domingo, 6 de novembro de 2011

Como é jogar em um time com craque

Comecei muito cedo na política, era adolescente, e conheci muitos craques da política, o que considero um grande privilégio. Pois política é semelhante ao futebol, os partidos são agremiações, assim como os clubes de futebol, os parlamentares e dirigentes são os times e a torcida são os filiados que optam por militar em um partido político, e assim, como no futebol, existem uns mais apaixonados do que os outros.
No início de minha militância, no MR8, hoje o recém criado PPL – Partido da Pátria Livre, éramos poucos, mas aguerridos militantes, era uma organização de quadros, e não tínhamos nenhum parlamentar no Rio Grande do Sul, o que fazia de nossa militância, ainda mais sacrificada, pois não tinha cargos para dividir, militávamos pelo espírito revolucionário, tendo o líder Argentino Che Guevara como inspiração. Hoje, já sou avô e a imagem de Che continua decorando a sala de minha casa (Fotografia que recebi dos amigos Cibele e Régis como presente de aniversário) e seus ideais revolucionários ainda inspiram minha conduta pessoal e minha filosofia de vida.
Ganhei essa foto dos Amigos Regis e Cibele, ela foi adquirida por eles em uma viagem a CUBA e me foi presenteada no dia de meu aniversário. Mantenho ela na estante de minha sala com todo o carinho. Detalhe: Che com uma máquina fotográfica
Na década de 90 ingressei no PDT do também revolucionário Leonel Brizola, uma pessoa que ocupa, com toda a certeza, o Olimpo da política. Brizola era um fora de série, um homem adiante do seu tempo, Brizola era um gênio da política. O PDT um partido de massas, herdeiro legítimo do trabalhismo de Getúlio Vargas, outro ícone da política. Brizola era mais que um craque, era um Pelé, e quando ele acertava levava o PDT, seu time, as alturas. Quando ele não decidia a partida, o time passava por dificuldades. No PDT pude conviver com pessoas que passaram uma vida inteira militando em um único partido, do velho PTB ao PDT, ou seja, sempre torceram pelo mesmo time. Também conheci no PDT, os Brizolistas, fiéis seguidores dos ideais e do próprio Brizola. Eu mesmo me tornei um deles.
Um dia deixei a política partidária e só voltei e me filiar em um partido político após mais de 10 anos, e a escolha foi o PSB, o segundo partido mais antigo do País, fundado em 1947. As convicções socialistas me direcionaram para esta escolha, mas também a afinidade com uma das principais lideranças do PSB, o Deputado Federal Beto Albuquerque, atual secretário da Infraestrutura do Estado do RS.
“As palavras convencem,
 mas os exemplos arrastam!”
Impressionante como acabamos nos motivando mais com as pessoas do que com os manifestos. Às vezes fico imaginando quantos dos filiados do PSB nunca leram o manifesto do partido, onde consta a filosofia e os ideais partidários, e assim acontece com todos os milhares de filiados de todos os partidos, imagino até, que muitos sequer se filiariam aos seus partidos caso tivesse que ler e seguir o ideário partidário. (Para conhecimento, segue aí o Manifesto do PSB, tenho certeza de que se lerem, muitos irão se identificar  http://www.psbnacional.org.br/fixa.asp?det=1 ), talvez o que explique esse fenômeno seja a mensagem contida em uma frase que utilizo muito em minha vida que diz o seguinte: “As palavras convencem, mas os exemplos arrastam!” e por isso acabamos seguindo aqueles que nos transmitem bons exemplos.
No futebol, a torcida cresce à medida que o time ganha. Nas décadas de 80 e 90 o Grêmio conquistou importantes títulos e isso fez com que a sua torcida crescesse tanto, a ponto de superar a colorada, até então a maior torcida gaúcha, após uma década de 70 memorável. Todos nós, torcedores, devemos ter em nossa memória algum ídolo, um craque, que de tamanha empatia com o torcedor, enchia os estádios e ajudava a ampliar a torcida. Poderia citar Falcão, Figueroa, Dada, Gabiru (hehehe) e Fernandão no inter, Anchieta, Everaldo, Lara, Renato, Adilson, Darlei e tantos outros no Grêmio, além de Pelé, Zico, Garrincha, Romário, Kaká, por esse Brasil a fora. Com esses craques, seus times alcançaram vitórias, títulos, e fizeram crescer suas torcidas.
É assim na política, quando o PDT tinha Brizola, Darci Ribeiro e tantos outros, crescia sem parar. No meu novo partido é assim também, é um partido que cresce no Brasil inteiro, e foi o partido que mais cresceu na última eleição, elegendo 6 governadores, tendo a frente o Governador de Pernambuco,  Eduardo Campos, presidente nacional do PSB. Aqui no Rio Grande do Sul, também, elegendo o Vice-governador, Beto Grill, 3 deputados Estaduais e 3 Federais, dentre eles o Deputado Beto Albuquerque o segundo deputado mais votado do estado, eleito com mais de 200.000 votos (Não por coincidência Manuela – PC do B e Beto - PSB, juntos, fizeram mais de 700.000 votos).
Brizola, um Pelé da política, um gênio, um homem adiante de seu tempo, e Beto Albuqerque, uma jovem e promissora liderança política. Porto Alegre - 23/03/1998
Nesta mesa estavam ainda: Milton Zuanazzi, Wilson Muller, Sereno Chaise e Dilma Rousseff 
Já admirava o Beto antes de ingressar no PSB, e essa admiração só cresceu a partir de ser teu companheiro e poder trabalhar ao seu lado. Pude consolidar essa admiração, vendo a seriedade e a grande dedicação com que ele executa suas funções públicas. Ele é um militante dedicado do PSB, quase todas as lideranças do partido têm uma história para contar de seu companheirismo, de sua parceria.
Em uma reunião partidária, pude escutar o Vice-governador, Beto Grill, relatar como pode contar com o Beto quando foi candidato a governador em 2006. Dizia ele: “Quando somos convidados para missões como a minha candidatura a governador em 2006, candidatura com poucas chances, porém importante para o crescimento partidário, ás vezes nos sentimos sozinhos, campanha com muitas dificuldades, e quando estávamos lá no interior, cidade pequena, falando para um pequeno grupo,  era uma felicidade quando o Beto chegava, pois ele nos motivava. O partido me concedeu a missão e ele estava lá, sempre ao nosso lado, apoiando, incentivando, comparecendo e ajudando a construir essa caminhada de sucesso que o PSB vem construindo”.
Beto é um craque, com ele o PSB vence, e fez crescer sua torcida, seus filiados; A cada ano, pessoas como eu, ingressam no PSB, motivados e acolhidos pela liderança de Beto. Acho que nenhuma liderança do PSB ingressou no partido, sem antes ter sido convidado ou acolhido por ele. E isso é natural, pois pessoas como ele, assim como no futebol, nascem com um talento, um dom, e com inteligência e oportunidade, vão desenvolvendo com o tempo e ficando cada vez melhores.

Minha admiração pelo Beto só aumentou quando passei a ser seu companheiro de partido e de trabalho, embora possa parecer lógico, geralmente o que ocorre é o contrário, pois, ao se aproximar das pessoas, seus defeitos ficam mais visíveis aos nossos olhos.
Beto é uma pessoa diferenciada e faz valer na prática uma frase que ele profere com freqüência:
”A política só vale a pena, quando melhora a vida das pessoas”
Mas os craques são inquestionáveis? Claro que não! Por melhor que ele seja, sempre haverão contestações, e na política, às vezes ocorre o inverso, quanto mais crescerem, quanto mais melhorarem, aí é que serão criticados, serão atacados. A política tem essa peculiaridade, o crescimento acirra a competição, a vitória incomoda os demais, e tenho presenciado isso com ele. Parece que quanto mais ele melhora, quanto mais se dedica, quanto mais cresce e é respeitado, mais começa a ser criticado, ou questionado.
Embora me indigne com essa prática de certa forma eu me acostumei com isso, pois como Brizolista, vi ele ser questionado, atacado, caluniado e difamado, cada vez que crescia, não foi atoa que ele teve seus atos políticos cassados no auge de sua vida política, e foi perseguido incansavelmente, pela Rede Globo durante toda a sua vida, após retornar do exílio, o que impediu que o povo o elegesse para presidir o Brasil.  (A militância política da imprensa é um capítulo a parte, existem grupos de comunicação que são verdadeiros partidos políticos disfarçados de empresas de comunicação, não é coincidência Collor, Sarney,  ACM, e tantos outros políticos serem proprietários de redes de rádio, TV e Jornal, e não menos coincidência a RBS eleger seus representantes, em todas as eleições)
Por mais capacitado que seja o craque, o político, por trás da imagem pública está o homem, o ser humano, que têm suas fragilidades, eu vi o Brizola errar, muitas vezes, como também vi ele acertar, mas parecer estar errado, fruto da interpretação equivocada que davam de seu posicionamento. Eu mesmo questionei a postura dele algumas vezes.

Beto Albuquerque é um político sério e que têm o reconhecimento da população. Sempre que falo nele ouço palavras de admiração e respeito pela trajetória política que ele vem construindo
Nem sempre os craques acertam, nem sempre eles decidem a partida, ás vezes são bem marcados, ás vezes não são tão brilhantes, ás vezes sofrem injustiças dos juízes, mas um campeonato é a síntese de várias partidas, entre vitórias e derrotas, e às vezes quem vence não é o que mais acerta, mas o que menos erra. Nas guerras são assim também, é a síntese de várias batalhas. Mas os campeonatos e as guerras se vencem com o conjunto da obra, com todo o time, com todo o exército, e é muito bom ter o atirador de elite, como é bom ter um craque no time, alguém capaz de decidir a partida com um lance genial.
Nas últimas semanas, nosso time vem passando por alguns problemas, e nosso craque, têm enfrentado dificuldades, e com isso toda a equipe sofre. De dentro temos outra visão do que àqueles que assistem de fora, conhecemos o homem por trás do político, conhecemos os valores pessoais e sua conduta, porém qualquer opinião proferida acaba sendo desqualificada pela proximidade.
Cabe nestas ocasiões, que sejamos solidários e unidos, que exercitemos a compreensão e a gratidão, pois é muito bom jogar em um time que têm um craque, pois a proximidade gera aprendizado e crescimento.
Por tudo isso, me sinto muito feliz e privilegiado em estar militando no PSB, pois o partido têm um bom programa, têm um bom time e uma qualificada torcida, mas têm também um craque, têm Beto Albuquerque.

Um comentário:

  1. O entendimento do bem comum e a interação nos grupos sociais fazem de uma pessoa um ente político. Ser craque é conduzir e pautar a vida pública de maneira ética e comprometida com o bem maior de uma comunidade, sendo representativo para um coletivo. Não tenho dúvida que isto é o ideal de vida do Serginho.

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