"A ignorância, a cobiça e a má fé também elegem seus representantes políticos."
Carlos Drummond de Andrade
Que o
Brasileiro é criativo ninguém têm mais dúvida, e que essa criatividade não tem
limites, também. Pois
enquanto no capitalismo tradicional, as pessoas são incentivadas a empreenderem
e fundarem sua própria empresa, aqui, a criatividade brasileira fez uma “adaptaçãozinha”:
Resolvemos criar igrejas e partidos políticos. Agora os “empreendedores” viram
nestas duas modalidades, formas de ter um “rebanho” e arrecadarem um bom
dinheiro.
É
impressionante que tenhamos no dia de hoje (25 de Setembro de 2013) 32 partidos
políticos e uma lista de no mínimo mais uns 30 aguardando registro ou em
construção.
Os
motivos são diversos, que vão desde o interesse meramente econômico, de acessar
o Fundo Partidário, ou trocar o apoio e os minutos de TV, por gordas
recompensas financeiras, até o interesse individual ou de grupos pelo poder.
Nossa democracia
tem de tudo, desde igrejas, que depois de se proliferarem de forma
impressionante, resolveram utilizar sua influência sobre os “fiéis” para eleger
seus pastores e assim conseguirem mais benesses junto ao poder, e precisam dos
partidos, por isso, algumas optaram por criar um para si, até pessoas que os
criam para poderem formar seu próprio “rebanho”, geralmente dissidentes de
outras siglas, que não conseguindo impor suas vontades e caprichos, optam por
criar um partido todinho seu, onde possam “mandar e desmandar”.
Em 1989
na primeira eleição para presidente o PRN foi criado apenas para eleger
Fernando Collor, e não existe mais, assim como o PRONA do Éneas e tantas outras
siglas que se extinguiram ou trocaram de nome. A prática segue firme, tanto que
acompanhamos o drama da Ex-Ministra e Senadora Marina Silva lutando para criar
um partido para poder concorrer nas próximas eleições, após deixar o PT e o PV.
Os
interesses seguem, e não vão parar, pois depois que se instituiu a “fidelidade
partidária”, os políticos só podem trocar de partido, sem perderem seus
mandatos, se expulsos, ou se forem para um partido que não existia quando
concorreram. Algo tipo: “É que antes não tinha esse partido, e eu não podia
estar nele, mas é o partido dos “meus sonhos”. Por isso, de dois em dois anos,
nas vésperas das eleições, são criadas novas siglas para que os políticos
possam sair dos seus partidos e concorrerem pela nova sigla sem perderem seus
mandatos.
Pois
não é que os caras conseguiram dar um jeito de burlar a barreira da “Fidelidade”!
Gente criativa esta!
Defendo
a possibilidade de criação de novos partidos, pois a sociedade muda e podem
surgir novas ideologias, filosofias, outras formas de organização, porém, o que
vemos hoje é mais uma forma “esperta” de burlarem a lei.
Não me impressiona que a política esteja tão desacreditada!
Não me impressiona que a política esteja tão desacreditada!
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