quinta-feira, 21 de agosto de 2014

A política é dinâmica? Vocês nem imaginam quanto!

Beto Albuquerque em um almoço com Brizola em 1998
Conheço o Comandante Beto Albuquerque desde quando ele foi para a Assembleia, era algo de vista, de quem acompanha política, estivemos próximos nas eleições de 1998 quando o Brizola foi vice de Lula e participamos do governo Olívio Dutra, ele pelo PSB como Secretário dos Transportes, eu como assessor de Pedro Ruas, Secretário de Obras, mas foi em 2004 em uma visita dele, como candidato a Prefeito de Porto Alegre, a Fundação Thiago Gonzaga que nos aproximamos de verdade. Juntamente com a Diza o recebi, e apresentamos a Fundação como fazíamos a todos os visitantes, e na época, ao sair ele disse: “Diza, ganhando ou perdendo a eleição eu voltarei aqui e você poderá contar comigo para esta causa, vou te ajudar!” Passadas as eleições, mesmo não obtendo êxito, ele se colocou a disposição do Vida Urgente e sempre que precisamos pudemos contar com ele, e a causa do trânsito seguro passou a estar presente nas suas bandeiras.

Essa experiência fez crescer em mim a admiração pelo Beto, por ser um homem de palavra, de visão, e dali em diante passou a ter meu voto e meu respeito. Em 2009 acompanhei de perto todo o drama da perda do Pietro para leucemia o que nos deixou ainda mais próximos. 

Quando visitou a Fundação Thiago de Moraes Gonzaga em 2004 - Foto Paulino Menezes

Em 2011 quando decidi voltar a me filiar a um partido político, listei três possibilidades, tendo o PSB no topo da lista, pela afinidade ideológica com o partido e a admiração pelo Beto. Quando o procurei e expus minhas ideias, ele prontamente me disse: “Não procura mais ninguém, é aqui no PSB que você deve ficar, somos um partido pequeno, uma família, aqui você vai encontrar o que procura”!

Beto, mais uma vez, cumpriu sua palavra, acolheu-me no PSB, me apoiou, me proporcionou oportunidades de estar ao seu lado, tanto na Seinfra, como em sua equipe quando retomou o mandato de Deputado Federal. Após a eleição de 2012 quando fui candidato, não tendo alcançado êxito eleitoral, recebi dele o apoio, o incentivo, e no Sábado seguinte as eleições, me convidou para ir a Pelotas, que estava participando do segundo turno, e tivemos a oportunidade de passar o dia juntos onde me senti abraçado e apoiado. Beto sempre se colocou a disposição, disse que não deveria desistir, pois ele também perdeu a primeira eleição que concorreu e foi aquela derrota que o fez crescer e vencer as eleições que se seguiram.

Na Convenção do PSB em 2012 - Só Alegria

Me recolhi por um tempo, refleti muito, não aceitei convites de trabalho, embora precisasse, pois pessoas pobres como eu, precisam trabalhar para prover o seu sustento e de sua família. O tempo passou e Beto retomou seu mandato no final de 2012 e em seu primeiro dia na Câmara, recebi um telefonema seu com a seguinte pergunta: Serginho, quer vir para o mandato? Sim! Respondi sem titubear, pois era como se tivesse sido convocado para a seleção, uma honra para qualquer militante como eu. Compor a equipe de seu mandato era, para mim, alcançar um alto posto político.

De 2012 para cá, acompanhei várias mudanças, acompanhei  todo o processo da construção da candidatura de Eduardo Campos a Presidência da República, onde Beto se empenhou de corpo e alma se revezando entre seus compromissos como Deputado e as viagens pelo Brasil. Vê-lo em Porto Alegre se tornou algo raro. O acompanhei em todas as recepções que fez ao Eduardo aqui no sul, ele era motivadíssimo com a candidatura, utilizou de toda a sua habilidade política para construir um palanque para Eduardo aqui no Rio Grande do Sul. A vinda da Marina para o PSB teve sua colaboração, em tudo se dedicava com entusiasmo.


No Aniversário de comemoração dos seus 50 anos. 
Eu e minha família e abaixo com Eduardo campos

2014 têm sido um ano atípico para nós que compomos a equipe do Deputado Beto Albuquerque, pois desde o início sabíamos que eles estava disposto a qualquer sacrifício pessoal para viabilizar a candidatura de Eduardo e Marina, até não concorrer para poder se dedicar a campanha se fosse necessário. Candidato ele se dispunha a ser onde o partido precisasse, a Governador, Deputado, Senador, mas que Eduardo e a Marina teriam um palanque aqui no Rio Grande do Sul ele garantia. Imaginem como foi nosso ano até agora, nos organizamos para a candidatura a Deputado Federal, mapeamos todos municípios, organizamos as parcerias, depois nos organizamos e começamos a trabalhar para a campanha a Senador. Há exatamente uma semana atrás, uma terrível tragédia se abateu sobre nossas cabeças, algo completamente inesperado, e aqui estamos nós, confirmando a indicação do Comandante Beto Albuquerque para compor a chapa a Presidência da República como vice de Marina Silva. Nossa!

Me confesso assustado e motivado. Assustado, pois não esperávamos tudo que aconteceu, isso mexeu com o emocional de todos nós, dilacerou nossos corações. Também me preocupo com o que está por vir, pois por melhor que sejamos, nunca ficamos imunes a ataques covardes, a baixarias, e mesmo que saibamos que isso faz parte do submundo do jogo político, não gostamos de ver aqueles que gostamos sendo vítimas dessa parte suja da política. Me sentia incomodado com as agressões a Eduardo e Marina e não gostaria de ver o Beto ser alvo delas. Porém, entretanto, não sou de me acovardar, e como diria o saudoso Leonel Brizola: “Se um companheiro está precisando, não exito em por o peito n’água para ajudá-lo”.

Com Beto e Eduardo em 2013 - Essa foto tem valor inestimável para mim

Ao contrário do que muitos imaginam, fazer política requer sacrifício, requer doação, desprendimento, as pessoas que se favorecem com a política, que exploram a inocência do povo, que enganam, roubam, não fazem a boa política, eles contaminam a política! A lição de dedicação e desprendimento Beto sempre fez muito bem. O Papa Francisco disse aos jovens em 2013: “Envolver-se na política é uma obrigação para um cristão!" Os cristãos não podem «fazer de Pilatos, lavar as mãos»: «Devemos implicar-nos na política, porque a política é uma das formas mais elevadas da caridade, visto que procura o bem comum.»

Tenho muitos motivos para sentir honra e orgulho desta trajetória que percorri com o Comandante Beto Albuquerque! (Desde que vim para o PSB sempre o chamei assim, comandante, e também observei o estranhamento dos que escutavam esse tratamento, mas vir para o PSB foi um recomeço, um renascimento, e lembrava o início de minha militância na esquerda e a admiração pelo Comandante “Che”, pelo comandante “Brizola”, minhas referências, e demonstrava, através deste gesto que me colocava a serviço, a disposição, ao lado, de forma humilde, em prol de uma causa comum, e ao mesmo tempo que via nele a referência, o norte, o exemplo. O "Comandante Beto" é o nosso timoneiro!). Sei de seus ideais, objetivos, de como o mecânico se tornou em um dos políticos mais respeitados do Brasil, de como enfrentou a perda do filho Pietro com apenas 19 anos; Presenciei inúmeras demonstrações de solidariedade, afeto, generosidade e companheirismo comigo e com diversas pessoas. Beto Albuquerque será um excelente governante para o nosso país, ele saberá honrar o legado deixado por Eduardo Campos, e será um grande companheiro para Marina Silva. Beto fará a diferença, e isso me motiva de forma única!

Avante Comandante! Estou contigo nesta caminhada!

O Beto sempre esteve ali, junto de todos nós!