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quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Para ser de esquerda precisa ser PTista?

Amigos, nós que militamos na política, devemos satisfação aos nossos amigos, principalmente aqueles, que como eu, já concorreram a um cargo público, e mais ainda aqueles que ocupam cargos públicos, pois é comum e natural que nossos eleitores, amigos e familiares, nos tenham como referência e acompanhem nossas escolhas.

Por mais antiquado que possa ser a denominação, sou um militante de esquerda, e como tal, direciono minha prática política com o objetivo de construir uma sociedade mais equilibrada, com menos desigualdades sociais, com melhor qualidade de vida e com melhor distribuição de renda. Minhas escolhas políticas sempre levam esses fatores em consideração, e por este motivo que abracei, desde o início, a candidatura de Eduardo Campos, e depois a de Marina Silva, não só por representarem minha sigla partidária, mas por representarem um projeto que acredito.

Passadas as eleições é preciso respeitar o desejo do povo, manifestado de forma democrática através do voto e, portanto, aceitar que não fomos escolhidos para governar o Brasil.

Fiz algumas manifestações nas redes sociais e um amigo me cobrou coerência em relação ao PT, afirmando que eu estava “mudando de lado”, respondi a ele e agora esclareço a quem ainda tem dúvidas sobre o meu posicionamento.

Minha militância partidária começou no MR8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro) na década de 80, depois fui para o PDT de onde sai em 2000 juntamente com um grupo de companheiros para apoiar Tarso Genro para a prefeitura de Porto Alegre. Em 2001, esse grupo, que incluía a Presidente Dilma, filiou-se ao PT e eu optei por deixar a militância partidária. Só voltei a me filiar em um partido político em 2011 optando pelo PSB, partido que milito até o presente momento.

Participei de três governos no Rio Grande do Sul: Collares e Olívio, pelo PDT e Tarso, pelo PSB. Sempre contribui neste campo e tive a oportunidade de ingressar no PT e não o fiz, pois, embora reconhecendo sua importância, nunca me vi militando no PT.

NUNCA fui PTista! SEMPRE fui crítico ao PT, por sua relação com as demais forças de esquerda do país, por se acharem a “bolachinha mais recheada” do pacote, sendo o parâmetro para denominar quem é de esquerda ou de direita, mais ou menos assim: Está com o PT, é de Esquerda! Não está com o PT, é de Direita! Com esse pensamento, tentam fazer o povo pensar que Sarney, Collor, Calheiros, Maluf, são de esquerda. No Maranhão, por exemplo, preferiram fortalecer a candidatura de Lobão Filho (PMDB) apoiado pela família Sarney e as oligarquias locais, contra a candidatura de Flavio Dino (PCdoB). Eu sempre fiquei muito indignado com essa postura, o que nunca me impediu de reconhecer os méritos do PT e confiar o meu voto a eles, a ponto de deixar um partido onde me sentia em casa, o PDT, para manter minhas convicções de “esquerda” e apoia-los. Ironicamente ontem escutei o Governador Tarso Genro elogiando o Collares, que era seu adversário em 2000 e foi o pivô de nossa saída do partido, dizendo que ele era a grande “referência” do PDT, tudo porque a executiva do PDT tirou o indicativo de apoiar Sartori, mesmo tendo participado do governo Tarso, e o único que o defendeu foi o Collares. Como esse mundo dá voltas!

Agora estamos novamente em uma encruzilhada. Nos últimos 20 anos, tivemos que escolher entre um candidato do PT e outro do PSDB, e minha esperança era que este ano fosse diferente. Eu sempre me posicionei a favor do PT nesta polarização, mesmo nas eleições em que o FHC derrotou o Lula. O meu partido, mesmo antes de eu ingressar nele, também esteve ao lado do PT em todas as eleições desde 1989.

Aí eu pergunto: Após ter vivenciado a experiência de ver o presidente do meu partido e candidato a presidência da república, Eduardo Campos, juntamente com outros companheiros, morrerem em uma tragédia que chocou todo o Brasil; Após o PSB ter construído uma história digna no campo da esquerda, colaborado com importantes lideranças para os avanços que alcançamos no país; Após termos estado a par e passo com o PT nestes anos todos, é correto o tratamento que o PT nos deu no primeiro turno? O PT tratou o PSB com o respeito que merecíamos por toda a nossa história?  A prática PTista foi condizente com os princípios democráticos que sempre pregamos? O PSB não tinha o direito de ter uma candidatura própria? A estratégia de desconstrução pessoal e política, através de calúnias, difamações e mentiras, foram condizentes com a ética republicana que defendemos?

O mais humilde dos cidadãos sabem que o PT não foi digno com o PSB, e que atacou o pessoal de todos nós, nos desqualificando, desqualificando nossos candidatos usando de práticas abomináveis e, portanto, ficamos impossibilitados moralmente de estarmos ao seu lado neste segundo turno. Se antes eu tinha a certeza absoluta, 100% de certeza, que em uma polarização entre Dilma e Aécio eu apoiaria e votaria em Dilma, hoje eu tenho certeza de que se apoiar Dilma me sentirei envergonhado perante minhas filhas. Isso quer dizer que apoiarei o Aécio? Não! Simplesmente não decidi que posição tomar no segundo turno. Meu partido irá se reunir para decidir como se posicionará, e depois, pensarei, com muita calma, qual será a minha posição pessoal. O certo é que, para mim, é muito difícil escolher, pois é “o sujo falando do mal lavado”.

O PT escolheu o adversário do segundo turno, quis Aécio, imaginando ser ele o mais fácil de superar no segundo turno, preferiu correr o risco de perder a eleição para um candidato mais conservador (No segundo turno os dois candidatos tem chances de vitória) do que permitir que uma candidata do campo de esquerda se viabilizasse. Preferiram fazer uma campanha de desconstrução da candidatura do PSB, livrando o candidato do PSDB possibilitando seus crescimento, e com ele todos os seus aliados, e agora querem dizer que nós estamos querendo entregar o Brasil na mão do PSDB. Não teria sido exatamente o PT que preferiu correr o risco de entregar o Brasil na mão do PSDB do que para o PSB?


Assim amigos, fica registrada minha posição. Não vejo NENHUMA legitimidade no PT e nos PTistas para determinarem quem é de esquerda ou de direita. Não após os governos que realizaram, e muito menos agora, após o PT terem ajudado na eleição de um dos congressos mais conservadores da história recente do país (Assunto que tratarei em uma postagem futura). 

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

A política é dinâmica? Vocês nem imaginam quanto!

Beto Albuquerque em um almoço com Brizola em 1998
Conheço o Comandante Beto Albuquerque desde quando ele foi para a Assembleia, era algo de vista, de quem acompanha política, estivemos próximos nas eleições de 1998 quando o Brizola foi vice de Lula e participamos do governo Olívio Dutra, ele pelo PSB como Secretário dos Transportes, eu como assessor de Pedro Ruas, Secretário de Obras, mas foi em 2004 em uma visita dele, como candidato a Prefeito de Porto Alegre, a Fundação Thiago Gonzaga que nos aproximamos de verdade. Juntamente com a Diza o recebi, e apresentamos a Fundação como fazíamos a todos os visitantes, e na época, ao sair ele disse: “Diza, ganhando ou perdendo a eleição eu voltarei aqui e você poderá contar comigo para esta causa, vou te ajudar!” Passadas as eleições, mesmo não obtendo êxito, ele se colocou a disposição do Vida Urgente e sempre que precisamos pudemos contar com ele, e a causa do trânsito seguro passou a estar presente nas suas bandeiras.

Essa experiência fez crescer em mim a admiração pelo Beto, por ser um homem de palavra, de visão, e dali em diante passou a ter meu voto e meu respeito. Em 2009 acompanhei de perto todo o drama da perda do Pietro para leucemia o que nos deixou ainda mais próximos. 

Quando visitou a Fundação Thiago de Moraes Gonzaga em 2004 - Foto Paulino Menezes

Em 2011 quando decidi voltar a me filiar a um partido político, listei três possibilidades, tendo o PSB no topo da lista, pela afinidade ideológica com o partido e a admiração pelo Beto. Quando o procurei e expus minhas ideias, ele prontamente me disse: “Não procura mais ninguém, é aqui no PSB que você deve ficar, somos um partido pequeno, uma família, aqui você vai encontrar o que procura”!

Beto, mais uma vez, cumpriu sua palavra, acolheu-me no PSB, me apoiou, me proporcionou oportunidades de estar ao seu lado, tanto na Seinfra, como em sua equipe quando retomou o mandato de Deputado Federal. Após a eleição de 2012 quando fui candidato, não tendo alcançado êxito eleitoral, recebi dele o apoio, o incentivo, e no Sábado seguinte as eleições, me convidou para ir a Pelotas, que estava participando do segundo turno, e tivemos a oportunidade de passar o dia juntos onde me senti abraçado e apoiado. Beto sempre se colocou a disposição, disse que não deveria desistir, pois ele também perdeu a primeira eleição que concorreu e foi aquela derrota que o fez crescer e vencer as eleições que se seguiram.

Na Convenção do PSB em 2012 - Só Alegria

Me recolhi por um tempo, refleti muito, não aceitei convites de trabalho, embora precisasse, pois pessoas pobres como eu, precisam trabalhar para prover o seu sustento e de sua família. O tempo passou e Beto retomou seu mandato no final de 2012 e em seu primeiro dia na Câmara, recebi um telefonema seu com a seguinte pergunta: Serginho, quer vir para o mandato? Sim! Respondi sem titubear, pois era como se tivesse sido convocado para a seleção, uma honra para qualquer militante como eu. Compor a equipe de seu mandato era, para mim, alcançar um alto posto político.

De 2012 para cá, acompanhei várias mudanças, acompanhei  todo o processo da construção da candidatura de Eduardo Campos a Presidência da República, onde Beto se empenhou de corpo e alma se revezando entre seus compromissos como Deputado e as viagens pelo Brasil. Vê-lo em Porto Alegre se tornou algo raro. O acompanhei em todas as recepções que fez ao Eduardo aqui no sul, ele era motivadíssimo com a candidatura, utilizou de toda a sua habilidade política para construir um palanque para Eduardo aqui no Rio Grande do Sul. A vinda da Marina para o PSB teve sua colaboração, em tudo se dedicava com entusiasmo.


No Aniversário de comemoração dos seus 50 anos. 
Eu e minha família e abaixo com Eduardo campos

2014 têm sido um ano atípico para nós que compomos a equipe do Deputado Beto Albuquerque, pois desde o início sabíamos que eles estava disposto a qualquer sacrifício pessoal para viabilizar a candidatura de Eduardo e Marina, até não concorrer para poder se dedicar a campanha se fosse necessário. Candidato ele se dispunha a ser onde o partido precisasse, a Governador, Deputado, Senador, mas que Eduardo e a Marina teriam um palanque aqui no Rio Grande do Sul ele garantia. Imaginem como foi nosso ano até agora, nos organizamos para a candidatura a Deputado Federal, mapeamos todos municípios, organizamos as parcerias, depois nos organizamos e começamos a trabalhar para a campanha a Senador. Há exatamente uma semana atrás, uma terrível tragédia se abateu sobre nossas cabeças, algo completamente inesperado, e aqui estamos nós, confirmando a indicação do Comandante Beto Albuquerque para compor a chapa a Presidência da República como vice de Marina Silva. Nossa!

Me confesso assustado e motivado. Assustado, pois não esperávamos tudo que aconteceu, isso mexeu com o emocional de todos nós, dilacerou nossos corações. Também me preocupo com o que está por vir, pois por melhor que sejamos, nunca ficamos imunes a ataques covardes, a baixarias, e mesmo que saibamos que isso faz parte do submundo do jogo político, não gostamos de ver aqueles que gostamos sendo vítimas dessa parte suja da política. Me sentia incomodado com as agressões a Eduardo e Marina e não gostaria de ver o Beto ser alvo delas. Porém, entretanto, não sou de me acovardar, e como diria o saudoso Leonel Brizola: “Se um companheiro está precisando, não exito em por o peito n’água para ajudá-lo”.

Com Beto e Eduardo em 2013 - Essa foto tem valor inestimável para mim

Ao contrário do que muitos imaginam, fazer política requer sacrifício, requer doação, desprendimento, as pessoas que se favorecem com a política, que exploram a inocência do povo, que enganam, roubam, não fazem a boa política, eles contaminam a política! A lição de dedicação e desprendimento Beto sempre fez muito bem. O Papa Francisco disse aos jovens em 2013: “Envolver-se na política é uma obrigação para um cristão!" Os cristãos não podem «fazer de Pilatos, lavar as mãos»: «Devemos implicar-nos na política, porque a política é uma das formas mais elevadas da caridade, visto que procura o bem comum.»

Tenho muitos motivos para sentir honra e orgulho desta trajetória que percorri com o Comandante Beto Albuquerque! (Desde que vim para o PSB sempre o chamei assim, comandante, e também observei o estranhamento dos que escutavam esse tratamento, mas vir para o PSB foi um recomeço, um renascimento, e lembrava o início de minha militância na esquerda e a admiração pelo Comandante “Che”, pelo comandante “Brizola”, minhas referências, e demonstrava, através deste gesto que me colocava a serviço, a disposição, ao lado, de forma humilde, em prol de uma causa comum, e ao mesmo tempo que via nele a referência, o norte, o exemplo. O "Comandante Beto" é o nosso timoneiro!). Sei de seus ideais, objetivos, de como o mecânico se tornou em um dos políticos mais respeitados do Brasil, de como enfrentou a perda do filho Pietro com apenas 19 anos; Presenciei inúmeras demonstrações de solidariedade, afeto, generosidade e companheirismo comigo e com diversas pessoas. Beto Albuquerque será um excelente governante para o nosso país, ele saberá honrar o legado deixado por Eduardo Campos, e será um grande companheiro para Marina Silva. Beto fará a diferença, e isso me motiva de forma única!

Avante Comandante! Estou contigo nesta caminhada!

O Beto sempre esteve ali, junto de todos nós!


quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Eduardo Campos é o cara!


A Profissão que escolhi proporciona momentos especiais. Minha trajetória profissional está ligada a política, comecei fazendo meus primeiros registros na década de 80 com máquinas amadoras, registrando as atividades estudantis. A medida que o tempo passava, e as habilidades aumentavam fui tendo outras e importantes tarefas. Meu principal personagem retratado foi o inesquecível Leonel Brizola, de quem possuo considerável acervo e com quem aprendi muito sobre carisma e luz. 

Ontem tive a oportunidade e a responsabilidade de acompanhar o Governador de Pernambuco e Presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, em visita a Porto Alegre. É meu terceiro roteiro desempenhando esta função, e por isso acho que já posso tecer algum comentário sobre essa experiência, embora, em minha profissão, não tenha a tarefa de ouvir, nem de falar, apenas ver. Minha responsabilidade é transmitir em imagens os acontecimentos.




Eduardo Campos é uma pessoa especial, e com certeza, foi agraciado com um dom divino: O carisma! Em todo o período que o acompanhei, nunca, vejam bem! Nunca, o vi reclamar de algo, nunca vi mudar a fisionomia e mostrar algum descontentamento, sempre se mostrou uma pessoa humilde, acessível e atenciosa com todos. Eduardo Campos demonstra uma felicidade em viver, uma pessoa de bem com a vida, alegre, inteligente, e muito bem humorada, sempre com um causo para compartilhar com aqueles que estão a sua volta a fim de arrancar-lhes gargalhadas, é assim durante todo o tempo.

Porque registro isso? Porque sei reconhecer, nos outros, as qualidades que me são difíceis ter. Quisera eu ser carismático, bem humorado e tantas outras qualidades da qual não fui agraciado. Não sou uma pessoa infeliz, muito pelo contrário, me aceito e me respeito, não invejo o outro e tenho uma autoconfiança bastante elevada, porém, isso não me impede de reconhecer aquilo que Deus concedeu aos outros, suas qualidades e fortalezas. Para dizer a verdade, me dedico mais em ver as qualidades das pessoas do que suas fraquezas, coisas boas me seduzem muito mais do que as ruins e quando vejo e convivo com uma pessoa diferenciada, me sinto honrado.

Bom prolixo que sou, fiz tudo isso para dizer que não resisti em registrar um momento, já no final do dia, ao lado de duas pessoas que possuem qualidades muitos especiais que me faltam, mas que seus brilhos são tão fortes que acabaram transmitindo para mim. 

Não costumo sair bem em fotografias, até por ter o hábito de sempre estar do outro lado, geralmente saio sério ou com cara esquisita, porém nesta foto eu me senti bem, e me vi, como poucas vezes na vida, “bem na foto”. Obrigado Eduardo Campos e Beto Albuquerque, por me emprestarem seus brilhos, e obrigado Dani por registrar esse momento.



Essas duas fotos falam muito somo como é Eduardo Campos 


terça-feira, 8 de outubro de 2013

PSB – Eduardo Campos – Dilma – Marina – Eleições – Lasier – Heráclito e Muito Mais – Parte II


Cuidado com quem prega a filosofia da superioridade “Ariana”, das “raças superiores” sem imperfeições. 
Isso nunca acaba bem!

Comecei a militar muito cedo, me afastei da política em 2001 e retornei em 2011.

Olhando para trás posso afirmar que nunca militei em um partido em que tivesse afinidade 100% com 100% dos seus membros, pelo contrário, sempre tive que conviver com pessoas, que mesmo no mesmo partido, pensavam diferente. Isso é absolutamente normal e democrático e está presente em todos os núcleos sociais.

Pense o partido como uma família, uma família com nove filhos, como a de meu pai, por exemplo, nove filhos do mesmo pai e da mesma mãe. Será que todos pensam e se comportam da mesma forma? Claro que não! Na família, assim como nos partidos, nas empresas, nos times de futebol, as pessoas podem pensar diferente, pois cada ser é único e fruto de suas circunstâncias, por isso, que o partido têm um programa, um estatuto, assim como a religião tem sua bíblia, e quem ingressa no partido adere àquele programa, e não ao contrário.

Quem leu algo sobre os regimes totalitários (aconselho que leiam) saberá que a “criação” de inimigos é uma forma amplamente utilizada para gerar reação, pois, quando vivemos sobre a regência do “medo” somos facilmente manipulados, nos fechamos, pois qualquer um pode ser o nosso “inimigo”.

Nas vésperas de eleições, assim como em momentos como agora, de articulações e definições, muitos oportunistas e falsos comentaristas, principalmente os com interesses pessoais e políticos, começam a atacar seus possíveis adversários, começam a gerar o medo, e criar falsos inimigos. Lembram quanto tempo o povo ficou reelegendo o PT em Porto Alegre com “medo” de que os “inimigos” pudessem acabar com o “orçamento participativo”? A história das “privatizações” é outra “arma” que vira e mexe é apontada contra alguém: Se você votar no fulano ele vai privatizar a “Petrobras” a “Caixa”... Se votar no candidato tal, vão ficar sem Bolsa Família!

Quem lembra que o PMDB, do Sarney, elegeu todos os governadores, com exceção do Sergipe onde o aliado PFL elegeu o governador, nas eleições de 1986, embalados pelo Plano Cruzado e pela distribuição de “auxílios” como o ticket de leite? Na época era uma heresia não votar no PMDB, pois os outros iriam acabar com o “Cruzado” e as pessoas mais pobres não iam ter mais o “leite”.

Pois é, recomendo que àqueles que não conhecem essa parte da história, que façam uma pesquisa, principalmente antes de demonizar, difundir boatos e disseminar o “medo”, induzidos por “espertinhos” que se aproveitam do seu desconhecimento para te manipular.

Meu partido, o PSB, tem muita gente boa!

O PSB é um partido que possui lideranças como Beto Albuquerque, Eduardo Campos, Luiza Erundina, João Capiberibe, Rodrigo Rollemberg, Beto Grill, e tantos outros, por isso, tem motivos para se orgulhar.
Em 1920, na Alemanha, nasceu o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, que em 1933, liderado por Adolf Hitler assumiu o poder. O resto da história todo mundo conhece. Os membros deste partido consideravam-se superiores, e esse tipo de pensamento tornou-se muito perigoso para a humanidade. 

Com o pouco de experiência que a vida me deu, percebo que todos nós, em maior ou menor escala, temos um pouco deste sentimento de superioridade, que nos faz, em certos momentos, achar que somos melhores que os outros e por vezes nos leva a sermos até “cruéis” com os nossos semelhantes, principalmente com aqueles que “consideramos” nossos “inimigos”. Confesso que já agi assim, e tenho buscado, com muito esforço, melhorar isso em mim.

No sábado, o meu partido, o PSB deu “abrigo” a Marina Silva, e seus companheiros da REDE, que ficaram impedidos de concorrer nas eleições de 2014, por terem o registro do partido negado pelo TSE.

Em meio a esse momento, algumas pessoas, dos mais diversos setores da sociedade, a maioria ligados ao PT e seus aliados, começaram uma grande onda de agressões contra o PSB e contra Marina, temendo que essa união possa ameaçar a permanência do PT no poder (Vou falar sobre Marina, PSB e PT em outra postagem). É preciso registrar que vi mais elogios do que críticas, mas é preciso reconhecer que houveram críticas. A maior parte das críticas utilizava-se de alguns novos filiados ao PSB, como Heráclito Fortes, e Paulo Bornhausen, e a manifestação de apoio de figuras como Ronaldo Caiado a candidatura de Eduardo Campos. Acusam o PSB de não ser de esquerda e não ser Socialista por ter aceitado a filiação e o apoio destes caras, reconhecidamente, considerados de “direita”.
    
O Tweet do ator José de Abreu, minutos após vazar a informação de que Marina Silva se filiaria ao PSB, dá a demonstração de como foi encarado o gesto e qual foi a reação, tentando imediatamente desqualificar o PSB, em um gesto agressivo e desesperado.
Por mim, eles não teriam passado nem perto do PSB, como eu sei que, se dependesse de algumas pessoas, eu também não estaria no PSB. Essa é a realidade, o partido é feito de um conjunto de pessoas, e precisamos fazer uma continha de chegada, ou seja, medir, se no somatório geral, temos mais afinidades ou divergências. Se temos mais afinidades, devemos permanecer no partido e ficar alertas, participar ativamente das instâncias partidárias, das reuniões, militar, ser atuante, para que o partido não se desvie de seus valores e princípios. Se encontrarmos mais divergências, aconselho a procurar outra sigla.

A probabilidade de encontrar 100% de convergência é praticamente zero, pois, felizmente, ou infelizmente, não decidimos quem entra e quem sai de nosso partido, essa decisão cabe a própria pessoa, e ao partido, que possui suas instâncias coletivas para aprovação e reprovação de filiados, e em cada cidade e estado a realidade é diferente.

O PSB ideal para mim, e isso é preciso ficar bem claro: Para mim! Teria uma série de companheiros que estão no PSB e uma série de outros que não estão no PSB. O meu PSB teria o Cristóvão Buarque, o Carlos Araújo, o Jean Wyllys, o Pedro Ruas, o Miro Teixeira, a Juliana Brizola, a Dilma e outros políticos que admiro. O “meu” PSB não teria o Heráclito, o Bornhausen, o Pastor Eurico, e outros companheiros com quem não tenho nenhuma afinidade. Que bom que fosse assim!

Porém, nem que eu tivesse o meu próprio partido teria a garantia de que ele fosse composto por todas as pessoas que eu admiro e respeito, pois além da minha vontade de tê-las a meu lado, teria que contar com a vontade deles também.

Já fiz aqui uma postagem sobre a criação de novos partidos e essa dificuldade que temos de encontrar nos partidos atuais, aqueles que atendam integralmente nossas expectativas. O nosso individualismo, ou a nossa vontade de fazer a coisa certa, por vezes nos leva a pensar que o mundo ideal seria aquele na qual temos o total controle, na qual temos o total poder. Infelizmente não é assim, e como disse no exemplo, o fato de termos o nosso próprio partido não significa que ele se transforme no partido de nossos sonhos, pois entre sonho e realidade há uma diferença.

Milito no PSB desde 2011, foi a trincheira que escolhi para travar minha luta por um Brasil melhor, após mais de uma década de afastamento da militância. Têm gente no PSB que eu não gostaria de chamar de companheiro, porém existe um número de companheiros, infinitamente maior, com que me sinto absolutamente confortável em dividir a trincheira. O PSB tem muita gente legal, gente bem intencionada e competente, e não vai ser uma minoria que irá macular uma bela história construída em anos de luta.

Estou feliz com a “filiação transitória” dos militantes da REDE, pois entendo que eles mereciam participar do processo eleitoral, por sua história e por seu esforço, acho que podemos todos, aprender muito com essa experiência.

Desculpe se não agradamos a todos!
  
Marina Silva e os militantes da REDE receberam "abrigo" no PSB.
Considero o gesto positivo e todos são Bem Vindos, mesmo que transitoriamente!
Juntos podemos aprender muito com essa experiência!

Foto: Humberto Pradera

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

PSB – Eduardo Campos – Dilma – Marina – Eleições – Lasier – Heráclito e Muito Mais – Parte 1



O último final de semana trouxe muitas novidades para a política brasileira. Por todos os cantos do país, os eleitores foram surpreendidos pelos movimentos do tabuleiro político, e em época de redes sociais, travam-se verdadeiras batalhas virtuais.

Em 2011 resolvi retornar a militância política, com o objetivo principal de contribuir com a minha opinião e com minha forma de encarar o mundo. Queria auxiliar com o debate para a construção de uma nova geração de políticos, movidos por outros interesses e sentimentos, e acreditava, de forma até pretensiosa, que conseguiria ser parte desta mudança. Claro que tudo foi e está sendo mais difícil do que eu esperava, pois todos que me conhecem sabem que sou um otimista, e sempre me imponho grandes desafios, muito grandes, diga-se de passagem, mas também sabem que não sou de desistir fácil.

Pois então, diante deste quadro político, entendo que devo registrar aqui minhas opiniões, de forma a compartilhar com aqueles que em mim confiaram seus votos e que, de alguma forma, me têm como referência política. Entendo a política assim, feita com transparência, com defesa de opinião, mesmo que ela não seja o senso comum, ou agrade a maioria, e principalmente com franqueza, sem o cinismo e oportunismo reinante em grande parte dos políticos que se comportam como verdadeiros “estelionatários” da opinião pública, que agem sorrateiramente na escuridão dos porões do poder.

Em várias postagens, pretendo registrar o que penso, sobre o momento político, sobre o futuro, e como é a minha militância, o meu partido, e como eu gostaria que fosse. Sem medo, vou registrar como vejo tudo isso, para, pelo menos, ser justo com aqueles que tiveram a coragem de confiar a mim seus votos, e ainda pedir aos outros que também o fizessem. Vamos lá então!  


Eu e a Presidenta Dilma Rousseff
 
Foto registrada em 22.01.1998, talvez um dos primeiros registros de Lula com sua sucessora, Dilma Rousseff, em um encontro dos partidos de esquerda na Churrascaria Galpão Crioulo, em Porto Alegre, ela representava o PDT (Em 1998 Lula concorreu a Presidente da República tendo Leonel Brizola como seu vice. Participei ativamente desta campanha!
Acho importante começar por aqui. Quem me conhece sabe das relações afetivas que tenho com a Presidenta Dilma, de quem fui companheiro de militância no PDT, inclusive fiz parte do grupo de filiados, que junto com ela, deixaram o PDT, em 2000, para apoiar Tarso Genro na eleição para a Prefeitura de Porto Alegre. Sabem também de meu carinho e admiração por seu ex-companheiro, Carlos Araújo, a quem tenho como amigo e referência política e, portanto, gostaria de deixar registrado aqui a minha opinião, pois não sou um antiPTista, e também não sou oposicionista do governo de Dilma. Pelo contrário, sou um defensor de todos os avanços de seu governo e posso afirmar, sem nenhum constrangimento, ou dúvida, que ela é uma abnegada e que está dando o seu melhor para o Brasil. Sou uma pessoa de esquerda e não serviria de arma para inviabilizar o governo dela.

Se me perguntarem se gostaria que o PSB continuasse fazendo parte do Governo Dilma, responderia que sim, não veria com maus olhos a permanência do PSB no governo de Dilma, assim como não acho que se ela for reeleita o Brasil irá piorar. Pode não melhorar, mas, piorar eu não acredito! 

Por que eu defendo a candidatura de Eduardo Campos, então?  Os motivos que me levam a apoiar Eduardo Campos são vários, desde os mais elementares, que são, por exemplo, o fato de ser filiado ao PSB e no momento que escolhi por me filiar a um partido, devo respeitar suas decisões, até o simples entendimento de que, ele pode auxiliar o Brasil a crescer, trazendo uma nova forma de governar, um novo olhar sobre o que está aí, e sem se afastar do campo popular e socialista. Olhando assim, parece simples, porém essa decisão é mais complexa e passa por alguns outros fatores que irei expor na sequência, o importante é que as pessoas entendam que para ser a favor de Eduardo Campos, não precisa ser contra a Dilma. Esse antagonismo, é apenas uma característica PTista que, muitas vezes, se comporta de forma maniqueísta, onde quem está com eles é bom, e quem não está é ruim, como se eles fossem o parâmetro de Bom e de Bem, assim como uma personificação do “divino” e neste campo fica difícil de argumentar, e quanto mais se tenta, mais piora.
 
Em 2002 lá estava eu, novamente, depositando meu voto em Lula e no PT (A menina da foto é minha filha caçula, Renata, com 6 anos de idade)
O gesto se repetiu em 2006 e, em 2010 ajudei a eleger minha ex-companheira de militância e primeira mulher eleita Presidenta da República, Dilma Rousseff.
Assim, para iniciar, deixo muito claro que tenho toda a simpatia pela presidente Dilma, e não tenho nenhuma resistência, ódio, ou algo parecido pelo PT. Já depositei meu voto e fiz campanha para candidatos do PT em inúmeras oportunidades, embora tenha minhas críticas a seu modo de fazer política, que explicitarei no decorrer. 

Portanto, não aceito e repudio, qualquer tentativa de me colocar no campo oposto. Sou militante de esquerda, o PSB é um partido de esquerda e qualquer insinuação em contrário é pura leviandade.

Espero que me acompanhem, comentem e, principalmente, que eu possa auxiliar na reflexão daqueles que me leem, expressando com sinceridade o que penso sobre o momento político que vivemos. 

Boa Leitura!
 
Em 2012, em uma das visitas ao companheiro e amigo Carlos Araújo, acompanhado do comandante Beto Albuquerque.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Habemus Candidato



Uma simples observação da evolução das eleições presidências, desde 1989, a primeira após a ditadura, perceberemos que a cada eleição reduzem o número de candidatos com chances de vitória. Em 1989 foram 22 candidatos e o resultado era uma incógnita, a Rede Globo temia a eleição de Brizola e no primeiro turno deu uma ajudadinha para o Lula, a fim de tirar Brizola do segundo turno, tornando mais fácil a vitória de Collor, o candidato fabricado pela Vênus platinada.

A partir de 1994, temos tido uma polarização entre PSDB e PT, duas forças que se revezam no poder desde então. Essa polarização não é por acaso, deve-se ao fato de que constituir um candidato à presidência é um trabalho de muitos anos, e não surgem lideranças novas, com estatura para disputar uma eleição desta natureza, de um dia para o outro. Desde Collor, que foi um projeto da Rede Globo, tivemos a candidatura de Lula por cinco vezes, ou seja, O PT apresentou o mesmo candidato por 20 anos e importou a sucessora de Lula do PDT de Leonel Brizola, o que prova, que com toda a força do PT, não conseguiram criar um sucessor para Lula, “sangue puro”, assim como o PSDB não conseguiu um sucessor para FHC, tendo sido derrotado em três eleições consecutivas, com dois candidatos diferentes e na próxima eleição tentará um terceiro nome, Aécio Neves. Ter um bom candidato a Presidência é um desafio imenso. Tanto que o PMDB, considerado o maior partido Brasileiro não disputa a eleição com candidatura própria desde 1998, após duas tentativas (1989 e 1994) com candidaturas inexpressivas do ponto de vista eleitoral.

Assim, é natural que o PSB, tendo em seus quadros duas lideranças de qualidade (Ciro Gomes e Eduardo Campos), ambos em condições de disputar as eleições, deseje colocar em discussão um desses nomes, no caso o do Presidente do partido e Governador de Pernambuco, reeleito com a maior votação do país, Eduardo Campos.

Ter um bom candidato a presidência da República é um privilégio para poucos, e ter um bom candidato e um partido é melhor ainda, pois algumas vezes o candidato é bom, mas não possui um partido organizado, forte, capaz de dar sustentação política a candidatura. No caso do PSB temos as duas coisas, um bom candidato e um partido em crescimento, com história e excelentes quadros políticos. Ouso dizer que o PSB possui condições de formar uma chapa completa e além do candidato a Presidente, teria, dentro do próprio partido, lideranças com estatura para comporem a chapa como vice, entre elas, Luiza Erundina PSB/SP, Ciro Gomes PSB/CE, Beto Albuquerque PSB/RS, entre outros.

Por isso, acho natural a pretensão de ter candidatura própria a sucessão de Dilma. Isso quer dizer que somos contra o governo Dilma? Quer dizer que o PSB está rompendo com o campo político onde sempre esteve? Não! É como um time, mesmo fazendo parte da mesma equipe, os jogadores que não estão jogando, como titulares, desejam jogar, o que não quer dizer que desejem que o outro se machuque ou tenha um problema grave, nada disso, apenas treinam, se preparam, para que e o técnico opte por colocá-los em campo para jogar no time titular. O PT tem estado no comando, e o PSB está ali, contribuindo para o time, jogando junto, participando, só que deseja ser titular também, se considera capaz de contribuir ainda mais, treinou, se preparou, se organizou e acredita que esteja pronto para assumir o comando e ajudar o país a crescer, porém, mais do que a vontade do jogador, o que define é quem escala a equipe, e no caso do Brasil, quem escala é o povo, que decide quem quer ver comandando a nação, porem, para conseguir a oportunidade é preciso se apresentar para jogar e é isso que o PSB está fazendo. Se o povo decidir dar continuidade ao comando do PT, tudo bem, sua decisão deve ser respeitada, porém o PSB vai trabalhar para que o Povo escolha Eduardo Campos, pois em tempos de escolha de novo papa, cabe adaptar a celebre frase: Habemus Candidato!


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

ELES ESTÃO DESCONTROLADOS!


Com a popularização da Internet, e a democratização da rede, transformando todos nós em potenciais formadores de opinião, começamos a ter novos fenômenos, verdadeiros personagens da vida moderna. Lembro agora, dois símbolos desta era, a adolescente Isadora Faber que criou o Diário de Classe e possui mais de 500.000 seguidores, e o jovem carioca Rene Silva Santos que possui mais de 47.000 seguidores no twitter e criou o Jornal Voz da Comunidade no complexo do Alemão.
Mas, se por um lado temos personagens de carne e osso, temos outros que não podemos tocar, um deles é o fake ("falso" em inglês), identidades falsas, por vezes utilizando-se de nomes de personalidades ou apenas ocultos por um codinome, que povoam a Internet, e que na maioria das vezes, com algumas exceções, é claro, escondem os “velhos covardes” de sempre.

A VELHA “INDÚSTRIA DO BOATO” GANHA UM IMPORTANTE ALIADO
Em um mundo onde honestidade e honra, são cada vez mais difíceis de encontrar, a Internet trouxe a massificação desses “sentimentos ocultos” dentro de cada um de nós, que acabam ganhando adeptos, seguidores e etc. Desta forma, a velha “indústria de boatos”, ganhou uma importante ferramenta, e transformou muitas “mentiras” em “verdades” e “colocou palavras” na boca de muita gente, por isso é cada vez mais raro encontrarmos informação com credibilidade.
A Política e o show business, sem dúvida, são onde a “fofoca” faz a festa, pois é notícia plantada o tempo todo. Bastou alguém colocar no twitter, facebook, em algum blog, que fulano de tal namora siclano (no caso dos artistas), ou que fulano está com o cargo por um fio (no caso da política) pronto, lá se foi a vida da pessoa pelo ralo, e como cada um que conta um conto, aumenta um ponto, o negócio toma uma dimensão, por muitas vezes desumana.

O TELEFONE SEM FIO DO SÉCULO XXI
Quando era guri brincávamos de “telefone sem fio” que funcionava assim: fazíamos uma fila, a primeira pessoa sussurrava no ouvido do companheiro ao lado, uma frase, aquele que ouviu, transmitia, também ao “pé do ouvido”, o que escutará ao companheiro do lado, e assim sucessivamente até o último, e ele teria de repetir, em voz alta o que escutou. Era muito engraçado ver o resultado, morríamos de rir, pois geralmente era uma frase bem diferente do que o primeiro falou, dependendo da complexidade da frase inicial, o resultado era inimaginável. Hoje a Internet é o nosso telefone sem fio, onde as pessoas reproduzem o que ouviram, ou viram e aí é um “Deus me acuda!”. É um morre gente, ressuscita gente, demite, admite, casa, separa, é Fake dando notícia como “fonte confiável”, é uma doideira total.

A IMPRENSA E SUAS “FONTES CONFIÁVEIS”
A estas alturas, você deve estar se perguntando onde eu quero chegar. Uns já devem estar dizendo: Lá vem o Serginho querendo censurar a Internet, controlar, botar cabresto. Nada disto! Só quero alertar para que, em tempos como agora, redobremos nossa atenção em relação às informações que nos chegam, pois até a imprensa se contamina com isso, e dá muita “barrigada” por levar em consideração “notícias plantadas”.
Para ilustrar uso três casos:
1.  Em 1993 o então Deputado Federal Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) foi cassado, após ter comandado o impeachment de Collor, e o pivô desta cassação foi uma matéria na revista Veja que revelou-se falsa, e que ano depois foi desmascarada. (Confiram: http://www.istoe.com.br/reportagens/11043_A+VERDADE+APARECE  Leiam também http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/um_exemplo_de_antijornalismo Coloquei as duas, pois uma contesta a versão da Veja, e a outra contesta a versão da Istoé, sobre a versão da Veja. Em qual devemos acreditar?)
2.   Durante as eleições saiu uma notícia de que havia um vídeo rodando na Internet, onde a então candidata a Prefeita, Manuela D’ávila, aparecia fumando maconha na universidade, por onde andava as pessoas falavam sobre o assunto, e uns chegaram a dizer que haviam visto o tal de vídeo, pois, revirei a Internet e não encontrei, e ninguém sabia me dizer onde encontrar. Alguém viu o vídeo e pode me indicar? Ou será que esse vídeo nunca existiu e tudo não passou de boato, plantado por seus adversários?
3.  Esta semana na ZH em uma coluna conceituada, ao comentar sobre a RS 010, a colunista publicou o seguinte texto: Beto queria ou o projeto original, ou nada. E se opôs à tentativa do governo de trazer a EBP (Empresa Brasileira de Projetos) para fazer o projeto, o que atrasou quase um ano a discussão. Ele deixou uma herança negativa – diz uma figura influente no Piratini.” Pois é, Figura influente. O que seria uma figura influente neste caso? Um Secretário? Um assessor? Um dirigente? Como alguém pode respeitar uma declaração desta importância, que faz uma acusação desta natureza, sem dar a oportunidade de, nós mesmos, avaliarmos se essa pessoa é realmente “uma figura influente no Piratini”?  Como que um jornal publica uma declaração assim? Alguém sem nome, sem cargo, anônima. Pode ser um Fake, uma notícia plantada, um intriga e também uma fofoca. Como saberemos? Notícias como essa acabam sendo comuns, e tem o único objetivo de gerar “intrigas” e “falsas crises”.

CAUTELA E CALDO DE GALINHA NÃO FAZEM MAL A NINGUÉM

Pois a política virou uma fofoca só, poderia relatar uma série de fatos para ilustrar isso, mas o certo, é que não podemos nos deixar influenciar por “informações anônimas” Se a pessoa não se apresenta, é porque não quer sustentar o que diz, e se não sustenta, é porque tem grande chance de ser mentira. Não vivemos mais na ditadura, onde a divergência era punida com tortura e morte, hoje podemos manifestar livremente nossa opinião e, portanto, o anonimato é uma “covardia”, que só se justifica em casos extremos.
Temos que redobrar nossos cuidados, pois se você leu as matérias que coloquei no caso Ibsen verá que uma desmente a versão antiga da veja, e a outra desmente a Istoé, sobre a versão da veja. Seguindo a prática de Adam Sun, autor da matéria desmentindo a istoé, falecido em 2008(http://colunistas.ig.com.br/mauriciostycer/2008/09/30/adam-sun-e-a-arte-da-checagem/?doing_wp_cron) chequei quem ele era, e percebi que trabalhou na Veja e na Época, e que não trabalhou na Istoé. Será que isso o faz suspeito para analisar a matéria da Istoé? Será que não teríamos que ter alguém para analisar e checar a matéria do Abam Sun? E outra pessoa para analisar e checar a matéria de que analisou e checou a dele? Onde pararíamos se fosse assim?
Neste momento acompanhamos as notícias sobre a blogueira cubana Yoani Sánchez. É uma guerra de versões, defesas e acusações, multiplicadas por toda a rede, vale a pena acompanhar.
Por tudo isso, precisamos tomar mais cuidado quando emitimos uma opinião, ou fazemos juízo de alguém, pois se a fonte não for de confiança e se não tomarmos o cuidado de pensar bem sobre o assunto e ouvir mais, poderemos cometer injustiças e machucar as pessoas.

"O fato de uma opinião ser amplamente compartilhada não é nenhuma evidência de que não seja completamente absurda; de fato, tendo-se em vista a maioria da humanidade, é mais provável que uma opinião difundida seja tola do que sensata." 
( Bertrand Russell )