terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Meu Primeiro Dia de Aula

A última vez que entrei em uma sala de aula foi em 1991. Na universidade, só havia ido a aulas como convidado para falar do Vida Urgente, de Fotografia ou Política, para estudar, nunca.

Ontem, aos 44 anos, vivi a experiência de assistir uma aula na faculdade pela primeira vez como estudante. Foi uma sensação muito boa e quero compartilhar com vocês.

Confesso que estava com um frio na barriga. Me perguntava se ainda usavam caderno, lápis e caneta, ou só Ipad, Iphone ou Iqualquer coisa, tinha a impressão que iria entrar na sala de aula dos Jetsons (alguém lembra do desenho?). Procurei chegar cedo, pois queria fazer um breve reconhecimento do espaço e também o cadastro para pagar o estacionamento com desconto (tempos difíceis e toda a economia é bem vinda), depois me dirigi ao prédio 1 sala 1105. Três colegas já conversavam na porta, provocados pelo Gabriel, de 17 anos, muito comunicativo que já ia cumprimentando todo mundo que chegava e se apresentando. A conversa, puxada pelo Gabriel, era bem filosófica sobre o perfil de quem escolhe o curso de História, principalmente licenciatura, já que a profissão de professor não é uma das, digamos, mais lucrativas. Fiquei escutando bem atento, já tinha ali uma pequena amostra do que seria o primeiro dia.

Após um pouco de conversa, ingressei na sala, escolhi um lugar e fiquei observando os colegas que entravam. Gente, que riqueza! Na minha turma tem uns quatro metaleiros, vários cabeludos, 4 pessoas com mais de 40 anos, incluindo eu, um colega que é a cara do John Lennon, tem gente dos 17 aos 60 anos, encontrei um companheiro do PSB, um rodoviário que trabalha no STS e conhece alguns amigos que tenho lá do tempo que prestava serviços fotográficos. Alguns colegas falam pelos cotovelos (Tenho concorrência forte) outros só observam, porém todos parecem ter uma personalidade encantadora, que não vejo a hora de conhecer melhor.

Em Outubro de 2013 prestei essa homenagem aos Professores, a estas alturas, nem me passava pela cabeça que eu estaria, agora, trilhando esse caminho, sequer tinha feito a prova do Enem ainda (As provas do Enem foram dias 26 e 27 de Outubro de 2013), muito menos imaginaria o quanto esse copo teria de simbologia para mim.

A primeira aula era de Didática I, o professor tratou de fazer diversas dinâmicas de apresentação que serviram para quebrar o gelo, e quebrou tanto, que durante uma delas um colega manifestou que achava aquilo tudo uma bobagem, que não perdia o tempo observando as pessoas e as rotulando ou classificando, que não acreditava naquele tipo de atividade... (O Professor havia nos dividido por signos e perguntara que qualidade e que defeito acreditávamos ter em comum), o professor teve um comportamento apropriado, evitando maiores comentários, apenas respondendo que ele precisaria rever isso, pois, educação é uma construção coletiva, tem que haver interação, e seguiu. Aquele episódio me deixou empolgado, pois adoro gente de opinião, mesmo que não concorde com ela, e o embate de ideias faz subir minha adrenalina.

Desta aula já tive a minha primeira reflexão: Sempre procurei me dirigir aos alunos como “estudantes”, coisa do movimento estudantil, a palavra “aluno” me parecia de caráter inferior, e descobri que de certa forma ela significa algo neste sentido. O professor fez uma leitura etimológica da palavra dizendo significar “sem Luz”, porém, já fui pesquisar e descobri que há controvérsias, e que ela quer dizer “criança de peito”. Seja qual for o significado, pois não vou me atrever, pelo menos agora, a levantar essa polêmica já que a mesma é amplamente debatida, ela dá a conotação de dependência. Independente disto eu sempre procurei usar uma metáfora para demonstrar a importância da Educação para as pessoas, dizendo que é ela que nos leva a Luz!

A segunda aula foi de Psicologia da Educação e a professora já chegou com uma porção de citações filosóficas e psicológicas, Lacan, Freud... Em resumo o negócio esquentou e quando vimos já era hora de ir embora e ela nem conseguiu terminar de ler o cronograma do semestre pois o tempo foi consumido em debates e intervenções muito interessantes da galera.

Está aula foi muito rica para mim, cheio de profundidade. Uma das coisas que ficou foi que precisamos ter IDENTIDADE com aquilo que fazemos, que para APRENDER é preciso DESEJO, precisamos estar abertos para receber, abertos ao outro, precisamos desejar aquilo, pois se não houver esse desejo, não receberemos aquilo que querem nos dar. Falamos de motivação, de empatia, de confiança, foi uma aula muito boa. Assim como na outra aula, teve um colega, que durante um debate, sobre um chocalho (História longa, precisaria mais espaço) tentou colocar nossos pezinhos no chão, nos trazendo da flutuação, educadamente nos dizendo que estávamos “viajando” que aquilo não tinha nada de filosófico. Adoro isso!

Dispensa dizer que estou motivado, parece que minha mente e meu corpo estavam com sede, sofriam de desidratação, e com essa oportunidade, começo a ver meu corpo reagir, minha mente entrar em processo de recuperação e desenvolvimento e minha alma parece pular de alegria.


Embora seja apenas o primeiro dia, mas a impressão que tenho é que o curso de História é minha cara e aquela mistura de gente é a minha turma, sinto que vou aprender muito com os professores, mas também vou aprender bastante com os colegas, com o ambiente da faculdade, estou me sentindo um guri.

Essa é a foto do meu neto Pedro no seu primeiro dia de aula em 20 de Fevereiro de 2013, um ano atrás.
A legenda colocada por minha filha dizia:
 Meu amado, super faceiro...
Acho que é mais ou menos assim que me senti ontem!

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Qual o significado de um amigo?


Você deve estar se fazendo essa pergunta e provavelmente não achará uma resposta, pois os amigos se apresentam das formas mais diversas e inesperadas em nossas vidas, que é quase impossível descrever o que eles significam para a gente. A Amizade é atemporal, e não se enquadra nos padrões de tempo e distância, podemos descobrir um grande amigo em poucas horas, em alguns dias, bem como ele pode se revelar em anos de convivência. Ele pode estar bem próximo ou distante.

Hoje é Sexta-feira, dia 14 de Fevereiro e quero compartilhar uma história com vocês, muito apropriada para o dia.

Na terça-feira, dia 10 de Fevereiro, vivi a experiência de ficar algumas horas esperando atendimento na Emergência da Pediatria do Hospital Santo Antônio. Foram horas de espera, e de muita reflexão, pois observava cada pessoa que saia e entrava no ambiente, suas reações, seus sofrimentos. Se pudesse teria registrado cada minuto das horas que passei lá. Foram horas difíceis, não só pela enfermidade da minha filha, que não se apresentou grave, mas por ver as provações e os sofrimentos das mães em busca de atendimento para seus filhos. Mães dormindo em uma cadeira desconfortável com seus filhos doentes no colo, calou fundo em meu coração. Ingressamos lá por volta das 17h e saímos à 1h40min da manhã. Uma longa espera!

Chegamos em casa após as 2h da manhã, muito cansados, e encontramos em nossa porta um envelope. Provavelmente o entregador chegou lá, e como era muito grande para caber na caixa de correspondência, resolveu deixar na porta. Ele estava endereçado a mim, e a remetente era minha amiga Cibele, que conheci no Vida Urgente, e que no final do ano passado se mudou para Florianópolis. Sou um grande admirador dela e nutro grande carinho por ela, pelo Régis, seu companheiro, um amigo que foi grande parceiro na campanha, pelo Caetano, seu filho, que é uma criança muito especial, e também pela Liney, sua mãe, uma pessoa adorável, sensível e espiritualizada. São uma família amiga, querida por mim e por minha família.

Um caderno, uma cartinha e um cartão! O Carinho, o Capricho e a Amizade! Como esquecer?


Me aprecei em abrir o envelope, antes mesmo de fazer qualquer coisa, pois, atualmente, estamos muito desacostumados a receber cartas pelo correio. Pelo correio recebo muito boleto para pagar. Estava curioso para saber o que continha. Sou o tipo de pessoa que dá significado para as coisas e guardo, desde a adolescência, praticamente todas as correspondências especiais que recebi na vida, cartas, mensagens, telegramas, enfim.

Quando abri me deparei com um caderno, destes colegiais, do Garfield, com comentários sobre o excesso de peso, coisas do tipo: “Não sou gordo, sou baixo para meu peso.” Acompanhava uma carta da Cibele, um cartão da dona Liney, e na primeira página uma mensagem dela, do Régis e do Caetano. Tomo a liberdade, sem consultá-la, de reproduzir o texto da carta:

Serginho,
Estamos bem na época de “volta ás aulas”, comprando o material escolar do Caetano, escolhendo a capa do caderno, essas coisas...
Sempre gostei de material escolar! Gosto de arrumar, com muito carinho, o material do Caetano, colocar nome, apontar lápis.
Quando soubemos do teu retorno aos estudos, o que nos deixou muito felizes, pensei na hora em comprar alguma coisa prá ti também.
Então aqui vai um presente, que é mais uma brincadeira, mas que vai daqui com o nosso carinho. Pode ser utilizado onde quiseres, até em casa mesmo.
Vou deixar a “lancheira” para a Márcia preparar (hehehe...)!
Bons estudos! Bom Retorno! Sucesso!
Com nosso carinho, Cibele, Regis e Caetano
  
Não preciso dizer que toda a angústia da experiência que tivera horas antes, desapareceu em uma fração de segundos, é como se uma grande luz iluminasse tudo a minha volta e repusesse minha energia, fortalecendo meu espírito e me enchendo de esperança.

Estou desde quarta feira me programando para escrever, mas tarefas profissionais e o próprio cansaço me impediram que o fizesse. Não informei a Cibele que já recebi o seu carinhoso presente, portanto, não agradeci. Esperei. Gostaria de fazer dessa forma, para todos saberem da minha gratidão.

Hoje cheguei decidido a escrever, e agora, vejo uma mensagem dizendo que é o dia da Amizade. Pensei comigo: O que mais poderia fazer neste dia, para homenagear meu amigos, que já me proporcionaram tantos momentos felizes, senão compartilhar essa bela demonstração de amizade da Cibele e sua família?


Amizade é assim, não tem como explicar! Sabemos que ela está presente nas diversas demonstrações que recebemos. Simples, singelas, complexas, em momentos difíceis ou no compartilhar das alegrias, não importa, o certo é que elas se apresentam, quando menos esperamos, e fazem toda a diferença.

Ao agradecer a Cibele e sua família, agradeço todos os meus amigos que, durante toda a minha vida, me deram tantas e belas demonstrações de amizade como essa.

Obrigado Amigos! 

Esse caderno será o primeiro de minha vida acadêmica e estará comigo até o final do percurso, como um talismã! Mais uma lembrança de vocês, que sempre se fazem presentes. Não sei como agradecer! 

Deus os abençoe!


PS: Àqueles que por ventura não me conheçam, ou não estão me acompanhando faço uma pequena contextualização, para compreender o significado do caderno.

Tenho 44 anos, três filhas e dois netos. Em 2013, para incentivar e acompanhar minha filha caçula, que estava concluindo o ensino médio, fiz a prova do Enem, após mais de 20 anos sem estudar. Estava bastante desatualizado, até porque acabei não fazendo uma preparação, e fui apenas com os conteúdos aprendidos há duas décadas e os conhecimentos adquiridos ao longo da vida através de muita leitura. Obtive um desempenho mediano nas quatro áreas do conhecimento, e uma excelente nota na redação, 960 pontos, o que elevou minha média para 691 pontos. Foi uma surpresa total! Esse resultado abriu a possibilidade de me candidatar a uma vaga em um curso superior, o que, por vários motivos, ficou adiado por uma vida inteira, e não estava no meu horizonte, pelo menos em curto prazo.

Acalento um sonho antigo de ser professor, apesar da idade, e vi que se transformava em uma possibilidade concreta a partir deste resultado.

Passei a acompanhar as oportunidades oferecidas pelo governo federal. Não encontrei nenhuma vaga no Sisu, então aguardei o ProUni. Para minha surpresa, não havia nenhuma vaga disponível para a minha primeira opção, Ciências Sociais, e apenas 2 para a segunda opção, História, na minha cidade, Porto Alegre. Me escrevi para uma das duas vagas de História, e como segunda opção coloquei letras, que tinha uma vaga disponível.

Conforme minha renda familiar, tenho direito a uma bolsa de 50% no ProUni, porem, disputar apenas duas vagas tornava a tarefa mais difícil, pois esperava que, devido a escassez, teriam diversos candidatos (122 pessoas se candidataram para as 2 vagas). Minha filha do meio me aconselhou a acompanhar a nota de corte e tentar outros cursos, porém disse a ela: “Quero fazer algo que goste, sempre fiz isso em toda a minha vida, não imaginava ter essa oportunidade, já que tive, devo fazer aquilo que realmente gostaria, se Deus, de forma inesperada, me trouxe até aqui, que seja feita a vossa vontade.” 

Resultado: Fui o primeiro classificado nas duas opções, História e Letras, e dia 24 de Fevereiro inicio minhas aulas no Curso de Licenciatura de História.  

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

O poder das forças ocultas

Antes mesmo de eu nascer as “forças ocultas” já existiam, lembro até que um presidente do Brasil renunciou se dizendo pressionado pelas “forças ocultas” (Jânio Quadros em 1961).

Durante minha adolescência, juventude e até agora na fase adulta, com certa frequência me deparo com elas, o que gera em mim um impressionante desgaste mental tentando decifra-las e os seus efeitos nas pessoas.

Quando era criança, e também na adolescência, existia um “glamour” em fumar cigarro, era uma coisa impressionante ver as pessoas tossindo, tendo irritação na garganta mas se esforçando para aprender a fumar, pois era chic, e os adolescentes e até crianças chegavam a juntar baganas dos chãos para fumar, ou apenas fazer de conta que estavam fumando. Eu ficava olhando aquilo e não entendia, pois o cheiro era ruim, as pessoas que fumavam tinham os dentes todos amarelados, e muitos desenvolviam doenças que os levavam a morte, alguns inclusive morriam tentando se livrar do vicio que os aprisionava. Na televisão, nas novelas e nos comerciais o cigarro era idolatrado, e pessoas como eu, se sentiam verdadeiros ETs por não fumar, uns “otários”. Acontece que não via nenhum sentido naquilo, minha mente racional não compreendia o porquê de ter que se envenenar para parecer chic. Talvez por isso sou essa figura “brega” até hoje.

Com a bebida era a mesma coisa, e funciona até hoje, tipo: Beber é coisa de adulto! Então as crianças, e principalmente os adolescentes, que não veem a hora de serem adultos, começavam a beber desde cedo, muito jovens ainda, e quem não bebe é “criancinha”. Pior é que ainda funciona e talvez, por isso, tenhamos um número absurdo de alcoólatras em nosso país.

Com o tempo, o desenvolvimento da ciência, e com ela, também o desenvolvimento da inteligência humana, os seres humanos foram refletindo, pensando, fazendo cálculos, e perceberam que fumar não era legal, que mais trazia prejuízos do que benefícios, por isso começaram a criar restrições, pois se simplesmente banissem o cigarro, a sociedade entraria em colapso tamanha é a dependência que ele causa. Gostaria de prestassem bem atenção nesta palavra: DEPENDÊNCIA, que quer dizer Sujeição, Subordinação, pois ela é fundamental na mensagem que quero transmitir.

Também já se tentaram criar restrições á bebidas alcoólicas, como as do cigarro, porém, ambos, têm por trás grandes e poderosos conglomerados econômicos, são geradores de riquezas e produzem lucros incalculáveis. O “Estado”, principalmente de países capitalistas subdesenvolvidos e emergentes, como o nosso, são reféns, e impotentes diante de tanto poder econômico.

Porém, não eram só o cigarro e a bebida que me assombravam na adolescência e juventude. Havia também a famosa “Cannabis sativa, popularmente conhecida como maconha. Imaginem vocês: Jovem, militante do movimento estudantil, cabelo comprido, usando sandália e macacão e militante de organização de esquerda. Só pode ser maconheiro! E todos pensavam assim, tanto que nas revistas de rotina da polícia, eu sempre era selecionado, na rua, no ônibus, onde estivesse. Certa vez, em São Paulo, caminhando pela calçada, fui abordado, do nada pela ROTA. Até hoje não entendi porque àqueles caras gigantes, de 12 na mão, quase me quebraram todo em uma abordagem só por estar caminhando na rua.

Era assim que todos pensavam: Militante de esquerda, o pessoal das artes, músicos, atores, artistas em geral, estudantes universitários, tinham que fumar maconha porque aquilo era um símbolo da rebeldia, era como se fosse parte do vestuário destas classes, sem a qual não seriam autênticos. Eu, ser tudo o que descrevi, e não fumar maconha, era como se eu não fosse bom naquilo, como se eu fosse um intruso no meio, um ser “estranho”.

Mas nem uma provinha? Porque deveria provar? Eu respondia. Qual a necessidade que eu tenho de fazer algo que não me trará nenhum benefício, que não me fará bem, apenas para cumprir uma regra ou conceito que sequer sei como e porque foi criada?

"Até quando as forças ocultas irão determinar quem somos e o que fazemos?"

Pois é, “forças ocultas” estabelecem comportamentos, hábitos, costumes, que a maioria de nós segue sem questionar, e que de certa forma tolhe toda a individualidade e a nossa essência, pois passamos a representar um papel, ser o que querem que a gente seja, agir como querem que a gente aja. Para ser aceito no grupo e considerado “autêntico” somos obrigados a agir como os demais, nos vestir e nos comportar como os outros se comportam, caso contrário, seremos jogados na escuridão de não pertencer a lugar nenhum, a sermos rejeitados, excluídos, e às vezes até humilhados.

Não sei quando criaram, mas sei que sempre existiram, os rituais de passagem, as “provas de fidelidade” ou coisas do gênero. Estranhamente os grupos estão sempre exigindo que os indivíduos provem que podem fazer parte daquela “casta” e deles exigem que façam algo, geralmente que não fariam, digamos, de “sã consciência”. Fumar um baseado, cheirar uma coca, se tatuar, fazer um corte de cabelo estranho, tomar um porre, fazer pichações e vandalizar prédios privados e públicos, se mutilar, jogar coquetel molotov na policia, virar carro da imprensa, tocar fogo em ônibus, brigar na rua, enfim, parece que estamos sendo, a todo o momento, postos a prova, nos submetendo para poder pertencer a algo ou a algum grupo. Porque?

Os fortes resistem, os fracos sucumbem!

Ninguém = Ninguém
Engenheiros do Hawaii