Debato
esse assunto há muito tempo, tudo porque, ainda adolescente, fiz a opção de não
utilizar drogas, e de sequer prová-las, até por que, aquele “inocente”
conselho, “Prova, só uma vez, se não
provar, não vai saber como é!” é para muitos o sinal para o ingresso em um
caminho sem volta, que destrói muitas
vidas, e abre feridas incuráveis em milhões de famílias.
Muitos
me perguntam por que nunca provei, e as teses sempre foram muitas, desde que eu
tinha medo dos meus pais, passando por ser evangélico e tantas outras versões
mirabolantes, pois custava, e custa até hoje, as pessoas entenderem que
simplesmente não provei porque não quis.
Não
sou evangélico (não que isso seja um problema), fui criado solto, andando para
tudo que é lado, com as mais diversas pessoas, tanto da minha idade, quanto mais
velhas, fui líder estudantil, sou militante de esquerda, e sempre convivi com
muitos usuários, andei por tudo, me diverti, curti a vida, viajei, me envolvi
em muitas coisas na vida, que quando paro para contar minhas histórias pareço o
Forrest Gump. Porém, sempre me perguntei: O que ganho com isso? Nunca encontrei
uma resposta convincente que me fizesse achar que qualquer droga poderia me
trazer algum benefício ou prazer que não pudesse encontrar em outras coisas melhores
e mais legais de fazer, e esse sempre foi o motivo.
Nunca
defendi a legalização das drogas, a descriminalização da maconha e qualquer
outra tentativa desta natureza, e essa matéria da Carta Capital, só me
convenceu ainda mais disto, pois, como sempre, os argumentos em defesa, são
muito fracos para o meu jeito lógico de ser. Pois, quem me conhece, e convive
comigo, sabe que sempre aplico uma lógica, a minha lógica, ou a lógica que minha
mente alcança, e por ela filtro minhas opiniões e posicionamentos, foi assim,
de forma simplificada e lógica, que respondi a pergunta que me fazia sempre que
alguém tentava me apresentar, convencer e oferecer drogas.
Como
a matéria é longa, e o assunto complexo, e eu sou prolixo, vou tentar
compartimentar e objetivar o melhor possível o meu ponto de vista.
LEGALIZANDO AS DROGAS VAI
DIMINUIR O TRÁFICO E COM ELE A VIOLÊNCIA
Esse
é um dos principais argumentos, inclusive consta como subtítulo da chamada de
capa da matéria. Pois é, o cigarro é legal no Brasil e estudos mostram que o
“contrabando” que não deixa de ser uma espécie de tráfico, é imenso e alimenta
uma indústria, não menos violenta e com diversas ramificações, que corrompem
servidores públicos e etc.
Qual
a mágica para acabar com a violência? Não vão ter mais traficantes? Os
traficantes vão pegar uma carteira de trabalho e vão arranjar um emprego, já que
a maconha vai ser vendida nos bares, danceterias e bancas de revista, ali, ao
lado das carteiras de cigarro?
A
quem querem enganar? O criminoso arranja outro crime para cometer, assalta banco,
explora outro tipo de contravenção.
Vão
legalizar também o Crack, a cocaína, heroína? Sim, pois se o objetivo é acabar
com o tráfico, tem que liberar tudo, pois se liberarem a maconha, o traficante
vai continuar vendendo o resto, e a violência vai continuar, se não compensar
vender maconha, vende outra coisa, pois não esqueçam que o traficante é um
comerciante, o seu objetivo é lucro, é ganhar dinheiro, não faz isso por
caridade. O que faz um comerciante quando tem um produto que não vende? Arranja
outro que venda! Todos sabem que a maconha não é a única droga fornecida, acho
que inclusive nem é a mais vendida, nem a mais lucrativa.
A
matéria fala dos cartéis e do poderio dos traficantes, porém sabemos que o
negócio deles é vender Coca, e não o refrigerante, a maconha nem é prioridade, é
apenas mais um produto nesta cadeia, pois a folha de coca proporciona mais
variações e é bem mais lucrativa.
Os
manipuladores da opinião pública e principalmente dos jovens, que são os “inocentes
úteis”, que fazem passeatas pela legalização, ficam mostrando os “farrapos
humanos” das “cracolândias” da vida, dizendo: Olhem! Vejam! Se liberar a
maconha, isso não vai mais acontecer! Como assim? Qualquer criança sabe que a
maconha é apenas um tipo de droga, as vezes até serve de porta de entrada para
outras drogas como Crack, Cocaína, Heroína, e essas sim, acabam de vez com as
pessoas, é um caminho com pouquíssimas e complexas chances de recuperação, e
não vejo como liberação da maconha reduzirá essa realidade, ainda mais se
legalizada, pois passa a ser aceita como inofensiva, e vai continuar sendo a
porta de entrada para as outras drogas, assim como a bebida alcoólica também se
presta a esse papel.
LEGALIZANDO AS DROGAS, O GOVERNO VAI ARRECADAR IMPOSTOS E INVESTIR NA SAÚDE E OS VICIADOS TERÃO MELHOR ATENDIMENTO.
Essa
é um dos argumentos que me deixa mais revoltado, pois no Brasil, duas drogas
lícitas, como o cigarro e a bebida alcoólica são os produtos que tem maior
alíquota de impostos e arrecadam bilhões, no entanto, os estudos comprovam que
os danos causados pelo uso destas substâncias consomem mais dinheiro do que a
arrecadação em impostos. Quem não conhece um alcoólatra que tem sua vida
destruída e não consegue atendimento de saúde, ou um fumante com doenças
esperando por atendimento e tratamento no SUS? Qual o milagre?
Essa
de utilizar de um problema, como o da saúde pública, para nos convencer a
aceitar algo, é muito velho, e já está batida, vira e mexe vem alguém: Vote em
mim que resolvo o problemas da saúde! Vamos criar um imposto que vai resolver o
problema da saúde! Compre isso que vai resolver o problema da saúde! Agora
querem dizer: Comprem e fumem maconha que o governo vai ganhar o dinheiro dos
impostos para resolver o problema de saúde e dar tratamento digno para quem é
viciado.
Opa!
Como assim? Vão utilizar o dinheiro dos impostos para tratar os viciados? Hum...
Mas se curarem os viciados, quem vai comprar maconha? E se as pessoas não comprarem
maconha não vai ter o dinheiro dos impostos, e se não tiver o dinheiro dos
impostos, a saúde não vai melhorar.
Na
verdade a maconha será apenas mais uma na lista das drogas lícitas a gerarem
problemas, assim como já geram, pois o fato de ser não liberada não impede das
pessoas usarem.
A
INDÚSTRIA DO TABACO SERÁ A MAIOR BENEFICIADA COM A LEGALIZAÇÃO DA MACONHA
Dia
destes escutava um debate sobre a legalização e um detalhe, no depoimento do Dr.
Sérgio de Paula Ramos, me chamou a atenção: Que a indústria do tabaco é a maior
interessada na legalização da maconha! Essa afirmação fez cair a ficha. Claro!
As empresas de cigarro estão com tudo pronto, o equipamento, a estrutura, a
experiência, a rede de distribuição, tudo. Legalizado o consumo ela está pronta
para colocar cigarros de maconha nos milhares de postos de venda espalhados por
todo o país em pouquíssimo tempo, lucrando muito mais do que lucra agora.
Certa
vez li um comentário que fazia a seguinte pergunta: Que empresário não gostaria
de comercializar um produto que cria dependência nas pessoas? Fiquei com essa
pergunta na cabeça e refleti muito sobre ela. Comecei a olhar a minha volta e
ver o comportamento das pessoas em relação à bebida alcoólica, ao cigarro e os mais
leves, mas não menos viciantes, chocolate e coca-cola.
A
conclusão que cheguei é que, comercialmente, não há nada mais certo do que
vender um produto que torna as pessoas dependentes. Pensei nas pessoas que
deixam de comer para comprar um cigarro ou uma bebida, que juntam baganas do
chão para fumar, que cometem pequenos golpes para poder saciar a vontade de
beber, e tantas outras situações vividas por aqueles que um dia provaram um
desses produtos e nunca mais deixaram de consumi-los. A maconha vai ser apenas
mais um destes produtos, que enriquecerá algum empresário, ou grupo, às custas
da dependência de uma parcela considerável de nossa população.
Sinceramente,
acho que não precisamos disto.
O
CAPITALISMO É UM SISTEMA PERVERSO QUE CORROMPE A ÍNDOLE DAS PESSOAS
No
meu entendimento, e fique claro, no MEU ponto de vista, a matéria da Carta
Capital não disse a que veio, não consegue sobreviver a mínimos questionamentos,
e se o objetivo era fortalecer o movimento pró legalização das drogas, ela não
trouxe nada de novo ou convincente que pudesse acrescentar à discussão.
Lendo
a matéria, que parece ter sido feita por encomenda, mais me convenço de que o
sistema Capitalista é o cupim da dignidade humana, pois, no fundo da discussão,
está a vontade de colocar a mão nos bilhões de “narcodólares”, os caras não
estão preocupados com a saúde dos usuários de drogas, ou se jovens, de todas as
classes sociais, tem suas vidas abreviadas pelo seu uso, eles querem saber quem
botará a mão nos bilhões de dólares oriundos da sua comercialização. Reflitam!
As drogas continuarão gerando riquezas, a sua legalização apenas fará o
dinheiro trocar de mãos, sairá dos traficantes, para governos e empresários,
não muito mais honestos, espalhados pelo mundo, pois esse é o mal do sistema
capitalista.
O
sistema capitalista, impulsionado pela ganância humana, residente em todas as
almas, produz pessoas que adulteram o leite, fraudam a saúde pública, roubam a
merenda escolar das crianças, exploram e humilham as pessoas, se aproveitam da
fé e em nome de Deus roubam seus fiéis, enfim, cometem toda a ordem de
desonestidades, tudo com o objetivo de obter lucro e usufruir dos prazeres que
o dinheiro proporciona, os traficantes são apenas mais uma variação desta
espécie, e eles obtém lucro, vendendo algo da qual as pessoas são dependentes e
tem dificuldade de se livrar, utilizando-se de outros gananciosos e todo o tipo
de corruptos.
“Os narcóticos não garantem apenas o enriquecimento dos criminosos envolvidos diretamente no negócio. Após as recentes crises financeiras internacionais, vários bancos superaram seus problemas de liquidez com os recursos do tráfico...”
TUBARÕES
CAPITALISTAS, DEFENSORES DA LIVRE COMERCIALIZAÇÃO DAS DROGAS, COLOCAM O OVO DE
UM LADO E CACAREJAM DO OUTRO
Uma
das formas de manipular a opinião pública é confundir os assuntos, misturar
tudo, e se aproveitar da falta de atenção das pessoas. A matéria faz isso se
não olharmos com cuidado.
Utilizando-se
da vontade, legítima, de jovens e usuários de maconha, que desejam vê-la
legalizada, e com isso evitar os constrangimentos e a possibilidade de prisão,
os interessados nos lucros da droga, confundem a opinião pública, tentando
tratar o assunto como se fosse apenas possibilitar que - Jovens inocentes tenham o direito de consumir seu baseadinho sem serem
incomodados pela polícia, pois afinal temos criminosos aí a solta com quem a
polícia deve se preocupar e não com nossos filhos queridos, estudiosos e
comportados, e as cadeias já estão cheias de marginais e não é justo prender a
gurizada por causa de um barato - Olhando assim até que tem razão. Mas
será que é só isso? É disso que estamos tratando?
Claro
que não! No Brasil, desde 2006 os usuários não são presos, e mesmo antes, quase
nunca eram. Cresci presenciando as pessoas fumarem maconha nas praças, ruas e
em todo o lugar, livremente. No meu condomínio, o pessoal fuma direto e passamos
por eles com a maior naturalidade do mundo. Quantos de vocês, que me leem agora,
já fumaram seu “cigarrinho” tranquilamente, sem serem importunados?
O
certo é que, usuários, na sua maioria de classe média, querem continuar sendo
consideradas “pessoas de bem e honestas”, mesmo que estejam colocando suas
vidas em risco, consumindo algo que vicia e pode destruí-los, sem correrem o
risco de terem um dedo apontado para si. Pois, se levarmos ao pé da letra, hoje
eles são hipócritas, que se consideram bons e honestos, mas burlam e
desrespeitam a lei, consumindo algo que é proibido, alimentando a indústria da
droga, sustentando traficantes, e financiando as armas que matam milhares de
pessoas (as vezes eles mesmo, por causa de dívidas com os traficantes). Com a
liberação, os empresários “honestos” produziriam a droga, a industrializariam,
venderiam no mercado da esquina, ganhariam seu dinheiro honestamente, o governo
arrecadaria seus impostos, as pessoas consumiriam sem serem incomodadas, assim
como fazem com a bebida e cigarro, e todos viveriam felizes e com sua
consciência em paz.
Sabe que gostei deste final! Pena que não é bem assim que acontece.
Na
verdade, muitos usuários de drogas acabam destruindo suas vidas, cometem
pequenos e até grandes delitos para comprarem a droga (e por isso são presos,
não pelo consumo), roubam seus familiares, prejudicam suas vidas profissionais
e educacionais, e uma parte grande deles acaba morrendo ou vivendo nas ruas,
pois a droga é devastadora, e o estado não consegue lhes fornecer ajuda para
alcançar a cura de sua doença.
No
fundo, assim como fazem com os alcoólatras, pouco interessa que as pessoas se
curem, quando muita gente vive do vício delas.
Um
dos argumentos para a legalização, é que na Holanda, país considerado modelo de
legalização da maconha, grande parte dos usuários da maconha não se expõem à cocaína
e à heroína. A matéria faz referência a isso. Pois é, mas não disseram qual o
tamanho do estrago causado por elas, pois, me dizer que: A maior parte dos
usuários de maconha, não consomem cocaína, é a mesma coisa que me dizer que a
maior parte das pessoas que consome refrigerante, não bebe cerveja. Pois bem, o
que isso quer dizer? Que no Brasil não temos alcoólatras, pois o pessoal
prefere refri? E na Holanda as pessoas não consomem cocaína e heroína porque
podem comprar maconha livremente?
A
matéria traz algumas informações como o preço de um quilo de coca pura, que na
Colômbia é 1,5 mil dólares, 12 mil a 16 mil no México, perto de 47 mil na
Holanda, 57 mil na Itália e até 77 mil no Reino Unido, e a matéria ainda
acrescenta: “No varejo, a droga é
misturada a outras substâncias e rende muito mais.”. Ôpa! Mas não estávamos
falando de maconha? Pois é, a confusão é grande, falam da liberação da maconha,
mas apresentam os números da coca. Mas, assim jogados, os números podem gerar
várias interpretações, como a de que na Holanda, onde a maconha é liberada, a
cocaína dá muito dinheiro.
Sabe
que fiquei confuso? E esse post ficou gigante! O certo é que problema é
complexo e a matéria, pelo menos para mim, só confirmou o que eu já sabia:
A
droga é um produto que gera bilhões de dólares;
Existem milhões de interessados
em ganhar dinheiro com ela;
Quando vão tratar do assunto eles misturam tudo e
fazem uma confusão na cabeça das pessoas;
Que quase ninguém está interessado no
mal que ela faz, apenas no quanto ela rende;
Que os usuários, sem perceber que
são reféns da droga e que são dominados por ela, são usados para mascarar os
interesses comerciais, servindo de fachada para o enriquecimento, daqueles que
querem explorar seu vício e sua fraqueza.
Essa
é parte de minha reflexão, pois o assunto é tão instigante, que a vontade que
tenho é de comentar parágrafo por parágrafo desta matéria, porém a tornaria
impossível de ler, pois deste tamanho ela já terá poucos leitores, porém o mais
importante é que escrevi o que estava pensando, e tranquilizei a minha consciência
que me exigia que eu me manifestasse.
Desculpe queridos amigos, usuários de drogas, mas, do fundo do meu coração, mais do que liberar o consumo, a venda ou a produção de drogas, mais do que descriminalizar, eu prefiro viver a utopia de um mundo SEM DROGAS, prefiro ver as pessoas vivendo e sendo felizes de cara limpa.
Fonte: Revista Carta Capital - Edição nº 748 de 15 de Maio de 2013
só posso parabenizar esta matéria!! sem mais está bem claro !!
ResponderExcluirProibida ou não o consumo de maconha continuará existindo e eu tendo que me esconder por fumar uma erva natural que os homens simplesmente a proibiram de existir. Hipocrisia pura!!!
ResponderExcluirSua matéria foi sensacional, quem tem poder quer dominar. A manipulação da mídia é forte. Dizem que é a luta a favor da liberdade, quanta hipocrisia. Eles querem arrancar todo o dinheiro dos usuários, e esses ainda trabalham como escravos para pagar tributos, que não vão voltar como benefícios para. eles. Qem fuma maconha tem altas chances de ficar lerdo , ela causa demência, e o pior é hereditário, meu professor me disse que o uso da maconha causa tdah nas crianças.
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