sábado, 28 de janeiro de 2012

Viver! E não ter a vergonha de ser FELIZ


Hoje fui levar minha sogra, minha filha e dois sobrinhos para passar uns dias na casa da minha cunhada na praia. No caminho ela começou a me falar sobre sua vida, sua infância e a medida que ela falava, lembrava de minha mãe que igualmente, teve uma vida parecida.

Minha mãe é do Alegrete, e minha sogra de São Borja, ambas da fronteira oeste do Rio Grande do Sul, terra de campo, de produção, ambas as cidades importantes para nosso estado.

Em um passado não muito distante as crianças trabalhavam desde muito cedo, as meninas eram colocadas em casas de “família” onde cuidavam de crianças e dos afazeres domésticos, muitas vezes não tinham nem 10 anos de idade. Assim aconteceu com minha sogra e minha mãe, ambas trabalham desde que se conhecem por gente.

Minha sogra casou cedo, queria sair de casa, tinha apenas 15 anos, foi o passaporte para a capital, onde criou seus cinco filhos, entre ele minha esposa. O seu sonho na capital não foi tão colorido assim, foi de muito trabalho e dor também, pois, dos cinco filhos, um partiu com apenas 14 anos, vitima de afogamento. Dor insuportável para uma mãe.

Minha mãe casou mais tarde, com 22 anos, involuntariamente, movida pela minha chegada, e criou seus quatro filhos trabalhando duro como minha sogra, ela já morava aqui em Porto Alegre, para onde veio com a sua “família adotiva”, onde conheceu meu pai.

Minha sogra "Gi" e parte de seus netos
Minha mãe e minha sogra viveram em uma época em que o trabalho doméstico era praticamente braçal. Criaram filhos com fraldas de pano, que precisavam ser lavadas após a criança batizá-las. Naquela época toda a roupa era lavada a mão, no inverno e no verão. Quando foram criadas as máquinas de lavar, só as famílias mais abastadas possuíam uma. Podem imaginar quanta roupa suja era produzida por famílias com esse número de membros? Pois é, além disso, elas cozinhavam, passavam, costuravam e ainda trabalhavam fora.

Quando era pequeno achava que minha mãe não dormia, ela estava sempre acordada, pois acordava antes de todo mundo, e dormia após todos estarem na cama, nunca via ela dormindo. Eu dei muito trabalho, pois se não bastasse as muitas responsabilidades de minha mãe, eu sou asmático, e naquela época não tinha “bombinha”, e quando entrava em crise, precisava correr para o hospital. Eu não conseguia caminhar, não tínhamos carro, nem telefone em casa, e tantas outras coisas que facilitam a vida da gente, muito dinheiro por exemplo. Assim, minha mãe tinha que correr comigo no colo, lomba acima, pegar um ônibus e ir ao hospital. Dura a vida de minha mãe! Dura a vida de minha sogra!

Uma história como a de minha mãe e minha sogra, é rica em todos os sentidos, rica em trabalho, rica em dores, rica em histórias, mas principalmente rica em AMOR. Por mais que a jornada fosse exaustiva, não faltou, e não falta AMOR para com seus filhos. Fui criado com muito Amor, assim como sei que minha esposa também foi.

Minha Mãe Flávia e a família que ela construiu com muito Amor
A caminhada para chegar até aqui foi dura, suportar as dores, os sofrimentos, as dificuldades, calejaram muito a vida de nossas mães, as marcas do trabalho são visíveis em seus corpos, mas nada que as impeça de zelarem por seus filhos e cumprirem os seus compromissos de mães e agora, seus compromissos de avós, algumas vezes avós-mães.

Durante a viagem, e nas horas que sucederam meu retorno, até poder escrever esse, passou um filme na minha mente, o filme da minha vida, de minha mãe, de minha sogra e das milhares de mães que criaram seus filhos com Amor, mas com muito sacrifício. Pensei nelas, mas também pensei que ainda hoje, por todo o Brasil, apesar do desenvolvimento e do crescimento econômico, existem muitas Flávias e Gizeldas criando seus filhos com muito Amor, mas com precárias condições, sem acesso as tecnologias e sofrendo inúmeras privações. A ironia de tudo isso, é que, destas famílias, saem homens e mulheres íntegros, trabalhadores, enquanto, muitas vezes, o mesmo não acontece nas famílias mais abastadas, onde o ter é mais importante do que o ser.

Queria agradecer a minha mãe e a minha sogra pelo exemplo que me deram, pelas avós dedicadas e amorosas que são, pelas mulheres trabalhadoras que ofereceram cidadãos de bem para nossa sociedade. Embora, muitas vezes, só lembrada em ocasiões festivas, como o natal, a FAMÍLIA ainda é o pilar mais importante de nossa sociedade. Veja um homem de bem e enxergará uma família por trás dele! Veja uma família de bem e enxergará um cidadão digno!

Obrigado Mãe e Gi, que Deus abençoe vocês!  



segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Mais uma experiência no Sistema Público de Saúde

Era 1h da manhã de Sábado, dia 21.01.2012, quando minha filha me acordou para atender minha cunhada, que estava ao telefone, pois uma amiga da família, vizinha há muitos anos, estava passando mal e precisava de socorro. Começava aí, mais uma de minhas experiências com o sistema de saúde.

Parece impressionante, mas toda vez que tenho contato com hospitais, emergências, ambulatórios ou etc., acabo tendo motivos para escrever algo sobre o assunto. Foi assim com minha mãe, com meu sogro. Por que será?

A amiga, com mais de 70 anos, já estava doente, passou um longo período de internação, mas desta vez caminhava para sua última, pois, veio a falecer naquele mesmo dia.

Ela foi conduzida ao Hospital Conceição pela SAMU e segui em meu carro com a filha, que há 9 anos se dedicava com extremo afinco aos cuidados com a mãe, um exemplo que me comoveu muito. Teria que escrever uma postagem especial para relatar as atividades e a dedicação com que ela cuidava da mãe, principalmente nos últimos meses, que ela necessitava de uma atendimento especial, a impressão era de que ela não dormia nunca, tamanha era a atenção dada, tanto é verdade que, com extrema agilidade, ela detectou que algo não estava bem e imediatamente providenciou socorro.

Alguns minutos após a chegada ao hospital, fomos chamados a ingressar na “área vermelha” da emergência do Hospital Conceição, onde se passou a cena que me marcou muito: Era um corredor, com uma porta vermelha ao fundo, uma médica veio nos atender, estávamos eu, minha cunhada e a filha da paciente, amiga da família, a médica passou então a nos relatar que o caso era gravíssimo e que provavelmente ela não passaria daquela noite, tentou consolar a filha e falou sobre o caso. Diante daquilo comecei a olhar em minha volta e percebi que ao meu lado no chão havia pessoas deitadas. Sim, eram pacientes, deitadas no chão, e cobertas com um cobertor marrom. Só dava para ver um pedacinho do cabelo, pois eles cobriam a cabeça, provavelmente para se protegerem da luz e tentarem dormir, apesar do entra e sai de pessoas, típico de um corredor de hospital. Fiquei pensando:

Será que eles ouviam o que falávamos?

Como se sentiam, ali deitados, em condições muito precárias, no chão, com quatro pessoas estranhas em pé, ao seu lado, falando de morte?

Mil perguntas povoavam minha mente.

Olhei para dentro da sala a minha esquerda e reparei que havia dezenas de pessoas na mesma situação, deitadas no chão, em camas hospitalares, sentadas em bancos e cadeiras de rodas, eram muitas pessoas, muitas mesmos, não dava para circular no local sem correr o risco de pisar em alguém.

Fiz uma foto, com meu aparelho celular, para mostrar o corredor do Hospital. Não registrei nenhuma pessoa por uma questão de privacidade e respeito, apenas pode-se notar no lado direito, ao fundo, as pessoas deitadas no chão.

Comecei a ficar atordoado com aquilo, e meu espírito jornalístico dizia que deveria sacar minha câmera fotográfica e sair fotografando aquilo tudo, mas a necessidade de consolar e apoiar a nossa amiga, me fez tomar a decisão de sentar um pouco e olhar em minha volta, quando vi pessoas sendo atendidas, outras aguardando, olhei mães, sentadas com os filhos no colo, uma outra, em pé, apoiava a cabeça do filho jovem, em seu peito, gesto típico das mães, e que traz muito conforto.

Tudo isso que vi, me remeteu ao sentimento de paz, que nascia do caos, os funcionários ali presentes se esmeravam em atender os pacientes, e a grande maioria deles estava acompanhada de um parente ou amigo que procurava lhes dar conforto.

Essa postagem poderia ser um protesto as precárias condições de nosso sistema de saúde, porém preferi olhar pelo lado do amor, amor que consola, que cuida, o amor daqueles que trabalham por vocação e que atendem com dedicação e carinho àqueles que precisam, o amor que chora a perda e a saudade.

"Senhor, dai-me força para mudar o que pode ser mudado...
Resignação para aceitar o que não pode ser mudado...
E sabedoria para distinguir uma coisa da outra."

São Francisco de Assis

Mais do que reclamar eu fiquei pensando no que eu poderia fazer para mudar esta situação, como eu poderia agir, como cidadão, como indivíduo, para a melhoria destas condições? Não paro de pensar nisso, ao mesmo tempo que fico imaginado que, apesar de 42 anos de idade, nunca havia entrado na emergência do Hospital Conceição, que está reformado e mais organizado do que era no passado, o que me faz pensar nas muitas coisas que não conheço, nos muitos problemas que nem sei que existem, das inúmeras respostas que não tenho.

Esse é um ano eleitoral, devemos pensar bem em nossas escolhas, pois elas agem diretamente na solução de problemas como este, mas para escolhermos bem, devemos pensar no assunto, devemos refletir sobre a solução, devemos pensar o que nós podemos fazer e aquilo que não está ao nosso alcance, e que depende dos governantes. Enquanto isso, podemos fazer aquilo que está ao nosso alcance, que é dar o nosso amor àqueles que dele necessitam, e cuidar e zelar por aqueles que amamos, assim como nossa amiga cuidou de sua mãe até os últimos minutos de sua vida.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Eu conheço Joseph Climber!


O personagem Joseph Climber, do Grupo “Os melhores do mundo”, é famoso no Brasil inteiro e a primeira vez que vi, no programa do Jô Soares, eu ri tanto que cheguei a passar mal e senti falta de ar (Sou asmático e isso não é nada difícil), com o passar do tempo refleti sobre a mensagem principal do quadro e mais do que isso, descobri que eu conhecia o Joseph Climber, e ele era um ídolo para mim.


Eu o conheci na UMESPA na década de 80, ele havia presidido a entidade 10 anos antes do meu mandato, e desde lá ele seguiu acompanhando as gerações que o sucederam, acompanhando a evolução da entidade e ajudando as novas lideranças com sua experiência. Na minha gestão foi assim, ele estava lá para nos ajudar a tocar a passagem escolar.

Tínhamos algumas coisas em comum e que nos aproximou, uma delas era o saudoso “Véio Zé” que era o zelador do Colégio Nações Unidas, onde estudei e iniciei minha militância estudantil, e que participava das competições esportivas da UMESPA e da qual ouvi muitas histórias. Mas o que mais nos aproximou foi mesmo os ideais e a identidade filosófica.

Foto antiga da década de 80: O "Véio Zé" é o senhor de bigode olhando para a câmera (Fez parte de minha história, também da UMESPA e deixou saudades). Ao lado dele a direita Dody Sirena, hoje um dos maiores empresários da música brasileira, sócio da DCSET e empresário do Roberto Carlos. Na mesa, o companheiro Skippy, que nos deixou esse ano, e de quem temos imensa saudade.
Esse amigo fez muitas coisas na vida, sempre lutando, líder estudantil, líder comunitário, no seu bairro, Cefer I e Conselheiro Tutelar, foi um dos primeiros Conselheiros Tutelares de Porto alegre, muito respeitado por seu trabalho.

Mas como dizem: “A vida é uma caixinha de surpresas”. Em Dezembro de 2000 Ele sofreu um AVC que limitou seus movimentos, paralisando parcialmente o lado direito de seu corpo, e quando todos imaginavam que ele iria parar com sua militância e se dedicar ao tratamento de saúde, ele fez exatamente o contrário. Depois do AVC, baseado nas dificuldades encontradas para sua reabilitação, passou a defender as melhorias das condições da estrutura de reabilitação de Porto Alegre.
Olhem o meu amigo aí no tempo de UMESPA (adivinhe quem ele é)
Resumindo: O cara, mesmo com as suas limitações, desenvolve mais atividades sociais do que a maior parte, senão a totalidade das pessoas que estão lendo essa postagem agora. Só para terem uma idéia, atualmente ele exerce as seguintes atividades: É presidente da Associação dos Moradores da Cefer I, Editor do Jornal Reabilitação, Membro do Conselho da Fadem, participa de aulas nas Faculdades de Educação Física e, Fisioterapia da UFRGS além de visitas a entidades que atendem PCDs discorrendo sobre seus direitos e, as responsabilidades dos gestores públicos, além de ter lutado e conquistado uma Lei Municipal que alterasse o Código Municipal de Saúde criando na forma de lei ações que fazem interface as necessidades das Pessoas com Deficiência. E há 10 anos luta por um Centro de Referência que atenda situações de Média e, Alta Complexidade.

Valtinho na Câmara de Vereadores defendendo melhores condições para as pessoas com necessidades especiais.
Além disto, ele é responsável pelos encontros anuais do Ex-Umespa, que tem o objetivo de proporcionar que possamos nos reencontrar anualmente e onde podemos rever os antigos companheiros de luta estudantil. É nosso elo, é nossa referência.

"Há homens que lutam um dia e são bons,
Há outros que lutam um ano e são melhores,
Há aqueles que lutam muitos anos e são muito bons.
Porém há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis"
(Bertold Brecht)

Eu sou um fã dele, sou um seguidor, admirador do ser humano que ele é, e por isso eu tenha a honra de dizer que conheço Joseph Climber. Aqui ele não responde por este nome, aqui o nome dele é Valter Castilhos, o Valtinho, um de meus ídolos, um exemplo, um ícone. Ele representa muito bem a frase de Brecht, pois ele é IMPRESCINDÍVEL.

Obrigado amigo Valtinho! Obrigado pelo exemplo e por existir em nossas vidas!

Homenageando-te, homenageio á todos aqueles brasileiros que não desistem nunca e que nos dão lições de vida, todos os dias.


Essa foto é de um momento muito especial em minha vida, a comemoração dos meus 40 anos, e pude contar com a honra de receber o Valtinho e o Skippy que me brindaram com suas presenças.
O Valtinho é esse guerreiro que relatei em minha postagem, foi presidente da UMESPA assim como eu.
O Skippy, assim como eu e o Valtinho, também presidiu a UMESPA e foi uma pessoa especial para o Valtinho, principalmente após o seu AVC, pois o Skippy passou a ser companheiro inseparável, e estava ao seu lado em todas as oportunidades. Porém o Skippy nos deixou este ano, em uma dessas peças que a vida nos prega, Levou o fiel escudeiro, companheiro, parceiro de luta do Valtinho, mais um motivo para desanimar, desistir.
Sei o quanto ele faz falta para a sua família, aos amigos e principalmente para o Valtinho, mas sei que em seu nome o nosso "guerreiro" segue a luta, nos ensinando, dando exemplo e nos orgulhando.
Com essa foto, tirada pelo amigo Digo Adams, encerro essa homenagem, lembrando o amigo Skippy e reverenciando meu companheiro e amigo Valtinho 

terça-feira, 15 de novembro de 2011

O que é mais difícil: Ter opinião, manifestar a opinião, manter ou mudar de opinião?

Ontem sai para comemorar os meus 17 anos de união com a Márcia, pegamos a Renata na rodoviária, após passar uns dias em Canela com as amigas, e fomos jantar. Dizem que comer muito a noite faz a gente ter pesadelo. Que engorda eu sei, hehehe, muitos destes meus kg a mais se devem a minhas comilanças noturnas. Porém passei a noite inteira tendo pensamentos, espécie de “sonhos” ou “pesadelos” sobre o título desta postagem.

           "Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser,mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las."
(Voltaire)

Programei uma arrumação das minhas coisas para hoje, mas minha mente não sossega enquanto não escrevo essas minhas viagens. Tenho mais de uma dezena de postagens para serem publicadas, opiniões e mais opiniões sobre os mais diversos assuntos, porém meu perfeccionismo não deixa publicá-las enquanto não estão de acordo com o nível mínimo que exijo para serem lidas, portanto, dá um trabalho danado escrever uma postagem, ainda mais para mim que não tenho poder de síntese.  Porém se não escrever essa e publicar parece que terei uma semana de pesadelos pela frente. Êta mente doentia.

"Eu não me envergonho de corrigir os meus erros e mudar de opinião, porque não me envergonho de raciocinar e aprender."
(Alexandre Herculano)

Sempre fui uma pessoa de opinião, e fiz questão de expor elas. Minha avó, lá do Alegrete, quando vinha nos visitar, ás vezes ficava um pouco incomodada com a mania que eu tinha de me meter na conversa dos adultos e dar opinião. Ela achava aquilo uma falta de educação, criança dando palpite na conversa de adultos.
Foram inúmeras as vezes que arranjei encrencas ou passei por momentos embaraçosos, não por ter opinião, porque enquanto ela está apenas em sua mente, dificilmente causa problemas, mas quando ela resolve sair, aí começam os embaraços. Principalmente quando contrariam a opinião do teu interlocutor. Talvez por isso, a maioria das pessoas tenha opinião, mas prefira guardar para si, ou comentar apenas depois em Off.

"Uma coleção de baionetas ou de guilhotinas é tão incapaz de deter uma opinião como uma coleção de moedas de ouo é incapaz de deter a gota"
(Sthendhal)

Nos grupos em que interagi, não raro ganhei o título de polêmico por expor a minha opinião. Algumas vezes, sabedores desta postura, “esqueciam” de me convidar para conversar sobre determinado assunto, principalmente quando alguém gostaria que se fizesse algo sem muito questionamento.
Para poder defender minhas opiniões, tive que desenvolver a habilidade da argumentação, fazendo um demorado exercício de alto conhecimento do porque de tomar essa ou aquela decisão, ou de concordar com isso ou aquilo. Isso acontece principalmente quando tenho uma opinião fora do padrão, ou seja, diferente do que pensa a maioria das pessoas.

Imagine-se nesta situação: Você refletiu, pensou, estudou, elaborou e firmou convicção de sua posição, porém, uma grande parte dos demais pensa diferente, e aí você precisa ter uma gama de argumentos gigantesca, pois, mesmo que eles tenham a mesma opinião entre si, os motivos porque chegaram àquela conclusão não são os mesmo, uns são mais elaborados, outros são mais superficiais, e não raro, alguns nem sabem por que defendem aquela opinião. Aí fica o “louco” lá no meio tomando um monte de porrada por “esticar” a conversa. Mesmo assim sempre preferi expor minha opinião que me omitir.

"O fato de uma opinião ser amplamente compartilhada não é nenhuma evidência de que não seja completamente absurda; de fato, tendo-se em vista a maioria da humanidade, é mais provável que uma opinião difundida seja tola do que sensata."
( Bertrand Russell )

E a lógica? Imagine que você use a lógica para formar uma opinião, aí a coisa complica mesmo, pois vivemos em um país gigante, com múltiplas culturas, etnias e hábitos, desenvolvidos a partir das peculiaridades locais de um país continental com diferentes países dentro de um só, e aquilo que para mim é normal, pode não ser para quem mora lá no interior, na Amazônia ou no sertão nordestino. Sem falar no “jeitinho brasileiro” que é a nossa cultura nacional de interpretar o “certo” ou “errado”.
Não somos obrigados a ter opinião. Às vezes não pensamos sobre o assunto e, portanto não firmamos posição sobre ele. Isso é muito comum, a vida é muito dinâmica e todos os dias nos deparamos com situações cotidianas, mais ou menos importantes, que são debatidas nos nossos grupos sociais, família, escola, trabalho e que alguém olha para você e pergunta: Qual sua opinião sobre isso? São as cotas raciais, a invasão da USP, demissão do ministro, contratação do Ronaldinho, invasão do Iraque, morte do Kadafi, o teste do bafômetro, enfim, uma série de assuntos e nem sempre temos todos os instrumentos para formar opinião, e principalmente um deles, informação e conhecimento. Nestes casos eu sempre procuro pensar melhor antes de opinar, ou digo: Olha, levando em consideração as informações que tenho, minha opinião é essa, porém posso mudar amanhã ou após uma analise mais aprofundada.

Eu jamais iria para a fogueira por uma opinião minha, afinal, não tenho certeza alguma. Porém, eu iria pelo direito de ter e mudar de opinião, quantas vezes eu quisesse."
( Friedrich Nietzsche )


Mudar de opinião. Se for dizer o que foi mais difícil de aprender, sem dúvida foi a mudar de opinião, pois depois de firmar convicção, defender essas convicções com todas as suas forças, chegar a conclusão de que não estava certo, ou que havia falhas em sua forma de pensar é algo muito difícil, pois temos que fazer todo o processo de novo, refletir, pensar, estudar, elaborar, firmar convicção e depois reconhecer. Como admitir que estava errado? Aí reside a grande questão, pois para firmar posição usamos algumas características pessoais mais fáceis de utilizarmos, como inteligência, coragem, orgulho, porém para reconhecermos que estávamos errados, precisamos utilizar a humildade e essa é uma característica muito mais difícil de exercitar.
É duro reconhecer que estava errado, porém, se queremos ter nossas opiniões respeitadas, e ter credibilidade para opinar, precisamos ter altivez na hora de reconhecer que também erramos e que nem sempre nossas opiniões estão certas.

"Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo"
(Raul Seixas)




domingo, 6 de novembro de 2011

Como é jogar em um time com craque

Comecei muito cedo na política, era adolescente, e conheci muitos craques da política, o que considero um grande privilégio. Pois política é semelhante ao futebol, os partidos são agremiações, assim como os clubes de futebol, os parlamentares e dirigentes são os times e a torcida são os filiados que optam por militar em um partido político, e assim, como no futebol, existem uns mais apaixonados do que os outros.
No início de minha militância, no MR8, hoje o recém criado PPL – Partido da Pátria Livre, éramos poucos, mas aguerridos militantes, era uma organização de quadros, e não tínhamos nenhum parlamentar no Rio Grande do Sul, o que fazia de nossa militância, ainda mais sacrificada, pois não tinha cargos para dividir, militávamos pelo espírito revolucionário, tendo o líder Argentino Che Guevara como inspiração. Hoje, já sou avô e a imagem de Che continua decorando a sala de minha casa (Fotografia que recebi dos amigos Cibele e Régis como presente de aniversário) e seus ideais revolucionários ainda inspiram minha conduta pessoal e minha filosofia de vida.
Ganhei essa foto dos Amigos Regis e Cibele, ela foi adquirida por eles em uma viagem a CUBA e me foi presenteada no dia de meu aniversário. Mantenho ela na estante de minha sala com todo o carinho. Detalhe: Che com uma máquina fotográfica
Na década de 90 ingressei no PDT do também revolucionário Leonel Brizola, uma pessoa que ocupa, com toda a certeza, o Olimpo da política. Brizola era um fora de série, um homem adiante do seu tempo, Brizola era um gênio da política. O PDT um partido de massas, herdeiro legítimo do trabalhismo de Getúlio Vargas, outro ícone da política. Brizola era mais que um craque, era um Pelé, e quando ele acertava levava o PDT, seu time, as alturas. Quando ele não decidia a partida, o time passava por dificuldades. No PDT pude conviver com pessoas que passaram uma vida inteira militando em um único partido, do velho PTB ao PDT, ou seja, sempre torceram pelo mesmo time. Também conheci no PDT, os Brizolistas, fiéis seguidores dos ideais e do próprio Brizola. Eu mesmo me tornei um deles.
Um dia deixei a política partidária e só voltei e me filiar em um partido político após mais de 10 anos, e a escolha foi o PSB, o segundo partido mais antigo do País, fundado em 1947. As convicções socialistas me direcionaram para esta escolha, mas também a afinidade com uma das principais lideranças do PSB, o Deputado Federal Beto Albuquerque, atual secretário da Infraestrutura do Estado do RS.
“As palavras convencem,
 mas os exemplos arrastam!”
Impressionante como acabamos nos motivando mais com as pessoas do que com os manifestos. Às vezes fico imaginando quantos dos filiados do PSB nunca leram o manifesto do partido, onde consta a filosofia e os ideais partidários, e assim acontece com todos os milhares de filiados de todos os partidos, imagino até, que muitos sequer se filiariam aos seus partidos caso tivesse que ler e seguir o ideário partidário. (Para conhecimento, segue aí o Manifesto do PSB, tenho certeza de que se lerem, muitos irão se identificar  http://www.psbnacional.org.br/fixa.asp?det=1 ), talvez o que explique esse fenômeno seja a mensagem contida em uma frase que utilizo muito em minha vida que diz o seguinte: “As palavras convencem, mas os exemplos arrastam!” e por isso acabamos seguindo aqueles que nos transmitem bons exemplos.
No futebol, a torcida cresce à medida que o time ganha. Nas décadas de 80 e 90 o Grêmio conquistou importantes títulos e isso fez com que a sua torcida crescesse tanto, a ponto de superar a colorada, até então a maior torcida gaúcha, após uma década de 70 memorável. Todos nós, torcedores, devemos ter em nossa memória algum ídolo, um craque, que de tamanha empatia com o torcedor, enchia os estádios e ajudava a ampliar a torcida. Poderia citar Falcão, Figueroa, Dada, Gabiru (hehehe) e Fernandão no inter, Anchieta, Everaldo, Lara, Renato, Adilson, Darlei e tantos outros no Grêmio, além de Pelé, Zico, Garrincha, Romário, Kaká, por esse Brasil a fora. Com esses craques, seus times alcançaram vitórias, títulos, e fizeram crescer suas torcidas.
É assim na política, quando o PDT tinha Brizola, Darci Ribeiro e tantos outros, crescia sem parar. No meu novo partido é assim também, é um partido que cresce no Brasil inteiro, e foi o partido que mais cresceu na última eleição, elegendo 6 governadores, tendo a frente o Governador de Pernambuco,  Eduardo Campos, presidente nacional do PSB. Aqui no Rio Grande do Sul, também, elegendo o Vice-governador, Beto Grill, 3 deputados Estaduais e 3 Federais, dentre eles o Deputado Beto Albuquerque o segundo deputado mais votado do estado, eleito com mais de 200.000 votos (Não por coincidência Manuela – PC do B e Beto - PSB, juntos, fizeram mais de 700.000 votos).
Brizola, um Pelé da política, um gênio, um homem adiante de seu tempo, e Beto Albuqerque, uma jovem e promissora liderança política. Porto Alegre - 23/03/1998
Nesta mesa estavam ainda: Milton Zuanazzi, Wilson Muller, Sereno Chaise e Dilma Rousseff 
Já admirava o Beto antes de ingressar no PSB, e essa admiração só cresceu a partir de ser teu companheiro e poder trabalhar ao seu lado. Pude consolidar essa admiração, vendo a seriedade e a grande dedicação com que ele executa suas funções públicas. Ele é um militante dedicado do PSB, quase todas as lideranças do partido têm uma história para contar de seu companheirismo, de sua parceria.
Em uma reunião partidária, pude escutar o Vice-governador, Beto Grill, relatar como pode contar com o Beto quando foi candidato a governador em 2006. Dizia ele: “Quando somos convidados para missões como a minha candidatura a governador em 2006, candidatura com poucas chances, porém importante para o crescimento partidário, ás vezes nos sentimos sozinhos, campanha com muitas dificuldades, e quando estávamos lá no interior, cidade pequena, falando para um pequeno grupo,  era uma felicidade quando o Beto chegava, pois ele nos motivava. O partido me concedeu a missão e ele estava lá, sempre ao nosso lado, apoiando, incentivando, comparecendo e ajudando a construir essa caminhada de sucesso que o PSB vem construindo”.
Beto é um craque, com ele o PSB vence, e fez crescer sua torcida, seus filiados; A cada ano, pessoas como eu, ingressam no PSB, motivados e acolhidos pela liderança de Beto. Acho que nenhuma liderança do PSB ingressou no partido, sem antes ter sido convidado ou acolhido por ele. E isso é natural, pois pessoas como ele, assim como no futebol, nascem com um talento, um dom, e com inteligência e oportunidade, vão desenvolvendo com o tempo e ficando cada vez melhores.

Minha admiração pelo Beto só aumentou quando passei a ser seu companheiro de partido e de trabalho, embora possa parecer lógico, geralmente o que ocorre é o contrário, pois, ao se aproximar das pessoas, seus defeitos ficam mais visíveis aos nossos olhos.
Beto é uma pessoa diferenciada e faz valer na prática uma frase que ele profere com freqüência:
”A política só vale a pena, quando melhora a vida das pessoas”
Mas os craques são inquestionáveis? Claro que não! Por melhor que ele seja, sempre haverão contestações, e na política, às vezes ocorre o inverso, quanto mais crescerem, quanto mais melhorarem, aí é que serão criticados, serão atacados. A política tem essa peculiaridade, o crescimento acirra a competição, a vitória incomoda os demais, e tenho presenciado isso com ele. Parece que quanto mais ele melhora, quanto mais se dedica, quanto mais cresce e é respeitado, mais começa a ser criticado, ou questionado.
Embora me indigne com essa prática de certa forma eu me acostumei com isso, pois como Brizolista, vi ele ser questionado, atacado, caluniado e difamado, cada vez que crescia, não foi atoa que ele teve seus atos políticos cassados no auge de sua vida política, e foi perseguido incansavelmente, pela Rede Globo durante toda a sua vida, após retornar do exílio, o que impediu que o povo o elegesse para presidir o Brasil.  (A militância política da imprensa é um capítulo a parte, existem grupos de comunicação que são verdadeiros partidos políticos disfarçados de empresas de comunicação, não é coincidência Collor, Sarney,  ACM, e tantos outros políticos serem proprietários de redes de rádio, TV e Jornal, e não menos coincidência a RBS eleger seus representantes, em todas as eleições)
Por mais capacitado que seja o craque, o político, por trás da imagem pública está o homem, o ser humano, que têm suas fragilidades, eu vi o Brizola errar, muitas vezes, como também vi ele acertar, mas parecer estar errado, fruto da interpretação equivocada que davam de seu posicionamento. Eu mesmo questionei a postura dele algumas vezes.

Beto Albuquerque é um político sério e que têm o reconhecimento da população. Sempre que falo nele ouço palavras de admiração e respeito pela trajetória política que ele vem construindo
Nem sempre os craques acertam, nem sempre eles decidem a partida, ás vezes são bem marcados, ás vezes não são tão brilhantes, ás vezes sofrem injustiças dos juízes, mas um campeonato é a síntese de várias partidas, entre vitórias e derrotas, e às vezes quem vence não é o que mais acerta, mas o que menos erra. Nas guerras são assim também, é a síntese de várias batalhas. Mas os campeonatos e as guerras se vencem com o conjunto da obra, com todo o time, com todo o exército, e é muito bom ter o atirador de elite, como é bom ter um craque no time, alguém capaz de decidir a partida com um lance genial.
Nas últimas semanas, nosso time vem passando por alguns problemas, e nosso craque, têm enfrentado dificuldades, e com isso toda a equipe sofre. De dentro temos outra visão do que àqueles que assistem de fora, conhecemos o homem por trás do político, conhecemos os valores pessoais e sua conduta, porém qualquer opinião proferida acaba sendo desqualificada pela proximidade.
Cabe nestas ocasiões, que sejamos solidários e unidos, que exercitemos a compreensão e a gratidão, pois é muito bom jogar em um time que têm um craque, pois a proximidade gera aprendizado e crescimento.
Por tudo isso, me sinto muito feliz e privilegiado em estar militando no PSB, pois o partido têm um bom programa, têm um bom time e uma qualificada torcida, mas têm também um craque, têm Beto Albuquerque.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A política é a arte de engolir sapos


Vi o saudoso Leonel Brizola utilizar essa frase por muitas vezes, a principal delas em 1989 quando apoiou Lula no 2º turno da eleição, após ter perdido a oportunidade de disputá-lo com Collor por uma diferença de menos de 1% dos votos.

Este ano, após mais de 10 anos afastado da política, resolvi optar por uma nova filiação partidária e o partido escolhido foi o PSB – Partido Socialista Brasileiro. A escolha preenchia uma série de expectativas pessoais, o meu espírito socialista, a vontade de construir um caminho, o fato de estar cansado de brigas políticas e baixarias e minha admiração e respeito pelo Deputado Beto Albuquerque.

Ao que me parecia, o PSB era um partido mais unido, fraterno. Pois seja bem vindo ao mundo real, mundo cão, mundo do engole sapo. Hoje leio no Correio do Povo uma matéria sobre a disputa no diretório estadual do PSB e a formação de um grupo composto por alguns deputados. Até aí tudo bem, na democracia é fundamental o contraditório, o debate no campo das idéias. Quem me conhece sabe que até gosto de um bom debate, gosto até um pouco acima da média, eu adoro.

Sou cristão novo no PSB, ainda nem conheço direito as pessoas, e fica muito difícil opinar. Estou me ambientando ao partido, me identificando com as pessoas e talvez, por isso, tenha um pouco de legitimidade para fazer as observações que farei logo a seguir.

Quem me conhece sabe que não sou de ficar em cima do muro, e mesmo que não tenha sido chamado na briga eu me meto, hoje mesmo quando vinha para o trabalho eu vi um homem dar uma bofetada na cara de uma mulher por causa de uma batida no trânsito, parei e me ofereci para testemunhar contra ele, é da minha natureza. Não gosto de injustiças e covardia. Por isso não gostei do tom que o Deputado Heitor Schuch deu às suas críticas, elas fogem do campo das idéias e partem para o campo pessoal, da baixaria, leva para um campo incompatível com o bom nível.

Sou novo de idade, mas já faço política há bastante tempo e conheço o Deputado Beto Albuquerque há pelo menos uns 15 anos e, por exemplo, sempre vi a Beti trabalhando com ele. Na verdade, a Beti é filiada ao PSB há 25 anos e trabalha há 20 com o Beto. Portanto acho uma covardia utilizar a condição de esposa do Caleb como argumento ou exemplo. Aonde quer chegar o deputado com esse argumento? Dizer que o Caleb nomeou a esposa no gabinete da SEINFRA? Convenhamos, não sei quanto tempo eles são casados, mas convivi muito tempo com ela sem saber que ela era sua esposa, e pelo que sei quando eles se conheceram ela já trabalhava com o Beto.

Acho um golpe baixo usar o nome dela, é covarde, é preconceituoso, por isso resolvi falar, pois da mesma forma que me ofereci para depor contra o homem que agrediu uma mulher em plena via pública, também resolvi meter minha colher nesta encrenca. Não gostei do ataque que do Dep. Schuch fez a uma companheira do partido que considero uma pessoa valorosa. Não gosto de homem que bate em mulher, seja físicamente ou moralmente.  Nunca tive a oportunidade de conversar com o deputado, só o via no tempo que trabalhava na Assembléia, porém acho que por aí não acrescenta nada, rebaixa a discussão e envergonha a todos nós, pois confirma que por interesse político as pessoas deixam de lado a ética.

Não tenho motivos para me meter nesta disputa. Tô chegando agora, mas desde cedo sei de que lado estou, e estou sempre contra a baixaria e a covardia. Por aí não, Dep. Schuch, aí não constrói. Vamos aumentar o nível dessa prosa e podíamos começar com um pedido de desculpas. Seja um bom menino! Humildade e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.
Se a política é arte de engolir sapos, os engolirei, porém, não sem protestar.


sábado, 15 de outubro de 2011

No último sábado (08.10.2001) participei da missa em comemoração aos 50 anos de vida religiosa de minha tia, Irmã Maria Diumira, da Congregação irmãs de São José. Ela é a irmã mais velha de meu pai, de uma família de 9 irmãos.

Quase toda a família, que é grande, estava lá, foi um momento de grande emoção, principalmente para ela, pois a opção pela vida religiosa fez com que deixasse de acompanhar muitos dos momentos de família, uma vez que optou por servir a Deus e aos mais necessitados. Para cumprir a sua missão ela morou em vários lugares, conviveu com comunidades carentes, teve de fazer as malas por inúmeras vezes e principalmente, não ser dona do próprio nariz. Sim por que irmã não se governa e tem de respeitar as determinações de sua congregação, os seus rendimentos, oriundos da aposentadoria, por exemplo, heranças e tudo mais, são integralmente da congregação a que pertencem.
Tia Diumira entrou na Igreja Sagrada Família, onde ocorreu a cerimônia (Minha família freqüenta a paróquia há décadas) passando por um corredor formado pelos sobrinhos-netos, que seguravam rosas vermelhas, colocadas ao pé da imagem de Nª Senhora, durante a cerimônia.
Eu me pergunto: Quem hoje está disposto a tanta renuncia? Quem, hoje, está disposto a servir a Deus e a comunidade, acima de todas as coisas? 

As irmãs, assim como os padres, não são pessoas perfeitas, possuem defeitos como todos nós, mas há de se respeitar sua opção por algo que a maioria de nós não seria capaz, tanto isso é verdade, que a cada dia está mais difícil as congregações substituírem seus membros, que deixam as atividades por doença ou morte. Sim, pois a missão é para a vida toda e só se encerra quando já não é mais possível exercer a atividade.

Celebrar esse momento com minha tia foi motivo de muito orgulho para mim, estavam presentes minhas filhas e meu neto, que faz parte da 5ª geração de minha família. Foi um emocionante encontro de gerações e deve ser motivo de orgulho para toda família, ter um membro capaz de tamanha renúncia.
Momento de emoção diante da imagem de Nª Senhora

Homenageio minha tia Diumira, pelo conjunto de sua obra, pelos anos de dedicação e oração, pelo exercício do magistério, pelo atendimento as comunidades carentes e principalmente por mais de 50 anos de Fé.  
Parabéns Tia Diumira! Obrigado por nos dar um exemplo de FÉ!