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quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Esquerda eu?


Uma das coisas que aprendi com a maturidade é que, por pior que seja a situação, ela sempre nos proporciona um aprendizado. Essas eleições, que estão sendo uma das piores que já vi na minha vida, tamanha é a insanidade do debate, me fizeram descobrir que não sou uma pessoa de esquerda, acho inclusive que nunca fui, e tenho a impressão que não serei. Há poucos dias escrevi que era de esquerda, pois esqueçam, eu estava enganado!

Olhando o debate e a forma com que estão utilizando o termo “ser de esquerda” me faz desejar não ser nada. Percebi que é uma bobagem este estereótipo, e que a mim ele não faz nenhuma diferença. Não sinto a menor vontade de querer ser qualificado de nada, reconhecido por nenhuma denominação, quero apenas ser eu mesmo e viver conforme aquilo que acredito.


Rejeito qualquer denominação que me obrigue a fazer coisas que não quero e na qual não acredito, pois teria que fazer uma reprogramação no meu caráter que definitivamente me descaracterizaria. Não quero deixar de ser amigo de alguém porque ele é de direita e eu sou de esquerda, ou vice versa. Quero ser amigo de quem eu quiser independente de sua posição política, assim como não quero ser obrigado a ser amigo de alguém só porque é do mesmo campo político.

Quero olhar para uma ideia e gostar dela sem precisar pedir para fazer DNA para saber se ela foi pensada por alguém de direita ou de esquerda. Para mim, ideia boa é ideia boa, e não deixa de sê-la porque não é de minha autoria ou dos meus!

Quero poder considerar errado desviar o dinheiro público por quem quer que seja, independente se muito ou pouco, e para qual finalidade!

Quero poder dizer coisas legais e ruins, errar e acertar!

Quero poder perdoar, dar segunda, terceira, infinitas chances, ou nenhuma também! Assim como quero achar que ninguém é alguém com capacidade de achar que possa ser digno de conceder perdão.

Quero continuar amando o diferente, o “estranho”, o “fora de padrão” sem precisar concordar com suas escolhas. Não preciso ser igual para respeitar!

Quero ser aquilo que me faz feliz e me honra!

Quero ter e mudar de ideia quantas vezes eu quiser, e não precisar usar de meu tempo e das oportunidades que tenho, para satisfazer as necessidades “egóicas” de quem quer que seja.

Não quero ser obrigado a difamar, caluniar e destruir a reputação de alguém simplesmente porque não faz parte do meu grupo político. Sempre declarei que levo uma vida com o olhar na minha morte, pensando no que as pessoas dirão as minhas filhas sobre mim. Quero que quando alguém diga que é minha filha, ou neto, as pessoas digam que fui um cara de bem e contem porque vivi. Não consigo imaginar minhas filhas e meus netos verem alguém falando mentiras sobre mim, me chamando de tudo que é coisa, destruindo minha reputação nas redes sociais, sem ao menos me conhecerem, movidos pelo simples fato de eu não ser do mesmo “lado” deles.

Cansei de gente querendo me aprisionar, me enquadrar em modelos, em comportamentos! Que coisa mais chata!

Covardia? Não, coragem! Coragem de dizer NÃO a uma prática que reprovo; coragem para dizer NÃO a uma camisa de força que quer me aprisionar; coragem para dizer NÃO a um estereótipo que quer limitar meu bom senso, minha consciência e meu senso crítico.

E a esquerda? Sinceramente? Não faz nenhuma diferença em minha vida eu me autodenominar “de esquerda” ou ser denominado por alguém como tal, pois isso não faz de mim alguém melhor, nem pior do que ninguém. As pessoas chegam ao absurdo de considerar que ser “de esquerda” é uma qualidade, e tem outros que acham que ser “de direita” é que é uma qualidade. Nunca consegui entender o por que. Isso virou uma modinha que até o Collor, o Maluf, o Sarney e o Calheiros aderiram.  

Não, não sou de esquerda, não sou de direita, não sou de centro, simplesmente não sou nada! Fiquem vocês com seus selos, com seus rótulos, com suas plaquinhas, que fico com minha consciência!

Por fim, agradeço a intolerância de algumas pessoas, pois sem ela, não teria feito uma descoberta tão libertadora!


Sejamos todos Felizes!

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Para ser de esquerda precisa ser PTista?

Amigos, nós que militamos na política, devemos satisfação aos nossos amigos, principalmente aqueles, que como eu, já concorreram a um cargo público, e mais ainda aqueles que ocupam cargos públicos, pois é comum e natural que nossos eleitores, amigos e familiares, nos tenham como referência e acompanhem nossas escolhas.

Por mais antiquado que possa ser a denominação, sou um militante de esquerda, e como tal, direciono minha prática política com o objetivo de construir uma sociedade mais equilibrada, com menos desigualdades sociais, com melhor qualidade de vida e com melhor distribuição de renda. Minhas escolhas políticas sempre levam esses fatores em consideração, e por este motivo que abracei, desde o início, a candidatura de Eduardo Campos, e depois a de Marina Silva, não só por representarem minha sigla partidária, mas por representarem um projeto que acredito.

Passadas as eleições é preciso respeitar o desejo do povo, manifestado de forma democrática através do voto e, portanto, aceitar que não fomos escolhidos para governar o Brasil.

Fiz algumas manifestações nas redes sociais e um amigo me cobrou coerência em relação ao PT, afirmando que eu estava “mudando de lado”, respondi a ele e agora esclareço a quem ainda tem dúvidas sobre o meu posicionamento.

Minha militância partidária começou no MR8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro) na década de 80, depois fui para o PDT de onde sai em 2000 juntamente com um grupo de companheiros para apoiar Tarso Genro para a prefeitura de Porto Alegre. Em 2001, esse grupo, que incluía a Presidente Dilma, filiou-se ao PT e eu optei por deixar a militância partidária. Só voltei a me filiar em um partido político em 2011 optando pelo PSB, partido que milito até o presente momento.

Participei de três governos no Rio Grande do Sul: Collares e Olívio, pelo PDT e Tarso, pelo PSB. Sempre contribui neste campo e tive a oportunidade de ingressar no PT e não o fiz, pois, embora reconhecendo sua importância, nunca me vi militando no PT.

NUNCA fui PTista! SEMPRE fui crítico ao PT, por sua relação com as demais forças de esquerda do país, por se acharem a “bolachinha mais recheada” do pacote, sendo o parâmetro para denominar quem é de esquerda ou de direita, mais ou menos assim: Está com o PT, é de Esquerda! Não está com o PT, é de Direita! Com esse pensamento, tentam fazer o povo pensar que Sarney, Collor, Calheiros, Maluf, são de esquerda. No Maranhão, por exemplo, preferiram fortalecer a candidatura de Lobão Filho (PMDB) apoiado pela família Sarney e as oligarquias locais, contra a candidatura de Flavio Dino (PCdoB). Eu sempre fiquei muito indignado com essa postura, o que nunca me impediu de reconhecer os méritos do PT e confiar o meu voto a eles, a ponto de deixar um partido onde me sentia em casa, o PDT, para manter minhas convicções de “esquerda” e apoia-los. Ironicamente ontem escutei o Governador Tarso Genro elogiando o Collares, que era seu adversário em 2000 e foi o pivô de nossa saída do partido, dizendo que ele era a grande “referência” do PDT, tudo porque a executiva do PDT tirou o indicativo de apoiar Sartori, mesmo tendo participado do governo Tarso, e o único que o defendeu foi o Collares. Como esse mundo dá voltas!

Agora estamos novamente em uma encruzilhada. Nos últimos 20 anos, tivemos que escolher entre um candidato do PT e outro do PSDB, e minha esperança era que este ano fosse diferente. Eu sempre me posicionei a favor do PT nesta polarização, mesmo nas eleições em que o FHC derrotou o Lula. O meu partido, mesmo antes de eu ingressar nele, também esteve ao lado do PT em todas as eleições desde 1989.

Aí eu pergunto: Após ter vivenciado a experiência de ver o presidente do meu partido e candidato a presidência da república, Eduardo Campos, juntamente com outros companheiros, morrerem em uma tragédia que chocou todo o Brasil; Após o PSB ter construído uma história digna no campo da esquerda, colaborado com importantes lideranças para os avanços que alcançamos no país; Após termos estado a par e passo com o PT nestes anos todos, é correto o tratamento que o PT nos deu no primeiro turno? O PT tratou o PSB com o respeito que merecíamos por toda a nossa história?  A prática PTista foi condizente com os princípios democráticos que sempre pregamos? O PSB não tinha o direito de ter uma candidatura própria? A estratégia de desconstrução pessoal e política, através de calúnias, difamações e mentiras, foram condizentes com a ética republicana que defendemos?

O mais humilde dos cidadãos sabem que o PT não foi digno com o PSB, e que atacou o pessoal de todos nós, nos desqualificando, desqualificando nossos candidatos usando de práticas abomináveis e, portanto, ficamos impossibilitados moralmente de estarmos ao seu lado neste segundo turno. Se antes eu tinha a certeza absoluta, 100% de certeza, que em uma polarização entre Dilma e Aécio eu apoiaria e votaria em Dilma, hoje eu tenho certeza de que se apoiar Dilma me sentirei envergonhado perante minhas filhas. Isso quer dizer que apoiarei o Aécio? Não! Simplesmente não decidi que posição tomar no segundo turno. Meu partido irá se reunir para decidir como se posicionará, e depois, pensarei, com muita calma, qual será a minha posição pessoal. O certo é que, para mim, é muito difícil escolher, pois é “o sujo falando do mal lavado”.

O PT escolheu o adversário do segundo turno, quis Aécio, imaginando ser ele o mais fácil de superar no segundo turno, preferiu correr o risco de perder a eleição para um candidato mais conservador (No segundo turno os dois candidatos tem chances de vitória) do que permitir que uma candidata do campo de esquerda se viabilizasse. Preferiram fazer uma campanha de desconstrução da candidatura do PSB, livrando o candidato do PSDB possibilitando seus crescimento, e com ele todos os seus aliados, e agora querem dizer que nós estamos querendo entregar o Brasil na mão do PSDB. Não teria sido exatamente o PT que preferiu correr o risco de entregar o Brasil na mão do PSDB do que para o PSB?


Assim amigos, fica registrada minha posição. Não vejo NENHUMA legitimidade no PT e nos PTistas para determinarem quem é de esquerda ou de direita. Não após os governos que realizaram, e muito menos agora, após o PT terem ajudado na eleição de um dos congressos mais conservadores da história recente do país (Assunto que tratarei em uma postagem futura). 

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

O poder das forças ocultas

Antes mesmo de eu nascer as “forças ocultas” já existiam, lembro até que um presidente do Brasil renunciou se dizendo pressionado pelas “forças ocultas” (Jânio Quadros em 1961).

Durante minha adolescência, juventude e até agora na fase adulta, com certa frequência me deparo com elas, o que gera em mim um impressionante desgaste mental tentando decifra-las e os seus efeitos nas pessoas.

Quando era criança, e também na adolescência, existia um “glamour” em fumar cigarro, era uma coisa impressionante ver as pessoas tossindo, tendo irritação na garganta mas se esforçando para aprender a fumar, pois era chic, e os adolescentes e até crianças chegavam a juntar baganas dos chãos para fumar, ou apenas fazer de conta que estavam fumando. Eu ficava olhando aquilo e não entendia, pois o cheiro era ruim, as pessoas que fumavam tinham os dentes todos amarelados, e muitos desenvolviam doenças que os levavam a morte, alguns inclusive morriam tentando se livrar do vicio que os aprisionava. Na televisão, nas novelas e nos comerciais o cigarro era idolatrado, e pessoas como eu, se sentiam verdadeiros ETs por não fumar, uns “otários”. Acontece que não via nenhum sentido naquilo, minha mente racional não compreendia o porquê de ter que se envenenar para parecer chic. Talvez por isso sou essa figura “brega” até hoje.

Com a bebida era a mesma coisa, e funciona até hoje, tipo: Beber é coisa de adulto! Então as crianças, e principalmente os adolescentes, que não veem a hora de serem adultos, começavam a beber desde cedo, muito jovens ainda, e quem não bebe é “criancinha”. Pior é que ainda funciona e talvez, por isso, tenhamos um número absurdo de alcoólatras em nosso país.

Com o tempo, o desenvolvimento da ciência, e com ela, também o desenvolvimento da inteligência humana, os seres humanos foram refletindo, pensando, fazendo cálculos, e perceberam que fumar não era legal, que mais trazia prejuízos do que benefícios, por isso começaram a criar restrições, pois se simplesmente banissem o cigarro, a sociedade entraria em colapso tamanha é a dependência que ele causa. Gostaria de prestassem bem atenção nesta palavra: DEPENDÊNCIA, que quer dizer Sujeição, Subordinação, pois ela é fundamental na mensagem que quero transmitir.

Também já se tentaram criar restrições á bebidas alcoólicas, como as do cigarro, porém, ambos, têm por trás grandes e poderosos conglomerados econômicos, são geradores de riquezas e produzem lucros incalculáveis. O “Estado”, principalmente de países capitalistas subdesenvolvidos e emergentes, como o nosso, são reféns, e impotentes diante de tanto poder econômico.

Porém, não eram só o cigarro e a bebida que me assombravam na adolescência e juventude. Havia também a famosa “Cannabis sativa, popularmente conhecida como maconha. Imaginem vocês: Jovem, militante do movimento estudantil, cabelo comprido, usando sandália e macacão e militante de organização de esquerda. Só pode ser maconheiro! E todos pensavam assim, tanto que nas revistas de rotina da polícia, eu sempre era selecionado, na rua, no ônibus, onde estivesse. Certa vez, em São Paulo, caminhando pela calçada, fui abordado, do nada pela ROTA. Até hoje não entendi porque àqueles caras gigantes, de 12 na mão, quase me quebraram todo em uma abordagem só por estar caminhando na rua.

Era assim que todos pensavam: Militante de esquerda, o pessoal das artes, músicos, atores, artistas em geral, estudantes universitários, tinham que fumar maconha porque aquilo era um símbolo da rebeldia, era como se fosse parte do vestuário destas classes, sem a qual não seriam autênticos. Eu, ser tudo o que descrevi, e não fumar maconha, era como se eu não fosse bom naquilo, como se eu fosse um intruso no meio, um ser “estranho”.

Mas nem uma provinha? Porque deveria provar? Eu respondia. Qual a necessidade que eu tenho de fazer algo que não me trará nenhum benefício, que não me fará bem, apenas para cumprir uma regra ou conceito que sequer sei como e porque foi criada?

"Até quando as forças ocultas irão determinar quem somos e o que fazemos?"

Pois é, “forças ocultas” estabelecem comportamentos, hábitos, costumes, que a maioria de nós segue sem questionar, e que de certa forma tolhe toda a individualidade e a nossa essência, pois passamos a representar um papel, ser o que querem que a gente seja, agir como querem que a gente aja. Para ser aceito no grupo e considerado “autêntico” somos obrigados a agir como os demais, nos vestir e nos comportar como os outros se comportam, caso contrário, seremos jogados na escuridão de não pertencer a lugar nenhum, a sermos rejeitados, excluídos, e às vezes até humilhados.

Não sei quando criaram, mas sei que sempre existiram, os rituais de passagem, as “provas de fidelidade” ou coisas do gênero. Estranhamente os grupos estão sempre exigindo que os indivíduos provem que podem fazer parte daquela “casta” e deles exigem que façam algo, geralmente que não fariam, digamos, de “sã consciência”. Fumar um baseado, cheirar uma coca, se tatuar, fazer um corte de cabelo estranho, tomar um porre, fazer pichações e vandalizar prédios privados e públicos, se mutilar, jogar coquetel molotov na policia, virar carro da imprensa, tocar fogo em ônibus, brigar na rua, enfim, parece que estamos sendo, a todo o momento, postos a prova, nos submetendo para poder pertencer a algo ou a algum grupo. Porque?

Os fortes resistem, os fracos sucumbem!

Ninguém = Ninguém
Engenheiros do Hawaii

terça-feira, 8 de outubro de 2013

PSB – Eduardo Campos – Dilma – Marina – Eleições – Lasier – Heráclito e Muito Mais – Parte II


Cuidado com quem prega a filosofia da superioridade “Ariana”, das “raças superiores” sem imperfeições. 
Isso nunca acaba bem!

Comecei a militar muito cedo, me afastei da política em 2001 e retornei em 2011.

Olhando para trás posso afirmar que nunca militei em um partido em que tivesse afinidade 100% com 100% dos seus membros, pelo contrário, sempre tive que conviver com pessoas, que mesmo no mesmo partido, pensavam diferente. Isso é absolutamente normal e democrático e está presente em todos os núcleos sociais.

Pense o partido como uma família, uma família com nove filhos, como a de meu pai, por exemplo, nove filhos do mesmo pai e da mesma mãe. Será que todos pensam e se comportam da mesma forma? Claro que não! Na família, assim como nos partidos, nas empresas, nos times de futebol, as pessoas podem pensar diferente, pois cada ser é único e fruto de suas circunstâncias, por isso, que o partido têm um programa, um estatuto, assim como a religião tem sua bíblia, e quem ingressa no partido adere àquele programa, e não ao contrário.

Quem leu algo sobre os regimes totalitários (aconselho que leiam) saberá que a “criação” de inimigos é uma forma amplamente utilizada para gerar reação, pois, quando vivemos sobre a regência do “medo” somos facilmente manipulados, nos fechamos, pois qualquer um pode ser o nosso “inimigo”.

Nas vésperas de eleições, assim como em momentos como agora, de articulações e definições, muitos oportunistas e falsos comentaristas, principalmente os com interesses pessoais e políticos, começam a atacar seus possíveis adversários, começam a gerar o medo, e criar falsos inimigos. Lembram quanto tempo o povo ficou reelegendo o PT em Porto Alegre com “medo” de que os “inimigos” pudessem acabar com o “orçamento participativo”? A história das “privatizações” é outra “arma” que vira e mexe é apontada contra alguém: Se você votar no fulano ele vai privatizar a “Petrobras” a “Caixa”... Se votar no candidato tal, vão ficar sem Bolsa Família!

Quem lembra que o PMDB, do Sarney, elegeu todos os governadores, com exceção do Sergipe onde o aliado PFL elegeu o governador, nas eleições de 1986, embalados pelo Plano Cruzado e pela distribuição de “auxílios” como o ticket de leite? Na época era uma heresia não votar no PMDB, pois os outros iriam acabar com o “Cruzado” e as pessoas mais pobres não iam ter mais o “leite”.

Pois é, recomendo que àqueles que não conhecem essa parte da história, que façam uma pesquisa, principalmente antes de demonizar, difundir boatos e disseminar o “medo”, induzidos por “espertinhos” que se aproveitam do seu desconhecimento para te manipular.

Meu partido, o PSB, tem muita gente boa!

O PSB é um partido que possui lideranças como Beto Albuquerque, Eduardo Campos, Luiza Erundina, João Capiberibe, Rodrigo Rollemberg, Beto Grill, e tantos outros, por isso, tem motivos para se orgulhar.
Em 1920, na Alemanha, nasceu o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, que em 1933, liderado por Adolf Hitler assumiu o poder. O resto da história todo mundo conhece. Os membros deste partido consideravam-se superiores, e esse tipo de pensamento tornou-se muito perigoso para a humanidade. 

Com o pouco de experiência que a vida me deu, percebo que todos nós, em maior ou menor escala, temos um pouco deste sentimento de superioridade, que nos faz, em certos momentos, achar que somos melhores que os outros e por vezes nos leva a sermos até “cruéis” com os nossos semelhantes, principalmente com aqueles que “consideramos” nossos “inimigos”. Confesso que já agi assim, e tenho buscado, com muito esforço, melhorar isso em mim.

No sábado, o meu partido, o PSB deu “abrigo” a Marina Silva, e seus companheiros da REDE, que ficaram impedidos de concorrer nas eleições de 2014, por terem o registro do partido negado pelo TSE.

Em meio a esse momento, algumas pessoas, dos mais diversos setores da sociedade, a maioria ligados ao PT e seus aliados, começaram uma grande onda de agressões contra o PSB e contra Marina, temendo que essa união possa ameaçar a permanência do PT no poder (Vou falar sobre Marina, PSB e PT em outra postagem). É preciso registrar que vi mais elogios do que críticas, mas é preciso reconhecer que houveram críticas. A maior parte das críticas utilizava-se de alguns novos filiados ao PSB, como Heráclito Fortes, e Paulo Bornhausen, e a manifestação de apoio de figuras como Ronaldo Caiado a candidatura de Eduardo Campos. Acusam o PSB de não ser de esquerda e não ser Socialista por ter aceitado a filiação e o apoio destes caras, reconhecidamente, considerados de “direita”.
    
O Tweet do ator José de Abreu, minutos após vazar a informação de que Marina Silva se filiaria ao PSB, dá a demonstração de como foi encarado o gesto e qual foi a reação, tentando imediatamente desqualificar o PSB, em um gesto agressivo e desesperado.
Por mim, eles não teriam passado nem perto do PSB, como eu sei que, se dependesse de algumas pessoas, eu também não estaria no PSB. Essa é a realidade, o partido é feito de um conjunto de pessoas, e precisamos fazer uma continha de chegada, ou seja, medir, se no somatório geral, temos mais afinidades ou divergências. Se temos mais afinidades, devemos permanecer no partido e ficar alertas, participar ativamente das instâncias partidárias, das reuniões, militar, ser atuante, para que o partido não se desvie de seus valores e princípios. Se encontrarmos mais divergências, aconselho a procurar outra sigla.

A probabilidade de encontrar 100% de convergência é praticamente zero, pois, felizmente, ou infelizmente, não decidimos quem entra e quem sai de nosso partido, essa decisão cabe a própria pessoa, e ao partido, que possui suas instâncias coletivas para aprovação e reprovação de filiados, e em cada cidade e estado a realidade é diferente.

O PSB ideal para mim, e isso é preciso ficar bem claro: Para mim! Teria uma série de companheiros que estão no PSB e uma série de outros que não estão no PSB. O meu PSB teria o Cristóvão Buarque, o Carlos Araújo, o Jean Wyllys, o Pedro Ruas, o Miro Teixeira, a Juliana Brizola, a Dilma e outros políticos que admiro. O “meu” PSB não teria o Heráclito, o Bornhausen, o Pastor Eurico, e outros companheiros com quem não tenho nenhuma afinidade. Que bom que fosse assim!

Porém, nem que eu tivesse o meu próprio partido teria a garantia de que ele fosse composto por todas as pessoas que eu admiro e respeito, pois além da minha vontade de tê-las a meu lado, teria que contar com a vontade deles também.

Já fiz aqui uma postagem sobre a criação de novos partidos e essa dificuldade que temos de encontrar nos partidos atuais, aqueles que atendam integralmente nossas expectativas. O nosso individualismo, ou a nossa vontade de fazer a coisa certa, por vezes nos leva a pensar que o mundo ideal seria aquele na qual temos o total controle, na qual temos o total poder. Infelizmente não é assim, e como disse no exemplo, o fato de termos o nosso próprio partido não significa que ele se transforme no partido de nossos sonhos, pois entre sonho e realidade há uma diferença.

Milito no PSB desde 2011, foi a trincheira que escolhi para travar minha luta por um Brasil melhor, após mais de uma década de afastamento da militância. Têm gente no PSB que eu não gostaria de chamar de companheiro, porém existe um número de companheiros, infinitamente maior, com que me sinto absolutamente confortável em dividir a trincheira. O PSB tem muita gente legal, gente bem intencionada e competente, e não vai ser uma minoria que irá macular uma bela história construída em anos de luta.

Estou feliz com a “filiação transitória” dos militantes da REDE, pois entendo que eles mereciam participar do processo eleitoral, por sua história e por seu esforço, acho que podemos todos, aprender muito com essa experiência.

Desculpe se não agradamos a todos!
  
Marina Silva e os militantes da REDE receberam "abrigo" no PSB.
Considero o gesto positivo e todos são Bem Vindos, mesmo que transitoriamente!
Juntos podemos aprender muito com essa experiência!

Foto: Humberto Pradera

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

PSB – Eduardo Campos – Dilma – Marina – Eleições – Lasier – Heráclito e Muito Mais – Parte 1



O último final de semana trouxe muitas novidades para a política brasileira. Por todos os cantos do país, os eleitores foram surpreendidos pelos movimentos do tabuleiro político, e em época de redes sociais, travam-se verdadeiras batalhas virtuais.

Em 2011 resolvi retornar a militância política, com o objetivo principal de contribuir com a minha opinião e com minha forma de encarar o mundo. Queria auxiliar com o debate para a construção de uma nova geração de políticos, movidos por outros interesses e sentimentos, e acreditava, de forma até pretensiosa, que conseguiria ser parte desta mudança. Claro que tudo foi e está sendo mais difícil do que eu esperava, pois todos que me conhecem sabem que sou um otimista, e sempre me imponho grandes desafios, muito grandes, diga-se de passagem, mas também sabem que não sou de desistir fácil.

Pois então, diante deste quadro político, entendo que devo registrar aqui minhas opiniões, de forma a compartilhar com aqueles que em mim confiaram seus votos e que, de alguma forma, me têm como referência política. Entendo a política assim, feita com transparência, com defesa de opinião, mesmo que ela não seja o senso comum, ou agrade a maioria, e principalmente com franqueza, sem o cinismo e oportunismo reinante em grande parte dos políticos que se comportam como verdadeiros “estelionatários” da opinião pública, que agem sorrateiramente na escuridão dos porões do poder.

Em várias postagens, pretendo registrar o que penso, sobre o momento político, sobre o futuro, e como é a minha militância, o meu partido, e como eu gostaria que fosse. Sem medo, vou registrar como vejo tudo isso, para, pelo menos, ser justo com aqueles que tiveram a coragem de confiar a mim seus votos, e ainda pedir aos outros que também o fizessem. Vamos lá então!  


Eu e a Presidenta Dilma Rousseff
 
Foto registrada em 22.01.1998, talvez um dos primeiros registros de Lula com sua sucessora, Dilma Rousseff, em um encontro dos partidos de esquerda na Churrascaria Galpão Crioulo, em Porto Alegre, ela representava o PDT (Em 1998 Lula concorreu a Presidente da República tendo Leonel Brizola como seu vice. Participei ativamente desta campanha!
Acho importante começar por aqui. Quem me conhece sabe das relações afetivas que tenho com a Presidenta Dilma, de quem fui companheiro de militância no PDT, inclusive fiz parte do grupo de filiados, que junto com ela, deixaram o PDT, em 2000, para apoiar Tarso Genro na eleição para a Prefeitura de Porto Alegre. Sabem também de meu carinho e admiração por seu ex-companheiro, Carlos Araújo, a quem tenho como amigo e referência política e, portanto, gostaria de deixar registrado aqui a minha opinião, pois não sou um antiPTista, e também não sou oposicionista do governo de Dilma. Pelo contrário, sou um defensor de todos os avanços de seu governo e posso afirmar, sem nenhum constrangimento, ou dúvida, que ela é uma abnegada e que está dando o seu melhor para o Brasil. Sou uma pessoa de esquerda e não serviria de arma para inviabilizar o governo dela.

Se me perguntarem se gostaria que o PSB continuasse fazendo parte do Governo Dilma, responderia que sim, não veria com maus olhos a permanência do PSB no governo de Dilma, assim como não acho que se ela for reeleita o Brasil irá piorar. Pode não melhorar, mas, piorar eu não acredito! 

Por que eu defendo a candidatura de Eduardo Campos, então?  Os motivos que me levam a apoiar Eduardo Campos são vários, desde os mais elementares, que são, por exemplo, o fato de ser filiado ao PSB e no momento que escolhi por me filiar a um partido, devo respeitar suas decisões, até o simples entendimento de que, ele pode auxiliar o Brasil a crescer, trazendo uma nova forma de governar, um novo olhar sobre o que está aí, e sem se afastar do campo popular e socialista. Olhando assim, parece simples, porém essa decisão é mais complexa e passa por alguns outros fatores que irei expor na sequência, o importante é que as pessoas entendam que para ser a favor de Eduardo Campos, não precisa ser contra a Dilma. Esse antagonismo, é apenas uma característica PTista que, muitas vezes, se comporta de forma maniqueísta, onde quem está com eles é bom, e quem não está é ruim, como se eles fossem o parâmetro de Bom e de Bem, assim como uma personificação do “divino” e neste campo fica difícil de argumentar, e quanto mais se tenta, mais piora.
 
Em 2002 lá estava eu, novamente, depositando meu voto em Lula e no PT (A menina da foto é minha filha caçula, Renata, com 6 anos de idade)
O gesto se repetiu em 2006 e, em 2010 ajudei a eleger minha ex-companheira de militância e primeira mulher eleita Presidenta da República, Dilma Rousseff.
Assim, para iniciar, deixo muito claro que tenho toda a simpatia pela presidente Dilma, e não tenho nenhuma resistência, ódio, ou algo parecido pelo PT. Já depositei meu voto e fiz campanha para candidatos do PT em inúmeras oportunidades, embora tenha minhas críticas a seu modo de fazer política, que explicitarei no decorrer. 

Portanto, não aceito e repudio, qualquer tentativa de me colocar no campo oposto. Sou militante de esquerda, o PSB é um partido de esquerda e qualquer insinuação em contrário é pura leviandade.

Espero que me acompanhem, comentem e, principalmente, que eu possa auxiliar na reflexão daqueles que me leem, expressando com sinceridade o que penso sobre o momento político que vivemos. 

Boa Leitura!
 
Em 2012, em uma das visitas ao companheiro e amigo Carlos Araújo, acompanhado do comandante Beto Albuquerque.