Nossa!
Há muito tempo não tinha esse sentimento, festejar o período de férias
escolares. Realmente não temos como prever o que o destino nos reserva, o
futuro é completamente imprevisível. No final de 2013, nem me passava pela
cabeça frequentar uma faculdade, e agora estou aqui comemorando o final do
semestre.
Trabalhar
e estudar é desgastante, principalmente para um corpo sedentário como o meu,
minha sorte é que minha mente não é tão sedentária quanto o corpo, senão teria
sido muito mais difícil. Porém aprender é uma das coisas mais encantadoras da
vida. Sinto que cresci que estou melhor.
Reencontrar
Marx e conhecer Durkheim e Weber fizeram das aulas de Sociologia algo muito
especial e revigorante para o meu idealismo. Confesso que até frequentar as
aulas de Pré-história nunca havia feito nenhuma diferença se éramos descendentes
do macaco ou de Adão e Eva, e conhecer melhor a teoria da evolução e da
dispersão do homem em nosso planeta foi um aprendizado riquíssimo. As aulas de
História Antiga mostraram a riqueza cultural dos povos da antiguidade, e que existem
muitas coisas que não vem de hoje. Nas quartas-feiras esquecíamos-nos do tempo escutando
as explicações do professor Fitz.
Freud
explica! Quantas vezes escutei essa frase? Saber mais sobre ele, sobre Erikson
e Wallon e sobre o consciente e o inconsciente das pessoas me ajudaram a
compreender muitas coisas sobre mim e sobre os meus semelhantes, proporcionando
uma impressionante viagem em minha mente. E as aulas de didática? Os conceitos
de “panóptico”, “corpos dóceis” de Michel
Foucault,
a Pedagogia do Oprimido, Medo e Ousadia, de Paulo Freire, a descoberta Janusz Korczak, e sua aula de como amar uma
criança, e tanto autores, dentre eles o próprio professor, autor de Limites e
Afetividade. Segunda-feira sempre foi um dia especial com a Psicologia e a Didática.
Já na Sexta-feira a tarefa ficava para a disciplina de prática, onde a
professora se desdobrava para nos mostrar a realidade da convivência na escola,
a importância da organização, do planejamento, dos modelos educacionais.
Quanta coisa aprendi nas sete disciplinas do primeiro
semestre. A Introdução aos Estudos Históricos me mostrou para além da “Escola
dos Analles”, de Le Goff, e da “Escola metódica”, aprendi como relacionamento,
empatia, motivação e compreensão com os alunos é fundamental, porém
planejamento, boa escolha dos textos, boa elaboração de uma prova e boa
didática também o são. Foi, por exemplo, a única disciplina em que não tirei
nota máxima na avaliação do N2 (O sistema de avaliação é em três etapas que se
somam durante o semestre, N1 e N2 valem 3 e a N3 é a avaliação final do
semestre com valor de 4 totalizando 10 pontos). Procurei me dedicar igualmente
em todas as disciplinas, fui o legítimo chato, sempre fazendo perguntas,
opinando, e fiz isso de forma parelha, em todas as disciplinas, tanto que na N1
alcancei a nota máxima em 4 disciplinas, e na N2 em 6 das 7 disciplinas,
Confesso que no final dei uma relaxada, tirei um pouco o pé do acelerador,
mesmo assim consegui, com exceção desta disciplina, onde alcancei pouco mais
que a média, um bom desempenho.
A Faculdade ensina para alem do conteúdo, e mesmo
na disciplina onde não consegui o melhor desempenho, também tirei rico
aprendizado, pois no caso de quem cursa licenciatura, aprendemos com o conteúdo
e também com o comportamento, o gestual, com as práticas, e com a pessoa do
professor. Através deles observamos como queremos ser, e aquilo que não
queremos repetir, mas, não é só com o professor que se aprende, se aprende com
os colegas, com a dinâmica de sala de aula, com os trabalhos em grupo, com as
conversas durante os intervalos, com as brincadeiras. Desde o começo me
encantei com a galera, com sua diversidade, com a riqueza de pensamentos e
comportamentos, e talvez por não viver essa experiência há bastante tempo, foi
especialmente rica e inesquecível para mim essa convivência.
Enfim, férias! Na bagagem um Serginho melhor!
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