Apropriando-me
da celebre frase, proclamada no 7 de setembro de 1822 às margens do Ipiranga, declaro hoje minha independência! Não sei
direito ainda do que, nem de quem, mas vou soltar o grito que está preso em
minha garganta desde que me conheço por gente.
Vou
soltar o meu “Não rotundo” contra tudo que esta aí, me apropriando de outra
frase celebre, esta de Leonel Brizola.
Quando
criei este blog, queria que ele fosse uma espécie de diário de minha vida, uma
forma de expor as coisas que penso, e quem sabe criar identidade com as pessoas
e com o mundo em minha volta, porém, alguns anos depois (o criei em 2010),
percebi que nunca consegui escrever um post que tivesse mais de 1.000 leitores,
nunca consegui escrever algo que fizesse o meu blog ser popularizado, enquanto
via pessoas de todos os tipos virarem celebridades escrevendo seus blogs.
Nunca
consegui escrever com certa regularidade, opinar sobre tudo e sobre todos, como
imaginava no início (Quando comecei, imaginava que meu grito alcançaria o mundo
e que poderia mexer com muitas cabeças através dele. Doce ilusão!)
Wikipédia: MEDO: O medo é uma sensação que proporciona um estado de alerta demonstrado pelo receio de fazer alguma coisa, geralmente por se sentir ameaçado, tanto fisicamente como psicologicamente. Pavor é a ênfase do medo.
Hoje,
percebo que falhei comigo mesmo, não por não alcançar popularidade, mas sim por
ter mais textos escritos e guardados do que publicados. E porque guardei tanta
coisa? Por Medo, respondo! Tive medo, algo que normalmente não tenho, mas de um
tempo para cá eu desenvolvi.
Um dos
motivos que me fez deixar a Fundação Thiago Gonzaga, após quase 10 anos de
intensa dedicação (Agora muitos saberão o verdadeiro motivo) é que eu queria me
reencontrar comigo mesmo, pois a responsabilidade que temos quando
representamos uma instituição é muito grande, o que dizemos e fazemos, acaba
repercutindo, e os nossos interesses individuais, não devem se sobrepor aos
coletivos. Não me sentia bem em tomar certas decisões, e falar certas coisas,
que poderiam ser mal interpretadas e, assim, prejudicar a instituição. Muitas
vezes quis xingar políticos, diretores da EPTC, do Detran, Imprensa e um bando
de gente que dizia e fazia coisas que não gostava, mas tinha de sufocar esse
grito para não causar prejuízos à instituição. Resolvi então, depois da minha
missão cumprida, começar tudo de novo, fazer outras coisas (entre essas coisas
criar esse blog) e assumir as rédeas de minha vida.
Mas,
infelizmente, a gente é domesticado, acaba por repetir os mesmo erros,
persistir. Não é fácil se libertar e “abrir as grades desta prisão”.
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"Coragem é a resistência ao medo, domínio do medo, e não a ausência do
medo."
Mark Twain
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Após um
período sabático, por carinho e apreço a minha amiga Juliana Brizola, voltei a
me envolver com política, e novamente sufoquei minha voz, pois o que mais tem
na política é patrulhamento, parece que somos todos bonecos de ventríloquo, e
se dissermos alguma coisa que desagrade ou ofenda alguém, é porque é a mando de
teu “superior”. Não sei quanto aos outros, mas eu penso com minha própria
cabeça e quem me conhece sabe que não sou “fantoche” de ninguém.
Passado um
período na Assembleia, tentei meu caminho próprio, concorri a vereador nas
últimas eleições, queria conquistar meu próprio espaço, ampliar o poder da
minha voz, porém, não fui competente para conquistar os votos, em número
suficiente (Pois os 1418 votos que recebi, me honraram MUITO), para me eleger,
e tenho que conviver com essa realidade (falarei sobre isso em outro post).
Após as
eleições e um período de reflexão, aceitei o convite do Deputado Federal Beto
Albuquerque, para compor sua equipe, e confesso que me orgulho muito disso. Porém,
o pesadelo do patrulhamento voltou a me atormentar, teria de, novamente, tomar
cuidado com o que dizia e fazia, pois afinal o Comandante Beto tem uma bela
trajetória política, é respeitado, e todos nós, que com ele trabalhamos, temos
que zelar pelo seu nome e sua imagem.
Certa
vez comentei com ele que costumava escrever em meu blog, mas que tinha receio
de prejudicá-lo pelo qual ele me respondeu: “Serginho,
o que eu posso fazer se as pessoas não conseguem diferenciar as coisas? Lamento
se elas pensarem isso, não posso fazer nada, pois nunca censurei ninguém, e não
vou começar agora. Como vou te impedir de dizer o que pensa? Se achasse que me
prejudicasse, aquilo que escreve, você não estaria trabalhando comigo."
Fiquei muito feliz e encorajado com a resposta, e orgulhoso de poder contar com
a confiança dele, porém, nem assim me encorajei, continuei escrevendo coisas e
guardando, pois, mesmo que confiasse nele, temia prejudicá-lo, e quando
gostamos e temos respeito por alguém, zelamos pelo seu bem estar e sua
felicidade, eu, pelo menos sou assim.
Agora
Chega! Independência ou Morte! Não vou mais sufocar meus pensamentos e minhas ideias!
Depois que vi uma foto dos “caras” e das “minas” peladas na Câmara de
Vereadores de Porto Alegre, não devo mais temer a nada. Chega de ver os “peladões”
livres por aí e eu aqui cheio de
pudores para dizer umas palavrinhas. Não! Basta! Vou me despir dos meus medos,
das minhas vergonhas, dos meus pudores e dar meu grito de Independência.
Obrigado
peladões! Obrigado pela liberdade que estão me proporcionando, após tantos anos
de luta! Em retribuição vou passar a escrever tudo que penso, inclusive sobre
vocês, sem temer mais nada! Vida nova a partir de agora! E não me importa o que
vão pensar dos meus posts, sequer vou me preocupar se alguém ou quem lê, quero
é ser feliz. Me Aguardem!
VIVA A LIBERDADE! #ProntoFalei