Esse é o título da campanha do TSE
incentivando o voto aos 16 Anos. Essa semana fui com minha filha caçula,
Renata, fazer o seu Título Eleitoral, ela irá completar 16 anos no dia 30 de
julho, e confesso que foi um momento emocionante, pois, como líder estudantil,
na década de 80, lutei por essa conquista e, para mim, é uma felicidade saber
que minhas três filhas, que sempre me acompanharam nos meus votos, quando eram
crianças, este ano irão as urnas exercer o seu direito, conquistado com muita
luta, por uma geração de jovens que cresceu em um período em que nosso país
vivia sob a regência de uma ditadura militar, e na qual não nos era concedido o
direito a opinião, a não ser que a mesma fosse de apoio ao regime.
Mandam no teu destino. Mas ele é teu, meu irmão. Ergue teus braços finos e acaba com a exploração. Faz tua revolução! O voto é tua única arma. Põe teu voto na mão. *O VOTO E O PÃO (Alceu Collares)
A Renata poderá exercer seu direito este
ano e desejo que ela tenha sabedoria e coragem para escolher a quem confiar seu
voto. Espero também que àquele que receber o voto, saiba honrá-lo. Votar é
importante, pois só adquirimos a experiência necessária, para acertar, ou errar
menos, exercitando, desde cedo.
Não há nada de errado com aqueles que não
gostam de política, simplesmente serão
governados por aqueles gostam.
Platão
Esta semana foi a vez do TRE/RS e a
Assembleia Legislativa lançarem uma campanha de incentivo ao voto aos 16 anos
intitulada “16 anos: Uma idade
inesquecível”. No lançamento o depoimento do jovem Bruno Cipele, chamou a atenção. Ele
completou 16 anos no dia e foi até o local acompanhado da avó Sarita
Pargendler, que trabalhou 23 anos no TRE.— Desde cedo acho importante participar das escolhas do país. Sou de
uma geração que cresceu vendo corrupção. A gente tem a motivação de tentar
mudar o que está errado — explicou Bruno. Conforme publicou O
ClicRBS.
Depoimentos como o de Bruno, mostram um
dos motivos pelo descrédito na política, a Corrupção, porem, o seu depoimento
aponta para uma das formas de modificar essa realidade: Participar. Jovens como
a minha Renatinha, o Bruno e tantos outros, que mesmo diante de um quadro
desmotivador, preferem participar e não se omitir, nos faz crer, que em um
tempo, não muito distante, a democracia possa ser exercida como uma celebração de
uma sociedade cidadã, comprometida com os interesses de todos e não com os
interesses egoístas de indivíduos e grupos.
E você? Vai completar 16 anos até o dia
07 de outubro de 2012? Já fez seu título?
Faça como a Renata! Vá até um Cartório Eleitoral e faça valer a sua opinião!
A democracia... é
uma constituição agradável, anárquica e variada, distribuidora de igualdade
indiferentemente a iguais e a desiguais.
O
Governador Tarso Genro e a Presidenta Dilma, determinaram que os detentores de
cargos em seus governos, que pretendem participar das eleições deste ano, como
candidatos, deveriam deixar suas funções ainda no começo do ano.
Considero
a decisão de ambos, muito acertada, pois há muito trabalho por se fazer no
governo e é importante que todos estejam “focados” no trabalho, além do que,
fica ruim fazer modificações no meio do ano, é bom fazer isso agora durante o
período de férias; Por último, garante que a máquina pública não seja usada
eleitoralmente pelos candidatos e seus partidos políticos.
Aqui no
Rio Grande do Sul, o Secretário Beto Albuquerque, cumpriu a orientação do
governador, o que considero acertado e demonstra seu compromisso com o governo
e com a boa administração do patrimônio público. Eu mesmo acabo de deixar as
funções que exercia na SEINFRA (Secretaria de Infraestrutura e Logística do RS)
desde o ano passado. Como sou pré-candidato a uma vaga na nominata do PSB para
concorrer a vereador em Porto Alegre, em comum acordo com a orientação do
Secretário Beto Albuquerque, deixei minhas funções.
Nós não
somos donos destes cargos, erra quem pensa assim, os cargos são missões que
recebemos, para servir a população e o governo em que acreditamos. Políticos
sérios, não se apegam a cargos e estão prontos para deixá-los, desde o primeiro
dia em que entram. Vamos lá, cumprimos nossa missão e saímos. Quem quer
estabilidade, deve fazer concurso público. Na SEINFRA todos os três
companheiros que se enquadravam nos critérios da orientação do governo, tiveram
que se afastar: Eu e os companheiros Geraldinho (Pré-candidato a Prefeito em
Viamão) e o Vanderlan Vasconcelos (Pré-candidato a Prefeito de Esteio).
Dizem
que alguns pré-candidatos, de outros partidos, não estão seguindo a orientação
do governador, usando da artimanha de que “não têm certeza” se serão, ou não,
candidatos. Quem me conhece sabe que não gosto de hipocrisia e que abomino esse
tipo de prática, pois se pretendem ser candidatos, e para merecerem o voto das
pessoas, têm de aprender, desde sempre, a cumprirem orientações, e não ficarem
fazendo “malandragens”. Quem age assim não merece o voto do eleitor.
Acho
até que o Prefeito José Fortunati, e todos os demais Prefeitos, deveriam fazer
o mesmo e solicitar o afastamento dos detentores de cargos públicos que
pretendem se candidatar, isso evitaria que utilizassem da máquina pública para
benefício próprio e eleitoreiro. Nossa população está cansada dessas práticas
lesivas aos cofres públicos.
Se hoje,
grande parte da população está descontente com a política, muito se deve por
ver aquilo que é público, que a todos pertence, ser usado de forma leviana, por
políticos, que só pensam em seus próprios interesses, e utilizam-se daquilo que
é de todos nós, para aferir proveito próprio e de manutenção de seu "estatus
quo".
Para
que a democracia seja exercida de forma correta, é preciso que todos aprendam a
tratar com respeito à “coisa pública”. Pessoas “apegadas” a cargos, e que
“alicerçam” suas carreiras políticas neles, acabam fazendo qualquer negócio
para se manter onde estão, e para isso, muitas vezes renunciam aos seus valores
pessoais, a sua dignidade, e o respeito ao bom uso do patrimônio público.
Espero
que o Prefeito José Fortunati, faça uma demonstração de que respeita o povo de
Porto Alegre, e determine que os pré-candidatos a Vereador, que estão ocupando
CC’S na Prefeitura, deixem suas funções para evitar a utilização da máquina
pública como instrumento de campanha eleitoral, seguindo o bom exemplo dado pelo
Governador Tarso Genro e a Presidenta Dilma Rousseff.
Por
último, agradeço a confiança do Secretário Beto Albuquerque, que me
proporcionou a oportunidade de fazer parte da sua equipe, a frente de uma das
mais importantes secretarias do Estado do Rio Grande do Sul.
Este
ano teremos eleições. O povo vai às urnas para eleger os Prefeitos municipais e
os Vereadores. Na democracia, o direito ao voto é a nossa principal “arma”, com
ela, podemos conceder um mandato àqueles que acreditamos serem os melhores para
representar a nossa opinião no parlamento e no executivo. Vejam bem: O político
representa a nossa forma de pensar. Somos nós que decidimos quem VAI ou NÃO,
ocupar uma função pública em nosso nome. EU escolho, EU voto, EU me
responsabilizo pela escolha.
Quando
ficamos descontentes com o comportamento daqueles que elegemos, temos a
oportunidade, de corrigir nosso erro, nas próximas eleições. Como? Primeiro NÃO
votando nele novamente. Segundo: Escolhendo outro candidato. Sim, pois se ficamos desiludidos, indignados,
e optamos por votos nulos e brancos, acabamos não corrigindo, pois nossa
omissão, muitas vezes ajuda àqueles que nos decepcionaram, pois se o voto não
vai outro candidato, ele acaba se reelegendo. O maior castigo para o mau
político é fazer menos votos do que na eleição anterior, e ver outro político,
principalmente novo, ocupar o seu lugar.
Sempre
valorizei o meu voto, e fiz questão de escolher bem. Sinto-me recompensado pelo
capricho, pois, quase não tive decepções com meus votos, nas vezes que consegui
ver meus candidatos eleitos.
Essa foto, da minha filha Renata, enviei para o Presidente Lula, com um pedido: "Espero que você não me envergonhe, perante minha filha, por este gesto. Que ela possa se orgulhar de ter participado comigo deste momento histórico". Tempos depois recebi uma carta, do então Presidente da República, LULA, que terminava assim: "Mais uma vez, agradeço a você e faço um convite para que continue acreditando e participando cada vez mais da construção do país que todos sonhamos" - Lula. Não me envergonhei de meu voto e continuo acreditando e participando da construção de um país melhor.
Este
ano, minha filha caçula, Renata, completa 16 anos e votará pela primeira vez em
seu próprio nome. Ela sempre me acompanhou nas votações. Quando pequenas, as
minhas três filhas iam comigo votar, devidamente trajadas e decoradas com a
propaganda de meus candidatos. Criança adora essa festa da democracia que é a
eleição. Eu mesmo guardo a lembrança das eleições de 1978, quando criança, que
eu corria pelo bairro, catando santinho para minha coleção. O nosso candidato
tem de nos orgulhar e não pode envergonhar nossos filhos.
Quando
jovem, no movimento estudantil, lutei pela aprovação da emenda constitucional
que garantiu o voto aos 16 anos. A emenda é de autoria do Ex-Deputado Federal
Hermes Zanetti (Que se filiou a poucos meses no PSB). Zanetti foi Presidente do
CPERS e é uma importante liderança gaúcha. Nossa geração conquistou muitas
coisas e o voto aos 16 anos é uma das conquistas de relevância. Vínhamos de um
período de limitada democracia, de eleições indiretas para Presidente da
República (A primeira eleição direta para Presidente, após a ditadura,
aconteceu em 1989, já com o direito de voto aos 16 anos) e poder soltar o grito
que estava preso em nossa garganta era o que nossa juventude almejava. Essa luta,
da qual participei ativamente, é o que concede a minha filha Renata, e outros
milhares de jovens, o direito cidadão de escolher, de forma democrática, os
seus representantes.
Ato de Filiação do Ex-Deputado Federal HERMES ZANETTI , autor da lei do Voto aos 16 anos, ao PSB. Porto Alegre - 18 de dezembro de 2011 Foto: Deputado Beto Albuquerque, Hermes Zanetti e Beto Grill, Vice-Governador do RS
O voto
é o coroamento da democracia, é o momento onde somos todos iguais, onde cada
cidadão tem direito a um único voto, o seu voto, e o concede a quem desejar.
Minha filha vai às urnas em pé de igualdade comigo, seu voto valerá o mesmo que
o meu, pois o voto não discrimina religião, sexo, raça, classe social. Ela
poderá decidir uma eleição com seu voto. Sim, pois a diferença de um voto pode
decidir uma eleição, um candidato pode perder, ou ganhar, uma eleição, por um
voto de diferença, portanto, jamais devemos subestimar o valor deste direito
legítimo que conquistamos.
Estou
feliz, pois este ano todas as minhas filhas estarão votando e contribuindo pela
consolidação da democracia. Espero que àqueles que têm direito ao voto, o
valorizem, comparecendo as urnas e escolhendo um candidato de sua confiança.
Escolha! Não tenha medo de errar. Acredite! Confie! Acompanhe o processo
eleitoral, debata os problemas da cidade com seus familiares, colegas e amigos.
Converse com os candidatos, ouça suas opiniões e as motivações que o levaram a
se candidatar. E se não for pedir demais, não troque seu voto por dinheiro, ou
qualquer outro “presentinho”, não acredite em promessas absurdas, pois
lembre-se: Você está concedendo o direito desta pessoa te representar pelos
próximos quatro anos, tomar decisões, administrar aquilo que é de todos nós.
Mas, o importante, é que você mesmo decide, conforme sua própria consciência,
seus valores e crenças, pois esse é o seu direito, legítimo, concedido pela
DEMOCRACIA.
Hoje
fui levar minha sogra, minha filha e dois sobrinhos para passar uns dias na
casa da minha cunhada na praia. No caminho ela começou a me falar sobre sua
vida, sua infância e a medida que ela falava, lembrava de minha mãe que
igualmente, teve uma vida parecida.
Minha
mãe é do Alegrete, e minha sogra de São Borja, ambas da fronteira oeste do Rio
Grande do Sul, terra de campo, de produção, ambas as cidades importantes para
nosso estado.
Em um
passado não muito distante as crianças trabalhavam desde muito cedo, as meninas
eram colocadas em casas de “família” onde cuidavam de crianças e dos afazeres
domésticos, muitas vezes não tinham nem 10 anos de idade. Assim aconteceu com
minha sogra e minha mãe, ambas trabalham desde que se conhecem por gente.
Minha
sogra casou cedo, queria sair de casa, tinha apenas 15 anos, foi o passaporte
para a capital, onde criou seus cinco filhos, entre ele minha esposa. O seu
sonho na capital não foi tão colorido assim, foi de muito trabalho e dor
também, pois, dos cinco filhos, um partiu com apenas 14 anos, vitima de
afogamento. Dor insuportável para uma mãe.
Minha
mãe casou mais tarde, com 22 anos, involuntariamente, movida pela minha
chegada, e criou seus quatro filhos trabalhando duro como minha sogra, ela já
morava aqui em Porto Alegre, para onde veio com a sua “família adotiva”, onde
conheceu meu pai.
Minha sogra "Gi" e parte de seus netos
Minha mãe
e minha sogra viveram em uma época em que o trabalho doméstico era praticamente
braçal. Criaram filhos com fraldas de pano, que precisavam ser lavadas após a
criança batizá-las. Naquela época toda a roupa era lavada a mão, no inverno e
no verão. Quando foram criadas as máquinas de lavar, só as famílias mais abastadas
possuíam uma. Podem imaginar quanta roupa suja era produzida por famílias com
esse número de membros? Pois é, além disso, elas cozinhavam, passavam,
costuravam e ainda trabalhavam fora.
Quando
era pequeno achava que minha mãe não dormia, ela estava sempre acordada, pois
acordava antes de todo mundo, e dormia após todos estarem na cama, nunca via
ela dormindo. Eu dei muito trabalho, pois se não bastasse as muitas
responsabilidades de minha mãe, eu sou asmático, e naquela época não tinha “bombinha”,
e quando entrava em crise, precisava correr para o hospital. Eu não conseguia
caminhar, não tínhamos carro, nem telefone em casa, e tantas outras coisas que
facilitam a vida da gente, muito dinheiro por exemplo. Assim, minha mãe tinha
que correr comigo no colo, lomba acima, pegar um ônibus e ir ao hospital. Dura
a vida de minha mãe! Dura a vida de minha sogra!
Uma
história como a de minha mãe e minha sogra, é rica em todos os sentidos, rica
em trabalho, rica em dores, rica em histórias, mas principalmente rica em AMOR.
Por mais que a jornada fosse exaustiva, não faltou, e não falta AMOR para com
seus filhos. Fui criado com muito Amor, assim como sei que minha esposa também
foi.
Minha Mãe Flávia e a família que ela construiu com muito Amor
A
caminhada para chegar até aqui foi dura, suportar as dores, os sofrimentos, as
dificuldades, calejaram muito a vida de nossas mães, as marcas do trabalho são visíveis
em seus corpos, mas nada que as impeça de zelarem por seus filhos e cumprirem
os seus compromissos de mães e agora, seus compromissos de avós, algumas vezes
avós-mães.
Durante
a viagem, e nas horas que sucederam meu retorno, até poder escrever esse,
passou um filme na minha mente, o filme da minha vida, de minha mãe, de minha
sogra e das milhares de mães que criaram seus filhos com Amor, mas com muito
sacrifício. Pensei nelas, mas também pensei que ainda hoje, por todo o Brasil,
apesar do desenvolvimento e do crescimento econômico, existem muitas Flávias e
Gizeldas criando seus filhos com muito Amor, mas com precárias condições, sem
acesso as tecnologias e sofrendo inúmeras privações. A ironia de tudo isso, é
que, destas famílias, saem homens e mulheres íntegros, trabalhadores, enquanto,
muitas vezes, o mesmo não acontece nas famílias mais abastadas, onde o ter é
mais importante do que o ser.
Queria
agradecer a minha mãe e a minha sogra pelo exemplo que me deram, pelas avós
dedicadas e amorosas que são, pelas mulheres trabalhadoras que ofereceram
cidadãos de bem para nossa sociedade. Embora, muitas vezes, só lembrada em
ocasiões festivas, como o natal, a FAMÍLIA ainda é o pilar mais importante de
nossa sociedade. Veja um homem de bem e enxergará uma família por trás dele!
Veja uma família de bem e enxergará um cidadão digno!
Era 1h da manhã de Sábado, dia 21.01.2012, quando minha filha me
acordou para atender minha cunhada, que estava ao telefone, pois uma
amiga da família, vizinha há muitos anos, estava passando mal e
precisava de socorro. Começava aí, mais uma de minhas experiências
com o sistema de saúde.
Parece impressionante, mas toda vez que tenho contato com hospitais,
emergências, ambulatórios ou etc., acabo tendo motivos para
escrever algo sobre o assunto. Foi assim com minha mãe, com meu
sogro. Por que será?
A amiga, com mais de 70 anos, já estava doente, passou um longo
período de internação, mas desta vez caminhava para sua última, pois,
veio a falecer naquele mesmo dia.
Ela foi conduzida ao Hospital Conceição pela SAMU e segui em meu
carro com a filha, que há 9 anos se dedicava com extremo afinco aos
cuidados com a mãe, um exemplo que me comoveu muito. Teria que
escrever uma postagem especial para relatar as atividades e a
dedicação com que ela cuidava da mãe, principalmente nos últimos
meses, que ela necessitava de uma atendimento especial, a impressão
era de que ela não dormia nunca, tamanha era a atenção dada, tanto
é verdade que, com extrema agilidade, ela detectou que algo não
estava bem e imediatamente providenciou socorro.
Alguns minutos após a chegada ao hospital, fomos chamados a
ingressar na “área vermelha” da emergência do Hospital
Conceição, onde se passou a cena que me marcou muito: Era um
corredor, com uma porta vermelha ao fundo, uma médica veio nos
atender, estávamos eu, minha cunhada e a filha da paciente, amiga da
família, a médica passou então a nos relatar que o caso era
gravíssimo e que provavelmente ela não passaria daquela noite,
tentou consolar a filha e falou sobre o caso. Diante daquilo comecei
a olhar em minha volta e percebi que ao meu lado no chão havia
pessoas deitadas. Sim, eram pacientes, deitadas no chão, e cobertas
com um cobertor marrom. Só dava para ver um pedacinho do cabelo,
pois eles cobriam a cabeça, provavelmente para se protegerem da luz
e tentarem dormir, apesar do entra e sai de pessoas, típico de um
corredor de hospital. Fiquei pensando:
Será que eles ouviam o que falávamos?
Como se sentiam, ali deitados, em condições muito precárias, no
chão, com quatro pessoas estranhas em pé, ao seu lado, falando de
morte?
Mil perguntas povoavam minha mente.
Olhei para dentro da sala a minha esquerda e reparei que havia
dezenas de pessoas na mesma situação, deitadas no chão, em camas
hospitalares, sentadas em bancos e cadeiras de rodas, eram muitas
pessoas, muitas mesmos, não dava para circular no local sem correr o
risco de pisar em alguém.
Fiz uma foto, com meu aparelho celular, para mostrar o corredor do Hospital. Não registrei nenhuma pessoa por uma questão de privacidade e respeito, apenas pode-se notar no lado direito, ao fundo, as pessoas deitadas no chão.
Comecei a ficar atordoado com aquilo, e meu espírito jornalístico
dizia que deveria sacar minha câmera fotográfica e sair
fotografando aquilo tudo, mas a necessidade de consolar e apoiar a
nossa amiga, me fez tomar a decisão de sentar um pouco e olhar em
minha volta, quando vi pessoas sendo atendidas, outras aguardando,
olhei mães, sentadas com os filhos no colo, uma outra, em pé,
apoiava a cabeça do filho jovem, em seu peito, gesto típico das
mães, e que traz muito conforto.
Tudo isso que vi, me remeteu ao sentimento de paz, que nascia do
caos, os funcionários ali presentes se esmeravam em atender os
pacientes, e a grande maioria deles estava acompanhada de um parente
ou amigo que procurava lhes dar conforto.
Essa postagem poderia ser um protesto as precárias condições de
nosso sistema de saúde, porém preferi olhar pelo lado do amor, amor
que consola, que cuida, o amor daqueles que trabalham por vocação e
que atendem com dedicação e carinho àqueles que precisam, o amor
que chora a perda e a saudade.
"Senhor, dai-me força para mudar o que pode ser mudado... Resignação
para aceitar o que não pode ser mudado... E sabedoria para
distinguir uma coisa da outra."
São Francisco de Assis
Mais do que reclamar eu fiquei pensando no que eu poderia fazer para
mudar esta situação, como eu poderia agir, como cidadão, como
indivíduo, para a melhoria destas condições? Não paro de pensar
nisso, ao mesmo tempo que fico imaginado que, apesar de 42 anos de
idade, nunca havia entrado na emergência do Hospital Conceição,
que está reformado e mais organizado do que era no passado, o que me
faz pensar nas muitas coisas que não conheço, nos muitos problemas
que nem sei que existem, das inúmeras respostas que não tenho.
Esse é um ano eleitoral, devemos pensar bem em nossas escolhas, pois
elas agem diretamente na solução de problemas como este, mas para
escolhermos bem, devemos pensar no assunto, devemos refletir sobre a
solução, devemos pensar o que nós podemos fazer e aquilo que não
está ao nosso alcance, e que depende dos governantes. Enquanto isso,
podemos fazer aquilo que está ao nosso alcance, que é dar o nosso
amor àqueles que dele necessitam, e cuidar e zelar por aqueles que
amamos, assim como nossa amiga cuidou de sua mãe até os últimos
minutos de sua vida.
O personagem Joseph Climber, do Grupo “Os
melhores do mundo”, é famoso no Brasil inteiro e a primeira vez que vi, no
programa do Jô Soares, eu ri tanto que cheguei a passar mal e senti falta de ar
(Sou asmático e isso não é nada difícil), com o passar do tempo refleti sobre a
mensagem principal do quadro e mais do que isso, descobri que eu conhecia o
Joseph Climber, e ele era um ídolo para mim.
Eu o conheci na UMESPA na década de 80, ele
havia presidido a entidade 10 anos antes do meu mandato, e desde lá ele seguiu
acompanhando as gerações que o sucederam, acompanhando a evolução da entidade e
ajudando as novas lideranças com sua experiência. Na minha gestão foi assim, ele
estava lá para nos ajudar a tocar a passagem escolar.
Tínhamos algumas coisas em comum e que nos aproximou,
uma delas era o saudoso “Véio Zé” que era o zelador do Colégio Nações Unidas,
onde estudei e iniciei minha militância estudantil, e que participava das
competições esportivas da UMESPA e da qual ouvi muitas histórias. Mas o que
mais nos aproximou foi mesmo os ideais e a identidade filosófica.
Foto antiga da década de 80: O "Véio Zé" é o senhor de bigode olhando para a câmera (Fez parte de minha história, também da UMESPA e deixou saudades). Ao lado dele a direita Dody Sirena, hoje um dos maiores empresários da música brasileira, sócio da DCSET e empresário do Roberto Carlos. Na mesa, o companheiro Skippy, que nos deixou esse ano, e de quem temos imensa saudade.
Esse amigo fez muitas coisas na vida, sempre
lutando, líder estudantil, líder comunitário, no seu bairro, Cefer I e
Conselheiro Tutelar, foi um dos primeiros Conselheiros Tutelares de Porto
alegre, muito respeitado por seu trabalho.
Mas como dizem: “A vida é uma caixinha de
surpresas”. Em Dezembro de 2000 Ele sofreu um AVC que limitou seus movimentos,
paralisando parcialmente o lado direito de seu corpo, e quando todos imaginavam
que ele iria parar com sua militância e se dedicar ao tratamento de saúde, ele
fez exatamente o contrário. Depois do AVC, baseado nas dificuldades
encontradas para sua reabilitação, passou a defender as melhorias das condições
da estrutura de reabilitação de Porto Alegre.
Olhem o meu amigo aí no tempo de UMESPA (adivinhe quem ele é)
Resumindo: O
cara, mesmo com as suas limitações, desenvolve mais atividades sociais do que a
maior parte, senão a totalidade das pessoas que estão lendo essa postagem
agora. Só para terem uma idéia, atualmente ele exerce as seguintes atividades:
É presidente da Associação dos Moradores da Cefer I, Editor do Jornal
Reabilitação, Membro do Conselho da Fadem, participade
aulas nas Faculdades de Educação Física e, Fisioterapia da UFRGS além de
visitas a entidades que atendem PCDs discorrendo sobre seus direitos e, as responsabilidades dos gestores públicos, além de ter
lutado e conquistado uma Lei Municipal que alterasse o Código Municipal de
Saúde criando na forma de lei ações que fazem interface as necessidades das
Pessoas com Deficiência. E há 10 anos luta por umCentro
de Referência que atenda situações de Média e, Alta Complexidade.
Valtinho na Câmara de Vereadores defendendo melhores condições para as pessoas com necessidades especiais.
Além disto, ele é responsável pelos encontros
anuais do Ex-Umespa, que tem o objetivo de proporcionar que possamos nos
reencontrar anualmente e onde podemos rever os antigos companheiros de luta estudantil.
É nosso elo, é nossa referência.
"Há
homens que lutam um dia e são bons,
Há
outros que lutam um ano e são melhores,
Há
aqueles que lutam muitos anos e são muito bons.
Porém
há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis"
(Bertold Brecht)
Eu sou um fã dele, sou um seguidor, admirador
do ser humano que ele é, e por isso eu tenha a honra de dizer que conheço
Joseph Climber. Aqui ele não responde por este nome, aqui o nome dele é Valter
Castilhos, o Valtinho, um de meus ídolos, um exemplo, um ícone. Ele representa
muito bem a frase de Brecht, pois ele é IMPRESCINDÍVEL.
Obrigado amigo Valtinho! Obrigado pelo exemplo
e por existir em nossas vidas!
Homenageando-te, homenageio á todos aqueles
brasileiros que não desistem nunca e que nos dão lições de vida, todos os dias.
Essa foto é de um momento muito especial em minha vida, a comemoração dos meus 40 anos, e pude contar com a honra de receber o Valtinho e o Skippy que me brindaram com suas presenças. O Valtinho é esse guerreiro que relatei em minha postagem, foi presidente da UMESPA assim como eu. O Skippy, assim como eu e o Valtinho, também presidiu a UMESPA e foi uma pessoa especial para o Valtinho, principalmente após o seu AVC, pois o Skippy passou a ser companheiro inseparável, e estava ao seu lado em todas as oportunidades. Porém o Skippy nos deixou este ano, em uma dessas peças que a vida nos prega, Levou o fiel escudeiro, companheiro, parceiro de luta do Valtinho, mais um motivo para desanimar, desistir. Sei o quanto ele faz falta para a sua família, aos amigos e principalmente para o Valtinho, mas sei que em seu nome o nosso "guerreiro" segue a luta, nos ensinando, dando exemplo e nos orgulhando. Com essa foto, tirada pelo amigo Digo Adams, encerro essa homenagem, lembrando o amigo Skippy e reverenciando meu companheiro e amigo Valtinho
Ontem sai para comemorar os meus 17 anos de união com a Márcia, pegamos a Renata na rodoviária, após passar uns dias em Canela com as amigas, e fomos jantar. Dizem que comer muito a noite faz a gente ter pesadelo. Que engorda eu sei, hehehe, muitos destes meus kg a mais se devem a minhas comilanças noturnas. Porém passei a noite inteira tendo pensamentos, espécie de “sonhos” ou “pesadelos” sobre o título desta postagem.
"Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser,mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las." (Voltaire)
Programei uma arrumação das minhas coisas para hoje, mas minha mente não sossega enquanto não escrevo essas minhas viagens. Tenho mais de uma dezena de postagens para serem publicadas, opiniões e mais opiniões sobre os mais diversos assuntos, porém meu perfeccionismo não deixa publicá-las enquanto não estão de acordo com o nível mínimo que exijo para serem lidas, portanto, dá um trabalho danado escrever uma postagem, ainda mais para mim que não tenho poder de síntese. Porém se não escrever essa e publicar parece que terei uma semana de pesadelos pela frente. Êta mente doentia.
"Eu não me envergonho de corrigir os meus erros e mudar de opinião, porque não me envergonho de raciocinar e aprender." (Alexandre Herculano)
Sempre fui uma pessoa de opinião, e fiz questão de expor elas. Minha avó, lá do Alegrete, quando vinha nos visitar, ás vezes ficava um pouco incomodada com a mania que eu tinha de me meter na conversa dos adultos e dar opinião. Ela achava aquilo uma falta de educação, criança dando palpite na conversa de adultos.
Foram inúmeras as vezes que arranjei encrencas ou passei por momentos embaraçosos, não por ter opinião, porque enquanto ela está apenas em sua mente, dificilmente causa problemas, mas quando ela resolve sair, aí começam os embaraços. Principalmente quando contrariam a opinião do teu interlocutor. Talvez por isso, a maioria das pessoas tenha opinião, mas prefira guardar para si, ou comentar apenas depois em Off.
"Uma coleção de baionetas ou de guilhotinas é tão incapaz de deter uma opinião como uma coleção de moedas de ouo é incapaz de deter a gota"
(Sthendhal)
Nos grupos em que interagi, não raro ganhei o título de polêmico por expor a minha opinião. Algumas vezes, sabedores desta postura, “esqueciam” de me convidar para conversar sobre determinado assunto, principalmente quando alguém gostaria que se fizesse algo sem muito questionamento.
Para poder defender minhas opiniões, tive que desenvolver a habilidade da argumentação, fazendo um demorado exercício de alto conhecimento do porque de tomar essa ou aquela decisão, ou de concordar com isso ou aquilo. Isso acontece principalmente quando tenho uma opinião fora do padrão, ou seja, diferente do que pensa a maioria das pessoas.
Imagine-se nesta situação: Você refletiu, pensou, estudou, elaborou e firmou convicção de sua posição, porém, uma grande parte dos demais pensa diferente, e aí você precisa ter uma gama de argumentos gigantesca, pois, mesmo que eles tenham a mesma opinião entre si, os motivos porque chegaram àquela conclusão não são os mesmo, uns são mais elaborados, outros são mais superficiais, e não raro, alguns nem sabem por que defendem aquela opinião. Aí fica o “louco” lá no meio tomando um monte de porrada por “esticar” a conversa. Mesmo assim sempre preferi expor minha opinião que me omitir.
"O fato de uma opinião ser amplamente compartilhada não é nenhuma evidência de que não seja completamente absurda; de fato, tendo-se em vista a maioria da humanidade, é mais provável que uma opinião difundida seja tola do que sensata." ( Bertrand Russell )
E a lógica? Imagine que você use a lógica para formar uma opinião, aí a coisa complica mesmo, pois vivemos em um país gigante, com múltiplas culturas, etnias e hábitos, desenvolvidos a partir das peculiaridades locais de um país continental com diferentes países dentro de um só, e aquilo que para mim é normal, pode não ser para quem mora lá no interior, na Amazônia ou no sertão nordestino. Sem falar no “jeitinho brasileiro” que é a nossa cultura nacional de interpretar o “certo” ou “errado”.
Não somos obrigados a ter opinião. Às vezes não pensamos sobre o assunto e, portanto não firmamos posição sobre ele. Isso é muito comum, a vida é muito dinâmica e todos os dias nos deparamos com situações cotidianas, mais ou menos importantes, que são debatidas nos nossos grupos sociais, família, escola, trabalho e que alguém olha para você e pergunta: Qual sua opinião sobre isso? São as cotas raciais, a invasão da USP, demissão do ministro, contratação do Ronaldinho, invasão do Iraque, morte do Kadafi, o teste do bafômetro, enfim, uma série de assuntos e nem sempre temos todos os instrumentos para formar opinião, e principalmente um deles, informação e conhecimento. Nestes casos eu sempre procuro pensar melhor antes de opinar, ou digo: Olha, levando em consideração as informações que tenho, minha opinião é essa, porém posso mudar amanhã ou após uma analise mais aprofundada.
Eu jamais iria para a fogueira por uma opinião minha, afinal, não tenho certeza alguma. Porém, eu iria pelo direito de ter e mudar de opinião, quantas vezes eu quisesse." ( Friedrich Nietzsche )
Mudar de opinião. Se for dizer o que foi mais difícil de aprender, sem dúvida foi a mudar de opinião, pois depois de firmar convicção, defender essas convicções com todas as suas forças, chegar a conclusão de que não estava certo, ou que havia falhas em sua forma de pensar é algo muito difícil, pois temos que fazer todo o processo de novo, refletir, pensar, estudar, elaborar, firmar convicção e depois reconhecer. Como admitir que estava errado? Aí reside a grande questão, pois para firmar posição usamos algumas características pessoais mais fáceis de utilizarmos, como inteligência, coragem, orgulho, porém para reconhecermos que estávamos errados, precisamos utilizar a humildade e essa é uma característica muito mais difícil de exercitar.
É duro reconhecer que estava errado, porém, se queremos ter nossas opiniões respeitadas, e ter credibilidade para opinar, precisamos ter altivez na hora de reconhecer que também erramos e que nem sempre nossas opiniões estão certas.
"Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo"