Muitos são os fatores que causam a verdadeira tragédia que é o trânsito brasileiro, uma guerra que mata e mutila dezenas de milhares de brasileiros todos os anos. Todos sempre se perguntam: Por que os números não diminuem já que existem campanhas e se fala no assunto todo o momento? Até a toda poderosa RBS achou que, com seu “canhão” de comunicação, conseguiria reduzir os números da mortalidade, e acabaram se frustrando, pois os números até aumentaram durante a campanha “correr é o fim”. Por que não diminuem os acidentes?
A principal dificuldade é que as causas dos acidentes são “culturais” e não se muda toda uma cultura de uma hora para outra, é preciso um comprometimento de toda a sociedade. E aí começa o problema:
Como conseguir uma mobilizar uma sociedade que não se sente responsável pelo problema? Como conseguir uma mudança se todos acham que não fazem parte deste problema?
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As manchetes falam por si |
Enquanto em países “desenvolvidos”, com índices baixos de acidentalidade, o proprietário de um bar, restaurante ou promotor de uma festa é considerado co-responsável por um acidente causado por alguém que consumiu bebida, em seu estabelecimento ou residência, e dirigiu depois. Aqui no Brasil, realizamos festas regadas a muita bebida e a servimos livremente para crianças, adolescentes e nossos convidados motorizados.
Alguém já esteve em uma festa, mesmo de crianças, onde deixaram de servir bebidas alcoólicas para um convidado, por ele estar de carro e depois iria dirigir? A maioria vai responder que não. Inclusive muitos dos leitores já forneceram, livremente, bebidas aos seus convidados, em festas, encontros e churrascos caseiros, mesmo sabendo que logo depois eles sairiam dali dirigindo seus veículos, com seus filhos, amigos e familiares na carona.
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Será que não está na hora de revermos nossos conceitos???? |
Ninguém se sente responsável por aquilo que o outro faz, justificamos isso, para aliviar nossas consciências, dizendo que cada um é responsável pela sua própria vida e por seus atos. O intrigante é que não deixamos de usar nossa influência sobre amigos e parentes, para conseguir deles algum favor ou benefício, mas não utilizamos desta mesma influência para tentar evitar que eles cometam um erro que poderá lhe custar à vida ou a de outras pessoas.
É final de ano e inicio das férias, muitas comemorações, encontros, calor, e é natural que as pessoas relaxem um pouco nos cuidados, e por este motivo é uma época em que o número de acidentes aumenta muito.
Proponho que junto com as reflexões, comemorações e projetos para o futuro, inclua uma mudança de hábito para 2011, aonde todos venhamos a assumir nossa responsabilidade na tarefa de reduzir essa “guerra do trânsito”. Você pode se engajar em projetos como o Vida Urgente, que lhe proporcionará também um crescimento pessoal importante, mas pode simplesmente operar uma mudança em você mesmo e naqueles que estão a sua volta.
Devemos pensar em nossa responsabilidade por tudo que acontece em volta de nós.
É Sérginho, infelizmente a grande maioria das pessoas se julga imune aos acidentes de trânsito . Nessa época festiva do ano a coisa tende a piorar, depois do natal, ano novo ainda temos o carnaval... O resultado você bem sabe qual é: Muita tristeza e uma demanda desnecessária para o nosso sistema público de saúde que não anda lá essas coisas... Me parece que andamos em círculos enquanto sociedade, nossos valores estão completamente distorcidos e poucas pessoas, como nossos amigos voluntários, estão dispostos a praticar o bem.
ResponderExcluirUm grande abraço!!!
Alexandra Vargas
http://vargasmachado.blogspot.com/