quinta-feira, 26 de setembro de 2013

“Alien” O Passageiro – A Autofagia dos Partidos Políticos

Em 1979, Hollywood lançou o Filme Alien – O 8º Passageiro, protagonizado por Tom Skerritt e Sigourney Weaver. No filme, que fez muito sucesso na época, uma criatura alienígena persegue e mata a tripulação de uma nave espacial. Eu era adolescente quando lançaram esse filme e jamais esqueci. Talvez seja uma das grandes produções cinematográficas americanas, daquelas que fazem história.

Lembrei do filme, porque, em uma das principais cenas, o Alien sai de dentro de um dos tripulantes, estourando seu peito, uma cena impressionante!  O Alienígena se hospedava no corpo humano e quando se desenvolvia, saia pelo peito do hospedeiro, causando sua morte.

Pois, tal como no filme, alguns “Aliens” se hospedam nos partidos políticos brasileiros, onde se alimentam, se desenvolvem, e depois saem, muitas vezes causando a morte de seu “hospedeiro”.

Tenho pensado muito nisso nos últimos tempos, pois dia 05 de Outubro, encerra-se o prazo para filiações partidárias, para aqueles que pretendem concorrer nas eleições de 2014, e há intensas movimentações dos partidos e de pessoas com vistas às eleições.

Os partidos procuram nomes “fortes” para conquistarem votos e fortalecerem suas legendas, e os candidatos procuram siglas que lhe ofereçam as melhores condições de vitória, o que envolve, desde ajuda financeira até apoio político, preferência, boas dobradinhas (Alguém têm dúvida que, a possibilidade de fazer uma dobradinha com a campeã de votos Manuela D’ávila, pesou na decisão de André Machado concorrer a Deputado Federal pelo PCdoB?).
Atenção: As imagens aqui contidas são meramente ilustrativas sem intenção de juízo de valor. 
Aqueles que me conhecem sabem que sou resistente aos partidos servirem de “barriga solidária” para gestação de políticos que não tem identidade ideológica com o partido (Deixando claro que resistente não quer dizer totalmente contra). Os candidatos das igrejas por exemplo. Não consigo entender que os partidos se prestem a servir de trampolim para políticos que depois não defenderão os ideais pelo qual o partido foi criado, e sim as ordens de seus líderes religiosos, que muitas vezes defendem ideias antagônicas as do partido, e assim é com os candidatos de corporações, as “personalidades”, mulheres frutas, Ex-BBBs (A propósito, o Jean Willis é muito mais que um Ex-BBB), Ex-atletas e etc.

Porque da minha resistência? Há mais de 30 anos acompanhando a política, percebo que, grande parte destes candidatos, entendem pouco quase nada de política, não compreende de disciplina e fidelidade partidária, não possuem ideologia, e se posicionam geralmente levando em consideração, única e exclusivamente os seus objetivos pessoais e eleitorais. Pois se a política deve ser pensada visando o bem comum e o interesse coletivo da sociedade, como vamos colocar alguém que pensa apenas em si ou no seu grupo? É uma contradição! Por isso é que a política está tão descaracterizada, e também por isso cada um quer ter seu partido político. Todos querem ser Reis! Todos querem ser pastores do rebanho!

Uma pessoa que era ídolo, seja no campo artístico, esportivo, midiático, geralmente é alguém com uma vaidade acima da média, e por isso, com certa facilidade, fica descontente com o partido, por não ter a “atenção” que esperava, a “deferência”, ou não tem os seus desejos e postulações atendidas, comportando-se como “crianças mimadas” que não sabem receber um não.
Na ânsia de se viabilizarem eleitoralmente, os partidos acabam entrando em um processo de autofagia, trazendo para dentro de si, esses elementos que acabaram por causar-lhes problemas, pois quando se elegem, passam a ser a vitrine do partido, e suas contradições, seus erros, suas incoerências e seus “chiliques” acabam por desacreditar os partidos e a política.

Como o Alien, do filme, essas figuras causam danos internos no partido e, muitas vezes, quando saem causam a destruição do corpo hospedeiro, ou seja, a sigla que usou para se eleger, deixando apenas o ônus, levando o bônus. Portanto, se os partidos tivessem mais cuidado na hora de recrutar seus candidatos, evitariam muitos desgastes, e a contaminação da política por pessoas individualistas, personalistas e despolitizadas.

2 comentários:

  1. Será o Paulo Brito e Marcos Pontes pelo PSB.....Oh Whait!

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    1. Caro(a) Anônimo(a),

      Não costumo publicar comentários Anônimos a não ser que seja elogiosos, pois o elogio anônimo é desinteressado, não espera reconhecimento ou recompensa, já a crítica anônima têm um viés menos nobre, e como exponho minhas opiniões de forma aberta entendo que os comentários deveriam ser transparentes, porém teu comentário é pertinente e me possibilita um acréscimo ao que já foi dito, por isso agradeço a tua colaboração.

      Sim, a minha crítica serve para o Paulo Brito, o Marcos Pontes, o Romário, os pastores que concorreram pelo PSB, enfim.

      Minha crítica é aos partidos de um modo geral, inclusive ao meu próprio, críticas estas, que faço internamente, e inclusive publicamente como no caso deste artigo. Me sinto confortável e feliz por militar em um partido, e trabalhar com um parlamentar, que me permite ter opinião e expressá-la de forma livre.

      A intenção desta crítica é gerar a reflexão sobre essa prática que considero danosa, o que, de forma alguma, quer dizer que dentre essas "personalidades" não possam surgir excelentes parlamentares e militantes, ou que não devemos convidar alguém "conhecido" para concorrer pelo partido. O que defendo é que o critério seja a afinidade ideológica e programática com o partido, e que não se prestem a servir de "barriga solidária" para oportunistas, individualista, despreparados e etc.

      Voltei a militar em um partido político, após 11 anos de afastamento da militância, exatamente para contribuir com minhas opiniões e minha forma de ver a política, e assim ajudar na evolução do PSB, partido que escolhi, exatamente por entender que ele proporciona espaço para colocar temas como esse na pauta.

      Agradeço mais uma vez a "provocação" que me proporcionou esse acréscimo.

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