Em 1979,
Hollywood lançou o Filme Alien – O 8º Passageiro, protagonizado por Tom
Skerritt e Sigourney Weaver. No filme, que fez muito sucesso na época, uma
criatura alienígena persegue e mata a tripulação de uma nave espacial. Eu era
adolescente quando lançaram esse filme e jamais esqueci. Talvez seja uma das
grandes produções cinematográficas americanas, daquelas que fazem história.
Lembrei
do filme, porque, em uma das principais cenas, o Alien sai de dentro de um dos
tripulantes, estourando seu peito, uma cena impressionante! O Alienígena se hospedava no corpo humano e
quando se desenvolvia, saia pelo peito do hospedeiro, causando sua morte.
Pois,
tal como no filme, alguns “Aliens” se hospedam nos partidos políticos
brasileiros, onde se alimentam, se desenvolvem, e depois saem, muitas vezes
causando a morte de seu “hospedeiro”.
Tenho
pensado muito nisso nos últimos tempos, pois dia 05 de Outubro, encerra-se o
prazo para filiações partidárias, para aqueles que pretendem concorrer nas
eleições de 2014, e há intensas movimentações dos partidos e de pessoas com
vistas às eleições.
Os
partidos procuram nomes “fortes” para conquistarem votos e fortalecerem suas
legendas, e os candidatos procuram siglas que lhe ofereçam as melhores
condições de vitória, o que envolve, desde ajuda financeira até apoio político,
preferência, boas dobradinhas (Alguém têm dúvida que, a possibilidade de fazer
uma dobradinha com a campeã de votos Manuela D’ávila, pesou na decisão de André
Machado concorrer a Deputado Federal pelo PCdoB?).
Atenção: As imagens aqui contidas são meramente ilustrativas sem intenção de juízo de valor. |
Aqueles
que me conhecem sabem que sou resistente aos partidos servirem de “barriga
solidária” para gestação de políticos que não tem identidade ideológica com o
partido (Deixando claro que resistente não quer dizer totalmente contra). Os candidatos
das igrejas por exemplo. Não consigo entender que os partidos se prestem a
servir de trampolim para políticos que depois não defenderão os ideais pelo
qual o partido foi criado, e sim as ordens de seus líderes religiosos, que muitas
vezes defendem ideias antagônicas as do partido, e assim é com os candidatos de
corporações, as “personalidades”, mulheres frutas, Ex-BBBs (A propósito, o Jean
Willis é muito mais que um Ex-BBB), Ex-atletas e etc.
Porque
da minha resistência? Há mais de 30 anos acompanhando a política, percebo que, grande
parte destes candidatos, entendem pouco quase nada de política, não compreende
de disciplina e fidelidade partidária, não possuem ideologia, e se posicionam
geralmente levando em consideração, única e exclusivamente os seus objetivos
pessoais e eleitorais. Pois se a política deve ser pensada visando o bem comum
e o interesse coletivo da sociedade, como vamos colocar alguém que pensa apenas
em si ou no seu grupo? É uma contradição! Por isso é que a política está tão
descaracterizada, e também por isso cada um quer ter seu partido político. Todos
querem ser Reis! Todos querem ser pastores do rebanho!
Uma
pessoa que era ídolo, seja no campo artístico, esportivo, midiático, geralmente
é alguém com uma vaidade acima da média, e por isso, com certa facilidade, fica
descontente com o partido, por não ter a “atenção” que esperava, a “deferência”,
ou não tem os seus desejos e postulações atendidas, comportando-se como “crianças
mimadas” que não sabem receber um não.
Na ânsia
de se viabilizarem eleitoralmente, os partidos acabam entrando em um processo
de autofagia, trazendo para dentro de si, esses elementos que acabaram por
causar-lhes problemas, pois quando se elegem, passam a ser a vitrine do
partido, e suas contradições, seus erros, suas incoerências e seus “chiliques”
acabam por desacreditar os partidos e a política.
Como o
Alien, do filme, essas figuras causam danos internos no partido e, muitas
vezes, quando saem causam a destruição do corpo hospedeiro, ou seja, a sigla
que usou para se eleger, deixando apenas o ônus, levando o bônus. Portanto, se
os partidos tivessem mais cuidado na hora de recrutar seus candidatos,
evitariam muitos desgastes, e a contaminação da política por pessoas
individualistas, personalistas e despolitizadas.