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terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

O poder das forças ocultas

Antes mesmo de eu nascer as “forças ocultas” já existiam, lembro até que um presidente do Brasil renunciou se dizendo pressionado pelas “forças ocultas” (Jânio Quadros em 1961).

Durante minha adolescência, juventude e até agora na fase adulta, com certa frequência me deparo com elas, o que gera em mim um impressionante desgaste mental tentando decifra-las e os seus efeitos nas pessoas.

Quando era criança, e também na adolescência, existia um “glamour” em fumar cigarro, era uma coisa impressionante ver as pessoas tossindo, tendo irritação na garganta mas se esforçando para aprender a fumar, pois era chic, e os adolescentes e até crianças chegavam a juntar baganas dos chãos para fumar, ou apenas fazer de conta que estavam fumando. Eu ficava olhando aquilo e não entendia, pois o cheiro era ruim, as pessoas que fumavam tinham os dentes todos amarelados, e muitos desenvolviam doenças que os levavam a morte, alguns inclusive morriam tentando se livrar do vicio que os aprisionava. Na televisão, nas novelas e nos comerciais o cigarro era idolatrado, e pessoas como eu, se sentiam verdadeiros ETs por não fumar, uns “otários”. Acontece que não via nenhum sentido naquilo, minha mente racional não compreendia o porquê de ter que se envenenar para parecer chic. Talvez por isso sou essa figura “brega” até hoje.

Com a bebida era a mesma coisa, e funciona até hoje, tipo: Beber é coisa de adulto! Então as crianças, e principalmente os adolescentes, que não veem a hora de serem adultos, começavam a beber desde cedo, muito jovens ainda, e quem não bebe é “criancinha”. Pior é que ainda funciona e talvez, por isso, tenhamos um número absurdo de alcoólatras em nosso país.

Com o tempo, o desenvolvimento da ciência, e com ela, também o desenvolvimento da inteligência humana, os seres humanos foram refletindo, pensando, fazendo cálculos, e perceberam que fumar não era legal, que mais trazia prejuízos do que benefícios, por isso começaram a criar restrições, pois se simplesmente banissem o cigarro, a sociedade entraria em colapso tamanha é a dependência que ele causa. Gostaria de prestassem bem atenção nesta palavra: DEPENDÊNCIA, que quer dizer Sujeição, Subordinação, pois ela é fundamental na mensagem que quero transmitir.

Também já se tentaram criar restrições á bebidas alcoólicas, como as do cigarro, porém, ambos, têm por trás grandes e poderosos conglomerados econômicos, são geradores de riquezas e produzem lucros incalculáveis. O “Estado”, principalmente de países capitalistas subdesenvolvidos e emergentes, como o nosso, são reféns, e impotentes diante de tanto poder econômico.

Porém, não eram só o cigarro e a bebida que me assombravam na adolescência e juventude. Havia também a famosa “Cannabis sativa, popularmente conhecida como maconha. Imaginem vocês: Jovem, militante do movimento estudantil, cabelo comprido, usando sandália e macacão e militante de organização de esquerda. Só pode ser maconheiro! E todos pensavam assim, tanto que nas revistas de rotina da polícia, eu sempre era selecionado, na rua, no ônibus, onde estivesse. Certa vez, em São Paulo, caminhando pela calçada, fui abordado, do nada pela ROTA. Até hoje não entendi porque àqueles caras gigantes, de 12 na mão, quase me quebraram todo em uma abordagem só por estar caminhando na rua.

Era assim que todos pensavam: Militante de esquerda, o pessoal das artes, músicos, atores, artistas em geral, estudantes universitários, tinham que fumar maconha porque aquilo era um símbolo da rebeldia, era como se fosse parte do vestuário destas classes, sem a qual não seriam autênticos. Eu, ser tudo o que descrevi, e não fumar maconha, era como se eu não fosse bom naquilo, como se eu fosse um intruso no meio, um ser “estranho”.

Mas nem uma provinha? Porque deveria provar? Eu respondia. Qual a necessidade que eu tenho de fazer algo que não me trará nenhum benefício, que não me fará bem, apenas para cumprir uma regra ou conceito que sequer sei como e porque foi criada?

"Até quando as forças ocultas irão determinar quem somos e o que fazemos?"

Pois é, “forças ocultas” estabelecem comportamentos, hábitos, costumes, que a maioria de nós segue sem questionar, e que de certa forma tolhe toda a individualidade e a nossa essência, pois passamos a representar um papel, ser o que querem que a gente seja, agir como querem que a gente aja. Para ser aceito no grupo e considerado “autêntico” somos obrigados a agir como os demais, nos vestir e nos comportar como os outros se comportam, caso contrário, seremos jogados na escuridão de não pertencer a lugar nenhum, a sermos rejeitados, excluídos, e às vezes até humilhados.

Não sei quando criaram, mas sei que sempre existiram, os rituais de passagem, as “provas de fidelidade” ou coisas do gênero. Estranhamente os grupos estão sempre exigindo que os indivíduos provem que podem fazer parte daquela “casta” e deles exigem que façam algo, geralmente que não fariam, digamos, de “sã consciência”. Fumar um baseado, cheirar uma coca, se tatuar, fazer um corte de cabelo estranho, tomar um porre, fazer pichações e vandalizar prédios privados e públicos, se mutilar, jogar coquetel molotov na policia, virar carro da imprensa, tocar fogo em ônibus, brigar na rua, enfim, parece que estamos sendo, a todo o momento, postos a prova, nos submetendo para poder pertencer a algo ou a algum grupo. Porque?

Os fortes resistem, os fracos sucumbem!

Ninguém = Ninguém
Engenheiros do Hawaii

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Legalizar as Drogas! Por que mesmo? Para que?

A Carta Capital desta semana traz, como matéria de capa, a defesa da legalização das drogas. Sob o Titulo: LEGALIZEM AS DROGAS! Seria o fim do tráfico e da violência e corrupção a ele associadas, a matéria, assinada por Willian Vieira me fez escrever este post.
Debato esse assunto há muito tempo, tudo porque, ainda adolescente, fiz a opção de não utilizar drogas, e de sequer prová-las, até por que, aquele “inocente” conselho, “Prova, só uma vez, se não provar, não vai saber como é!” é para muitos o sinal para o ingresso em um caminho sem volta, que destrói  muitas vidas, e abre feridas incuráveis em milhões de famílias.
Muitos me perguntam por que nunca provei, e as teses sempre foram muitas, desde que eu tinha medo dos meus pais, passando por ser evangélico e tantas outras versões mirabolantes, pois custava, e custa até hoje, as pessoas entenderem que simplesmente não provei porque não quis.
Não sou evangélico (não que isso seja um problema), fui criado solto, andando para tudo que é lado, com as mais diversas pessoas, tanto da minha idade, quanto mais velhas, fui líder estudantil, sou militante de esquerda, e sempre convivi com muitos usuários, andei por tudo, me diverti, curti a vida, viajei, me envolvi em muitas coisas na vida, que quando paro para contar minhas histórias pareço o Forrest Gump. Porém, sempre me perguntei: O que ganho com isso? Nunca encontrei uma resposta convincente que me fizesse achar que qualquer droga poderia me trazer algum benefício ou prazer que não pudesse encontrar em outras coisas melhores e mais legais de fazer, e esse sempre foi o motivo.
Nunca defendi a legalização das drogas, a descriminalização da maconha e qualquer outra tentativa desta natureza, e essa matéria da Carta Capital, só me convenceu ainda mais disto, pois, como sempre, os argumentos em defesa, são muito fracos para o meu jeito lógico de ser. Pois, quem me conhece, e convive comigo, sabe que sempre aplico uma lógica, a minha lógica, ou a lógica que minha mente alcança, e por ela filtro minhas opiniões e posicionamentos, foi assim, de forma simplificada e lógica, que respondi a pergunta que me fazia sempre que alguém tentava me apresentar, convencer e oferecer drogas.


Como a matéria é longa, e o assunto complexo, e eu sou prolixo, vou tentar compartimentar e objetivar o melhor possível o meu ponto de vista.

LEGALIZANDO AS DROGAS VAI DIMINUIR O TRÁFICO E COM ELE A VIOLÊNCIA
Esse é um dos principais argumentos, inclusive consta como subtítulo da chamada de capa da matéria. Pois é, o cigarro é legal no Brasil e estudos mostram que o “contrabando” que não deixa de ser uma espécie de tráfico, é imenso e alimenta uma indústria, não menos violenta e com diversas ramificações, que corrompem servidores públicos e etc.
Qual a mágica para acabar com a violência? Não vão ter mais traficantes? Os traficantes vão pegar uma carteira de trabalho e vão arranjar um emprego, já que a maconha vai ser vendida nos bares, danceterias e bancas de revista, ali, ao lado das carteiras de cigarro?
A quem querem enganar? O criminoso arranja outro crime para cometer, assalta banco, explora outro tipo de contravenção.
Vão legalizar também o Crack, a cocaína, heroína? Sim, pois se o objetivo é acabar com o tráfico, tem que liberar tudo, pois se liberarem a maconha, o traficante vai continuar vendendo o resto, e a violência vai continuar, se não compensar vender maconha, vende outra coisa, pois não esqueçam que o traficante é um comerciante, o seu objetivo é lucro, é ganhar dinheiro, não faz isso por caridade. O que faz um comerciante quando tem um produto que não vende? Arranja outro que venda! Todos sabem que a maconha não é a única droga fornecida, acho que inclusive nem é a mais vendida, nem a mais lucrativa.
A matéria fala dos cartéis e do poderio dos traficantes, porém sabemos que o negócio deles é vender Coca, e não o refrigerante, a maconha nem é prioridade, é apenas mais um produto nesta cadeia, pois a folha de coca proporciona mais variações e é bem mais lucrativa.
Os manipuladores da opinião pública e principalmente dos jovens, que são os “inocentes úteis”, que fazem passeatas pela legalização, ficam mostrando os “farrapos humanos” das “cracolândias” da vida, dizendo: Olhem! Vejam! Se liberar a maconha, isso não vai mais acontecer! Como assim? Qualquer criança sabe que a maconha é apenas um tipo de droga, as vezes até serve de porta de entrada para outras drogas como Crack, Cocaína, Heroína, e essas sim, acabam de vez com as pessoas, é um caminho com pouquíssimas e complexas chances de recuperação, e não vejo como liberação da maconha reduzirá essa realidade, ainda mais se legalizada, pois passa a ser aceita como inofensiva, e vai continuar sendo a porta de entrada para as outras drogas, assim como a bebida alcoólica também se presta a esse papel.

A matéria confirma ser o tráfico, o "negócio mais lucrativo do mundo", mesmo assim acham que tudo se resolve com uma simples mudança na legislação e que de uma hora para outra o tráfico acabará através de decreto.

LEGALIZANDO AS DROGAS, O GOVERNO VAI ARRECADAR IMPOSTOS E INVESTIR NA SAÚDE E OS VICIADOS TERÃO MELHOR ATENDIMENTO.
Essa é um dos argumentos que me deixa mais revoltado, pois no Brasil, duas drogas lícitas, como o cigarro e a bebida alcoólica são os produtos que tem maior alíquota de impostos e arrecadam bilhões, no entanto, os estudos comprovam que os danos causados pelo uso destas substâncias consomem mais dinheiro do que a arrecadação em impostos. Quem não conhece um alcoólatra que tem sua vida destruída e não consegue atendimento de saúde, ou um fumante com doenças esperando por atendimento e tratamento no SUS? Qual o milagre?
Essa de utilizar de um problema, como o da saúde pública, para nos convencer a aceitar algo, é muito velho, e já está batida, vira e mexe vem alguém: Vote em mim que resolvo o problemas da saúde! Vamos criar um imposto que vai resolver o problema da saúde! Compre isso que vai resolver o problema da saúde! Agora querem dizer: Comprem e fumem maconha que o governo vai ganhar o dinheiro dos impostos para resolver o problema de saúde e dar tratamento digno para quem é viciado.
Opa! Como assim? Vão utilizar o dinheiro dos impostos para tratar os viciados? Hum... Mas se curarem os viciados, quem vai comprar maconha? E se as pessoas não comprarem maconha não vai ter o dinheiro dos impostos, e se não tiver o dinheiro dos impostos, a saúde não vai melhorar.
Na verdade a maconha será apenas mais uma na lista das drogas lícitas a gerarem problemas, assim como já geram, pois o fato de ser não liberada não impede das pessoas usarem.

A INDÚSTRIA DO TABACO SERÁ A MAIOR BENEFICIADA COM A LEGALIZAÇÃO DA MACONHA
Dia destes escutava um debate sobre a legalização e um detalhe, no depoimento do Dr. Sérgio de Paula Ramos, me chamou a atenção: Que a indústria do tabaco é a maior interessada na legalização da maconha! Essa afirmação fez cair a ficha. Claro! As empresas de cigarro estão com tudo pronto, o equipamento, a estrutura, a experiência, a rede de distribuição, tudo. Legalizado o consumo ela está pronta para colocar cigarros de maconha nos milhares de postos de venda espalhados por todo o país em pouquíssimo tempo, lucrando muito mais do que lucra agora.
Certa vez li um comentário que fazia a seguinte pergunta: Que empresário não gostaria de comercializar um produto que cria dependência nas pessoas? Fiquei com essa pergunta na cabeça e refleti muito sobre ela. Comecei a olhar a minha volta e ver o comportamento das pessoas em relação à bebida alcoólica, ao cigarro e os mais leves, mas não menos viciantes, chocolate e coca-cola.
A conclusão que cheguei é que, comercialmente, não há nada mais certo do que vender um produto que torna as pessoas dependentes. Pensei nas pessoas que deixam de comer para comprar um cigarro ou uma bebida, que juntam baganas do chão para fumar, que cometem pequenos golpes para poder saciar a vontade de beber, e tantas outras situações vividas por aqueles que um dia provaram um desses produtos e nunca mais deixaram de consumi-los. A maconha vai ser apenas mais um destes produtos, que enriquecerá algum empresário, ou grupo, às custas da dependência de uma parcela considerável de nossa população. 
Sinceramente, acho que não precisamos disto.
 
O mundo reconhece que não consegue conter o poder do narcotráfico. "Até os Estados Unidos parecem disposto a abandonar a política da "guerra às drogas", diz a matéria.
Quer dizer que nem o poderio Americano vence a força do tráfico mas, com a mudança de legislação vão conseguir acabar com os traficantes?

O CAPITALISMO É UM SISTEMA PERVERSO QUE CORROMPE A ÍNDOLE DAS PESSOAS
No meu entendimento, e fique claro, no MEU ponto de vista, a matéria da Carta Capital não disse a que veio, não consegue sobreviver a mínimos questionamentos, e se o objetivo era fortalecer o movimento pró legalização das drogas, ela não trouxe nada de novo ou convincente que pudesse acrescentar à discussão.
Lendo a matéria, que parece ter sido feita por encomenda, mais me convenço de que o sistema Capitalista é o cupim da dignidade humana, pois, no fundo da discussão, está a vontade de colocar a mão nos bilhões de “narcodólares”, os caras não estão preocupados com a saúde dos usuários de drogas, ou se jovens, de todas as classes sociais, tem suas vidas abreviadas pelo seu uso, eles querem saber quem botará a mão nos bilhões de dólares oriundos da sua comercialização. Reflitam! As drogas continuarão gerando riquezas, a sua legalização apenas fará o dinheiro trocar de mãos, sairá dos traficantes, para governos e empresários, não muito mais honestos, espalhados pelo mundo, pois esse é o mal do sistema capitalista.
O sistema capitalista, impulsionado pela ganância humana, residente em todas as almas, produz pessoas que adulteram o leite, fraudam a saúde pública, roubam a merenda escolar das crianças, exploram e humilham as pessoas, se aproveitam da fé e em nome de Deus roubam seus fiéis, enfim, cometem toda a ordem de desonestidades, tudo com o objetivo de obter lucro e usufruir dos prazeres que o dinheiro proporciona, os traficantes são apenas mais uma variação desta espécie, e eles obtém lucro, vendendo algo da qual as pessoas são dependentes e tem dificuldade de se livrar, utilizando-se de outros gananciosos e todo o tipo de corruptos.

“Os narcóticos não garantem apenas o enriquecimento dos criminosos envolvidos diretamente no negócio. Após as recentes crises financeiras internacionais, vários bancos superaram seus problemas de liquidez com os recursos do tráfico...”

TUBARÕES CAPITALISTAS, DEFENSORES DA LIVRE COMERCIALIZAÇÃO DAS DROGAS, COLOCAM O OVO DE UM LADO E CACAREJAM DO OUTRO
Uma das formas de manipular a opinião pública é confundir os assuntos, misturar tudo, e se aproveitar da falta de atenção das pessoas. A matéria faz isso se não olharmos com cuidado.
Utilizando-se da vontade, legítima, de jovens e usuários de maconha, que desejam vê-la legalizada, e com isso evitar os constrangimentos e a possibilidade de prisão, os interessados nos lucros da droga, confundem a opinião pública, tentando tratar o assunto como se fosse apenas possibilitar que - Jovens inocentes tenham o direito de consumir seu baseadinho sem serem incomodados pela polícia, pois afinal temos criminosos aí a solta com quem a polícia deve se preocupar e não com nossos filhos queridos, estudiosos e comportados, e as cadeias já estão cheias de marginais e não é justo prender a gurizada por causa de um barato - Olhando assim até que tem razão. Mas será que é só isso? É disso que estamos tratando?
Claro que não! No Brasil, desde 2006 os usuários não são presos, e mesmo antes, quase nunca eram. Cresci presenciando as pessoas fumarem maconha nas praças, ruas e em todo o lugar, livremente. No meu condomínio, o pessoal fuma direto e passamos por eles com a maior naturalidade do mundo. Quantos de vocês, que me leem agora, já fumaram seu “cigarrinho” tranquilamente, sem serem importunados?
O certo é que, usuários, na sua maioria de classe média, querem continuar sendo consideradas “pessoas de bem e honestas”, mesmo que estejam colocando suas vidas em risco, consumindo algo que vicia e pode destruí-los, sem correrem o risco de terem um dedo apontado para si. Pois, se levarmos ao pé da letra, hoje eles são hipócritas, que se consideram bons e honestos, mas burlam e desrespeitam a lei, consumindo algo que é proibido, alimentando a indústria da droga, sustentando traficantes, e financiando as armas que matam milhares de pessoas (as vezes eles mesmo, por causa de dívidas com os traficantes). Com a liberação, os empresários “honestos” produziriam a droga, a industrializariam, venderiam no mercado da esquina, ganhariam seu dinheiro honestamente, o governo arrecadaria seus impostos, as pessoas consumiriam sem serem incomodadas, assim como fazem com a bebida e cigarro, e todos viveriam felizes e com sua consciência em paz. 
Sabe que gostei deste final! Pena que não é bem assim que acontece.
Na verdade, muitos usuários de drogas acabam destruindo suas vidas, cometem pequenos e até grandes delitos para comprarem a droga (e por isso são presos, não pelo consumo), roubam seus familiares, prejudicam suas vidas profissionais e educacionais, e uma parte grande deles acaba morrendo ou vivendo nas ruas, pois a droga é devastadora, e o estado não consegue lhes fornecer ajuda para alcançar a cura de sua doença.
No fundo, assim como fazem com os alcoólatras, pouco interessa que as pessoas se curem, quando muita gente vive do vício delas.

Imagens de impacto, como está que ilustra a matéria, nos vende a falsa impressão, de que  as cadeias estão abarrotadas de "usuários" de drogas que foram parar lá por terem sido flagrados fumando um baseado, e que o estado está aumentando a repressão aos usuários e, portanto, as cadeias vão ficar mais lotadas ainda.
Você acredita nisso?

Um dos argumentos para a legalização, é que na Holanda, país considerado modelo de legalização da maconha, grande parte dos usuários da maconha não se expõem à cocaína e à heroína. A matéria faz referência a isso. Pois é, mas não disseram qual o tamanho do estrago causado por elas, pois, me dizer que: A maior parte dos usuários de maconha, não consomem cocaína, é a mesma coisa que me dizer que a maior parte das pessoas que consome refrigerante, não bebe cerveja. Pois bem, o que isso quer dizer? Que no Brasil não temos alcoólatras, pois o pessoal prefere refri? E na Holanda as pessoas não consomem cocaína e heroína porque podem comprar maconha livremente?
A matéria traz algumas informações como o preço de um quilo de coca pura, que na Colômbia é 1,5 mil dólares, 12 mil a 16 mil no México, perto de 47 mil na Holanda, 57 mil na Itália e até 77 mil no Reino Unido, e a matéria ainda acrescenta: “No varejo, a droga é misturada a outras substâncias e rende muito mais.”. Ôpa! Mas não estávamos falando de maconha? Pois é, a confusão é grande, falam da liberação da maconha, mas apresentam os números da coca. Mas, assim jogados, os números podem gerar várias interpretações, como a de que na Holanda, onde a maconha é liberada, a cocaína dá muito dinheiro.
Sabe que fiquei confuso? E esse post ficou gigante! O certo é que problema é complexo e a matéria, pelo menos para mim, só confirmou o que eu já sabia: 
A droga é um produto que gera bilhões de dólares; 
Existem milhões de interessados em ganhar dinheiro com ela; 
Quando vão tratar do assunto eles misturam tudo e fazem uma confusão na cabeça das pessoas; 
Que quase ninguém está interessado no mal que ela faz, apenas no quanto ela rende; 
Que os usuários, sem perceber que são reféns da droga e que são dominados por ela, são usados para mascarar os interesses comerciais, servindo de fachada para o enriquecimento, daqueles que querem explorar seu vício e sua fraqueza.
Essa é parte de minha reflexão, pois o assunto é tão instigante, que a vontade que tenho é de comentar parágrafo por parágrafo desta matéria, porém a tornaria impossível de ler, pois deste tamanho ela já terá poucos leitores, porém o mais importante é que escrevi o que estava pensando, e tranquilizei a minha consciência que me exigia que eu me manifestasse.

Desculpe queridos amigos, usuários de drogas, mas, do fundo do meu coração, mais do que liberar o consumo, a venda ou a produção de drogas, mais do que descriminalizar, eu prefiro viver a utopia de um mundo SEM DROGAS, prefiro ver as pessoas vivendo e sendo felizes de cara limpa.

Fonte: Revista Carta Capital - Edição nº 748 de 15 de Maio de 2013