Beto Albuquerque em um almoço com Brizola em 1998 |
Conheço
o Comandante Beto Albuquerque desde quando ele foi para a Assembleia, era algo
de vista, de quem acompanha política, estivemos próximos nas eleições de 1998
quando o Brizola foi vice de Lula e participamos do governo Olívio Dutra, ele
pelo PSB como Secretário dos Transportes, eu como assessor de Pedro Ruas,
Secretário de Obras, mas foi em 2004 em uma visita dele, como candidato a
Prefeito de Porto Alegre, a Fundação Thiago Gonzaga que nos aproximamos de
verdade. Juntamente com a Diza o recebi, e apresentamos a Fundação como fazíamos
a todos os visitantes, e na época, ao sair ele disse: “Diza, ganhando ou
perdendo a eleição eu voltarei aqui e você poderá contar comigo para esta causa,
vou te ajudar!” Passadas as eleições, mesmo não obtendo êxito, ele se colocou a
disposição do Vida Urgente e sempre que precisamos pudemos contar com ele, e a
causa do trânsito seguro passou a estar presente nas suas bandeiras.
Essa
experiência fez crescer em mim a admiração pelo Beto, por ser um homem de
palavra, de visão, e dali em diante passou a ter meu voto e meu respeito. Em
2009 acompanhei de perto todo o drama da perda do Pietro para leucemia o que
nos deixou ainda mais próximos.
Quando visitou a Fundação Thiago de Moraes Gonzaga em 2004 - Foto Paulino Menezes |
Em 2011 quando decidi voltar a me filiar a um
partido político, listei três possibilidades, tendo o PSB no topo da lista, pela
afinidade ideológica com o partido e a admiração pelo Beto. Quando o procurei e expus minhas
ideias, ele prontamente me disse: “Não procura mais ninguém, é aqui no PSB que
você deve ficar, somos um partido pequeno, uma família, aqui você vai encontrar
o que procura”!
Beto,
mais uma vez, cumpriu sua palavra, acolheu-me no PSB, me apoiou, me
proporcionou oportunidades de estar ao seu lado, tanto na Seinfra, como em sua
equipe quando retomou o mandato de Deputado Federal. Após a eleição de 2012
quando fui candidato, não tendo alcançado êxito eleitoral, recebi dele o apoio,
o incentivo, e no Sábado seguinte as eleições, me convidou para ir a Pelotas, que estava participando do segundo turno, e tivemos a oportunidade de passar o
dia juntos onde me senti abraçado e apoiado. Beto sempre se colocou a
disposição, disse que não deveria desistir, pois ele também perdeu a primeira
eleição que concorreu e foi aquela derrota que o fez crescer e vencer as
eleições que se seguiram.
Me
recolhi por um tempo, refleti muito, não aceitei convites de trabalho, embora
precisasse, pois pessoas pobres como eu, precisam trabalhar para prover o seu
sustento e de sua família. O tempo passou e Beto retomou seu mandato no final
de 2012 e em seu primeiro dia na Câmara, recebi um telefonema seu com a
seguinte pergunta: Serginho, quer vir para o mandato? Sim! Respondi sem titubear,
pois era como se tivesse sido convocado para a seleção, uma honra para qualquer
militante como eu. Compor a equipe de seu mandato era, para mim, alcançar um alto
posto político.
De 2012
para cá, acompanhei várias mudanças, acompanhei
todo o processo da construção da candidatura de Eduardo Campos a Presidência
da República, onde Beto se empenhou de corpo e alma se revezando entre seus
compromissos como Deputado e as viagens pelo Brasil. Vê-lo em Porto Alegre se
tornou algo raro. O acompanhei em todas as recepções que fez ao Eduardo aqui no
sul, ele era motivadíssimo com a candidatura, utilizou de toda a sua habilidade
política para construir um palanque para Eduardo aqui no Rio Grande do Sul. A vinda
da Marina para o PSB teve sua colaboração, em tudo se dedicava com entusiasmo.
No Aniversário de comemoração dos seus 50 anos. Eu e minha família e abaixo com Eduardo campos |
2014
têm sido um ano atípico para nós que compomos a equipe do Deputado Beto
Albuquerque, pois desde o início sabíamos que eles estava disposto a qualquer sacrifício
pessoal para viabilizar a candidatura de Eduardo e Marina, até não concorrer
para poder se dedicar a campanha se fosse necessário. Candidato ele se dispunha
a ser onde o partido precisasse, a Governador, Deputado, Senador, mas que
Eduardo e a Marina teriam um palanque aqui no Rio Grande do Sul ele garantia.
Imaginem como foi nosso ano até agora, nos organizamos para a candidatura a
Deputado Federal, mapeamos todos municípios, organizamos as parcerias, depois
nos organizamos e começamos a trabalhar para a campanha a Senador. Há
exatamente uma semana atrás, uma terrível tragédia se abateu sobre nossas
cabeças, algo completamente inesperado, e aqui estamos nós, confirmando a
indicação do Comandante Beto Albuquerque para compor a chapa a Presidência da
República como vice de Marina Silva. Nossa!
Me
confesso assustado e motivado. Assustado, pois não esperávamos tudo que
aconteceu, isso mexeu com o emocional de todos nós, dilacerou nossos corações. Também
me preocupo com o que está por vir, pois por melhor que sejamos, nunca ficamos
imunes a ataques covardes, a baixarias, e mesmo que saibamos que isso faz parte
do submundo do jogo político, não gostamos de ver aqueles que gostamos sendo
vítimas dessa parte suja da política. Me sentia incomodado com as agressões a
Eduardo e Marina e não gostaria de ver o Beto ser alvo delas. Porém,
entretanto, não sou de me acovardar, e como diria o saudoso Leonel Brizola: “Se
um companheiro está precisando, não exito em por o peito n’água para ajudá-lo”.
Com Beto e Eduardo em 2013 - Essa foto tem valor inestimável para mim |
Ao
contrário do que muitos imaginam, fazer política requer sacrifício, requer
doação, desprendimento, as pessoas que se favorecem com a política, que
exploram a inocência do povo, que enganam, roubam, não fazem a boa política,
eles contaminam a política! A lição de dedicação e desprendimento Beto sempre
fez muito bem. O Papa Francisco disse aos jovens em 2013: “Envolver-se na
política é uma obrigação para um cristão!" Os cristãos não podem «fazer de
Pilatos, lavar as mãos»: «Devemos implicar-nos na política, porque a política é
uma das formas mais elevadas da caridade, visto que procura o bem comum.»
Tenho
muitos motivos para sentir honra e orgulho desta trajetória que percorri com o
Comandante Beto Albuquerque! (Desde que
vim para o PSB sempre o chamei assim, comandante, e também observei o
estranhamento dos que escutavam esse tratamento, mas vir para o PSB foi um
recomeço, um renascimento, e lembrava o início de minha militância na esquerda e
a admiração pelo Comandante “Che”, pelo comandante “Brizola”, minhas
referências, e demonstrava, através deste gesto que me colocava a serviço, a
disposição, ao lado, de forma humilde, em prol de uma causa comum, e ao mesmo tempo que via nele a referência, o norte, o exemplo. O "Comandante Beto" é o nosso timoneiro!). Sei de
seus ideais, objetivos, de como o mecânico se tornou em um dos políticos mais
respeitados do Brasil, de como enfrentou a perda do filho Pietro com apenas 19
anos; Presenciei inúmeras demonstrações de solidariedade, afeto, generosidade e
companheirismo comigo e com diversas pessoas. Beto Albuquerque será um
excelente governante para o nosso país, ele saberá honrar o legado deixado por
Eduardo Campos, e será um grande companheiro para Marina Silva. Beto fará a
diferença, e isso me motiva de forma única!
Avante
Comandante! Estou contigo nesta caminhada!
O Beto sempre esteve ali, junto de todos nós! |
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