Uma
simples observação da evolução das eleições presidências, desde 1989, a
primeira após a ditadura, perceberemos que a cada eleição reduzem o número de
candidatos com chances de vitória. Em 1989 foram 22 candidatos e o resultado
era uma incógnita, a Rede Globo temia a eleição de Brizola e no primeiro turno
deu uma ajudadinha para o Lula, a fim de tirar Brizola do segundo turno,
tornando mais fácil a vitória de Collor, o candidato fabricado pela Vênus
platinada.
A
partir de 1994, temos tido uma polarização entre PSDB e PT, duas forças que se
revezam no poder desde então. Essa polarização não é por acaso, deve-se ao fato
de que constituir um candidato à presidência é um trabalho de muitos anos, e
não surgem lideranças novas, com estatura para disputar uma eleição desta
natureza, de um dia para o outro. Desde Collor, que foi um projeto da Rede
Globo, tivemos a candidatura de Lula por cinco vezes, ou seja, O PT apresentou
o mesmo candidato por 20 anos e importou a sucessora de Lula do PDT de Leonel
Brizola, o que prova, que com toda a força do PT, não conseguiram criar um
sucessor para Lula, “sangue puro”, assim como o PSDB não conseguiu um sucessor
para FHC, tendo sido derrotado em três eleições consecutivas, com dois
candidatos diferentes e na próxima eleição tentará um terceiro nome, Aécio
Neves. Ter um bom candidato a Presidência é um desafio imenso. Tanto que o
PMDB, considerado o maior partido Brasileiro não disputa a eleição com
candidatura própria desde 1998, após duas tentativas (1989 e 1994) com
candidaturas inexpressivas do ponto de vista eleitoral.
Assim,
é natural que o PSB, tendo em seus quadros duas lideranças de qualidade (Ciro
Gomes e Eduardo Campos), ambos em condições de disputar as eleições, deseje
colocar em discussão um desses nomes, no caso o do Presidente do partido e
Governador de Pernambuco, reeleito com a maior votação do país, Eduardo Campos.
Ter um bom candidato a presidência da República é um privilégio
para poucos, e ter um bom candidato e um partido é melhor ainda, pois algumas
vezes o candidato é bom, mas não possui um partido organizado, forte, capaz de
dar sustentação política a candidatura. No caso do PSB temos as duas coisas, um
bom candidato e um partido em crescimento, com história e excelentes quadros
políticos. Ouso dizer que o PSB possui condições de formar uma chapa completa e
além do candidato a Presidente, teria, dentro do próprio partido, lideranças
com estatura para comporem a chapa como vice, entre elas, Luiza Erundina
PSB/SP, Ciro Gomes PSB/CE, Beto Albuquerque PSB/RS, entre outros.
Por
isso, acho natural a pretensão de ter candidatura própria a sucessão de Dilma.
Isso quer dizer que somos contra o governo Dilma? Quer dizer que o PSB está
rompendo com o campo político onde sempre esteve? Não! É como um time, mesmo
fazendo parte da mesma equipe, os jogadores que não estão jogando, como
titulares, desejam jogar, o que não quer dizer que desejem que o outro se
machuque ou tenha um problema grave, nada disso, apenas treinam, se preparam,
para que e o técnico opte por colocá-los em campo para jogar no time titular. O
PT tem estado no comando, e o PSB está ali, contribuindo para o time, jogando
junto, participando, só que deseja ser titular também, se considera capaz de
contribuir ainda mais, treinou, se preparou, se organizou e acredita que esteja
pronto para assumir o comando e ajudar o país a crescer, porém, mais do que a
vontade do jogador, o que define é quem escala a equipe, e no caso do Brasil,
quem escala é o povo, que decide quem quer ver comandando a nação, porem, para
conseguir a oportunidade é preciso se apresentar para jogar e é isso que o PSB
está fazendo. Se o povo decidir dar continuidade ao comando do PT, tudo bem, sua
decisão deve ser respeitada, porém o PSB vai trabalhar para que o Povo escolha
Eduardo Campos, pois em tempos de escolha de novo papa, cabe adaptar a celebre
frase: Habemus Candidato!
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