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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

O valor venal das pessoas

Hoje é véspera de feriado da Proclamação da República e ontem li o desabafo de uma amiga no Facebook que dizia o seguinte: “Enquanto uns competem carro e beleza, outros se unem em favor da sobrevivência. Será apenas uma realidade cruel? Ou será consequência da própria miséria (ética/moral/intelectual) que o homem se encontra na atualidade? Tá tudo tão errado que não sei nem por onde começar. Chega a doer. Até quando..?

Não sei do que ela falava especificamente, mas estava incomodada com aquilo que ela chamou de miséria (ética/moral/intelectual). Há pouco mais de 2 anos retornei a militar em um partido político, e neste período tenho tentado me adaptar aos “novos tempos” o que, confesso, não tem sido nada fácil, pois os partidos políticos são parte de nossa sociedade e portanto sofrem dos mesmos problemas. Enganam-se aqueles que acham que são coisas separadas.

Quando comecei a fazer política, na década de 80, nossos sonhos políticos eram imensos, pois queríamos mudar o mundo, e nossos objetivos materiais mínimos, tendo um pão e um pouco de água, saíamos daqui e íamos para Brasília protestar. Assim como no comercial do cartão de crédito, algumas coisas não tinham preço (ideais, ética, moral, companheirismo, solidariedade, eram algumas destas coisas que dinheiro nenhum comprava). Infelizmente isso mudou. Hoje tem muita gente trocando moral por Iphone e outros tantos valores importantes por qualquer quinquilharia. Me faz lembrar o período do descobrimento, quando os portugueses levavam nossas riquezas em troca de colares e espelhinhos.

A política está assim, mas, porque a sociedade está assim. As pessoas esqueceram que nosso trabalho pode ter um preço, e cada um estipula o seu. Quanto vale uma hora de teu trabalho? Porém, seus valores, sua integridade, sua honestidade, sua moral, seus ideais e sua alma, não poderiam ser vendidos por preço nenhum, pois, depois que vendê-los, não haverá dinheiro no mundo que lhe proporcione comprá-los de volta.


Sempre falo, sob protesto de alguns amigos, que o Capitalismo é um sistema perverso que corrompe a alma das pessoas, e a cada dia que passa acho essa frase mais verdadeira, bastando apenas analisar fatos cotidianos da vida que vivemos.

Quantas pessoas você conhece que, mesmo ganhando um salário pequeno ou trabalhando naquilo que não gostam, fariam “qualquer coisa” para se manter no emprego?

Quantas pessoas você conhece que fazem um gato na NET para não pagar R$ 100,00 pelo pacote mensal?

Não quero dimensionar o que é certo ou o que é errado, pois isso é relativo ao conjunto de valores pessoais de cada um de nós, mas quero que se perguntem o que realmente tem valor em nossas vidas e qual o valor que damos para estas coisas.
Qual o valor das pessoas?
Qual o valor da vida? Essa é de resposta fácil, todos sempre respondem que a vida não tem preço, porém, nunca se perguntam sobre o valor da vida que se leva. Quanto pagamos em sofrimento, em tristeza, pela vida que levamos?
Quanto pagamos para manter um sistema e um estado de coisas que nos faz infeliz? Quanto vale a nossa felicidade?
Qual o valor que pagaríamos para andar de cabeça erguida, dar bom exemplo aos filhos e ter orgulho do que somos?
Quanto pagaríamos para compreender qual o verdadeiro sentido da felicidade?

Precisamos, de forma individual e coletiva, descobrir o valor das coisas, saber o que é possível ser comprado e aquilo que não tem preço. Enquanto isso não acontecer teremos que fazer a pergunta que minha amiga fez, sem encontrarmos a resposta: Até quando?



sábado, 9 de março de 2013

Trabalhar! Será a melhor escolha?


"Um homem é um sucesso se pula da cama de manhã, vai dormir à noite e, nesse meio tempo, faz o que gosta" (Bob Dylan)

Esta semana minha filha caçula assinou seu primeiro contrato de trabalho, um contrato de estágio, e ontem, dia 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, foi seu primeiro dia de trabalho. Alguns dirão, lá vem o coruja falando das filhas, mas aqueles que me conhecem sabem que, para mim, todas as coisas tem significado e de tudo tiramos um aprendizado e uma reflexão.

Nossa vida é feita de etapas, e existem momentos que jamais viveremos novamente, por isso, os filhos tenham tanto significado em nossas vidas, nós vivemos em nossos filhos, mesmo após nossa partida, e através deles podemos vivenciar alguns momentos mais de uma vez. Se eu vivenciei o primeiro dia de aula, o primeiro emprego, com minhas filhas tive mais três. Hoje, vendo minha caçula, Renata, vivendo esse momento, viajei no tempo, e além de um começo, é o fim de um ciclo, pois ela é a última a ingressar no mercado de trabalho e, portanto, não provarei deste sentimento novamente.
Quando era guri sonhava com o primeiro emprego, que geralmente era de empacotador de supermercado ou Office boy, o meu foi em uma empresa de cobranças, antes eu já tinha feito uma porção de coisas para conseguir uns trocados para levar um ki-suco para casa, mas nada como ter um salário, por menor que seja, no final do mês. Trabalhar foi sempre uma honra, pessoas de bem trabalhavam desde cedo, e quem chegava aos 18 anos e não trabalhava era chamado de vagal. Hoje é comum encontrarmos jovens de 30 anos que nunca trabalharam, apenas estudam, e estão aguardando para serem chamados em alguns dos diversos concursos públicos que fizeram (este é assunto para outra postagem).

Não resisti em registrar o momento da assinatura de seu primeiro contato
Muitos pais têm dúvida se devem incentivar seus filhos a ingressarem no trabalho cedo, a maioria se preocupa que o trabalho possa prejudicar os estudos, e estudar é prioridade, pois “sem estudo não serão nada na vida”. Diante deste dilema me pergunto: Como ela vai aprender sobre o que gosta, ou não, de fazer, sem trabalhar? É no cotidiano do trabalho que aprendemos a conhecer a nós mesmos, a descobrir o que nos dá prazer em fazer, o que nos encanta, e também o que não gostamos. No trabalho aprendemos o que nos motiva a acordar, ano após ano, e nos dirigirmos para o mesmo lugar, sorridentes e felizes, para fazer aquilo que gostamos. Como saber disto se não trabalharmos? Como saber se é aquilo que queremos fazer? Infelizmente, muitos jovens, pressionados por uma sociedade que lhes exige um diploma, descobrem, tardiamente, que não gostam de fazer aquilo para o que estudaram durante anos. Não é raro encontrarmos pessoas com formação em uma área, trabalhando em uma profissão antagônica daquela para qual foram treinadas, a ponto de não terem, sequer, uma leve semelhança com seus diplomas pendurados na parede ou guardados em uma gaveta.

Certa vez li uma frase que dizia: “Trabalho por Amor, liberdade na ação!” Pois entendo que a nossa segurança, a nossa estabilidade, não é necessariamente trabalhar no serviço público, a estabilidade está em gostar daquilo que fazemos, seja na iniciativa privada ou pública. Quem de nós já não entrou em uma loja e percebeu que aquele (a) vendedor (a) estava exatamente no lugar que deveria estar, que havia nascido para isso, e que transformava o atendimento em algo encantador a ponto de nos fazer adquirir até mais do que fomos procurar? Quem de nós já não foi mal atendido em algum lugar, onde a pessoa que nos atendia, deixava claro que era infeliz exercendo aquele trabalho?

As pessoas esquecerão quão rápido você fez um trabalho, mas sempre lembrarão quão bem você o fez.
(Howard Newton)

Pois é, a Renata só vai descobrir o que ela gosta de fazer, fazendo! Não poderei viver sua vida por ela, não poderei protegê-la dos maus colegas, ou dos patrões ruins, não poderei protegê-la da inveja e das maledicências cotidianas, das puxadas de tapete. Terei de confiar nos valores e na educação que lhe transmiti e torcer para que ela tire, dessa e de outras oportunidades, a melhor lição possível.

Espero que esse seja o começo de uma vida profissional de sucesso, onde ela saiba o valor do trabalho e que ele possa lhe prover o sustento pessoal e da família que construir. Espero que ela faça amigos queridos no trabalho, que se especialize na arte de viver em grupo, de compartilhar, se solidarizar, lutar e conquistar coletivamente. Desejo que ela possa contribuir para o crescimento do país, auxilie os outros a serem felizes e ajude a quem precisar. Espero que ela possa ter, todos os dias, um sorriso no rosto, e contagie quem estiver ao seu redor, não discriminando, respeitando a todos, independente da cor da pele, de preferências sexuais, religiosas e etc, pois trabalhar é tudo isso e muito mais. É ser o instrumento de crescimento, de felicidade e prosperidade, por isso ele deve, SEMPRE, ser realizado com muito Amor e Dedicação.

Por fim, espero que ela tenha boa sorte, que possamos estar entregando uma boa profissional ao mercado, e nos momentos difíceis, lembre sempre do que ensinamos e daquilo que é mais importante.

Fábrica
Nosso dia vai chegar,
Teremos nossa vez.
Não é pedir demais:
Quero justiça,
Quero trabalhar em paz.
Não é muito o que lhe peço -
Eu quero um trabalho honesto
Em vez de escravidão.
Deve haver algum lugar
Onde o mais forte
Não consegue escravizar
Quem não tem chance.
De onde vem a indiferença
Temperada a ferro e fogo?
Quem guarda os portões da fábrica?
O céu já foi azul, mas agora é cinza
O que era verde aqui já não existe mais.
Quem me dera acreditar
Que não acontece nada de tanto brincar com fogo,
Que venha o fogo então.
Esse ar deixou minha vista cansada,
Nada demais.




domingo, 6 de janeiro de 2013

Minha Filha quer ser Professora! Devo comemorar?


Essa, sem dúvida, foi uma professora muito marcante para a Renata, A Professora Dani, da 2ª série.

Minha filha caçula, Renata, decidiu que quer ser professora, ela está no terceiro ano do ensino médio e já terá que escolher o caminho profissional e optou pelo magistério. Desde muito pequena já manifestava essa vontade, e conforme foi crescendo ela foi, por muitas vezes, colocada a prova, durante sua vida escolar, tendo bons e maus professores, vendo a importância dada a eles, as dificuldades, e principalmente o desrespeito que sofrem diariamente por parte de seus alunos.

Eu e a Márcia sempre a incentivamos, Quem me conhece sabe que sou admirador dos professores e defensor incondicional da Educação, eu mesmo já pensei e penso ainda em ser professor, e a Márcia tinha a vontade de ser professora primária, temos tias, primas e muitos amigos professores, porém deixamos ela decidir. Em alguns períodos ela quase desistiu, cogitou fazer Serviço Social, mas resolveu seguir sua vontade inicial.

A Professora Lu, da 4ª série, talvez tenha sido uma inspiração para seu gosto pela profissão pois, foi sempre muito afetuosa e carinhosa com os alunos, uma referência para a Renata

Muitas vezes vi a vontade em ser professor sufocada, por pais preocupados com as dificuldades da profissão, principalmente os baixos salários, e ao invés de ensinar seus filhos a valorizar e respeitar “os mestres” acabam por depreciá-los, e de forma inconsciente, colocando-os em uma situação de inferioridade em relação a outras profissões. Saibam que não há profissão mais importante do que a de professor! Existem profissões de igual magnitude, porém nenhuma maior.

Quando depreciamos a profissão por causa do salário, geramos o problema, pois passamos um recado para nossos filhos de que o mais importante é o quanto se ganha e não o que se faz. Por isso, principalmente nas escolas privadas ouvimos coisas do tipo “eu to pagando!” Além do mais, se o professor é depreciado, perde o respeito e a autoridade perante o aluno, aí, além de enfrentar os baixos salários, e todas as dificuldades, sofrem toda a ordem de agressões e desrespeitos, e neste caso acaba mesmo não valendo a pena ser professor.

Com a professora Jeane, de Matemática e regente da 6ª série, o gosto pela gincana da escola começou a mudar, o 5º lugar   foi comemorado como uma vitória.





Sempre educamos a Renata incentivando o respeito e admiração a seus professores, e ela correspondeu, pois sempre manteve uma boa relação com seus “mestres”, durante sua trajetória escolar, sempre recebemos muitos elogios por sua conduta. Desta forma ela estabeleceu uma relação saudável com seus professores a ponto de querer ser um deles.

Já estamos tomando as providências para que a Renata consiga realizar seu desejo, e nós aqui estaremos a apoiando e incentivando.

Aos pais, que consideram importante a educação de seus filhos, faço um apelo: Se não podem determinar uma melhor remuneração aos professores, se não conseguem fazer com que os governos valorizem mais a educação, pelo menos ensinem seus filhos a respeitar os professores, falem sobre a nobre arte de ensinar, sobre o ser humano que está por trás de quem cobra o tema e aplica provas, mostre que aquela pessoa também tem família, sonhos, projetos e necessidades, e que sua escolha profissional foi ajudar o seu filho e todos os seus colegas a alcançarem seus sonhos e, portanto, é um amigo, um aliado, alguém especial, que merece todo o nosso respeito e consideração.

Com o Professor Jaime, de Geografia e regente da 7ª série, veio a inesquecível vitória na Gincana da escola


Devo comemorar a escolha de minha filha? SIM! Devo comemorar! E mais do que isso, me sinto honrado, realizado e orgulhoso por isso, pois é sinal de que soubemos transmitir a ela, o que realmente é importante nesta vida.

Parabéns minha amada filha! Espero que possa realizar teu desejo e se transforme em uma excelente professora! Sempre terá todo o meu apoio!

Com o Professor Cesar (com o violão), de História, regente da 5ª série e coordenador do PJE, foi incentivada a participação social, ao engajamento, motivada a desenvolver sua liderança
Aqui com a Professora Claudete, de Português, na formatura da 8ª série, mais uma dentre os queridos mestres.
Com certeza teríamos muitos nomes a acrescentar a esta lista, que necessitaria de uma busca mais detalhada por fotos, e uma consulta a Renata (fiz esse post com meus poucos conhecimentos de pai, sem consultar a Renata) que, com certeza, acrescentaria uma série de nomes a esta lista, pessoas que ela admira e respeita, e foram importantes para esta escolha e que mereceriam estar aqui.