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quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Esquerda eu?


Uma das coisas que aprendi com a maturidade é que, por pior que seja a situação, ela sempre nos proporciona um aprendizado. Essas eleições, que estão sendo uma das piores que já vi na minha vida, tamanha é a insanidade do debate, me fizeram descobrir que não sou uma pessoa de esquerda, acho inclusive que nunca fui, e tenho a impressão que não serei. Há poucos dias escrevi que era de esquerda, pois esqueçam, eu estava enganado!

Olhando o debate e a forma com que estão utilizando o termo “ser de esquerda” me faz desejar não ser nada. Percebi que é uma bobagem este estereótipo, e que a mim ele não faz nenhuma diferença. Não sinto a menor vontade de querer ser qualificado de nada, reconhecido por nenhuma denominação, quero apenas ser eu mesmo e viver conforme aquilo que acredito.


Rejeito qualquer denominação que me obrigue a fazer coisas que não quero e na qual não acredito, pois teria que fazer uma reprogramação no meu caráter que definitivamente me descaracterizaria. Não quero deixar de ser amigo de alguém porque ele é de direita e eu sou de esquerda, ou vice versa. Quero ser amigo de quem eu quiser independente de sua posição política, assim como não quero ser obrigado a ser amigo de alguém só porque é do mesmo campo político.

Quero olhar para uma ideia e gostar dela sem precisar pedir para fazer DNA para saber se ela foi pensada por alguém de direita ou de esquerda. Para mim, ideia boa é ideia boa, e não deixa de sê-la porque não é de minha autoria ou dos meus!

Quero poder considerar errado desviar o dinheiro público por quem quer que seja, independente se muito ou pouco, e para qual finalidade!

Quero poder dizer coisas legais e ruins, errar e acertar!

Quero poder perdoar, dar segunda, terceira, infinitas chances, ou nenhuma também! Assim como quero achar que ninguém é alguém com capacidade de achar que possa ser digno de conceder perdão.

Quero continuar amando o diferente, o “estranho”, o “fora de padrão” sem precisar concordar com suas escolhas. Não preciso ser igual para respeitar!

Quero ser aquilo que me faz feliz e me honra!

Quero ter e mudar de ideia quantas vezes eu quiser, e não precisar usar de meu tempo e das oportunidades que tenho, para satisfazer as necessidades “egóicas” de quem quer que seja.

Não quero ser obrigado a difamar, caluniar e destruir a reputação de alguém simplesmente porque não faz parte do meu grupo político. Sempre declarei que levo uma vida com o olhar na minha morte, pensando no que as pessoas dirão as minhas filhas sobre mim. Quero que quando alguém diga que é minha filha, ou neto, as pessoas digam que fui um cara de bem e contem porque vivi. Não consigo imaginar minhas filhas e meus netos verem alguém falando mentiras sobre mim, me chamando de tudo que é coisa, destruindo minha reputação nas redes sociais, sem ao menos me conhecerem, movidos pelo simples fato de eu não ser do mesmo “lado” deles.

Cansei de gente querendo me aprisionar, me enquadrar em modelos, em comportamentos! Que coisa mais chata!

Covardia? Não, coragem! Coragem de dizer NÃO a uma prática que reprovo; coragem para dizer NÃO a uma camisa de força que quer me aprisionar; coragem para dizer NÃO a um estereótipo que quer limitar meu bom senso, minha consciência e meu senso crítico.

E a esquerda? Sinceramente? Não faz nenhuma diferença em minha vida eu me autodenominar “de esquerda” ou ser denominado por alguém como tal, pois isso não faz de mim alguém melhor, nem pior do que ninguém. As pessoas chegam ao absurdo de considerar que ser “de esquerda” é uma qualidade, e tem outros que acham que ser “de direita” é que é uma qualidade. Nunca consegui entender o por que. Isso virou uma modinha que até o Collor, o Maluf, o Sarney e o Calheiros aderiram.  

Não, não sou de esquerda, não sou de direita, não sou de centro, simplesmente não sou nada! Fiquem vocês com seus selos, com seus rótulos, com suas plaquinhas, que fico com minha consciência!

Por fim, agradeço a intolerância de algumas pessoas, pois sem ela, não teria feito uma descoberta tão libertadora!


Sejamos todos Felizes!

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Para ser de esquerda precisa ser PTista?

Amigos, nós que militamos na política, devemos satisfação aos nossos amigos, principalmente aqueles, que como eu, já concorreram a um cargo público, e mais ainda aqueles que ocupam cargos públicos, pois é comum e natural que nossos eleitores, amigos e familiares, nos tenham como referência e acompanhem nossas escolhas.

Por mais antiquado que possa ser a denominação, sou um militante de esquerda, e como tal, direciono minha prática política com o objetivo de construir uma sociedade mais equilibrada, com menos desigualdades sociais, com melhor qualidade de vida e com melhor distribuição de renda. Minhas escolhas políticas sempre levam esses fatores em consideração, e por este motivo que abracei, desde o início, a candidatura de Eduardo Campos, e depois a de Marina Silva, não só por representarem minha sigla partidária, mas por representarem um projeto que acredito.

Passadas as eleições é preciso respeitar o desejo do povo, manifestado de forma democrática através do voto e, portanto, aceitar que não fomos escolhidos para governar o Brasil.

Fiz algumas manifestações nas redes sociais e um amigo me cobrou coerência em relação ao PT, afirmando que eu estava “mudando de lado”, respondi a ele e agora esclareço a quem ainda tem dúvidas sobre o meu posicionamento.

Minha militância partidária começou no MR8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro) na década de 80, depois fui para o PDT de onde sai em 2000 juntamente com um grupo de companheiros para apoiar Tarso Genro para a prefeitura de Porto Alegre. Em 2001, esse grupo, que incluía a Presidente Dilma, filiou-se ao PT e eu optei por deixar a militância partidária. Só voltei a me filiar em um partido político em 2011 optando pelo PSB, partido que milito até o presente momento.

Participei de três governos no Rio Grande do Sul: Collares e Olívio, pelo PDT e Tarso, pelo PSB. Sempre contribui neste campo e tive a oportunidade de ingressar no PT e não o fiz, pois, embora reconhecendo sua importância, nunca me vi militando no PT.

NUNCA fui PTista! SEMPRE fui crítico ao PT, por sua relação com as demais forças de esquerda do país, por se acharem a “bolachinha mais recheada” do pacote, sendo o parâmetro para denominar quem é de esquerda ou de direita, mais ou menos assim: Está com o PT, é de Esquerda! Não está com o PT, é de Direita! Com esse pensamento, tentam fazer o povo pensar que Sarney, Collor, Calheiros, Maluf, são de esquerda. No Maranhão, por exemplo, preferiram fortalecer a candidatura de Lobão Filho (PMDB) apoiado pela família Sarney e as oligarquias locais, contra a candidatura de Flavio Dino (PCdoB). Eu sempre fiquei muito indignado com essa postura, o que nunca me impediu de reconhecer os méritos do PT e confiar o meu voto a eles, a ponto de deixar um partido onde me sentia em casa, o PDT, para manter minhas convicções de “esquerda” e apoia-los. Ironicamente ontem escutei o Governador Tarso Genro elogiando o Collares, que era seu adversário em 2000 e foi o pivô de nossa saída do partido, dizendo que ele era a grande “referência” do PDT, tudo porque a executiva do PDT tirou o indicativo de apoiar Sartori, mesmo tendo participado do governo Tarso, e o único que o defendeu foi o Collares. Como esse mundo dá voltas!

Agora estamos novamente em uma encruzilhada. Nos últimos 20 anos, tivemos que escolher entre um candidato do PT e outro do PSDB, e minha esperança era que este ano fosse diferente. Eu sempre me posicionei a favor do PT nesta polarização, mesmo nas eleições em que o FHC derrotou o Lula. O meu partido, mesmo antes de eu ingressar nele, também esteve ao lado do PT em todas as eleições desde 1989.

Aí eu pergunto: Após ter vivenciado a experiência de ver o presidente do meu partido e candidato a presidência da república, Eduardo Campos, juntamente com outros companheiros, morrerem em uma tragédia que chocou todo o Brasil; Após o PSB ter construído uma história digna no campo da esquerda, colaborado com importantes lideranças para os avanços que alcançamos no país; Após termos estado a par e passo com o PT nestes anos todos, é correto o tratamento que o PT nos deu no primeiro turno? O PT tratou o PSB com o respeito que merecíamos por toda a nossa história?  A prática PTista foi condizente com os princípios democráticos que sempre pregamos? O PSB não tinha o direito de ter uma candidatura própria? A estratégia de desconstrução pessoal e política, através de calúnias, difamações e mentiras, foram condizentes com a ética republicana que defendemos?

O mais humilde dos cidadãos sabem que o PT não foi digno com o PSB, e que atacou o pessoal de todos nós, nos desqualificando, desqualificando nossos candidatos usando de práticas abomináveis e, portanto, ficamos impossibilitados moralmente de estarmos ao seu lado neste segundo turno. Se antes eu tinha a certeza absoluta, 100% de certeza, que em uma polarização entre Dilma e Aécio eu apoiaria e votaria em Dilma, hoje eu tenho certeza de que se apoiar Dilma me sentirei envergonhado perante minhas filhas. Isso quer dizer que apoiarei o Aécio? Não! Simplesmente não decidi que posição tomar no segundo turno. Meu partido irá se reunir para decidir como se posicionará, e depois, pensarei, com muita calma, qual será a minha posição pessoal. O certo é que, para mim, é muito difícil escolher, pois é “o sujo falando do mal lavado”.

O PT escolheu o adversário do segundo turno, quis Aécio, imaginando ser ele o mais fácil de superar no segundo turno, preferiu correr o risco de perder a eleição para um candidato mais conservador (No segundo turno os dois candidatos tem chances de vitória) do que permitir que uma candidata do campo de esquerda se viabilizasse. Preferiram fazer uma campanha de desconstrução da candidatura do PSB, livrando o candidato do PSDB possibilitando seus crescimento, e com ele todos os seus aliados, e agora querem dizer que nós estamos querendo entregar o Brasil na mão do PSDB. Não teria sido exatamente o PT que preferiu correr o risco de entregar o Brasil na mão do PSDB do que para o PSB?


Assim amigos, fica registrada minha posição. Não vejo NENHUMA legitimidade no PT e nos PTistas para determinarem quem é de esquerda ou de direita. Não após os governos que realizaram, e muito menos agora, após o PT terem ajudado na eleição de um dos congressos mais conservadores da história recente do país (Assunto que tratarei em uma postagem futura). 

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

A política é dinâmica? Vocês nem imaginam quanto!

Beto Albuquerque em um almoço com Brizola em 1998
Conheço o Comandante Beto Albuquerque desde quando ele foi para a Assembleia, era algo de vista, de quem acompanha política, estivemos próximos nas eleições de 1998 quando o Brizola foi vice de Lula e participamos do governo Olívio Dutra, ele pelo PSB como Secretário dos Transportes, eu como assessor de Pedro Ruas, Secretário de Obras, mas foi em 2004 em uma visita dele, como candidato a Prefeito de Porto Alegre, a Fundação Thiago Gonzaga que nos aproximamos de verdade. Juntamente com a Diza o recebi, e apresentamos a Fundação como fazíamos a todos os visitantes, e na época, ao sair ele disse: “Diza, ganhando ou perdendo a eleição eu voltarei aqui e você poderá contar comigo para esta causa, vou te ajudar!” Passadas as eleições, mesmo não obtendo êxito, ele se colocou a disposição do Vida Urgente e sempre que precisamos pudemos contar com ele, e a causa do trânsito seguro passou a estar presente nas suas bandeiras.

Essa experiência fez crescer em mim a admiração pelo Beto, por ser um homem de palavra, de visão, e dali em diante passou a ter meu voto e meu respeito. Em 2009 acompanhei de perto todo o drama da perda do Pietro para leucemia o que nos deixou ainda mais próximos. 

Quando visitou a Fundação Thiago de Moraes Gonzaga em 2004 - Foto Paulino Menezes

Em 2011 quando decidi voltar a me filiar a um partido político, listei três possibilidades, tendo o PSB no topo da lista, pela afinidade ideológica com o partido e a admiração pelo Beto. Quando o procurei e expus minhas ideias, ele prontamente me disse: “Não procura mais ninguém, é aqui no PSB que você deve ficar, somos um partido pequeno, uma família, aqui você vai encontrar o que procura”!

Beto, mais uma vez, cumpriu sua palavra, acolheu-me no PSB, me apoiou, me proporcionou oportunidades de estar ao seu lado, tanto na Seinfra, como em sua equipe quando retomou o mandato de Deputado Federal. Após a eleição de 2012 quando fui candidato, não tendo alcançado êxito eleitoral, recebi dele o apoio, o incentivo, e no Sábado seguinte as eleições, me convidou para ir a Pelotas, que estava participando do segundo turno, e tivemos a oportunidade de passar o dia juntos onde me senti abraçado e apoiado. Beto sempre se colocou a disposição, disse que não deveria desistir, pois ele também perdeu a primeira eleição que concorreu e foi aquela derrota que o fez crescer e vencer as eleições que se seguiram.

Na Convenção do PSB em 2012 - Só Alegria

Me recolhi por um tempo, refleti muito, não aceitei convites de trabalho, embora precisasse, pois pessoas pobres como eu, precisam trabalhar para prover o seu sustento e de sua família. O tempo passou e Beto retomou seu mandato no final de 2012 e em seu primeiro dia na Câmara, recebi um telefonema seu com a seguinte pergunta: Serginho, quer vir para o mandato? Sim! Respondi sem titubear, pois era como se tivesse sido convocado para a seleção, uma honra para qualquer militante como eu. Compor a equipe de seu mandato era, para mim, alcançar um alto posto político.

De 2012 para cá, acompanhei várias mudanças, acompanhei  todo o processo da construção da candidatura de Eduardo Campos a Presidência da República, onde Beto se empenhou de corpo e alma se revezando entre seus compromissos como Deputado e as viagens pelo Brasil. Vê-lo em Porto Alegre se tornou algo raro. O acompanhei em todas as recepções que fez ao Eduardo aqui no sul, ele era motivadíssimo com a candidatura, utilizou de toda a sua habilidade política para construir um palanque para Eduardo aqui no Rio Grande do Sul. A vinda da Marina para o PSB teve sua colaboração, em tudo se dedicava com entusiasmo.


No Aniversário de comemoração dos seus 50 anos. 
Eu e minha família e abaixo com Eduardo campos

2014 têm sido um ano atípico para nós que compomos a equipe do Deputado Beto Albuquerque, pois desde o início sabíamos que eles estava disposto a qualquer sacrifício pessoal para viabilizar a candidatura de Eduardo e Marina, até não concorrer para poder se dedicar a campanha se fosse necessário. Candidato ele se dispunha a ser onde o partido precisasse, a Governador, Deputado, Senador, mas que Eduardo e a Marina teriam um palanque aqui no Rio Grande do Sul ele garantia. Imaginem como foi nosso ano até agora, nos organizamos para a candidatura a Deputado Federal, mapeamos todos municípios, organizamos as parcerias, depois nos organizamos e começamos a trabalhar para a campanha a Senador. Há exatamente uma semana atrás, uma terrível tragédia se abateu sobre nossas cabeças, algo completamente inesperado, e aqui estamos nós, confirmando a indicação do Comandante Beto Albuquerque para compor a chapa a Presidência da República como vice de Marina Silva. Nossa!

Me confesso assustado e motivado. Assustado, pois não esperávamos tudo que aconteceu, isso mexeu com o emocional de todos nós, dilacerou nossos corações. Também me preocupo com o que está por vir, pois por melhor que sejamos, nunca ficamos imunes a ataques covardes, a baixarias, e mesmo que saibamos que isso faz parte do submundo do jogo político, não gostamos de ver aqueles que gostamos sendo vítimas dessa parte suja da política. Me sentia incomodado com as agressões a Eduardo e Marina e não gostaria de ver o Beto ser alvo delas. Porém, entretanto, não sou de me acovardar, e como diria o saudoso Leonel Brizola: “Se um companheiro está precisando, não exito em por o peito n’água para ajudá-lo”.

Com Beto e Eduardo em 2013 - Essa foto tem valor inestimável para mim

Ao contrário do que muitos imaginam, fazer política requer sacrifício, requer doação, desprendimento, as pessoas que se favorecem com a política, que exploram a inocência do povo, que enganam, roubam, não fazem a boa política, eles contaminam a política! A lição de dedicação e desprendimento Beto sempre fez muito bem. O Papa Francisco disse aos jovens em 2013: “Envolver-se na política é uma obrigação para um cristão!" Os cristãos não podem «fazer de Pilatos, lavar as mãos»: «Devemos implicar-nos na política, porque a política é uma das formas mais elevadas da caridade, visto que procura o bem comum.»

Tenho muitos motivos para sentir honra e orgulho desta trajetória que percorri com o Comandante Beto Albuquerque! (Desde que vim para o PSB sempre o chamei assim, comandante, e também observei o estranhamento dos que escutavam esse tratamento, mas vir para o PSB foi um recomeço, um renascimento, e lembrava o início de minha militância na esquerda e a admiração pelo Comandante “Che”, pelo comandante “Brizola”, minhas referências, e demonstrava, através deste gesto que me colocava a serviço, a disposição, ao lado, de forma humilde, em prol de uma causa comum, e ao mesmo tempo que via nele a referência, o norte, o exemplo. O "Comandante Beto" é o nosso timoneiro!). Sei de seus ideais, objetivos, de como o mecânico se tornou em um dos políticos mais respeitados do Brasil, de como enfrentou a perda do filho Pietro com apenas 19 anos; Presenciei inúmeras demonstrações de solidariedade, afeto, generosidade e companheirismo comigo e com diversas pessoas. Beto Albuquerque será um excelente governante para o nosso país, ele saberá honrar o legado deixado por Eduardo Campos, e será um grande companheiro para Marina Silva. Beto fará a diferença, e isso me motiva de forma única!

Avante Comandante! Estou contigo nesta caminhada!

O Beto sempre esteve ali, junto de todos nós!


terça-feira, 29 de abril de 2014

Na próxima eleição não esqueça de escolher seu Fake preferido

Esse texto é uma adaptação de um escrito há algum tempo, motivado por um comentário feito sobre o caso que envolveu a troca de Tweets entre o deputado Beto Albuquerque e o personagem Dilma Bolada, e também uma continuação de outras opiniões semelhantes que já expressei.

O cara fazia uma cobrança tipo: “Onde está a assessoria que o deixou fazer isso?” Essa declaração revelou um comportamento muito comum, inclusive uma expectativa, que as pessoas têm em relação aos políticos e as “personalidades” em geral. Hoje, tudo é friamente calculado: O que dizem, como se vestem, cada passo, cada movimento é analisado e orientado por uma “assessoria”, por um “marqueteiro”, as propostas são baseadas em pesquisas e o que dizer e o que não dizer é previamente acertado com a “assessoria”, aí quando o cara diz alguma coisa que ele pensa, as pessoas ficam horrorizadas.

Eu sou do tempo que as pessoas diziam o que pensavam, principalmente na política, pois tive a honra de conhecer e conviver com Leonel Brizola. O “velho Briza” dispensava todas essas firulas, o negócio dele era soltar o verbo, mandando porrada no sistema, na Rede Globo e em tudo aquilo que ele considerava errado, tanto que em breve estará sendo publicado um livro com suas frases polêmicas. Os programas do PDT abriam com uma bandeira do Brasil que transitava para a do PDT e surgia ele mandando bala. Brizola tinha o dom da palavra.

Este vídeo é das Eleições de 1994 quando Brizola concorreu a Presidente da República, tendo Darcy Ribeiro como vice. Duas grande figuras da política brasileira. Participei ativamente desta campanha e me orgulho muito disto. Veja como era o seu programa e o que ele dizia.

Quando rolou o “barraco” entre o Deputado Beto e a Dilma Bolada, eu avaliei como positivo, pois passado o susto, tive a certeza que trabalhava com um político de carne e osso, que desce do salto, que não tem medo de se expor e dizer o que pensa. Estou farto de “marionetes de marqueteiros”! Estou cansado de políticos “Fake” fabricados nas pranchetas de publicitários! Gente que não entende nada de política, mas que diz o que o povo quer ouvir, friamente orientados pelos profissionais da publicidade. Já publiquei aqui os milhões gastos com esses profissionais e não me admira que as campanhas custem verdadeiras fortunas e que sejamos facilmente ludibriados por esses “políticos Fakes”.

Na semana que passou assisti um quadro na TV que fazia uma paródia dos programas eleitorais e achei excelente, muito bom mesmo! Descobri hoje, que ele pode ser uma “cópia” ou “expirado” em um vídeo feito aqui no sul, estrelado por meus queridos amigos Eduardo Mendonça e Thiago Prade. Porém, o que importa é que eles retratam um padrão de comportamento, um modelo, que por incrível que pareça, é vendido a preço de ouro para os políticos como algo criativo e inovador, e todos os anos vemos “variações do mesmo tema” se revezarem nos programas eleitorais.


Este ano, após a copa, começa o processo eleitoral, e você está preparado para escolher o seu Fake nas próximas eleições? 

Esse é o vídeo com a brilhante interpretação dos talentosos Eduardo Mendonça e Thiago Prade

Aqui o Atalho para o vídeo do TV na TV

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Eduardo Campos é o cara!


A Profissão que escolhi proporciona momentos especiais. Minha trajetória profissional está ligada a política, comecei fazendo meus primeiros registros na década de 80 com máquinas amadoras, registrando as atividades estudantis. A medida que o tempo passava, e as habilidades aumentavam fui tendo outras e importantes tarefas. Meu principal personagem retratado foi o inesquecível Leonel Brizola, de quem possuo considerável acervo e com quem aprendi muito sobre carisma e luz. 

Ontem tive a oportunidade e a responsabilidade de acompanhar o Governador de Pernambuco e Presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, em visita a Porto Alegre. É meu terceiro roteiro desempenhando esta função, e por isso acho que já posso tecer algum comentário sobre essa experiência, embora, em minha profissão, não tenha a tarefa de ouvir, nem de falar, apenas ver. Minha responsabilidade é transmitir em imagens os acontecimentos.




Eduardo Campos é uma pessoa especial, e com certeza, foi agraciado com um dom divino: O carisma! Em todo o período que o acompanhei, nunca, vejam bem! Nunca, o vi reclamar de algo, nunca vi mudar a fisionomia e mostrar algum descontentamento, sempre se mostrou uma pessoa humilde, acessível e atenciosa com todos. Eduardo Campos demonstra uma felicidade em viver, uma pessoa de bem com a vida, alegre, inteligente, e muito bem humorada, sempre com um causo para compartilhar com aqueles que estão a sua volta a fim de arrancar-lhes gargalhadas, é assim durante todo o tempo.

Porque registro isso? Porque sei reconhecer, nos outros, as qualidades que me são difíceis ter. Quisera eu ser carismático, bem humorado e tantas outras qualidades da qual não fui agraciado. Não sou uma pessoa infeliz, muito pelo contrário, me aceito e me respeito, não invejo o outro e tenho uma autoconfiança bastante elevada, porém, isso não me impede de reconhecer aquilo que Deus concedeu aos outros, suas qualidades e fortalezas. Para dizer a verdade, me dedico mais em ver as qualidades das pessoas do que suas fraquezas, coisas boas me seduzem muito mais do que as ruins e quando vejo e convivo com uma pessoa diferenciada, me sinto honrado.

Bom prolixo que sou, fiz tudo isso para dizer que não resisti em registrar um momento, já no final do dia, ao lado de duas pessoas que possuem qualidades muitos especiais que me faltam, mas que seus brilhos são tão fortes que acabaram transmitindo para mim. 

Não costumo sair bem em fotografias, até por ter o hábito de sempre estar do outro lado, geralmente saio sério ou com cara esquisita, porém nesta foto eu me senti bem, e me vi, como poucas vezes na vida, “bem na foto”. Obrigado Eduardo Campos e Beto Albuquerque, por me emprestarem seus brilhos, e obrigado Dani por registrar esse momento.



Essas duas fotos falam muito somo como é Eduardo Campos 


terça-feira, 26 de novembro de 2013

Sempre querendo nos manipular


O tempo vai passando, e cada dia mais a política vai se sofisticando, ficando mais parecida com o comercial de um produto qualquer. Se no passado, políticos com grande capacidade de inserção social, carisma e eloquência verbal eram fundamentais para o sucesso eleitoral, e os partidos investiam pesado na formação de quadros e na descoberta de novos talentos, hoje tudo mudou, e o sucesso eleitoral está muito ligado ao poder econômico e a capacidade do partido político contratar um publicitário, ou uma agência inteira de publicidade para fazer sua campanha.

As campanhas estão milionárias? Sim estão! E grande parte do valor gasto vai para sustentar a equipe de publicitários que é contratada, a peso de ouro, para vender um candidato como se vende um produto qualquer. Especializados em comportamento humano e experientes na arte de nos vender aquilo que não queremos comprar, os publicitários são cada vez mais ouvidos pelos políticos, e interferem, cada vez mais, naquilo que é dito e é feito pelos administradores.
Em resumo, os políticos não fazem mais o que é necessário fazer, mas aquilo que contribui para melhorar a sua imagem, pois o objetivo é simplesmente conquistar o poder e se manter nele.  Poucos são capazes de fazer algo que desagrade ao “publicitário mentor”.

Não é por menos que em grandes escândalos de corrupção como o Mensalão PTista e o valerioduto Tucano, o publicitário Marcos Valério está na linha de frente, comandando um grande esquema de desvios de dinheiro público. Estes casos não são isolados, existem muitos pelo Brasil. Aqui mesmo no Sul em 2010 foi desmantelado um esquema que teria desviado cerca de R$ 10 milhões do Banrisul com a participação das agências SLM e DCS. 
Por falar nisso, que fim deu esse caso? Abafaram?


Fui procurar alguns números para ver a força dos publicitários nas campanhas.
Campanha da Dilma 2010 – Arrecadação total R$ 135.530.844,32 Despesas R$ 153.093.181,16. Deste valor R$ 42 milhões foram para João Santana e sua empresa Pólis Propaganda e Marketing, ou seja, 31% do valor arrecadado na campanha. Recomendo a leitura da reportagem de época publicada em 04/10/2013 e veja como João Santana é uma das pessoas mais poderosas do Brasil, sim, pois se a maior autoridade do País, que é a Presidente da República, o escuta antes de tomar decisões importantes ele é alguém muito poderoso. http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2013/10/bjoao-santanab-o-homem-que-elegeu-seis-presidentes.html

Olhando a Prestação de contas da Campanha da Presidenta Dilma encontrei ainda outros valores interessantes:

R$ 2.615.100,00 para o IBOPE INTELIGENCIA PESQUISA, R$ 1.320.000,00 a CONSULTORIA LTDA VOX MERCADO PESQUISAS E PROJETOS LTDA e outros R$ 406.704,00 para OMA-ASSE. EM PESQ. DE OP. MERC. E AVAL. DE POLIT. PUBL. LTDA, ou seja, R$ 4.341.804,00 foram para institutos de pesquisas, 3,2% do total arrecadado na campanha.

Também encontrei R$ 2.364.478,00 para INFOLIBERO CONSULTORIA ESTRATÉGICA P/INTERNET LTDA de propriedade de Marcelo Branco responsável pela estratégia de Dilma nas Redes Sociais e mais R$ 4.040.000 a uma empresa chamada REALITY VOICE COMERCIAL E SERVIÇOS LTDA que me parece ser uma empresa de telemarketing, digo parece, pois não consegui informações precisas desta empresa na internet pois ela mudou de nome para TELLMED SERVICOS E SISTEMAS DE SAUDE LTDA e tem entre suas funções pesquisas de opinião e portanto pode ser também um instituto de pesquisa por telefone. Mas o importante é que mais R$ 6.381.478,00 ou 4,16% da arrecadação foram gastos com empresas de marketing e pesquisa.

Como podemos ver do total arrecadado para a campanha da Presidenta Dilma, 38% foram para a estratégia de comunicação. É preciso registrar que estes números são ainda maiores, pois fiz uma pesquisa muito superficial, selecionando apenas as despesas com 6 empresas que juntas totalizam R$ 52.339.578,00, uma verdadeira fortuna. A candidata Marina Silva, por exemplo, arrecadou um total de 24.108.859,74 em sua campanha a Presidência da República em 2010, menos da metade do que essas 6 empresas receberam).

Tudo isso para poder entender o que pensa o povo, o que ele está dizendo e para gerar uma estratégia publicitária que induza o povo a consumir o produto deles, que no caso é o candidato.

Não é a toa que nomes muito conhecidos da Publicidade Brasileira, como Nizan Guanaes, Duda Mendonça e João Santana se tornaram “gurus” de políticos.

Para um projeto vitorioso, hoje é preciso ter os elementos mostrados nas despesas de Dilma. Um bom marqueteiro, o constante acompanhamento através de pesquisas de opinião, para saber o que está colando ou não, e com a importância das redes sociais, uma empresa especializada em mídias digitais, para reproduzir sua política de marketing na internet. Sem esse investimento fica muito difícil alguém conseguir sucesso em um pleito eleitoral majoritário.

Funciona como uma marca, você paga mais caro por produtos que investem vultuosas somas de dinheiro em publicidade o que forma um ciclo vicioso que é mais ou menos assim: A empresa gasta X para produzir o produto e investe um valor, ainda maior, para divulgá-lo e transforma-lo em um produto sedutor do ponto de vista do marketing comercial, tudo isso para convencer o consumidor a adquirir aquele produto. O consumidor adquire o produto, por um valor muito maior do que o valor que seria normal, pois tem de pagar também toda a despesa que foi investida em publicidade para convencê-lo a comprar aquele produto.

Assim é com a política. Acabamos nos afastando dela, nos despolitizamos e acabamos “comprando gato por lebre” votando em candidatos que investiram gigantescas somas de dinheiro para contratar estruturas e manipularem tua opinião e lhe convencendo a comprar o “produto deles”.


A pergunta que faço: Quem você acha que paga essa conta?

PS: Recomendo também a leitura da reprodução do Artigo de Cleber Benvegnú que fiz neste blog http://www.testemunhaocular-blog.blogspot.com.br/2013/08/partidos-politicos-ou-sabonetes.html

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

“Alien” O Passageiro – A Autofagia dos Partidos Políticos

Em 1979, Hollywood lançou o Filme Alien – O 8º Passageiro, protagonizado por Tom Skerritt e Sigourney Weaver. No filme, que fez muito sucesso na época, uma criatura alienígena persegue e mata a tripulação de uma nave espacial. Eu era adolescente quando lançaram esse filme e jamais esqueci. Talvez seja uma das grandes produções cinematográficas americanas, daquelas que fazem história.

Lembrei do filme, porque, em uma das principais cenas, o Alien sai de dentro de um dos tripulantes, estourando seu peito, uma cena impressionante!  O Alienígena se hospedava no corpo humano e quando se desenvolvia, saia pelo peito do hospedeiro, causando sua morte.

Pois, tal como no filme, alguns “Aliens” se hospedam nos partidos políticos brasileiros, onde se alimentam, se desenvolvem, e depois saem, muitas vezes causando a morte de seu “hospedeiro”.

Tenho pensado muito nisso nos últimos tempos, pois dia 05 de Outubro, encerra-se o prazo para filiações partidárias, para aqueles que pretendem concorrer nas eleições de 2014, e há intensas movimentações dos partidos e de pessoas com vistas às eleições.

Os partidos procuram nomes “fortes” para conquistarem votos e fortalecerem suas legendas, e os candidatos procuram siglas que lhe ofereçam as melhores condições de vitória, o que envolve, desde ajuda financeira até apoio político, preferência, boas dobradinhas (Alguém têm dúvida que, a possibilidade de fazer uma dobradinha com a campeã de votos Manuela D’ávila, pesou na decisão de André Machado concorrer a Deputado Federal pelo PCdoB?).
Atenção: As imagens aqui contidas são meramente ilustrativas sem intenção de juízo de valor. 
Aqueles que me conhecem sabem que sou resistente aos partidos servirem de “barriga solidária” para gestação de políticos que não tem identidade ideológica com o partido (Deixando claro que resistente não quer dizer totalmente contra). Os candidatos das igrejas por exemplo. Não consigo entender que os partidos se prestem a servir de trampolim para políticos que depois não defenderão os ideais pelo qual o partido foi criado, e sim as ordens de seus líderes religiosos, que muitas vezes defendem ideias antagônicas as do partido, e assim é com os candidatos de corporações, as “personalidades”, mulheres frutas, Ex-BBBs (A propósito, o Jean Willis é muito mais que um Ex-BBB), Ex-atletas e etc.

Porque da minha resistência? Há mais de 30 anos acompanhando a política, percebo que, grande parte destes candidatos, entendem pouco quase nada de política, não compreende de disciplina e fidelidade partidária, não possuem ideologia, e se posicionam geralmente levando em consideração, única e exclusivamente os seus objetivos pessoais e eleitorais. Pois se a política deve ser pensada visando o bem comum e o interesse coletivo da sociedade, como vamos colocar alguém que pensa apenas em si ou no seu grupo? É uma contradição! Por isso é que a política está tão descaracterizada, e também por isso cada um quer ter seu partido político. Todos querem ser Reis! Todos querem ser pastores do rebanho!

Uma pessoa que era ídolo, seja no campo artístico, esportivo, midiático, geralmente é alguém com uma vaidade acima da média, e por isso, com certa facilidade, fica descontente com o partido, por não ter a “atenção” que esperava, a “deferência”, ou não tem os seus desejos e postulações atendidas, comportando-se como “crianças mimadas” que não sabem receber um não.
Na ânsia de se viabilizarem eleitoralmente, os partidos acabam entrando em um processo de autofagia, trazendo para dentro de si, esses elementos que acabaram por causar-lhes problemas, pois quando se elegem, passam a ser a vitrine do partido, e suas contradições, seus erros, suas incoerências e seus “chiliques” acabam por desacreditar os partidos e a política.

Como o Alien, do filme, essas figuras causam danos internos no partido e, muitas vezes, quando saem causam a destruição do corpo hospedeiro, ou seja, a sigla que usou para se eleger, deixando apenas o ônus, levando o bônus. Portanto, se os partidos tivessem mais cuidado na hora de recrutar seus candidatos, evitariam muitos desgastes, e a contaminação da política por pessoas individualistas, personalistas e despolitizadas.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Novos Partidos: Todo Mundo quer ter um rebanho! Pobres ovelhinhas!


"A ignorância, a cobiça e a má fé também elegem seus representantes políticos."
Carlos Drummond de Andrade

Que o Brasileiro é criativo ninguém têm mais dúvida, e que essa criatividade não tem limites, também. Pois enquanto no capitalismo tradicional, as pessoas são incentivadas a empreenderem e fundarem sua própria empresa, aqui, a criatividade brasileira fez uma “adaptaçãozinha”: Resolvemos criar igrejas e partidos políticos. Agora os “empreendedores” viram nestas duas modalidades, formas de ter um “rebanho” e arrecadarem um bom dinheiro.

É impressionante que tenhamos no dia de hoje (25 de Setembro de 2013) 32 partidos políticos e uma lista de no mínimo mais uns 30 aguardando registro ou em construção.

Os motivos são diversos, que vão desde o interesse meramente econômico, de acessar o Fundo Partidário, ou trocar o apoio e os minutos de TV, por gordas recompensas financeiras, até o interesse individual ou de grupos pelo poder.

Nossa democracia tem de tudo, desde igrejas, que depois de se proliferarem de forma impressionante, resolveram utilizar sua influência sobre os “fiéis” para eleger seus pastores e assim conseguirem mais benesses junto ao poder, e precisam dos partidos, por isso, algumas optaram por criar um para si, até pessoas que os criam para poderem formar seu próprio “rebanho”, geralmente dissidentes de outras siglas, que não conseguindo impor suas vontades e caprichos, optam por criar um partido todinho seu, onde possam “mandar e desmandar”.


Em 1989 na primeira eleição para presidente o PRN foi criado apenas para eleger Fernando Collor, e não existe mais, assim como o PRONA do Éneas e tantas outras siglas que se extinguiram ou trocaram de nome. A prática segue firme, tanto que acompanhamos o drama da Ex-Ministra e Senadora Marina Silva lutando para criar um partido para poder concorrer nas próximas eleições, após deixar o PT e o PV.

Os interesses seguem, e não vão parar, pois depois que se instituiu a “fidelidade partidária”, os políticos só podem trocar de partido, sem perderem seus mandatos, se expulsos, ou se forem para um partido que não existia quando concorreram. Algo tipo: “É que antes não tinha esse partido, e eu não podia estar nele, mas é o partido dos “meus sonhos”. Por isso, de dois em dois anos, nas vésperas das eleições, são criadas novas siglas para que os políticos possam sair dos seus partidos e concorrerem pela nova sigla sem perderem seus mandatos.

Pois não é que os caras conseguiram dar um jeito de burlar a barreira da “Fidelidade”! Gente criativa esta!  

Defendo a possibilidade de criação de novos partidos, pois a sociedade muda e podem surgir novas ideologias, filosofias, outras formas de organização, porém, o que vemos hoje é mais uma forma “esperta” de burlarem a lei.
Não me impressiona que a política esteja tão desacreditada!



sexta-feira, 8 de março de 2013

Habemus Candidato



Uma simples observação da evolução das eleições presidências, desde 1989, a primeira após a ditadura, perceberemos que a cada eleição reduzem o número de candidatos com chances de vitória. Em 1989 foram 22 candidatos e o resultado era uma incógnita, a Rede Globo temia a eleição de Brizola e no primeiro turno deu uma ajudadinha para o Lula, a fim de tirar Brizola do segundo turno, tornando mais fácil a vitória de Collor, o candidato fabricado pela Vênus platinada.

A partir de 1994, temos tido uma polarização entre PSDB e PT, duas forças que se revezam no poder desde então. Essa polarização não é por acaso, deve-se ao fato de que constituir um candidato à presidência é um trabalho de muitos anos, e não surgem lideranças novas, com estatura para disputar uma eleição desta natureza, de um dia para o outro. Desde Collor, que foi um projeto da Rede Globo, tivemos a candidatura de Lula por cinco vezes, ou seja, O PT apresentou o mesmo candidato por 20 anos e importou a sucessora de Lula do PDT de Leonel Brizola, o que prova, que com toda a força do PT, não conseguiram criar um sucessor para Lula, “sangue puro”, assim como o PSDB não conseguiu um sucessor para FHC, tendo sido derrotado em três eleições consecutivas, com dois candidatos diferentes e na próxima eleição tentará um terceiro nome, Aécio Neves. Ter um bom candidato a Presidência é um desafio imenso. Tanto que o PMDB, considerado o maior partido Brasileiro não disputa a eleição com candidatura própria desde 1998, após duas tentativas (1989 e 1994) com candidaturas inexpressivas do ponto de vista eleitoral.

Assim, é natural que o PSB, tendo em seus quadros duas lideranças de qualidade (Ciro Gomes e Eduardo Campos), ambos em condições de disputar as eleições, deseje colocar em discussão um desses nomes, no caso o do Presidente do partido e Governador de Pernambuco, reeleito com a maior votação do país, Eduardo Campos.

Ter um bom candidato a presidência da República é um privilégio para poucos, e ter um bom candidato e um partido é melhor ainda, pois algumas vezes o candidato é bom, mas não possui um partido organizado, forte, capaz de dar sustentação política a candidatura. No caso do PSB temos as duas coisas, um bom candidato e um partido em crescimento, com história e excelentes quadros políticos. Ouso dizer que o PSB possui condições de formar uma chapa completa e além do candidato a Presidente, teria, dentro do próprio partido, lideranças com estatura para comporem a chapa como vice, entre elas, Luiza Erundina PSB/SP, Ciro Gomes PSB/CE, Beto Albuquerque PSB/RS, entre outros.

Por isso, acho natural a pretensão de ter candidatura própria a sucessão de Dilma. Isso quer dizer que somos contra o governo Dilma? Quer dizer que o PSB está rompendo com o campo político onde sempre esteve? Não! É como um time, mesmo fazendo parte da mesma equipe, os jogadores que não estão jogando, como titulares, desejam jogar, o que não quer dizer que desejem que o outro se machuque ou tenha um problema grave, nada disso, apenas treinam, se preparam, para que e o técnico opte por colocá-los em campo para jogar no time titular. O PT tem estado no comando, e o PSB está ali, contribuindo para o time, jogando junto, participando, só que deseja ser titular também, se considera capaz de contribuir ainda mais, treinou, se preparou, se organizou e acredita que esteja pronto para assumir o comando e ajudar o país a crescer, porém, mais do que a vontade do jogador, o que define é quem escala a equipe, e no caso do Brasil, quem escala é o povo, que decide quem quer ver comandando a nação, porem, para conseguir a oportunidade é preciso se apresentar para jogar e é isso que o PSB está fazendo. Se o povo decidir dar continuidade ao comando do PT, tudo bem, sua decisão deve ser respeitada, porém o PSB vai trabalhar para que o Povo escolha Eduardo Campos, pois em tempos de escolha de novo papa, cabe adaptar a celebre frase: Habemus Candidato!


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

ELES ESTÃO DESCONTROLADOS!


Com a popularização da Internet, e a democratização da rede, transformando todos nós em potenciais formadores de opinião, começamos a ter novos fenômenos, verdadeiros personagens da vida moderna. Lembro agora, dois símbolos desta era, a adolescente Isadora Faber que criou o Diário de Classe e possui mais de 500.000 seguidores, e o jovem carioca Rene Silva Santos que possui mais de 47.000 seguidores no twitter e criou o Jornal Voz da Comunidade no complexo do Alemão.
Mas, se por um lado temos personagens de carne e osso, temos outros que não podemos tocar, um deles é o fake ("falso" em inglês), identidades falsas, por vezes utilizando-se de nomes de personalidades ou apenas ocultos por um codinome, que povoam a Internet, e que na maioria das vezes, com algumas exceções, é claro, escondem os “velhos covardes” de sempre.

A VELHA “INDÚSTRIA DO BOATO” GANHA UM IMPORTANTE ALIADO
Em um mundo onde honestidade e honra, são cada vez mais difíceis de encontrar, a Internet trouxe a massificação desses “sentimentos ocultos” dentro de cada um de nós, que acabam ganhando adeptos, seguidores e etc. Desta forma, a velha “indústria de boatos”, ganhou uma importante ferramenta, e transformou muitas “mentiras” em “verdades” e “colocou palavras” na boca de muita gente, por isso é cada vez mais raro encontrarmos informação com credibilidade.
A Política e o show business, sem dúvida, são onde a “fofoca” faz a festa, pois é notícia plantada o tempo todo. Bastou alguém colocar no twitter, facebook, em algum blog, que fulano de tal namora siclano (no caso dos artistas), ou que fulano está com o cargo por um fio (no caso da política) pronto, lá se foi a vida da pessoa pelo ralo, e como cada um que conta um conto, aumenta um ponto, o negócio toma uma dimensão, por muitas vezes desumana.

O TELEFONE SEM FIO DO SÉCULO XXI
Quando era guri brincávamos de “telefone sem fio” que funcionava assim: fazíamos uma fila, a primeira pessoa sussurrava no ouvido do companheiro ao lado, uma frase, aquele que ouviu, transmitia, também ao “pé do ouvido”, o que escutará ao companheiro do lado, e assim sucessivamente até o último, e ele teria de repetir, em voz alta o que escutou. Era muito engraçado ver o resultado, morríamos de rir, pois geralmente era uma frase bem diferente do que o primeiro falou, dependendo da complexidade da frase inicial, o resultado era inimaginável. Hoje a Internet é o nosso telefone sem fio, onde as pessoas reproduzem o que ouviram, ou viram e aí é um “Deus me acuda!”. É um morre gente, ressuscita gente, demite, admite, casa, separa, é Fake dando notícia como “fonte confiável”, é uma doideira total.

A IMPRENSA E SUAS “FONTES CONFIÁVEIS”
A estas alturas, você deve estar se perguntando onde eu quero chegar. Uns já devem estar dizendo: Lá vem o Serginho querendo censurar a Internet, controlar, botar cabresto. Nada disto! Só quero alertar para que, em tempos como agora, redobremos nossa atenção em relação às informações que nos chegam, pois até a imprensa se contamina com isso, e dá muita “barrigada” por levar em consideração “notícias plantadas”.
Para ilustrar uso três casos:
1.  Em 1993 o então Deputado Federal Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) foi cassado, após ter comandado o impeachment de Collor, e o pivô desta cassação foi uma matéria na revista Veja que revelou-se falsa, e que ano depois foi desmascarada. (Confiram: http://www.istoe.com.br/reportagens/11043_A+VERDADE+APARECE  Leiam também http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/um_exemplo_de_antijornalismo Coloquei as duas, pois uma contesta a versão da Veja, e a outra contesta a versão da Istoé, sobre a versão da Veja. Em qual devemos acreditar?)
2.   Durante as eleições saiu uma notícia de que havia um vídeo rodando na Internet, onde a então candidata a Prefeita, Manuela D’ávila, aparecia fumando maconha na universidade, por onde andava as pessoas falavam sobre o assunto, e uns chegaram a dizer que haviam visto o tal de vídeo, pois, revirei a Internet e não encontrei, e ninguém sabia me dizer onde encontrar. Alguém viu o vídeo e pode me indicar? Ou será que esse vídeo nunca existiu e tudo não passou de boato, plantado por seus adversários?
3.  Esta semana na ZH em uma coluna conceituada, ao comentar sobre a RS 010, a colunista publicou o seguinte texto: Beto queria ou o projeto original, ou nada. E se opôs à tentativa do governo de trazer a EBP (Empresa Brasileira de Projetos) para fazer o projeto, o que atrasou quase um ano a discussão. Ele deixou uma herança negativa – diz uma figura influente no Piratini.” Pois é, Figura influente. O que seria uma figura influente neste caso? Um Secretário? Um assessor? Um dirigente? Como alguém pode respeitar uma declaração desta importância, que faz uma acusação desta natureza, sem dar a oportunidade de, nós mesmos, avaliarmos se essa pessoa é realmente “uma figura influente no Piratini”?  Como que um jornal publica uma declaração assim? Alguém sem nome, sem cargo, anônima. Pode ser um Fake, uma notícia plantada, um intriga e também uma fofoca. Como saberemos? Notícias como essa acabam sendo comuns, e tem o único objetivo de gerar “intrigas” e “falsas crises”.

CAUTELA E CALDO DE GALINHA NÃO FAZEM MAL A NINGUÉM

Pois a política virou uma fofoca só, poderia relatar uma série de fatos para ilustrar isso, mas o certo, é que não podemos nos deixar influenciar por “informações anônimas” Se a pessoa não se apresenta, é porque não quer sustentar o que diz, e se não sustenta, é porque tem grande chance de ser mentira. Não vivemos mais na ditadura, onde a divergência era punida com tortura e morte, hoje podemos manifestar livremente nossa opinião e, portanto, o anonimato é uma “covardia”, que só se justifica em casos extremos.
Temos que redobrar nossos cuidados, pois se você leu as matérias que coloquei no caso Ibsen verá que uma desmente a versão antiga da veja, e a outra desmente a Istoé, sobre a versão da veja. Seguindo a prática de Adam Sun, autor da matéria desmentindo a istoé, falecido em 2008(http://colunistas.ig.com.br/mauriciostycer/2008/09/30/adam-sun-e-a-arte-da-checagem/?doing_wp_cron) chequei quem ele era, e percebi que trabalhou na Veja e na Época, e que não trabalhou na Istoé. Será que isso o faz suspeito para analisar a matéria da Istoé? Será que não teríamos que ter alguém para analisar e checar a matéria do Abam Sun? E outra pessoa para analisar e checar a matéria de que analisou e checou a dele? Onde pararíamos se fosse assim?
Neste momento acompanhamos as notícias sobre a blogueira cubana Yoani Sánchez. É uma guerra de versões, defesas e acusações, multiplicadas por toda a rede, vale a pena acompanhar.
Por tudo isso, precisamos tomar mais cuidado quando emitimos uma opinião, ou fazemos juízo de alguém, pois se a fonte não for de confiança e se não tomarmos o cuidado de pensar bem sobre o assunto e ouvir mais, poderemos cometer injustiças e machucar as pessoas.

"O fato de uma opinião ser amplamente compartilhada não é nenhuma evidência de que não seja completamente absurda; de fato, tendo-se em vista a maioria da humanidade, é mais provável que uma opinião difundida seja tola do que sensata." 
( Bertrand Russell )