionais cubanos foram contratados coletivamente por meio de um acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), a quem o Brasil vai repassar a remuneração individual mensal de R$ 10 mil. O dinheiro será encaminhado para o governo caribenho, que será responsável por pagá-los, retendo uma parte não informada.
Rodriguez faz parte do primeiro grupo de médicos cubanos que vai trabalhar no Brasil. Eles chegaram no começo da tarde deste sábado (24) e, do total de 206 profissionais que estavam no voo fretado vindo de Havana, 30 ficaram no Recife. Os demais seguiram para Brasília, onde devem aterrissar no começo da noite. A aeronave pousou na capital pernambucana por volta das 14h30 - no vídeo abaixo, imagens mostram os profissionais de saúde na pista do Aeroporto dos Guararapes.
O secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mozart Sales, que recebeu o grupo que desembarcou no Recife, afirmou não saber quanto dos R$ 10 mil ficará com os médicos e quanto irá para o governo cubano. "Há uma perspectiva de outros convênios [de Cuba com outros países], onde médicos cubanos ficam com 25% a 40% do salário e cada profissional pode receber uma quantia diferente, dependendo do custo de vida do local. Essa relação trabalhista é [responsabilidade] da Opas e do gorverno cubano", disse. O valor total do acordo com a Opas é de R$ 511 milhões até fevereiro de 2014.
Perguntado sobre quanto ganha em Cuba, Rodriguez não informou valor, apenas afirmou que era "suficiente". O sistema de pagamento dos médicos cubanos é diferente dos profissionais brasileiros e estrangeiros que se inscreveram de forma avulsa no programa, que receberão o salário diretamente do governo brasileiro. Além do salário, também serão fornecidos aos cubanos os demais benefícios oferecidos a aprovados no Mais Médicos (auxílio-moradia e alimentação), pagos pelas prefeituras que os receberão.
Solidariedade
Trinta médicos cubanos desembacaram no Recife, neste sábado (24), para atuar na primeira etapa do programa Mais Médicos. Eles vieram direto de Havana, pela companhia aérea Cubana, num voo fretado pelo governo caribenho, que ainda tinha outros 176 profissionais que seguiram para Brasília. Vestidos com jalecos brancos, balançaram bandeirinhas brasileiras e de Cuba no saguão do desembarque, e ainda agradeceram as boas vindas de integrantes de diversos movimentos sociais que os aguardavam.
Milagros Cardenas Lopez, médica cubana (Foto: Luna Markman / G1)Médica Milagros Lopez destacou experiência dos colegas
em missões internacionais (Foto: Luna Markman / G1)
Todos são especialistas em medicina da família e já participaram de outras missões internacionais, inclusive em países de língua portuguesa. "Nós chegamos hoje para trabalhar no Brasil por pedido da Opas, e espero ajudar junto com médicos brasileiros. Queremos garantir à população carente nossa trabalho em atenção básica, como temos feitos em outros países em outros momentos, como Haiti, Venezuela, Paquistão, Guatemala, Honduras. Nossa motivação é a solidariedade", disse a médica Milagros Cardenas Lopez, 61.
Ao longo de três semanas, os cubanos ficarão em um alojamento do Exército no Recifex e serão diariamente levados para o campus da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Vitória de Santo Antão, na Mata Norte do estado. Lá, farão o módulo de avaliação do programa sobre saúde pública brasileira e língua portuguesa, junto com os demais estrangeiros e brasileiros formados no exterior que se inscreveram no programa.
Rejeição
Após a aprovação nesta etapa, a partir de 16 de setembro eles serão encaminhados para atender a população em unidades básicas de saúde de diversos municípios carentes selecionados pelo governo brasileiro. A distribuição ainda está sendo estudada, mas sabe-se que são lugares com baixos Índices de Desenvolvimento Humano, cidades que não foram escolhidas por nenhum médico brasileiro e estrangeiro na etapa de chamamento individual do programa.
A médica cubana Natacha Romero Sanchez, 44 anos, destacou o viés humanitário do acordo. "Esse programa é muito humano, solidário e importante, foi isso que nos motivou a vir. Os médicos cubanos são formados com humanismo e solidariedade. Estamos muito contentes e felizes, queremos colaborar com o SUS [Sistema Único de Saúde] brasileiro. Nos falaram que é um país grande, com boas condições humanas e econômicas, e queremos trabalhar para melhorar os indicadores [de saúde]", disse.
Os cubanos também comentaram sobre a rejeição por parte dos médicos brasileiros à contratação dos médicos estrangeiros, alegando que eles não precisarão fazer a revalidação do diploma para trabalhar no País. "Nós não vamos mudar nenhum sistema social, mas contribuir, assim como temos feitos com países pobres na África, Ásia e América. Acho que é um benefício para todos que precisam de atenção médica primária adequada", afirmou Milagros Lopez. "Queremos trabalhar junto com os médicos brasileiros, aprender com eles", complementou Nelson.
Natacha Romero Sanchez, médica cubana (Foto: Luna Markman / G1)"Queremos trabalhar para melhorar os indicadores de
saúde", disse a médica cubana Natacha Sanchez
(Foto: Luna Markman / G1)
A concessão de registro profissional desses profissionais de Cuba segue a regra fixada para os demais estrangeiros que trabalharão no Mais Médicos: eles terão autorização especial para trabalhar por três anos, exclusivamente nos serviços de atenção básica em que forem lotados no âmbito do programa. Em Pernambuco, o Conselho de Medicina afirmou que, sem a revalidação do diploma, não emitirá registro profissional nem para médicos estrangeirou ou para brasileiros formados no exterior.
O acordo prevê, até o final do ano, a chegada de 4 mil médicos cubanos. Segundo Mozart Sales, o programa recebeu 400 pedidos por médicos em Pernambuco e, até o momento, só 74 vagas foram preenchidas.
No domingo (25), outro grupo de 194 médicos cubanos chega em voo que fará escalas emFortaleza e Recife antes de chegar a Salvador. Em Fortaleza, os profissionais desembarcam no Aeroporto Internacional Pinto Martins às 13h20. No Recife, eles chegam às 16h05 no Aeroporto Internacional Gilberto Freyre. E em Salvador, os médicos desembarcam às 18h50, no Aeroporto Internacional Deputado Luís Eduardo Magalhães


A notícia abaixo é uma das mais duras e revoltantes, porém traz muita verdade na forma de pensar. A Jornalista está sofrendo por ter coragem de dizer aquilo que muitos pensam, mas não dizem. Então vejamos:
Os estudantes de Medicina são considerados uma casta, e depois formados ainda mais. É muito comum demonstrarmos certa admiração, um ar solene, quando dizemos: “Meu filho vai fazer vestibular para medicina!” Quando o filho passa no vestibular isso então se transforma em um acontecimento, é como se todos os “sonhos” tenham se realizado. Estudantes são presenteados com carros zero Km, festas imensas são realizadas e todos olham para ele com “admiração”. Basta Frequentar um Campus e ver como se comportam os estudantes de Medicina, o seu perfil, suas opiniões, sua postura. Pois é, é bem assim como diz a Jornalista: “Médico, geralmente, tem postura, tem cara de médico, se impõe a partir da aparência”. E é isso realmente, e aparece assim que decidem por essa profissão. Isso não faz dos médicos os vilãos, mas, de certa forma demonstra um “modus operandi” que os distância da maioria da população, e é natural que eles queiram estar mais próximos dos seus “iguais”, por isso optam, estudam, se esforçam para estar nos “melhores” postos de trabalho, que geralmente são nos “grandes hospitais” de referência, ou nos “centro de pesquisas” das universidades, pois é natural que quem sempre foi considerado o “melhor” queira ocupar os “melhores” lugares. 
Posto de Saúde de vila é lugar para “idealista”! 
Não estou fazendo juízo de valor, apenas relatando uma constatação do pensamento dominante em nossa sociedade, não só dos médicos, mas de toda a nossa sociedade. Por isso, médicas Cubanas com “cara de empregada doméstica” agridem tanto. Elas destroem o “glamour” da profissão, elas transformam os médicos em “pessoas comuns”, desmistificam os “semideuses”. 
Como pode um “médico com cara de empregada doméstica” saber algo? Deve ser um ignorante, um incapaz! Ele é menos qualificado do que nossos médicos! Bradam aos quatro cantos. Pois eu deixo aqui uma pergunta: Está mais capacitado para atender no sertão nordestino, e nos bolsões de miséria do país, um médico que já praticou medicina no Haiti, na África, na Guatemala e em outros países pobres, ou um jovem brasileiro da classe média, formado em uma universidade de uma grande cidade brasileira, que passou os últimos 20 anos de sua vida estudando, nunca teve um emprego formal, e que só viu miséria pela televisão? 

27/08/2013 1:22 pm
Jornalista causa revolta ao afirmar que médicas de Cuba “têm cara de empregada doméstica”
Micheline Borges lamentou a chegada dos profissionais ao Brasil e disse: “Coitada da nossa população”
Por Igor Carvalho

Micheline Borges se manifestou pelo Facebook (Imagem: Reprodução Facebook)
Micheline Borges, uma jornalista potiguar, causou revolta nas redes sociais ao expressar sua opinião sobre os médicos cubanos que estão chegando ao Brasil para trabalhar no programa “Mais Médicos”. “Me perdoem se for preconceito, mas essas médicas cubanas tem uma cara de empregada doméstica”, afirmou a repórter.
Em outro trecho, ela reclama da imagem dos profissionais cubanos. “Médico, geralmente, tem postura, tem cara de médico, se impõe a partir da aparência”.
A jornalista chega a questionar se os médicos de fato são profissionalizados, por conta da aparência deles, e questionou se eles serão capazes de tratar dengue ou febre amarela. Micheline Borges termina desejando que “Deus proteja o nosso povo.”
A jornalista deletou sua conta no Facebook após a repercussão negativa de suas declarações. O tom preconceituoso do texto fez com que quase mil pessoas compartilhassem a imagem na rede social, com tons ofensivos, acusando Micheline de racismo.


A Face de um Fascista! A declaração deste indivíduo me causou repulsa.
A matéria fala por si só.




Postado em: 27 ago 2013 às 10:54

“Vou orientar meus médicos a não socorrerem erros dos colegas cubanos”, diz presidente do CRM/MG

médicos cubanos brasil minas gerais
João Batista Gomes Soares, presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (Foto: Divulgação)
A contratação de médicos estrangeiros pelo programa Mais Médicos, do Governo Federal, está longe de ter um final em que as duas partes – profissionais e União – cheguem a um acordo. A última grande polêmica gira em torno do anúncio da convocação de cubanos para atender no Brasil.
O Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG) já entrou oficialmente na briga contra a medida. Na última semana, o presidente da entidade, João Batista Gomes Soares, anunciou que pretende denunciar os cubanos por exercício ilegal da profissão, alegando que o governo autorizou a atividade dos médicos sem que eles passem pelo processo de revalidação do diploma estrangeiro e pelo exame de proficiência em língua portuguesa.
Em entrevista ao jornal Estado de Minas, publicada nesta sexta-feira, João Batista garantiu que, se o governo seguir em frente com as contratações, o impasse vai virar caso de polícia. “Se ouvir dizer que existe um médico cubano atuando em Nova Lima, por exemplo, mando uma equipe do CRM-MG fiscalizar. Chegando lá, será verificado se ele tem o diploma revalidado no Brasil e a carteirinha do CRM-MG. Se não tiver, vamos à delegacia de polícia e o denunciamos por exercício ilegal da profissão, da mesma forma que fazemos com um charlatão ou com curandeiro”, afirmou Batista.

Um Comentário de Gilberto Dimenstein

27/08/2013 - 09h01

Debate sobre os médicos me dá vergonha

gilbertodimenstein vitrine
O perfil dos médicos cubanos é o seguinte: em geral, eles têm mais de uma década de formados, passaram por missões em outros países, fizeram residência, parte deles ( 20%) cursaram mestrado e 40% obtiveram mais que uma especialização.

Para quem está preocupado com o cidadão e não apenas com a corporação, a pergunta essencial é: essa formação é suficiente?

Aproveito essa pergunta para apontar o que vejo como uma absurda incoerência - uma incoerência pouca conhecida da população - de dirigentes de associações médicas. Um dos dirigentes, aliás, disse publicamente que um médico brasileiro não deveria prestar socorro (veja só) se um paciente for vítima de um médico estrangeiro. Deixa morrer. Bela ética.

Provas têm demonstrado que uma boa parte dos alunos formados nos cursos de medicina no Brasil não está apta a exercer a profissão. Não vou aqui discutir de quem é a culpa, se da escola ou do aluno. Até porque para a eventual vítima tanto faz.

Mesmo sendo reprovados nos testes, os estudantes ganham autorização para trabalhar.

Por que essas mesmas associações, tão furiosas em atacar médicos estrangeiros, não fazem barulho para denunciar alunos comprovadamente despreparados?
A resposta encontra-se na moléstia do corporativismo.

Se os brasileiros querem tanto essas vagas por que não se candidataram?

Será que preferem que o pobre se dane apenas para que um outro médico não possa trabalhar?

Sinceramente, sinto vergonha por médicos que agem colocando a vida de um paciente abaixo de seus interesses.

Gilberto Dimenstein
Gilberto Dimenstein ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.



Se você é um corajoso, e chegou até aqui é porque realmente se interessa sobre o assunto e para finalizar então, eu reproduzo uma matéria do Brasil 247 (O Brasil 247 foi o primeiro jornal brasileiro desenvolvido para o iPad, outros tablets e smartphones . No mundo, foi o segundo, atrás apenas do The Daily, mas foi o primeiro com uma experiência aberta e gratuita) publicada dia 24 de Agosto.


quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Partidos políticos ou sabonetes?


Quero estrear o espaço CURTI inaugurando também uma nova forma de encarar o blog. Até aqui ele serviu para que eu publicasse aquilo que quero dizer, minhas experiências, minhas opiniões, porém, agora, também publicarei aquilo que não fui eu que escrevi, mas que considero importante que aqueles que me acompanham leiam, algo que gostaria de ter escrito, artigos interessantes, notícias e etc.
O Artigo reproduzido abaixo foi publicado na Zero Hora de hoje, 21/08/2013 e propõem uma importante reflexão. 
Boa Leitura! 

Partidos políticos ou sabonetes?


por Cleber Benvegnú (JORNALISTA E CONSULTOR POLÍTICO)


O marketing emprestou inestimáveis contribuições para a política. Migramos de uma linguagem rebuscada e burocrática para uma comunicação moderna, simbólica e emotiva assim como é a própria vida. Porém, essa evolução trouxe consigo diversas contradições, especialmente quando a política subjugou-se à lógica da propaganda como se fosse reles objeto à venda na prateleira do supermercado.

Os partidos brasileiros, adotando um viés consumista por cargos, dinheiro e espaços de poder, assumiram a estratégia do sabonete – inclusive no sentido de que deslizam com facilidade. Isto é: viraram mero subproduto do marketing, marionetes adaptáveis a qualquer situação. Confundiram-se. Igualaram-se. Coisificaram-se. E, faz muito tempo, deixaram de inspirar e de liderar. Formaram uma grande geleia geral.

Isso não quer dizer que as ideologias acabaram. Ainda é possível identificar raciocínios com matriz ideológica. Porém, na medida em que trocam as ideias por mero jogo de curto prazo, os partidos caminham para um gradual esgotamento – se não como instituição, certamente como significação. E eis que, na perspectiva da coerência, só sobram os extremistas – coerentes com suas próprias maluquices e, benza Deus, aceitos por ínfima parcela da população.

"As legendas, salvo raras iniciativas, abdicaram de pensar. Abriram mão de suas ideias. Desistiram de formar opinião. Pesquisas quantitativas e qualitativas, para medir o que o povo quer, tomaram lugar dos cursos de preparação de líderes."

As legendas, salvo raras iniciativas, abdicaram de pensar. Abriram mão de suas ideias. Desistiram de formar opinião. Pesquisas quantitativas e qualitativas, para medir o que o povo quer, tomaram lugar dos cursos de preparação de líderes. Em vez de convencer, navegam no que convencido está. Não importa tanto o que dizer, mas dizer o que a média quer ouvir. A biruta tomou lugar da bússola: o vento dita o rumo. A moda é ser querido, leve, palatável, simpático e não comprar qualquer briga com corporações, grupos de interesse ou famosos do politicamente correto.

Nessa expectativa de agradar a todos, muitas siglas acabam descuidando de seus potenciais públicos cativos. Basta ver que, enquanto grande parte dos brasileiros se identifica com ideias conservadoras (de base judaico-cristã), as agremiações com essa origem fogem desse viés direitista. Covardemente, aceitam a própria pejoração.

Mudar esse cenário passa por assumir identidades. Ter lado, ter cara, ter posição, ter bandeira – por mais que desagrade a parte do eleitorado. A descrença do ambiente partidário, portanto, não é apenas de representação. É também, e acima de tudo, uma crise de inspiração e de liderança. O povo cansou de sabonetes na política. Está na hora de políticos e partidos de verdade.