terça-feira, 8 de outubro de 2013

PSB – Eduardo Campos – Dilma – Marina – Eleições – Lasier – Heráclito e Muito Mais – Parte II


Cuidado com quem prega a filosofia da superioridade “Ariana”, das “raças superiores” sem imperfeições. 
Isso nunca acaba bem!

Comecei a militar muito cedo, me afastei da política em 2001 e retornei em 2011.

Olhando para trás posso afirmar que nunca militei em um partido em que tivesse afinidade 100% com 100% dos seus membros, pelo contrário, sempre tive que conviver com pessoas, que mesmo no mesmo partido, pensavam diferente. Isso é absolutamente normal e democrático e está presente em todos os núcleos sociais.

Pense o partido como uma família, uma família com nove filhos, como a de meu pai, por exemplo, nove filhos do mesmo pai e da mesma mãe. Será que todos pensam e se comportam da mesma forma? Claro que não! Na família, assim como nos partidos, nas empresas, nos times de futebol, as pessoas podem pensar diferente, pois cada ser é único e fruto de suas circunstâncias, por isso, que o partido têm um programa, um estatuto, assim como a religião tem sua bíblia, e quem ingressa no partido adere àquele programa, e não ao contrário.

Quem leu algo sobre os regimes totalitários (aconselho que leiam) saberá que a “criação” de inimigos é uma forma amplamente utilizada para gerar reação, pois, quando vivemos sobre a regência do “medo” somos facilmente manipulados, nos fechamos, pois qualquer um pode ser o nosso “inimigo”.

Nas vésperas de eleições, assim como em momentos como agora, de articulações e definições, muitos oportunistas e falsos comentaristas, principalmente os com interesses pessoais e políticos, começam a atacar seus possíveis adversários, começam a gerar o medo, e criar falsos inimigos. Lembram quanto tempo o povo ficou reelegendo o PT em Porto Alegre com “medo” de que os “inimigos” pudessem acabar com o “orçamento participativo”? A história das “privatizações” é outra “arma” que vira e mexe é apontada contra alguém: Se você votar no fulano ele vai privatizar a “Petrobras” a “Caixa”... Se votar no candidato tal, vão ficar sem Bolsa Família!

Quem lembra que o PMDB, do Sarney, elegeu todos os governadores, com exceção do Sergipe onde o aliado PFL elegeu o governador, nas eleições de 1986, embalados pelo Plano Cruzado e pela distribuição de “auxílios” como o ticket de leite? Na época era uma heresia não votar no PMDB, pois os outros iriam acabar com o “Cruzado” e as pessoas mais pobres não iam ter mais o “leite”.

Pois é, recomendo que àqueles que não conhecem essa parte da história, que façam uma pesquisa, principalmente antes de demonizar, difundir boatos e disseminar o “medo”, induzidos por “espertinhos” que se aproveitam do seu desconhecimento para te manipular.

Meu partido, o PSB, tem muita gente boa!

O PSB é um partido que possui lideranças como Beto Albuquerque, Eduardo Campos, Luiza Erundina, João Capiberibe, Rodrigo Rollemberg, Beto Grill, e tantos outros, por isso, tem motivos para se orgulhar.
Em 1920, na Alemanha, nasceu o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, que em 1933, liderado por Adolf Hitler assumiu o poder. O resto da história todo mundo conhece. Os membros deste partido consideravam-se superiores, e esse tipo de pensamento tornou-se muito perigoso para a humanidade. 

Com o pouco de experiência que a vida me deu, percebo que todos nós, em maior ou menor escala, temos um pouco deste sentimento de superioridade, que nos faz, em certos momentos, achar que somos melhores que os outros e por vezes nos leva a sermos até “cruéis” com os nossos semelhantes, principalmente com aqueles que “consideramos” nossos “inimigos”. Confesso que já agi assim, e tenho buscado, com muito esforço, melhorar isso em mim.

No sábado, o meu partido, o PSB deu “abrigo” a Marina Silva, e seus companheiros da REDE, que ficaram impedidos de concorrer nas eleições de 2014, por terem o registro do partido negado pelo TSE.

Em meio a esse momento, algumas pessoas, dos mais diversos setores da sociedade, a maioria ligados ao PT e seus aliados, começaram uma grande onda de agressões contra o PSB e contra Marina, temendo que essa união possa ameaçar a permanência do PT no poder (Vou falar sobre Marina, PSB e PT em outra postagem). É preciso registrar que vi mais elogios do que críticas, mas é preciso reconhecer que houveram críticas. A maior parte das críticas utilizava-se de alguns novos filiados ao PSB, como Heráclito Fortes, e Paulo Bornhausen, e a manifestação de apoio de figuras como Ronaldo Caiado a candidatura de Eduardo Campos. Acusam o PSB de não ser de esquerda e não ser Socialista por ter aceitado a filiação e o apoio destes caras, reconhecidamente, considerados de “direita”.
    
O Tweet do ator José de Abreu, minutos após vazar a informação de que Marina Silva se filiaria ao PSB, dá a demonstração de como foi encarado o gesto e qual foi a reação, tentando imediatamente desqualificar o PSB, em um gesto agressivo e desesperado.
Por mim, eles não teriam passado nem perto do PSB, como eu sei que, se dependesse de algumas pessoas, eu também não estaria no PSB. Essa é a realidade, o partido é feito de um conjunto de pessoas, e precisamos fazer uma continha de chegada, ou seja, medir, se no somatório geral, temos mais afinidades ou divergências. Se temos mais afinidades, devemos permanecer no partido e ficar alertas, participar ativamente das instâncias partidárias, das reuniões, militar, ser atuante, para que o partido não se desvie de seus valores e princípios. Se encontrarmos mais divergências, aconselho a procurar outra sigla.

A probabilidade de encontrar 100% de convergência é praticamente zero, pois, felizmente, ou infelizmente, não decidimos quem entra e quem sai de nosso partido, essa decisão cabe a própria pessoa, e ao partido, que possui suas instâncias coletivas para aprovação e reprovação de filiados, e em cada cidade e estado a realidade é diferente.

O PSB ideal para mim, e isso é preciso ficar bem claro: Para mim! Teria uma série de companheiros que estão no PSB e uma série de outros que não estão no PSB. O meu PSB teria o Cristóvão Buarque, o Carlos Araújo, o Jean Wyllys, o Pedro Ruas, o Miro Teixeira, a Juliana Brizola, a Dilma e outros políticos que admiro. O “meu” PSB não teria o Heráclito, o Bornhausen, o Pastor Eurico, e outros companheiros com quem não tenho nenhuma afinidade. Que bom que fosse assim!

Porém, nem que eu tivesse o meu próprio partido teria a garantia de que ele fosse composto por todas as pessoas que eu admiro e respeito, pois além da minha vontade de tê-las a meu lado, teria que contar com a vontade deles também.

Já fiz aqui uma postagem sobre a criação de novos partidos e essa dificuldade que temos de encontrar nos partidos atuais, aqueles que atendam integralmente nossas expectativas. O nosso individualismo, ou a nossa vontade de fazer a coisa certa, por vezes nos leva a pensar que o mundo ideal seria aquele na qual temos o total controle, na qual temos o total poder. Infelizmente não é assim, e como disse no exemplo, o fato de termos o nosso próprio partido não significa que ele se transforme no partido de nossos sonhos, pois entre sonho e realidade há uma diferença.

Milito no PSB desde 2011, foi a trincheira que escolhi para travar minha luta por um Brasil melhor, após mais de uma década de afastamento da militância. Têm gente no PSB que eu não gostaria de chamar de companheiro, porém existe um número de companheiros, infinitamente maior, com que me sinto absolutamente confortável em dividir a trincheira. O PSB tem muita gente legal, gente bem intencionada e competente, e não vai ser uma minoria que irá macular uma bela história construída em anos de luta.

Estou feliz com a “filiação transitória” dos militantes da REDE, pois entendo que eles mereciam participar do processo eleitoral, por sua história e por seu esforço, acho que podemos todos, aprender muito com essa experiência.

Desculpe se não agradamos a todos!
  
Marina Silva e os militantes da REDE receberam "abrigo" no PSB.
Considero o gesto positivo e todos são Bem Vindos, mesmo que transitoriamente!
Juntos podemos aprender muito com essa experiência!

Foto: Humberto Pradera

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

PSB – Eduardo Campos – Dilma – Marina – Eleições – Lasier – Heráclito e Muito Mais – Parte 1



O último final de semana trouxe muitas novidades para a política brasileira. Por todos os cantos do país, os eleitores foram surpreendidos pelos movimentos do tabuleiro político, e em época de redes sociais, travam-se verdadeiras batalhas virtuais.

Em 2011 resolvi retornar a militância política, com o objetivo principal de contribuir com a minha opinião e com minha forma de encarar o mundo. Queria auxiliar com o debate para a construção de uma nova geração de políticos, movidos por outros interesses e sentimentos, e acreditava, de forma até pretensiosa, que conseguiria ser parte desta mudança. Claro que tudo foi e está sendo mais difícil do que eu esperava, pois todos que me conhecem sabem que sou um otimista, e sempre me imponho grandes desafios, muito grandes, diga-se de passagem, mas também sabem que não sou de desistir fácil.

Pois então, diante deste quadro político, entendo que devo registrar aqui minhas opiniões, de forma a compartilhar com aqueles que em mim confiaram seus votos e que, de alguma forma, me têm como referência política. Entendo a política assim, feita com transparência, com defesa de opinião, mesmo que ela não seja o senso comum, ou agrade a maioria, e principalmente com franqueza, sem o cinismo e oportunismo reinante em grande parte dos políticos que se comportam como verdadeiros “estelionatários” da opinião pública, que agem sorrateiramente na escuridão dos porões do poder.

Em várias postagens, pretendo registrar o que penso, sobre o momento político, sobre o futuro, e como é a minha militância, o meu partido, e como eu gostaria que fosse. Sem medo, vou registrar como vejo tudo isso, para, pelo menos, ser justo com aqueles que tiveram a coragem de confiar a mim seus votos, e ainda pedir aos outros que também o fizessem. Vamos lá então!  


Eu e a Presidenta Dilma Rousseff
 
Foto registrada em 22.01.1998, talvez um dos primeiros registros de Lula com sua sucessora, Dilma Rousseff, em um encontro dos partidos de esquerda na Churrascaria Galpão Crioulo, em Porto Alegre, ela representava o PDT (Em 1998 Lula concorreu a Presidente da República tendo Leonel Brizola como seu vice. Participei ativamente desta campanha!
Acho importante começar por aqui. Quem me conhece sabe das relações afetivas que tenho com a Presidenta Dilma, de quem fui companheiro de militância no PDT, inclusive fiz parte do grupo de filiados, que junto com ela, deixaram o PDT, em 2000, para apoiar Tarso Genro na eleição para a Prefeitura de Porto Alegre. Sabem também de meu carinho e admiração por seu ex-companheiro, Carlos Araújo, a quem tenho como amigo e referência política e, portanto, gostaria de deixar registrado aqui a minha opinião, pois não sou um antiPTista, e também não sou oposicionista do governo de Dilma. Pelo contrário, sou um defensor de todos os avanços de seu governo e posso afirmar, sem nenhum constrangimento, ou dúvida, que ela é uma abnegada e que está dando o seu melhor para o Brasil. Sou uma pessoa de esquerda e não serviria de arma para inviabilizar o governo dela.

Se me perguntarem se gostaria que o PSB continuasse fazendo parte do Governo Dilma, responderia que sim, não veria com maus olhos a permanência do PSB no governo de Dilma, assim como não acho que se ela for reeleita o Brasil irá piorar. Pode não melhorar, mas, piorar eu não acredito! 

Por que eu defendo a candidatura de Eduardo Campos, então?  Os motivos que me levam a apoiar Eduardo Campos são vários, desde os mais elementares, que são, por exemplo, o fato de ser filiado ao PSB e no momento que escolhi por me filiar a um partido, devo respeitar suas decisões, até o simples entendimento de que, ele pode auxiliar o Brasil a crescer, trazendo uma nova forma de governar, um novo olhar sobre o que está aí, e sem se afastar do campo popular e socialista. Olhando assim, parece simples, porém essa decisão é mais complexa e passa por alguns outros fatores que irei expor na sequência, o importante é que as pessoas entendam que para ser a favor de Eduardo Campos, não precisa ser contra a Dilma. Esse antagonismo, é apenas uma característica PTista que, muitas vezes, se comporta de forma maniqueísta, onde quem está com eles é bom, e quem não está é ruim, como se eles fossem o parâmetro de Bom e de Bem, assim como uma personificação do “divino” e neste campo fica difícil de argumentar, e quanto mais se tenta, mais piora.
 
Em 2002 lá estava eu, novamente, depositando meu voto em Lula e no PT (A menina da foto é minha filha caçula, Renata, com 6 anos de idade)
O gesto se repetiu em 2006 e, em 2010 ajudei a eleger minha ex-companheira de militância e primeira mulher eleita Presidenta da República, Dilma Rousseff.
Assim, para iniciar, deixo muito claro que tenho toda a simpatia pela presidente Dilma, e não tenho nenhuma resistência, ódio, ou algo parecido pelo PT. Já depositei meu voto e fiz campanha para candidatos do PT em inúmeras oportunidades, embora tenha minhas críticas a seu modo de fazer política, que explicitarei no decorrer. 

Portanto, não aceito e repudio, qualquer tentativa de me colocar no campo oposto. Sou militante de esquerda, o PSB é um partido de esquerda e qualquer insinuação em contrário é pura leviandade.

Espero que me acompanhem, comentem e, principalmente, que eu possa auxiliar na reflexão daqueles que me leem, expressando com sinceridade o que penso sobre o momento político que vivemos. 

Boa Leitura!
 
Em 2012, em uma das visitas ao companheiro e amigo Carlos Araújo, acompanhado do comandante Beto Albuquerque.